Hoje é o Seu Dia de Sorte! escrita por Franiquito


Capítulo 1
Hoje é o seu dia de sorte


Notas iniciais do capítulo

Ideias bizarras, fonte: Sara-chan (sério!).
É random, eu sei. Só porque era o sonho da infância dele, okay?

Tanjoubi omedetou e gomen nasai, senpai!



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HOJE É O SEU DIA DE SORTE

Akiya sentiu-se subitamente desperto, abrindo os olhos escuros para a pouca claridade do seu quarto. Ele se virou minimamente na cama para enxergar o relógio que marcava quase oito horas da manhã. Estava prestes a se levantar quando percebeu que era seu dia de folga.

Akiya se virou na cama, cobrindo quase todo o rosto na esperança de voltar a dormir. Ele demorou mais alguns instantes para perceber que era seu aniversário.

Folga no aniversário era um presente raro de ser obtido. Ele ia aproveitar ao máximo o descanso quase inexistente na sua vida de jogador profissional.

O moreno ainda sentia o corpo cansado do último treino de basquete. O time estava cada vez mais próximo de conquistar o título nacional novamente, então todos estavam dando seu melhor. Os treinos haviam duplicado em quantidade e intensidade, e o resultado era o protesto de seus músculos ao menor movimento. Era o preço a se pagar por participar de um dos melhores times profissionais de basquete do Japão. Até respirar estava se tornando um pouco desconfortável. Mas dormir era tão confortável...

Ding dong!

Akiya pensou ter ouvido o apito do juiz anunciando o início da partida. Por que ele tinha que jogar logo agora? Ele estava cansado demais, não conseguiria fazer nada em favor do time...

Ding dong!

Por que outro apito? Ele havia cometido alguma infração? Mas Akiya sentia que mal se mexera, como poderia ter feito algo se praticamente não jogara ainda?

Toc toc toc!

Que baruho era aquele? Akiya tentou encontrar o técnico do time com o olhar, mas não o enxergou. As coisas estavam muito estranhas e confusas naquele jogo...

- KAZUHIRO-SAN?!

Akiya abriu os olhos novamente. Então ele não estava em quadra, jogando? Ele ainda estava no seu quarto... Ele queria dormir...

Ding dong!

Desta vez, Akiya não teve tempo de adormecer. A campainha despertou-o por completo mais uma vez, conscientizando o jogador de que todo aquele ruído indicava que alguém estava à sua espera do lado de fora do seu apartamento.

Droga.

Akiya verificou as horas antes de se levantar. Oito e meia. Ele não conseguia pensar em um motivo para estarem em sua casa àquela hora, assim como também não sabia por que um número desconhecido estava ligando para o seu celular. Akiya pegou o aparelho ao lado do relógio, no criado-mudo.

- Moshi moshi – ele disse com a voz mais sonolenta do que esperava.

- Eu... Você estava dormindo, Kazuhiro-san?

Akiya estava sonolento demais para decidir se aquilo fora um pedido de desculpas ou um comentário sarcástico.

- Hai... Como conseguiu meu número?

- O senhor me deu o seu número.

Ele? Ele sequer reconhecia aquela voz feminina! Com toda a correria do torneio, Akiya estava um pouco sem tempo para sair e conhecer gente nova, portanto...

- Eu sou repórter, nós conversamos outro dia. Nina, lembra-se?

Repórter com seu número de telefone não daria boa coisa.

- Eu estou em frente ao seu apartamento... Isto é, se for mesmo o número 330.

Repórter com seu número de telefone em frente ao seu apartamento certamente não daria boa coisa.

E então Akiya se lembrou. Nina... Uma repórter estrangeira... Estrangeira, mas falava um japonês quase impecável. Eles haviam se conhecido no outro dia, após a última partida do time. Ela estava entre os jornalistas que buscavam alguma declaração dos jogadores e técnicos.

- Oh, sim.

Ela conseguira convencê-lo a lhe dar o seu número de celular e o seu endereço, coisa que ele certamente não costumava fazer. Repórteres são tão ardilosos... Akiya nem se recordava mais do ocorrido.

­- Lembra-se agora? Então eu posso entrar? Isto é, se é que eu estou no apartamento correto...

- Hai, 330 – o que ele estava fazendo??? Akiya tentou remedar o deslize – Mas eu não posso atendê-la agora. Não estou em casa.

- Não está em casa? – ela pareceu surpresa, mas então sua voz mudou e dessa vez o moreno não teve dúvidas do seu sarcasmo – Não está em casa e acabou de acordar? E faz isso em plena temporada de jogos? Hum, isso pode dar um boa matéria...

Akiya teria rido se não estivesse furioso consigo mesmo. Malditos repórteres manipuladores!

- Não, não é isso...

Toc toc toc!

Ela já tinha desligado o telefone. Akiya se viu sem opção além de atender a porta.

Porém, ao invés de encontrar um olhar astuto e um sorriso maldoso, Akiya se deparou com uma jovem de expressão quase constrangida. O sorriso por trás do lábios cheios era tímido e ela torcia as mãos que antes seguravam a alça da bolsa.

- Ohayou gozaimasu, Kazuhiro-san! Watashi wa Lopes Nina desu!

Ela fez uma pequena reverência, jogando os cabelos escuros e ondulados para frente e depois para trás. O sorriso permanecia em seu rosto.

- Hum... Hai, hai... Kazuhiro Akiya deshita.

O sorriso dela se alargou – Eu acho que sei quem o senhor é.

Akiya se viu obrigado a rir diante daquilo. Ele ainda não estava muito desperto, talvez.

- Anou, Kazuhiro-san... Gomen nasai ter acordado o senhor, mas eu pensei que já estivesse me esperando – as desculpas da jovem pareciam sinceras, para a surpresa de Akiya – Mas se eu estiver sendo inconveniente, podemos marcar para outro dia...

- Marcar?

- Sim, marcar a entrevista. O senhor... – ela estreitou os olhos com desconfiança – O senhor lembra, não lembra?

Ele deveria lembrar?

- Pare de me chamar de senhor – ele disse de forma inusitada.

- Ahn, certo... Mas... Não lembra, não é?

Àquela altura, Nina já estava quase rindo novamente. Ela parecia não acreditar na distração do jogador. Ele também não acreditava, na verdade.

- Dois dias atrás, após o jogo... Eu conversei com você e pedi uma entrevista, mas...

- Mas eu não podia naquela hora e lhe disse que poderia ser hoje, por causa da minha folga – Akiya completou a frase, finalmente recordando-se – Tem razão. Eu esqueci completamente, desculpe-me.

- Não tem problema... Foi engraçado ao telefone, de qualquer forma – Nina sorriu de novo – Mas posso voltar outro dia... Hoje é o seu aniversário, não é? Deve estar ocupado querendo descançar para poder ficar com seus amigos mais tarde...

Akiya encarou os olhos tão escuros quanto os seus pela primeira vez a fundo. Aquele pequeno sorriso era tão delicado no rosto pálido como porcelana... Teria sido daquela forma que ela lhe arrancara o telefone e endereço tão facilmente?

Por algum motivo, Akiya não se importava muito.

- Pode entrar. Só não repare a bagunça...

Ela aceitou o convite com uma nova reverência, tentando conter o sarcasmo na voz.

- Se você atende a porta assim, já posso imaginar o resto da casa...

- Etto? – só então Akiya observou que ainda estava vestindo o pijama amarrotado.

- Otanjoubi omedetou, Kazuhiro-san! – Nina desviou do assunto fazendo uma nova reverência, muito mais profunda do que as anteriores.

Akiya sorriu e dirigiu um olhar divertido à jovem repórter enquanto lhe dava passagem. Ela definitivamente conseguia enrolá-lo!

- Hoje é o seu dia de sorte, Nina-san...


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