Mestiça - a Uniao dos Mundos escrita por AzeVix


Capítulo 57
Capítulo 57: Pov Jenk




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Pov Jenk

 

Depois da breve ligação da Bella eu consegui ficar mais tranquilo, não completamente despreocupado é lógico, mas ouvir a sua voz e saber que ela estava bem me deixou mais aliviado. Respirei fundo mais uma vez para me acalmar, eu queria ir atrás dela e ver, com os meus próprios olhos, que ela estava realmente bem. E por que diabos ela sumiu esses dias?

Será que foi alguma coisa grave? Não, acho que não. Ela estava bem calma no telefone, só espero que ela continue serena quando encontrar com a Jane no hospital.

Ao pensar na Bella perto da Jane mais uma vez tive vontade de socar alguma coisa. Por que a guarda da Bella tinha que cair justo na mão deles? Eles não a merecem!

Trinquei os dentes. Eu já não gostava nem um pouco da Jane, mas agora que ela fez aquela palhaçada com a Bella o meu ódio por ela aumentou drasticamente. Eu juro que se ela sair da linha mais uma vez e machucar a Bella eu mesmo me encarrego de dar uma lição nessa Janedosinfernos.

Deixei meus pensamentos de lado com a voz da Nanny vindo da secretária eletrônica.

— Jenk, tem um homem te chamando na linha dois, disse que é muito importante. – ela me informou.

— Obrigado Nanny. – agradeci pegando o telefone e o pressionando na orelha logo depois de apertar o numero ‘2’ no teclado.

— Jenk Smith.

— Jenk, aqui é Carlisle Cullen. – disse um homem apressadamente do outro lado da linha.

— Mas que surpresa senhor Cullen, o que o fez me ligar? – perguntei curioso me sentando direito em minha cadeira. Escutei ele suspirar do outro lado da linha.

— Preciso que você venha á minha casa, é urgente. – o tom de sua voz fez minhas mãos tremerem, tinha algo errado.

— O que aconteceu Carlisle? – exigi me levantando da cadeira. Por favor, que não seja nada grave. Por favor, que não seja nada grave.

— Eu sinto muito Jenk. – disse ele com a voz estragada, meus ouvidos zuniam, de algum modo eu sabia o que ele diria a seguir. – É a Bella.

A sua fala foi a confirmação dos meus temores, dei um passo involuntário pra trás. Algo ruim tinha acontecido a minha Bella, esse pensamento fez meu peito se aquecer de uma forma desagradável e a minha cabeça começou a girar dolorosamente.

— O que aconteceu? Onde ela está? – fiz rapidamente as primeiras perguntas que apareceram em minha mente, nem eu mesmo reconhecia a minha voz naquele momento.

— Nós não sabemos ao certo. Minha filha Alice viu Bella e Edward na floresta,  eles estavam vindo pra cá e foram atacados por leões perto das montanhas. A ultima coisa que Alice viu foi ambos desacordados e muito feridos em algum lugar da floresta. Venha pra cá, não sabemos qual é o estado deles e ninguém melhor do que você pra ajudar a Bella agora. – Carlisle falou tão rápido que eu tive dificuldade para juntar as palavras em algo coerente, mas algo ainda martelava furiosamente meus pensamentos.

— Carlisle... Ela esta... Viva? – cada palavra arranhou em minha garganta, tive que falar pausadamente para que as palavras saíssem.

— Sinto muito Jenk, mas eu realmente não sei. Mandei meus filhos atrás deles agora mesmo. – suas palavras não me acalmaram em nada.

Senti como se meu coração estivesse se contraindo da forma mais dolorosa que já senti. Minha Bella estava em algum lugar, machucada e desacordada e eu nem ao menos sabia se ela estava viva ou não. Só de pensar nessa hipótese senti meu corpo esfriar, ate meu coração gelou, senti medo e meus olhos marejaram.

— Jenk? – a voz de Carlisle era de preocupação do outro lado da linha.

— Chego ai em cinco minutos. – disse com a voz fraca, meu peito ainda doía bastante. Não dei tempo para que Carlisle me respondesse, desliguei o telefone e sai praticamente correndo da minha sala. Bati a porta atrás de mim e dei passos largos ate a porta de saída.

— Jenk! O que houve? – a voz da Nanny veio de trás de mim, me virei em sua direção.

Ela puxou o ar como se estivesse assustada e me olhou espantada e um com um pouco de dor, foi nesse momento que eu percebi que estava chorando. Passei as costas da mão para secar meu rosto rapidamente e quando dei por mim Rayane estava bem na minha frente.

— Jenk, o que houve? – perguntou ela devagar, eu olhei em seus olhos. A principio eu não queria dizer nada, queria apenas sair dali, ir atrás de Bella, mas quando percebi a tristeza e preocupação em seu olhar... Eu não podia simplesmente sair dali, ela também sofria com a minha dor e isso não era justo.

— É a Bella. Ela foi atacada na floresta... Não sei em que estado ela esta. – minha voz ainda era baixa e estranha, minha garganta não parava de arranhar.

Rayane arregalou seus olhos completamente preocupada, me surpreendi quando senti seus braços pequenos e firmes a minha volta. A abracei meio atordoado, o estranho foi que eu me senti bem ali em seus braços, eu não queria solta-la, ter seu corpo pressionado contra o meu naquele momento foi estranhamente bom, ter a sua cabeça escorada em meu peito me deixou melhor. Eu não queria solta-la nunca mais. Mas eu não podia ficar ali, tinha q ir ver a Bella.

 

— Não se preocupe, eu cuido das coisas por aqui, vá atrás dela. - disse Rayane antes de eu sequer pensar em algo para dizer. Sua frase me alegrou minimamente, eu não podia simplesmente sair, alguém precisava cuidar das coisas por ali. Agradecido pela atitude dela eu a abracei mais forte sussurrando um obrigado em seu ouvido e beijando sua bochecha antes da gente se afastar. – Me dê notícias dela quando a encontrar. - pediu ela.

— Darei, obrigado pela preocupação. - agradeci sinceramente.

— Não por isso.

Sorri pra ela antes de me afastar mais e correr até a porta. Sem falar nada com mais ninguém eu entrei em meu carro, apoiei as mãos no volante cerrando os punhos e fechando os olhos com força. Eu tinha que, pelo menos, saber se ela estava viva ou não…

 

De perto não posso vê-la,

De longe quero senti-la,

Ligue-me a ela

Para que eu viva o que ela vira.

 

Falei o feitiço mais baixo do que um mero sussurro e me concentrei na Bella, buscando-a aonde quer que estivesse. Logo as emoções dela tomaram conta do meu corpo, medo, confusão, uma vontade enorme de proteção, senti meu corpo ficar tenso… Eram emoções fortes que logo foram substituídas por uma dor dilacerante e agonia. Senti em poucos segundos tudo o que havia acontecido com ela, senti partes do meu corpo sendo rasgadas, senti me arrancarem parte do pescoço e ombro, senti meus braços e pernas queimarem dolorosamente, não demorou muito para que eu sentisse algo como se estivesse me puxando para a escuridão, para o nada.

Mas eu sabia, ela estava viva, ao menos por enquanto, ela precisa de ajuda, tenho que achá-la antes que o pior aconteça.

Quando as emoções dela saíram de mim foi como se eu tivesse levado um choque elétrico, meu corpo todo deu um solavanco me fazendo voltar ao presente. Respirei com dificuldade enquanto os pneus cantaram abaixo de mim me afastando da escola o mais rápido possível.

A entrada para a casa dos Cullen ficava a margem de uma das florestas de Forks, se você não prestasse a devida atenção nem perceberia a estrada que era coberta por plantas e alguns galhos de árvores.

Era a primeira vez que eu ia à casa dos Cullen então não sabia o que esperar de uma casa de vampiros, mesmo assim fiquei surpreso ao me deparar com uma casa enorme estilo mansão no meio do nada. Parei o carro de qualquer jeito na frente da casa e sai, Carlisle já me esperava na escada junto com sua esposa.

— Obrigado por vir. - disse ele, mas seu olhar estava distante, como se ele já esperasse o pior.

— Ela esta viva Carlisle. - falei não muito contente, ela ainda não estava morta, mas eu não sabia quanto tempo mais ela tinha.

— Como você sabe? - quis saber a esposa dele, Esme.

— Digamos que nós temos um tipo estranho de amizade, eu posso sentir quando ela está mal.

— Menos uma coisa pra nos preocupar. - sussurrou ela. Notei facilmente que tinha algo mais ali, algo que eles não me contaram.

— O que quer dizer com “menos uma coisa”? - perguntei confuso. Carlisle desceu as escadas se postando mais perto de mim.

— Também não sabemos o estado do Edward… - sussurrou ele preocupado.

— Mas ele é um vampiro. Não tem como ele morrer por causa de um ataque de animal. Ou tem? - ele suspirou à minha pergunta.

— Não é uma coisa fácil de conseguir, mas não é impossível. O nosso corpo produz uma substância de regeneração, essa substancia fica no nosso sangue, assim percorrendo todo o corpo. Mas se perdemos muito sangue o corpo não consegue se regenerar, e assim morremos. - concluiu ele por fim. Eu sabia que os vampiros se curavam, mas não sabia como. Esme se aproximou do marido, seu rosto transmitindo com clareza seu sofrimento.

— Quando Alice o viu, ele havia perdido muito sangue e não se mexia. - sussurrou ela com a voz falha. Carlisle fez uma careta de dor ao ouvir sua voz e se aproximou dela abraçando-a.

— Vai ficar tudo bem, você vai ver. Eles vão trazê-los para nós. - apesar das juras e promessas, ele se esforçava para acreditar em suas próprias palavras. Eu queria poder fazer algo, queria poder ajudar, saber se ele estava bem, mas eu não o conhecia o bastante para fazer qualquer feitiço. Me senti inútil, mesmo ele sendo um vampiro eu me sentia no dever de ajudá-lo, mas não tinha como. A única coisa que eu podia fazer era esperar eles chegarem, e assim ver se eu podia fazer algo, pelos dois.


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