-Então doutor, como está minha filha? – a mãe de Sarah não tinha parado de chorar desde que tinha chego. O Sr Kowasky tentava consolá-la mas também estava em estado de choque

-Bem, ela....

-Bem, ela está bem. Conseguimos retirar a bala. Por pouco ela não se salva. Mas é uma garota forte – assentiu e saiu da sala

Pude ouvir o suspiro de alivio dos pais dela e só então percebi que estava prendendo a respiração, com medo do que o médico tinha a dizer. Então soltei o ar e relaxei na cadeira.

Uns 30 minutos depois o médico voltou e disse que Sarah já estava em um quarto e que poderia receber visitas. Mas que não podia se cansar muito. Ele nos deu uma meia hora para falar com ela.

Então os pais de Sarah falaram comigo e combinamos 15 minutos eles e 15 minutos eu.

Eles entraram com Clara e ficaram lá por 15 minutos. Depois saíram e eu entrei...

P.O.V Sarah

Meus olhos pesavam quando eu os abri. Minha vista ainda estava se acostumando com a luminosidade do local

Aparelhos, quarto claro, roupas de cama claras, pijama estranho... Isso são indícios de que estou em um hospital.

Uma enfermeira veio até mim e perguntou se eu estava bem e seu precisava de alguma coisa. Apenas disse que “não” e ela pediu licença para sair.

Fiquei lá sozinha por pelo menos uns 10 minutos. Depois, ouvi a porta do quarto bater e minha mãe entra com meu pai e Clara

Meus pais choram de felicidade por ver que eu estava bem e eu acabo derramando umas lágrimas juntos. Pego Claro no colo e a abraço. Eles dizem que a bala foi retirada, e que por pouco não atinge meu peito. Engulo a seco e apenas abraço mais forte a minha filha. Ficamos lá uns 15 minutos e depois eles disseram que tinham que sair pois tinha mais uma pessoa querendo falar comigo.

Então eles saem do quarto e eu vejo a pessoa que queria falar comigo

Justin

Ele entra meio cauteloso no quarto e diz:

-Hey Sarah – vem até mim, senta e pega minha mão – Que susto garota – sorriu fraco

-É...mas, agora eu to um pouco melhor

-Olha só, nunca, nunca, NUNCA MAIS MESMO faça algo do tipo, entendeu? Você quase me mata do coração. Fora seus pais...

-Ei, mas agora eu to melhor e..

-Eu sei! Mas nunca mais faça nada do tipo. E saiba que eu vou ficar ao seu lado 24 horas por dia

-Justin , você é casado – exclamei

-E daí? Você sabe muito bem que eu a odeio 

-Sim. Mas você não pode fazer isso com ela, digo você tem um......contrato

-FODA-SE. Não ligo! Não vou deixar você correndo perigo

-Justin...Não! Você não pode fazer isso. Alguém quer ver um de nós machucado, e não posso correr esse risco

-Sarah, ouça, eu não vou fazer o que você disse

-Você tem que fazer! Você tem que me deixar em paz e seguir a sua vida, você tem que esquecer o que tivemos....se é que tivemos algo

-É OBVIO QUE TIVEMOS ALGO – levanta da cadeira – O que você está insinuando?

-Nada...é só que houve aquela vez, aquela confusão..Ah esquece – ele assentiu meio hesitante

-Esquece tudo okay! Eu só quero o seu bem

-ENTÃO! Pra isso temos que ficar longe um do outro, entende?

-NÃO! Eu não quero ficar longe de você, nem da minha filha

-Justin – estava quase chorando – Entenda de uma vez que você e eu não daremos certo, por ora

-Sarah..

-Ei, acho que o horário de visita já acabou certo? – o médico entra no momento em que Justin ia falar

-É. Ele está certo. Justin, melhor você ir

-Mas..

-Desculpa senhor, mas é uma regra. Amanhã você pode voltar para vê-la

-Okay – suspirou derrotado – Eu volto! – disse com firmeza e beijou minha testa

Quando Justin saiu o médico fez aquelas perguntas de sempre, tipo: “Se sente bem?” “Está com tontura?” “Dói em algum lugar?” Apenas respondi que estava cansada mas me sentindo bem. Ele assentiu e saiu do quarto dizendo que voltava de manhã cedo

Na manhã seguinte, acordo vendo a enfermeira trocar o soro. Ela sorriu e eu tentei sorrir, mas acho que ficou parecendo mais uma careta, porque a enfermeira riu e saiu do quarto.

Mais tarde, tomei o café da manhã do hospital, que não é tão bom assim e vi meu pai entrar no quarto

-Oi filha, como se sente?

-Na medida do possível.

-Certo – balançou a cabeça – Queria falar com você sobre aquele rapaz, o Justin, se não se importa

-Pai...agora? – ele assentiu

Suspirei derrotada e fiz sinal para que ele se pronunciasse

-Bom, ele já estava aqui quando, bom, quando você estava..- mas o interrompi

-Foi ele que me trouxe. Se não fosse por ele eu poderia ter...morrido – ele veio até mim e me abraçou. Beijou meus cabelos e se afastou para olhar para mim

-Eu sei que eu fiquei alterado aquele dia, sei que eu fiz coisas que não devia...Eu fiquei que nem um louco. Mas eu me arrependo disso, acho que o que importa é a sua felicidade. Então, sei que vou me arrepender disso, mas se quiser ficar com ele...

-Pai, ele está casado

-QUE?

-É..

-Como assim? O que esse garoto tem na cabeça?

-É uma longa história

-Então, temos todo o tempo do mundo – puxou uma cadeira e sentou-se – Pronto. Pode começar – suspirei e contei tudo à ele. Desde “A” até o “Z”. Do “oi” ao “tchau” Do início ao fim...Claro que omiti alguns fatos, como por exemplo o tal anônimo..

-Nossa – ele estava meio confuso com tudo – Que coisa complicada hein – dei um meio sorriso

-Pois é..Mas agora não importa mais

-Como assim?

-Pai, acabei de te dizer que ele tá casado

-E você vai desistir dele tão fácil?

-Mas ele tem um contrat...

-Sim, mas isso não impede vocês de darem um jeito – me interrompeu – Filha, ele gosta mesmo de você

-Eu sei, é só que.... – não sabia mais o que argumentar, então apenas suspirei e virei o rosto

-Bom, só quero que saiba que se você quiser ficar com esse garoto, tem minha permissão – ri fraco e virei o rosto para olhá-lo

Ele veio até mim, beijou minha testa e disse que iria sair para pegar um café para nós. Também concordou que o café do hospital não é muito bom. Rimos e ele saiu.

Fiquei no quarto olhando para os lados até ver a porta se abrir e alguém entrar... Sentei-me na cama e disse:

-O que você está fazendo aqui?!?!