Numb Of Love escrita por Mih Ward


Capítulo 22
Capítulo 21




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/158432/chapter/22

– Malfoy? - Hermione me olhou espantada e automaticamente meus olhos se encheram de lágrimas.

Eu assenti, desviando o olhar para o chão, sem conseguir encará-la.

– Ah, Rose! - ela suspirou.

Levantei o olhar, minha curiosidade vencendo o medo, e me deparei com seus orbes compreensivos e tristes.

– Foi por isso que eu vim aqui, quer dizer, eu acho que foi por isso... - eu confessei - Para tentar juntar vocês com ele, juntar os Weasleys e Potters com os Malfoys e, finalmente, poder namorar Scorpius em paz.

Hermione não falou nada, de modo que eu continuei a desabafar.

– Mas isso estava fácil de mais não é? - ri sem humor - Eu tinha que ficar apaixonada pelo meu sogro... - ri novamente e, uma lágrima escapou do meu olho direito - E agora, eu não sei como voltar para o futuro e nem sei se quero!

Eu deitei novamente em seu colo e ela automaticamente começou a acariciar meus cabelos.

– Eu não sei o que eu faço - continuei falando - E eu tenho medo de descobrir...

Meus olhos estavam pesando, mesmo eu tendo acordado há pouco tempo. Era sábado, de modo que não tínhamos que nos preocupar com aulas.

– Pode dormir Rose - escutei ao fundo, Hermione dizer.

– Mas... - comecei a protestar, com medo de voltar a sonhar com Draco e Scorpius daquela forma.

– Eu vou estar aqui - ela sussurrou como se soubesse que eu estava com medo - Não vou deixar nada acontecer com você...

Suas palavras se perderam ao longe, enquanto eu, finalmente, cedia ao sono.

Abri meus olhos, sendo cegada por uma forte luz. Pisquei um pouco, tentando me acostumar com a claridade e olhei ao redor. Estava novamente naquela sala escura onde sempre me encontrava com Scorpius, a única diferença, era que agora ela estava iluminada. Ele estava em um dos extremos dela, sentado em uma cadeira, sendo ocultado pelas sombras.

– Scorpius? - me aproximei dele.

– Rose! - ele exclamou, se levantando e vindo em minha direção.

– Por que sumiu? - perguntei enquanto ele me abraçava fortemente.

– Eu estava ocupado... - murmurou vagamente.

– Com o que? - minha curiosidade falou mais alto.

– Eu estava procurando uma forma de trazer você de volta - respondeu, me encarando.

Eu senti meus músculos endurecerem, tensos.

– E... - incentivei, com a voz falhada.

– Eu não consegui nada - suspirou pesadamente - Mas eu falei com o Teddy...

– Teddy? - o interrompi assustada. Teddy nunca falaria com Scorpius pacificamente, ainda mais com todos sabendo do nosso namoro.

– Sim, ele também está preocupado, e quando eu falei dos meus sonhos ele concordou em me ajudar - Scorpius explicou.

– Ah, entendi - falei. Teddy era uma espécie de irmão mais velho para mim, eu o amava como um.

– Ele acha que tem um jeito - ele murmurou distante - Mas ainda não é certo. Ele disse que precisa pesquisar mais, está pedindo ajuda para os colegas de trabalho dele, vendo se eles sabem de alguma coisa a respeito.

– E estão conseguindo algo? - perguntei um pouco temerosa.

– Não sabemos - ele bufou, irritado - São apenas suposições, não sabemos se funciona realmente, nunca ninguém tentou.

– E se não funcionar? - perguntei.

– Vai funcionar - ele disse confiante - Tem que funcionar...

– Estou com medo - admiti baixinho.

– Eu também, Rose - admitiu também - Isso é estranho sabe?

Eu o olhei sem entender, e ele continuou, rindo.

– Eu sou um Sonserino, não devia ter medo, nem ser tão... - ele parou um pouco, procurando a palavra certa - Bobo. É isso que eu estou sendo, pareço um Lufano ridículo - ele riu sarcástico.

Eu não sabia o que falar, de modo que apenas continuei a encará-lo.

– Você me mudou Rose - ele disse, sombriamente - E muito. Um Malfoy não deveria se permitir sentir um sentimento tão... Tolo. Um Malfoy não deveria amar.

Assim que ele terminou de falar, minha visão começou a escurecer novamente e seu toque, sumindo aos poucos.

– Scorpius? - chamei, abrindo os olhos e me encontrando novamente na minha cama, ainda no colo de Hermione, que mantinha os olhos fechados, aparentemente tinha dormido também.

Mexi-me inquieta, analisando o sonho e, fazendo minha mãe abrir os olhos lentamente.

– O que houve? - ela perguntou ao notar meu provável olhar temeroso.

– Scorpius... - murmurei - Eu tive outro sonho com ele.

– Outro? - ela perguntou confusa - Já teve sonhos com ele?

– Sim - respondi - Ás vezes eu sonho com ele, é real, eu sei que é - suspirei - Essa é a única forma de conseguir falar com ele.

– E o que ele disse? - perguntou curiosa.

– Disse que sabe um jeito, para eu voltar ao futuro.

– E qual é?

– Ele não disse - eu suspirei - Meu primo, Teddy, está ajudando. Mas não sabem se vai funcionar.

– Teddy?

– Afilhado do Harry - eu respondi.

– Ah - foi só o que ela disse.

– Eu estou com medo - confessei - Não sei se eu realmente quero voltar... Eu sei que esse é o certo, mas eu não consegui fazer o que eu queria por aqui, e Draco nem fala mais comigo...

– Então vai falar com ele - ela disse, simplesmente - Ele que vai fazer você se decidir, é por ele que você não quer ir embora.

Eu ia protestar, porém, ela foi mais rápida.

– Não adianta negar, Rose. É a verdade - ela falou, me olhando intensamente, de modo que tornava impossível de mentir - Vá falar com ele - ela repetiu.

Eu assenti. Ela se levantou da cama, indo em direção da porta.

– Boa sorte - desejou, saindo em seguida.

Levantei-me, indo procurar Draco. Já se passava das 17 horas, daqui a pouco o jantar seria servido e, apesar de não ter comido nada ainda, não sentia fome, minha ansiedade era maior.

Andei pelos corredores, e rapidamente o encontrei, indo em direção as masmorras, junto com seus capangas.

– Draco! - chamei, apressando o passo.

Ele fingiu que não ouviu, porém, apressou o passo também.

– Draco espera! - eu gritei, agora quase correndo - Eu preciso falar com você.

Ele continuou sem se virar, falando algo para Goyle.

– Draco! - segurei seu braço, o forçando a se virar - Será que você pode me atender? - eu perguntei irritada. Ele virou o olhar para mim, frio.

– O que você quer Bennet? - ele falou meu suposto sobrenome com ironia.

– Me escuta - eu falei ofegante - Por favor.

Draco olhou para os dois garotos, que olhavam sem entender e disse para eles irem embora.

– Precisamos conversar - eu murmurei, quando ele voltou seu olhar para mim.

– Não tenho nada para falar com você - ele disse, friamente.

– Mas eu tenho! - falei um pouco mais alto, irritada - Que saco! Eu tenho muita coisa pra falar.

Ele me olhava sem alterar a expressão fria em nenhum momento.

– Estou aqui - falou, com um sorriso irônico.

– Por que você está fugindo de mim? - eu perguntei.

– Não estou fugindo - ele respondeu, ainda com o sorriso.

– Está sim! Sempre que eu te chamo você me ignora, finge que não me conhece - eu falei, controlando minhas lágrimas, que, ultimamente, caiam por qualquer motivo.

– Talvez seja porque eu quisesse isso - ele murmurou.

– Você não queria me conhecer? - eu perguntei triste.

– Pouparia esforços - ele falou, sem me olhar.

– Esforços pra que? - indaguei confusa.

– Para te esquecer - Draco sussurrou tão baixo que eu duvidei que tivesse realmente dito aquilo.

– Como? -perguntei, pensando que tinha escutado coisas.

– Quando você voltar - ele começou, voltando o olhar frio para mim- Vai voltar tudo ao normal, você vai ser apenas uma lembrança, um sonho... Seria mais fácil se eu não tivesse te conhecido, menos doloroso do que tentar te esquecer.

– Talvez eu não tenha que voltar... - eu murmurei presa em seus lindos olhos da cor de gelo.

– Por que não voltaria? - ele perguntou, se aproximando mais.

– Se eu tivesse alguma coisa que me prendesse aqui, no passado, eu não voltaria - eu disse perturbada com a súbita aproximação dele.

– E isso é o suficiente? - ele perguntou, antes de se aproximar mais e selar nossos lábios em um beijo assustadoramente calmo.

– Talvez... - eu sussurrei, assim que nos separamos - Talvez seja.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!