Wanted Dead Or Alive escrita por ALima


Capítulo 24
Capítulo 23 - De volta a realidade


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui terminar esse capítulo. Quem gosta de romance Stéfano e Alicia, sinta-se recompensado nesse capítulo. É sempre bom as coisas irem bem antes de uma bomba... Ops, só lendo pra saber XD. Não abandonem a história. Eu não abandonei.
XOXO,
Lima.



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Alicia estava parada na varanda observando o mar. Aquele se tornara há muito seu passatempo favorito. Era uma chuvosa manhã de domingo, e o mar estava enfurecido. Todos na casa ainda dormiam naquele início de manhã tão cinzento. Não soube especificar por quantas horas ficara ali, pensando na vida, em todas as coisas. Só soube que em determinado momento ela ouviu aquelas passadas tão conhecidas se aproximando.

- Você já está aí há muito tempo? – perguntou Stéfano.

- Pra ser bem sincera, nem eu mesma sei. – ela respondeu sem muita vontade.

Ficaram em silêncio por alguns momentos, e então Stéfano saiu para a chuva. Alicia pensou que ele estava louco, até ele puxá-la também.

- Você ta bem, Stéfano? Que ousadia é essa, me puxando pra essa chuva fria sem ao menos saber minha vontade...

- Qual é, eu sei que você estava morrendo de vontade desde o princípio. Além do mais, não existe nada melhor do que tomar banho de chuva... Ajuda a lavar a alma.

Alicia olhou para ele com uma cara que dizia “morra”.

- Você nunca tomou banho de chuva antes, Alicia?

- Não... Eu nunca precisei.

- E depois você ainda diz que quer aproveitar a vida...

Ela sorriu de canto e se deixou levar por ele, sentindo os pingos gelados contra sua pele. Mas amando cada minuto daquela sensação.

- Pela primeira vez na vida eu preciso concordar com você... É muito bom!

- Vamos lá, liberte-se, tira essa tensão de dentro de você... Eu sei que você não está bem durante esses dias, mas você merece ser feliz... Você merece ser feliz agora!

Ela se encheu dessas palavras e começou a correr na areia molhada, de braços abertos, gritando uma vez ou outra. Stéfano a acompanhou, correndo e gritando também. E como numa cena de filme romântico, debaixo daquela chuva, eles se beijaram mais uma vez.

Porque ninguém sabe prever o que pode acontecer...

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Diana não conseguia mais ficar enfurnada naquele hospital, olhando para o teto. Ela queria sair de lá rápido, voltar sua vida ao normal, ou pelo menos tentar. Talvez sua vida nunca mais fosse normal, mas ela tinha motivações para continuar... Ela jamais descansaria enquanto não descobrisse em que seu marido estava metido. Sua curiosidade jornalística, assim como prendeu Stefano à Alicia, acabou prendendo-a a Luis.

E ele havia sumido. No pouco tempo que ela o viu no hospital, ele se mostrou totalmente impaciente e nervoso. Sempre no celular, sempre escondendo alguma coisa. Ele acabou deixando-a sozinha na maior parte do tempo que ela esteve no hospital. Sem nada melhor para fazer, num papel e caneta que ele deixou lá, ela começou a esboçar alguns desenhos. Logo se cansou disso também, e aproveitando o papel, começou a escrever todas as coisas que ela descobrira sobre o marido nos últimos tempos, tentando achar alguma coisa que ela pudesse ter deixado escapar.

1- Ele queria a morte de Alicia Bellucci e de seu tio, Daniel Bellucci.

2- Ele fazia parte de alguma organização ou seita

3- Ele tinha poucos ou inexistentes arquivos sobre sua infância ou adolescência.

4- Ele era capaz de matar e era dissimulado.

Essas últimas anotações fizeram com que ela se sentisse meio mal. Tomou um copo de água e procurou se acalmar. Mas seus batimentos aceleraram bastante. Naquele momento, Luis entra no quarto.

- Olá minha querida, está se sentindo melhor? – ele perguntou.

- Estou sim, querido. Cada dia melhor... –ela respondeu, tentando parecer doce.

- Estou sentindo sua falta em casa... Ah, aquela casa não é nada sem você! É tão vazia...

- Eu também estou morrendo de saudade de casa... Não agüento mais ficar nesse hospital. – O que não era realmente uma mentira. Mas como casa, ela pensava no pequeno apartamento em que morava antes, e não na ostensiva cobertura de luxo de Luis.

- Você vai sair logo, logo daqui. E então nós iremos passar uns dias viajando, conhecendo o mundo... Você pode escolher para onde. Vamos fazer tudo do seu jeito, ok?

Só de pensar em uma semana sozinha com Luis, ela começou a ficar enjoada. Ela não queria nada daquilo. Só descobrir a verdade e cair fora. Pra um lugar tão longe que ninguém em toda Itália ouvisse sobre ela. Mas por enquanto, era obrigada a mentir.

- Acho ótimo, querido. Eu sempre quis visitar a América do Sul, seria uma oportunidade incrível.

- Combinado então! Mas por outro lado... Preciso te dizer outra coisa. Recebemos uma ligação de um investidor que está interessado na revista... Mas ele quer que eu vá até ele em Londres. Estamos praticamente de acordo fechado.

- Londres? Por quanto tempo?

- Uns quatro ou cinco dias. Só que eu não quero te deixar sozinha. Por isso, eu providenciei alguém pra cuidar de você.

Entra naquele momento uma mulher loira e alta, de meia idade, usando um vestido de alta costura e com um sorriso jovial.

- Mãe?

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Mais um dia chegava ao fim em Mondragone. O tempo ainda estava ruim, mas o humor de Alicia não estava. Ela estava vivendo uma nova fase, de redescoberta de si mesma. Ela não gostaria de admitir para ninguém, mas estava se apaixonando, algo que ela jamais pensara ser capaz de sentir. Era um mundo novo, e ninguém poderia detê-la. Ela nem se lembrava mais daquela velha vida de Palermo, com o luxo e a riqueza. Os bailes de gala, tantos fins de semana no iate do tio bebendo champagne. Não se lembrava mais da adrenalina de disparar um tiro contra alguém, nem do quanto amava Paris. Ela vivia o aqui e o agora, sem se importar mais. Ela queria aquilo para sempre.

Giovanni havia ido à casa da namorada. Ela e Stéfano estavam trabalhando, cada um em seu computador, sem trocar nenhuma palavra, mesmo depois de todo o ocorrido mais cedo. Até que Stéfano quebrou o silêncio.

- Esse Luis está cada dia mais estranho. Saiu uma notícia aqui em um site, que diz que a revista está passando por uma grave crise. Ele está recorrendo a novos investidores para salvá-la.

- E onde está seu espanto nisso? É uma coisa comum...

- Alicia, quando eu saí de lá a revista ainda era uma das mais vendidas da Sicília. Tínhamos muito dinheiro em caixa, muito mesmo. Ele não pode ter falido uma revista daquele porte em tão pouco tempo...

- Talvez você tenha razão. Precisamos investigar isso também. Tudo o que reunirmos contra Luis será essencial. Aquele homem me deve muitas explicações. E ele vai me falar uma por uma.

- Eu teria medo se fosse ele, hein. – ele riu.

Ela não pode evitar rir também. Levantou-se do sofá, indo até a cozinha pra preparar algo para comer. Deteve-se na janela da sala, olhando pras ondas mais uma vez. Aquilo a deixava relaxada. Era incrível.

- É realmente uma linda paisagem, né? – disse Stéfano logo atrás. Alicia se assustou, nem havia percebido que Stéfano se aproximara. Quando ela se virou, os dois estavam próximos demais.

- Stéfano... O que ta acontecendo com a gente? – ela perguntou totalmente rendida, confusa.

- Não sei... Eu só sei por mim, e eu amo você, Alicia. Não sei se é o que você gostaria de ouvir, mas é a verdade. E faz muito tempo.

 Ela o abraçou com sinceridade. Lágrimas ameaçavam cair, mas ela jamais permitiria que isso acontecesse.

- Eu não sou muito boa em me expressar, Stéfano. Vivi minha vida inteira calada, retraída, convivendo sozinha com meus próprios sentimentos. Nunca acreditei de verdade em ninguém. Nunca tive nada sólido em minha vida. Eu era uma bomba prestes a explodir. Depois que eu me libertei de tudo aquilo, me sinto muito mais leve, sabe? Agora eu sei o que é viver de verdade. E você tem feito parte dessa nova fase da minha vida. Provou que eu podia confiar em você, mesmo eu não querendo confiar. Você e o Giovanni são de longe as pessoas mais especiais pra mim. E não quero perder nenhum de vocês dois. Vamos ver o que acontece...

E ele não pôde se conter e acabou encontrando seus lábios mais uma vez.

Mas como nada pode ser perfeito, alguém fez barulho lá fora. Bateram na porta. Eles não esperavam ninguém. Giovanni tinha a chave. A casa era afastada da cidade, ninguém nunca os procurara ali antes. O coração de Alicia acelerou. Sentiu um alerta tomando conta de si. Por precaução, rapidamente abriu a gaveta do aparador que ficava na sala, tirando do fundo falso uma arma. Sua Colt Phyton favorita. Escondeu-a sob a blusa. Mandou Stéfano se esconder na cozinha e pegar uma faca. Desejou que não fosse nada, quando foi abrir a porta.

Do lado de fora, havia duas pessoas. Duas pessoas que vieram relembrá-la de que ela ainda era Alicia Bellucci, e que tinha contas a acertar. Não poderia passar a vida fugindo. Duas pessoas que vieram despertá-la do sonho em que estivera vivendo. Duas pessoas que ela queria que jamais aparecessem ali.

- Alicia? É você mesmo? Como você mudou!

Sem pensar duas vezes, ela apontou a arma para os dois homens.

Daniel e o Conselheiro estremeceram enquanto tentavam entender a situação.

- Melhor terem uma ótima explicação para isso tudo. Porque vão precisar dela se quiserem sair daqui vivos.

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Notas finais do capítulo

E então? Surrpesos com o final? Aguardem o próximo capítulo de WDOA em breve.



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