Edge Of Time escrita por Brothers_D


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Drama, drama~~



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Desculpe...”

Você acha que isso é suficiente!? Acha que isso apaga tudo!?” Soluçou no final da frase. “Droga! Droga! Droga! Mil vezes droga!” E começou uma série de socos.

Gael era fraco. Não, ele não era fraco. Ele só não gostava de ver seus parentes chorando. Principalmente Allan. Porra! O garoto mais novo nunca chorava! Nada o abalava ao ponto de fazê-lo chorar... Ninguém conseguia fazê-lo chorar...

...

Ah, é mesmo... Ele conseguia... E conseguiu. Talvez fosse por isso que não revidou os socos que estava levando.

Sabia que seus irmãos ouviriam o que estava acontecendo. Sabia que eles iriam vir aqui. E sabia que eles iam separá-los. Allan limparia as lágrimas, saindo pela porta e não voltando por um bom tempo. Seus irmãos o olhariam com repreensão e ele choraria no colo do Elliot, como sempre.

E como ele gostaria que isso ocorresse assim.

Abriu os olhos, percebendo estar no meio de uma reunião. No meio de uma reunião chata. E nossa, como Alfred falava. Ele não parava. Não, ele parava sim. Só para brigar com Arthur. Ai os outros países brigariam entre si e Alemanha botaria ordem em tudo. Fim. E por que ele estava ali mesmo?

Passou seus olhos pelos países, cada qual brigando ou falando com o parceiro ao lado. Foi quando seus olhos encontraram os de Allan. Não soube quantos minutos ficaram de encarando, só sabia que quando Ludwig gritou, falando para todos calarem a boca, ambos desviaram o olhar.

...

Foram os muitos “talvez” que o fizeram sair da sala de reunião. Não sentiriam sua falta. Ou sentiriam, depois de 3 horas falando sobre bobagens que ele estava cansado de ouvir. Seguiu pelo extenso corredor, tentando encontrar uma sala vazia.

E encontrou. Era pequena, não muito decorada. Mas bonita. Tinha um pequeno sofá no meio da sala, de cor vermelha sangue, em frente a uma pequena mesa de centro, e nela, alguns copos vazios, alguns pela metade e outros no final, todos com bebidas alcoólicas e algumas garrafas de bebidas pela mesa e pelo chão. E à frente dessa mesinha de centro, uma mesa com vários papeis, algumas canetas, lápis, borracha e carimbos.

Obviamente, havia uma cadeira atrás dessa mesa, que encontrava-se desarrumada. E logo atrás uma janela, com sacada. E, numa parede ao lado, encontrava-se uma estante com os mais variados gêneros de livros.

O país ou continente que 'ficava' com essa sala não parecia muito arrumado, e depois de algum tempo, concluiu, provavelmente deve viver perdendo suas coisas pela falta de arrumação. E após pensar isso, um moreno de cabelos negros e olhos azuis, bem vividos, apareceu em sua mente. Balançou a cabeça, tentando evitar(ou expulsar) pensamentos e lembranças, que ele sabia, viriam com esse rosto muito conhecido.

Por que tudo que ele constatava ou via o fazia lembrar do Norte? E por que sempre que se lembrava dele, ficava deprimido?

Bem, se fosse para ficar deprimido, que fosse para ficar deprimido com estilo.

Dirigiu-se a estante de livros, procurando por algum que lhe chamasse a atenção. E encontrou, porém, não o alcançava. A melhor idéia seria pegar a cadeira para ficar mais alto e conseguir pegar o livro. Mas Gael não pensou nessa hipótese e simplesmente tentou-o obter por conta própria.

Ele ficou com um galo na testa.

“Shit” Se levantou com um pouco de dificuldade, praguejando baixinho, vendo a bagunça que tinha feito. E só agora a idéia de pegar a cadeira para ajudá-lo passou pela sua mente. Foi nesse ponto que ele percebeu que podia escrever um dicionário de palavrões.

E novamente, um moreno de olhos azuis, conhecido popularmente com América do Norte, também chamado de Allan, surgiu em sua mente.

Você poderia escrever um dicionário de palavrões assim, Gael” Riu

Bateu em sua própria cabeça, ignorando esse lampejo de metade de uma memória. Ele nunca admitiu para ninguém, nem para si mesmo, que concordava com Allan. Possivelmente, fosse esse o motivo de ter feito o moreno sofrer tanto, e também, fosse esse maldito orgulho que separara ele do Norte.

É, agora sim ele estava realmente deprimido.

Ele já ia começar a devolver os livros para seus devidos lugares e se contentar só com a bebida quando viu um livro grosso, de capa dura, preta com o título em letras grandes em cor dourada e velho, muito velho.

Talvez fosse pela sensação de querer saber qual era a história desse livro e a nostalgia que sentiu ao vê-lo, que o fez pegá-lo. Ou talvez só fosse a curiosidade. Guardou os outros livros e por fim, resolveu ver o título com mais atenção:

F A M U L U S

Franziu a testa e a sensação de nostalgia, de curiosidade e de saber o que esse livro escondia. Porém, antes de conseguir folhear o livro, a porta foi aberta e por ela entrou Allan.

O moreno piscou. O loiro continuou o fitando. Ambos se encaravam. Fazia tempo que não ficavam sozinhos, principalmente numa sala vazia. Foi quando o americano percebeu que o europeu continha um livro nas mãos, aquele livro.

Ele entrou em desespero, mesmo que por fora não demonstrasse isso.

“Me devolva o livro e fora daqui.” Sua voz saiu fria, ríspida. Uma voz que não aceitava questionamentos. Ela era autoritária.

O loiro suspirou, e mesmo que sua face mostrasse desinteresse, Allan percebeu, só de olhar nos olhos do mais velho, que ele estava magoado. Ele quase fraquejou, no entanto, o quase continuava ali. O europeu colocou o livro em cima da mesa e caminhou em direção ao americano.

“Desculpe...” Gael murmurou baixo, enquanto passava pelo americano, o outro, entretanto, ouviu.

Foi só quando se viu sozinho que se deixou cair no chão, ajoelhado e começar a chorar. Doía tanto, mas tanto. Era insuportável. Se levantou e se aproximou do livro, que antes encontrava-se nas mãos de seu irmão. Abraçou-o com força enquanto as lágrimas caiam.

Céus, a sensação de nostalgia junto com a dor estava fazendo estragos dentro de si. As lágrimas não paravam. Seu coração parecia que ia quebrar-se de novo. Sua alma gritava, ela desejava voltar no tempo. Ela desejava voltar para Gael. Seu corpo, sua mente, sua alma e principalmente, seu coração, desejam isso.

Abriu o livro, numa página qualquer e logo se arrependeu. Jogou o livro no chão e saiu correndo. O livro, todavia, não mudou de página.

Era uma foto, antiga, ainda bem conservada. Nela, um moreno e um loiro encontravam-se abraçados, sorrindo, mesmo que o loiro um tanto mais contido. Ambos ainda ignorantes em relação ao futuro. Ainda ignorantes em relação a dor que teriam que suportar. Era esse foto, tão dolorosa, que os fazia desejar voltar no tempo, fazer as coisas diferentes e serem felizes.

Eles desejavam sorrir uma vez mais.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Quis dar um drama e como deu para perceber a relação de Gael e Allan não parece muito boa~~
Adoro fazer meus personagens sofrerem, haha