Melhor do que o Esperado. escrita por julikoeh


Capítulo 1
Capítulo único - Melhor do que o esperado.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem qualquer erro de português! ;-;



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   Kurt estava sentando no seu sofá, assistindo TV – ou tentando não olhar pro seu celular de cinco em cinco segundos. Ele estava desamparado, confuso, triste... Desapontado.

   Era três da tarde. Fazia cinco minutos que Blaine havia dito a Kurt que não poderia levá-lo ao baile, estaria muito ocupado o dia inteiro – “Eu estou com meus pais e vou ter que ajudá-los com umas coisas o dia inteiro. Até logo, Kurt”. Kurt não teria ficado tão chateado, se não fosse pela falta de desculpa de Blaine, foi um ‘toco’ tão... vago.  Pensou em comprar café, assim aproveitaria pra pegar um ar e se distrair um pouco, quem sabe.  Pediu o de sempre – que o atendente já conhecia – e esperou, um pouco impaciente, não queria ter tempo pra pensar, só queria engolir logo de uma vez o maldito café e quem sabe, queimar o nó em sua garganta. Assim que pegou seu copo, virou-se pra procurar uma mesa, então ele o viu. Blaine tomando seu café de sempre, o que não tem nada demais, Blaine ama café. Mas ele não estava só. Ele estava com o tal do cara da GAP, o qual Kurt preferiu nem tentar lembrar-se do nome, já que sua cabeça estava mais focada em outra coisa; Kurt não era uma pessoa ruim, mas ele só queria achar uma forma acessível e fabulosa de mostrar ao Blaine que ele estava ali e que ele os viu, então BINGO!

    – O QUE FOI... – Blaine ia reclamar do café jogado em suas pernas, mas parou assim que avistou o pequeno de pele clara e olhos profundos e cheios d’água logo acima de si. – Kurt... – Foi mais como um ‘Que merda...’ do que um ‘Olá’. Kurt não disse uma palavra, apenas saiu de lá apressado, segurando as lágrimas.

   Quando estava praticamente na esquina de sua rua, Kurt esbarrou em alguém, mas estava tão chateado que, por pouco, não se incomodaria em se desculpar, até reconhecer aquelas madeixas loiras e aqueles olhos azuis. E que olhos..., Kurt disse pra si, por um momento.

   – Kurt?! – Sam logo se assustou ao encontrar lágrimas nos olhos de Kurt e, em seguida, reparar em como a gola de sua camiseta estava molhada. – O que houve?! O que te fizeram? Quem foi o infeliz? – Por mais 90% de sua mente estava lotada de imagens de Blaine sendo comido por um tubarão, os 10% que sobravam estavam pensando em como admiravam a preocupação que Sam sempre demonstrava quando qualquer coisa parecia estar errada com Kurt; ele sempre repara, sempre sabia.     

  – Aquele desgraçado... – Kurt disse mais pra si do que pra Sam, mas não esperava que ele não ouvisse.
  – Karofsky continua mexendo com você? Eu não acredito, aquele idiota nunca vai aprender né? Onde ele está, Kurt? – Kurt se assustou por um momento com o que viu nos olhos de Sam. Não era mais compaixão, era ódio.
  – Não, não, Sam... Foi o... – E lá estavam as malditas lágrimas. Kurt mal conseguia explicar o que havia acontecido sem chorar como um bebê; Mas ele, claramente, tinha motivos.
  – Oh. – Sam entendeu sem nem precisar pensar muito, por incrível que pareça. Ele sabia. Ele nunca confiou nele. – Maldito Warbler... Maldito! MALDITO! QUEM ELE É PRA FAZER O KURT SE SENTIR ASSIM?
  – Como? – Oh..., pensou Sam, ao perceber que ele não havia sópensado aquilo...
  – Desculpa, Kurt. Eu sei que ele é... um... – tossiu um pouco antes de terminar a frase – seu namorado, ma-
  – Ex namorado – interrompeu Kurt, com um sorriso obscuro; Uma mistura de raiva e dor. Nem ele sabia mais.
  – Então foi tão ruim assim...? – Os olhos de Sam voltaram a transbordar o conforto que Kurt precisava.

  – Eu sinto muito mesmo, Kurt. Esse cara é um babaca. Ele não te merece. Nunca mereceu. – Depois de perceberem que ainda estavam parados no meio da rua, Kurt convidou Sam para ir pra sua casa, assim poderia explicar melhor o que aconteceu; E ter um lugar pra sentar e chorar, por via das dúvidas.
Kurt riu de leve. Sam o olhou confuso; Afinal, ele não tinha contado nenhuma piada. Até ficou um pouco magoado por um momento, achando que Kurt não o estava levando a sério. Kurt percebeu, então correu pra explicar-se.
  – Não leve essa risada dessa forma. Não! É que... – Kurt tirou os olhos de suas mãos se arrastando pelo sofá e ao invés disso, os obrigou a procurar pelos olhos do lindo menino a sua frente – ... Você, não sei... Me anima, mesmo quando sua intenção não é me fazer rir ou qualquer coisa do tipo. Acho que deve ser a sua cara que é engraçado mesmo – Sam riu. Ele geralmente não levaria uma brincadeira como essa na esportiva, já que ouvia piadas sobre sua boca ser grande demais pra seu rosto a vida toda, mas ele sabia que Kurt nunca diria algo pra lhe ofender. 
  – Eu fico feliz por isso, então. Devo cancelar o transplante facial que marquei pra semana que vem? Eu ia tentar abalar um vizual meio Brad Pritt... – brincou. Kurt riu e o empurrou de leve com o ombro. Sam, um pouco vermelho, abaixou o rosto e apenas sorriu pra si. Ele amava a risada de Kurt e ele tinha consciencia disso. 
  – Está ótimo do jeito que está – respondeu Kurt, piscando e rindo; um riso saudável. Mas logo voltou sua atenção pra suas mãos.
Sam riu também, mas logo suspirou fundo, o que fez Kurt voltar-se pra ele de novo – Kurt sempre fazia questão de desviar seus olhos de Sam. Ele ainda tinha a sensação de que estaria sendo infiel a Blaine, de certa forma. 
  – O que houve, Sam? Acho que agora é minha vez de fazer as perguntas. – Sorriu.

  – Er... hum... É a Santana. – Ela era minha namorada, ela deveria me fazer sentir especial, único, até bonito, talvez. Não o irmão de um dos seus colegas de coral e de time. Era Santana Lopez que deveria me fazer sentir assim, não Kurt Hummel. Mas claro que não foi nada disso que saiu da boca de Sam. – Nós terminamos... – completou, finalmente. Kurt não ficou surpreso – ninguém ficaria. Todos sabiam que eles nunca se gostaram de verdade. 
  – Devo dizer que sinto muito ou que ainda bem...? Sam, vou ser sincero e te dizer que, por favor, ela nunca te mereceu. Ela te tratou e trata como um lixo. – Kurt logo tratou de corrigir sua frase quando viu a cara de 'também não é pra tanto' de Sam. – Quer dizer, não dessa forma, mas... Não era como uma namorada deveria tratar um cara. Não é como ninguém deveria tratar você. Eu nunca vou me esquecer de todas as coisas que já fez por mim, – pegou a mão de Sam, numa forma de mostrar apoio e que ele estava ali por ele; que ele se importava –, você é especial. 
Sam olhou pra sua mão entrelaçada com a delicada de Kurt e então, olhou mais acima, encontrando os olhos do menino em sua frente. Ele poderia dizer tantas coisas pra Kurt agora! Ele se sentia da mesma forma. Ele reconhece tudo que Kurt é pra ele; Kurt é a única pessoa que nunca o deixara de lado. E provavelmente nunca o fará. Mas ao invés disso, ele sorriu de lado – um sorriso que Kurt sabia que significava mais que qualquer palavra que ele pudesse dizer. 
  – Acho que você tem que ir agora, não? – Kurt mudou de assunto, largando lentamente a mão de Sam, desviando os olhos de garoto de novo. 
  – Hã? – Sam se sentiu expulsado. Ele estava curtindo estar ali com seu – único – amigo.
  – O baile, Sam! Ou você não vai? 
  – Ah, sim. O baile... Eu... eu devo ir. Não sei... E você?

  Kurt refletiu por um momento. Ele queria ir com Blaine. No fundo, era ele o seu acompanhante. Ir só o faria sentir-se mais sozinho. Mas se ele dissesse que não iria, o menino insistiria que ele fosse, então ele mentiu.
  – Claro! Estarei lá, sendo o fabuloso que eu sou.
Sam riu, fazendo Kurt juntar-se a ele.
  – Então... Acho que estou indo. Quero estar pelo menos apresentável em uma das ocasiões mais importantes do ano. – Sam sorriu um pouco; Ele não queria ir embora.
  – Nos vemos lá. – Era como se Kurt soubesse que Sam não queria ir – ele também não queria que ele fosse –, então disse aquilo como um 'Nos veremos logo, não se preocupe' – por mais que Kurt não irá ao baile. Mas ele não queria ver desapontamento no rosto do menino. Ele sabe o quão triste Sam ficaria com a ideia de não ter ninguém lá pra ao menos conversar com ele. Mas era melhor assim, Kurt seria uma péssima companhia.
  – Tchau... – Sam já estava do lado de fora da porta, mas ele queria dar mais que apenas um tchau. Um abraço, talvez? Ou... Não!
Kurt sorriu e fechou a porta. Assim que teveram certeza que ambos não poderiam ver o rosto um do outro, Sam e Kurt sorriram. Um sorriso que só deram poucas vezes – e todas essas vezes foram um com o outro.

Kurt revivou toda a sua tarde – e o amável rosto com quem ele a passou – em sua mente. Acordou com um apito. Olhou pra seu celular e viu que não havia nenhuma mensagem nova – era só o micro-ondas avisando que a pipoc estava pronta. Desgraçado..., pensou. Era só do que ele chamou Blaine a tarde toda. Ele nem procurou Kurt desde o incidente na cafeteria, nem tentou se explicar ou... sei lá... Qualquer coisa seria melhor que isso, essa agonia, essa expectativa. 
Quando foi ao micro-ondas pegar sua pipoca, Kurt olhou o relógio. 
– Sete e meia... Quantos casais devem estar trocando presentinhos pré-baile agora... – pensou em voz alta. Mas não era com o que ele se preocupava mais. Ele estava realmente triste por não estar em boas condições emocionais para ser uma companhia pra Sam naquela multidão de pessoas superficiais e estúpidas. Sam ficaria perdido sem alguém lá – sem Kurt, na verdade. Mas era melhor assim; Até porque, se ele beber demais, pode falar demais. E isso inclui passar a noite reclamando de como Blaine é estúpido e... desgraçado, é.

Após detonar o terceiro saco de pipoca, Kurt desistiu da comelância e colocou Lady Gaga no volume máximo. Quem sabe a rainha não o dava um pouco de inspiração pra sair dessa deprê?
Depois de muito bater cabelo com Boys, Boys, Boys e chorar com Speechless, Kurt caiu na real. A essa hora, Sam já estava lá... sozinho. Ele até poderia ser um pouco amigo do pessoal do time de futebol e do pessoal do Glee, mas nenhum deles era tão próximo a Sam como Kurt. Só Kurt conhecia Sam daquela forma tão... Bom, basicamente, só Kurt conhecia o verdadeiro Sam.
Ele não pensou duas vezes antes de deixar seu lado leal falar mais alto e correu pra um banho. Era oito horas e alguma coisa, ainda dava tempo de ser um bom amigo e usar a desculpa 'levei tempo demais no banho...'.

Após um banho de beleza e bastante colônia e hidratantes, lá estava Kurt, no meio daquela multidão dançante e feliz. Ele esbarrou por uns rostos conhecidos, mas nenhuma cabelo tingido com limão e jogado no rosto. Após uns cinco minutos de procura, Kurt achou Mercedes. Quem sabe ela sabe onde ele está...
– Diva! – gritou assim que Mercedes notou sua presença.
– Kurt! Cadê o... – Lá vem...
– Não vem. Espero que vá daquela cafeteria direto para um vulcão... – pensou alto de novo, mas Mercedes claramente entendeu que Blaine não seria bem-vindo naquele baile... – Mas – começou, mudando de assunto – Você por acaso viu Sam por aí? – perguntou, olhando ao redor.
– Não, Miva. Uns até dizem que ele nem está aqui... – Deu de ombros.
– Ah... – Mercedes notou o desapontamento no rosto de Kurt, mas não comentou. Quando ele estivesse pronto, a diria o porquê de tanta preocupação com o loirinho.

– Hey, eu vou procurar a Rachel, mas eu logo estou de volta, tá? Não saia daí! – Mercedes avisou, beijou a bochecha de seu melhor amigo e saiu a procura de Berry.
Kurt balançava seu corpo um pouco, tentando curtir o ambiente no qual estava, mas não estava mesmo em clima de festa... Não era exatamente por Blaine, mas... Sei lá. Acho que a ausência de Sam podia ser um dos motivos também. Ele estaria o fazendo rir a essa hora... Como sempre faz.
– Ahhhh nãaaao! – exclamou pra si mesmo quando começou a tocar Always Attract, da banda You Me At Six. O DJ disse algo como 'Essa é pros apaixonados!', mas Kurt estava ocupado demais rolando os olhos e bufando, pensando que uma de suas músicas românticas favoritas estava tocando e ele não tinha pra quem virar-se e--
– Me dá a honra dessa dança?
Kurt virou-se e lá estava ele. Finalmente. Kurt o analisou de cima abaixo, cada detalhe de seu terno impecável, mas não era o terno o grande 'quê' da questão; Era quem o estava usando. Sam... era a única coisa coerente que passava pela cabeça de Kurt. O resto era uma combustão de elogios e comentários extremamentes melosos sobre tudo que existia no garoto em sua frente. Mas ao invés de dize-los em voz alta, tudo que Kurt fez foi pegar a mão que o loiro o estendia. 

Estava na metade da música, mas ainda assim, Kurt e Sam não haviam trocado uma palavra – apenas olhares e sorrisos. Kurt não podia acreditar que Sam fora tão corajoso; Afinal, não é qualquer garoto que dança uma música lenta com o único gay – assumido – da escola no meio de todos, sem vergonha ou medo do que está fazendo, é? 
Os olhos de Sam só deixavam os de Kurt para encarar seus lábios e apreciar o sorriso que encontrava neles. Sam sempre sentia que tinha que fazer de tudo pra fazer Quinn, ou Santana ou qualquer uma dessas garotas sorrirem. Ele nunca se sentia bom o suficiente. Mas com Kurt, ele sentia como se até uma citação de Avatar faria o garoto se derreter em seus braços. Ele sentia que Kurt tinha um brilho nos olhos quando estava com ele que ele nunca havia visto nos olhos de nenhuma de suas namoradas. E Kurt, mesmo que só tenha namorado Blaine em toda sua vida, se sentia da mesma forma. Era como se... Como se, com Sam, cada momento durasse uma eternidade – ele realemente queria que durassem. A música foi chegando ao fim e alguns casais foram se separando, apenas segurando mãos ou qualquer coisa do tipo – menos eles. Kurt e Sam permaneceram intactos. Os olhos trancados no do outro e braços fazendo o mesmo; Nenhum dos dois queria soltar, seria como se aquele momento acabasse ali se o fizessem, e eles não queriam que acabasse. Mas alguém tinha que se manifestar, e quem o fez foi Sam.
– Eu quero te dizer tantas coisas... – Sam fechou os olhos e fez uma expressão de dor. Não uma dor física ou emocional, era apenas... Uma implosão de sentimentos. Ele... Ele o amava. Ele sabia disso.
– Seja o que for...É recíproco. – Como sempre, era como se Kurt lesse a mente de Sam. Esse momento não foi como os de costume, que fazem Kurt esquecer de Blaine por um momento e então, se sentir culpado. Nesse momento – e em todos os outros, daqui pra frente –, era como se Blaine nunca tivesse existido.

– Ainda assim... Eu quero dizer em voz alta. Eu--
– SENHORAS E SENHORES... e professores – interrompeu o DJ. Sam então caiu na realidade e percebeu o quão colados ele e Kurt estavam – não que ele não gostassa da ideia... Apenas olhou pra baixo com frustração e ambos viraram-se para o DJ. Enquanto ele dizia algo sobre como o baile é importante e blablablá, Kurt sentiu algo deslisando entre seus dedos, e logo reconheceu a pele macia que agora se entrelaçava com eles. Ele ficou encarando aquele gesto por uns dez segundos, então sorriu, segurando uma lágrima. Ele nunca sentiu seu coração bater tão forte, ele ate achou que a qualquer hora os botões de seu palitó iriam arrebentar e seu coração ia sair pulando. Kurt acariciou a mão de Sam com seu polegar, olhando o garoto nos olhos. Sam olhou para baixo e sorriu, como Kurt, levantando seu rosto a procura dos seus olhos. Sam levantou a mão de Kurt, ainda entrelaçada com a sua, e a beijou. Sorriram um pro outro e voltaram sua atenção ao DJ.
– E agora, a hora mais esperada de todo o ano! REI E RAINHA DO BAILE! 
Todos bateram palmas, gritaram, alguns comemorando com antecedência sua vitória e etc. Kurt e Sam estavam mais preocupados com a vontade quase incontrolável de se beijarem, mas ambos queriam manter as coisas nesse nível mais... romântico, pelo menos agora. 
– Finn, os tambores! – gritou o DJ, e só aí que Kurt e Sam perceberam que Finn estava no palco, atrás da bateria. Finn o fez e então, todos ficaram em silêncio, ansiosos. – E essa coroa que denominará um de vocês Rei do Baile vai para... – Sam, não muito preocupado com quem ganharia, olhou para Kurt mais um pouco, recebendo um olhar caloroso de volta – parecia ser seu esporte favorito agora –... SAM EVANS!
Sam ainda estava sorrindo pra Kurt, mas viu que alguns viraram-se automaticamente pra ele, sorrindo, e outros procuravam alguém – ele.

Então ele percebeu que ele havia ganhado O Rei do Baile! Ele ficou um pouco animado, mas estar ali com o Kurt era mais importante – ele nem queria subir no palco, pois isso significaria soltar a mão de Kurt, mas ele começou a ser abraçado e, quando se viu, estava já na frente do palco, olhando pra trás, procurado por seu rosto favorito naquela multidão. Quando o encontrou, Kurt fez um sinal de 'vai!' pra ele; Ele apenas sorriu e subiu, sem jeito. Pegou sua coroa e deixou que o DJ coloca-se a faixa nele, pra então voltar ao microfone e anunciar a rainha do baile – que, não sendo surpresa pra ninguém, foi Quinn Fabray. A chamaram umas quatro vezes, até perceberem que Quinn não havia aparecido não baile. Talvez ela tenha percebido que ela era melhor que uma simples coroa; que a vida dela vai muito além que um título. Antes que o DJ pudesse dizer algo e seguir em frente, Sam teve uma ideia e perguntou baixinho se poderia usar o microfone. Suas mãos suavam como nunca, mas ele ia manter o plano – que acabara de bolar. 
– Hum... Olá – disse, um pouco sem graça. Algumas pessoas gritaram, outras aplaudiram, outras gritaram 'lindo!' – e não, não era Kurt. – Eu gostaria de dizer uma coisa.

Antes de começar, Sam procurou por Kurt novamente, e sorriu quando o viu com uma cara confusa mas, ainda assim, orgulhoso de Sam. – Tem uma pessoa nesse salão nesse momento que é a pessoa que mais se importou comigo desde que me conheceu. Essa pessoa nunca me deixou na mão, nunca me fez sentir mal com quem eu sou; Na verdade, sem perceber, essa pessoa até me ajudou a descobrir quem eu sou. E eu sou uma pessoa eternamente grata a ela. Essa pessoa agora é o meu mundo. Minha segunda coisa favorita depois de Avatar – riu, nervoso. – Eu amo... Bom, eu gostaria de dizer isso cara a cara... – Sam respirou fundo, explodindo de nervoso e olhou fixamente, mesmo que de longe, nos olhos de Kurt e disse: – Kurt Hummel, você poderia subir no palco? 
Não havia um rosto que não estivesse surpreso em todo aquele salão – até mesmo Kurt. Bom, os poucos que não ficaram extremamente surpresos foram os seus colegas do Glee Club. Mercedes tinha um sorriso do tamanho do mundo no rosto – era tudo que ela queria para sua Miva, alguém que não se envergonhasse de amar Kurt e que não teria medo de dizer isso pra ninguém.
Kurt foi caminhando timidamente até o palco, mas internamente ele já havia matado Sam de 10 formas diferentes por matá-lo de vergonha. Quando ele chegou no palco, Sam ignorou a multidão em frente eles, fofocando, e virou-se para a única coisa com a qual ele se importava.

– Oi, Kurt. – Sam riu, e Kurt escondeu o rosto, cochichando um oi de resposta. – Bom... Vou voltar de onde parei. Kurt, desde que demos aquele aperto de mão, minha vida mudou e a sua também. Não vou dizer que isso tudo começou assim que ouvi seu nome, mas eu sabia que isso não ia ser só mais uma coisa irrelevante na minha vida; Nada que envolve Kurt Hummel pode ser irrelevante, certo? – Sam riu abafado, abaixando a cabeça, e então voltando a olhar pros olhos mais lindos que já havia visto em toda sua vida. – Eu... eu fiquei impressionado com seu talento e admirado com tudo em você, absolutamente tudo. O jeito como você não tem vergonha de ser quem você é, nem quando te dizem que é errado. O jeito como você se move no palco, o jeito como... O jeito como você é Kurt Hummel. O seu jeito de ser... você. Você é único, Kurt. Isso. Único. Agora eu sei por que eu nunca parecia ser feliz com ninguém... – pode-se ouvir um 'Hey!' de Santana no meio da multidão – E sabe por quê? – Kurt balançou a cabeça, com um braço cruzado apoiando o outro, com a palma da mão na boca, escodendo um sorriso tímido. – Porque nenhuma dessas pessoas eram você. E agora que eu encontrei você... Eu não posso te deixar escapar, nunca. Eu não quero que isso acabe, eu nunca quero olhar pra trás e lembrar de como eu era feliz ao seu lado em tom de saudade. Eu quero ficar velhinho com você, contando aos nossos netos como eu te conquistei falando dialeto Na'vi. – Kurt riu, os olhos cheios d'água. – E sabe por que eu quero que tudo isso aconteça?... Porque eu te amo. – Sam virou-se pra platéia ansiosa a sua frente e falou mais alto ao microfone. – É ISSO MESMO, OHIO! – virou-se um pouco pra Kurt –... Eu o amo. – virou-se para o DJ – E eu espero que vocês tenham uma coroa reserva, porque esse ano serão dois reis. 

Sam chegou mais perto de Kurt, alcançando a mão da criatura perfeita em sua frente, o puxando mais pra perto. Nem para entregar o microfone de volta para o DJ Sam desviou os olhos dele. Assim que suas duas mãos estavam livres, Sam manteu uma delas segurando a de Kurt, um gesto como 'Eu estou aqui e nunca mais vou sair'. Já a outra mão procurou ansiosa o rosto da beldade, apreciando a pele perfeitamente macia.
– Eu te amo, Kurt. Eu nunca amei tanto... Na verdade, eu nunca amei. E agora, eu não quero nunca mais amar. Não alguém que não seja você. – Antes mesmo que pudesse correr pra secá-la, havia uma lágrima escorrendo pelo rosto de Sam e Kurt já estava inconsolável, chorando como um bebê. – Eu... Eu posso te beijar?

   Kurt se surpreedeu com o pedido, mas então entendeu o porquê. Nunca ninguém beijou Kurt com o seu consentimento, e Sam mal podia esperar pra saber como é o gosto – literalmente – de ser o primeiro. Kurt levandou sua mão direita, colocando-a sobre o rosto de Sam, apenas balançou a cabeça como um 'Sim' e fechou os olhos. Sam se perguntava se Kurt havia percebido como ele tremia; Não por estar beijando um menino pela primeira vez ou por estar o fazendo em frente toda a escola, e sim porque era seu primeiro beijo com ele. Isso seria um dos momentos mais importantes da vida de ambos e ele não poderia errar. Sam primeiramente colocou seu nariz encostado com o de Kurt, fechando os olhos, apenas apreciando seu aroma, sua pele, e tudo aquilo agora o pertencia e ele tinha certeza disso. Então, encostou seus lábios lentamento com os de Kurt. O beijo começou calmo, e acho que até a platéia conseguia ouvir fogos de artifício saindo dali. Então Kurt permitiu que Sam colocasse sua língua, e ele o fez. O beijo não se tornou mais urgente, apenas mais caloroso, e ele gritava a palavra amor a cada segundo de duração. Então, lembrando que não estavam sós, Sam encerrou o beijo, mas não aumentou a distância entre ele e Kurt. Continuou acariciando seu rosto com o polegar, narizes encostados. Eles só desgrudaram seus olhos um do outro quando ouviram aplausos. Não vaias, aplausos. Não havia uma pessoa naquela multidão que não estivesse o fazendo. O casal então ficou vermelho, mas ao invés de correrem dali, Kurt segurou a mão de Sam. Sam, novamente, a levantou e postou um beijo ali. Kurt sussurrou um 'Eu te amo'. Sam respondeu com um 'Pra sempre'.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido! Essa foi a única vez que tentei escrever uma história sobre meu OTP, Kurt e Sam, então não esperem muito! HOAIEHAOIE Por mais que eu goste bastante da história. Espero que se sintam da mesma forma :3