O vento gelado me causava calafrios contudo eu não me importava e meu corpo, antes estático com a saída dele, escorregou se encostando na parede da torre de astronomia. As lagrimas escorriam livres pelo meu rosto mas há tempos desistido de secá-las. Meus olhos ardiam, tinha um bolo em minha garganta e inconscientemente um soluço escapou por ela.

Não sabia quanto tempo havia ficado naquele chão frio talvez fossem apenas minutos ou talvez horas, me sentia perdida e indefesa. Não entendia o propósito de minha vinda para esse ano, o que eu, uma garota estupida que se apaixonou pelo seu sogro, poderia fazer para juntar pessoas que tanto se desprezam? A resposta estava clara em minha mente: nada.

Escutei passos na escada, no entanto não importava quem estava subindo, estava ocupada de mais me lamentando pelo meu fracasso para me importar com algo além disso. Os passos se aproximaram cada vez mais e logo após braços quentes me abraçaram. Eram fortes e seguros porém não os tinha reconhecido. Fechei os olhos me perdendo naquela sensação quente que essa pessoa me proporcionava. Suas mãos me puxaram para seu colo e uma delas se postou em meu cabelo, acariciando-o.

– Xiii... - fez a pessoa me abraçando um pouco mais apertado.

Me sentei procurando reconhecer aquele que me abraçava, me deparei com olhos claros que me fitavam com preocupação e curiosidade. Seus cabelos eram cor de areia e sua pele era clara. Simas Finnigan.

– Obrigada Finnigan - sussurrei baixinho.

Ele apenas me fitou, seus olhos ainda preocupados e curiosos, mas não fez nenhuma pergunta.

– Pode me chamar de Simas - murmurou.

Assenti.

– Vamos? - perguntou se levantando e estendendo a mão para mim.

Peguei sua mão aceitando o convite. Ele me puxou, passando os braços em minha cintura em uma forma de me apoiar, e fomos para nosso salão comunal.

No caminho os corredores estavam vazios, aparentemente já havia dado o toque de recolher. Simas murmurou a senha para o quadro da Mulher Gorda que nos olhou indignada e falou algo sobre nos deixar do lado de fora da próxima vez enquanto abria a passagem.

O salão comunal estava deserto e o fogo crepidava deixando o ambiente confortável e aconchegante.

– Boa noite Bennet - murmurou Simas atras de mim.

– Boa noite, e pode me chamar de Rose - respondi enquanto ele subia as escadas para o seu dormitório, parando no meio da escada e me lançando um sorriso.

Em vez de ir para meu dormitório preferi me sentar perto da lareira. Não tinha sono e queria pensar um pouco.

Me deitei no sofá em frente à lareira e por um momento me perdi no fogo, apenas observando as labaredas em sua dança. Dos meus olhos caiu uma lagrima solitária A enxuguei rapidamente, não choraria mais hoje. Ainda olhando para o fogo me lembrei de quando eu estava nessa mesma sala, porém em meu ano e com meus primos.

Flashback ON

POV 3° pessoa.

A sala comunal da Grifinória estava lotada de Weasleys e Potters. Era mais uma reunião de família e todos estavam presentes. Rose se encostava em Albus que acariciava seus cabelos. Ao seu lado estava Dominique e em seus pés seu irmão Hugo. Na poltrona estava Thiago. Lily se sentava em um dos braços do sofá enquanto Roxanne se sentava em outro. Os demais se encontram dispostos pelo chão. O motivo daquela reunião? Ninguém sabia.

– É legal ficar aqui olhando para o nada mas eu tenho coisas melhores para fazer então alguém pode falar o que estamos fazendo aqui em um domingo? - perguntou Thiago.

– Thiago só tá assim porque tem um encontro com uma garota da cornival e depois uma da Lufa-Lufa hoje - murmurou Louis indignado.

– Claro priminho, o que eu posso fazer se elas me amam? - falou Thiago com um sorriso maroto.

Louis bufou.

– Mas ele tem razão, qual o motivo dessa reunião? - perguntou Molly II.

– Fui eu que chamei vocês aqui - falou Victoire - Eu queria fazer uma festa aqui em Hogwarts já que esse vai ser meu último ano...

Flashback OFF

POV Rose.

Lembro que organizamos tudo para a festa, alunos de todas as casas iriam. O problema foi que a festa foi tão comentada que chegou aos ouvidos da diretora que estragou com nossos planos colocando um professor na porta da sala precisa. Contudo isso não nos deteu e a festa acabou sendo no salão comunal da Grifinória. No final ela descobriu e tirou pontos de todos que estavam na festa e detenção para todos nós e alguns outros alunos que também a estavam organizando.

Sentia saudade dos meus primos e das confusões que nos metíamos. Queria tanto poder voltar para eles.

Me levantei e fui em direção ao meu quarto tentar dormir um pouco. Assim que o adentrei me joguei na cama com a mesma roupa que estava e apaguei.

Acordei atrasada no dia seguinte. Me arrumei rapidamente e desci para tomar o café. Me sentei na mesa da Grifinoria ao lado da Mione e de Tensy e em frente ao Harry e o Simas.

– Bom dia - cumprimentei todos.

– Bom dia - responderam em uníssono.

Simas me lançou um sorriso e eu o retribui tentando passar para ele minha gratidão pelo dia anterior.

Assim que comecei a comer, senti um olhar queimando em minhas costas e rapidamente me virei para olhar quem estaria me olhando tão profundamente e logo me arrependi.

Dei de cara com olhos cinza frios e enigmáticos. Meus olhos arderam ao se lembrar de como ele me rejeitou ontem na Torre de Astronomia e inconscientemente uma lágrima escorreu de meu olho direito. A enxuguei rapidamente mas ele notou pois me olhou novamente e em seus olhos eu pude ver um vestígio de algum sentimento, porém, foi tão rápido que eu não pude distinguir. Ele desviou o olhar e eu pude voltar a fitar minha comida.

Tentei comer algo mas havia perdido a fome, murmurei alguma coisa qualquer para meus amigos e saí do salão principal.

Apressei os passos, precisava ficar longe daquele mar cinza de frieza e indiferença. Não notei quando acidentalmente trombei com alguém fazendo a pessoa cair.

– Ei! - disse a garota.

– Desculpe - murmurei.

– Rose? Tá tudo bem? - perguntou Carol se levantando.

–Tudo, eu só queria um pouco de ar... - respondi - Depois a gente se fala.

– Tudo bem - falou sem entender muita coisa.