Uma História, Muitas Vidas escrita por Joayres


Capítulo 4
IV - Começam as Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Acho que a falta de comentários não é desmotivo para continuar postando, certo?! ^^

Grato aos que ainda lêem...



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Longe dali, os Traquinas precisavam de mais uma vítima:

_ O que é dele está guardado... – Carliotuco, depois de ver o trio se afastar – Mas o que vamos fazer agora?! Eles eram nossas últimas “companhias” em potencial.

_ Não pode ser... Temos muitos amigos, para eles serem os últimos da lista!

_ Tem só mais uma pessoa que ainda não procuramos:...

_ Mariana! – Interrompeu Carliotuco, como se tivesse encontrado a coisa mais óbvia do mundo.

_ Isso! Vamos atrás dela! Aposto que ela está em casa!

_ Não, não estou!

O susto dos dois ao verem foi tão grande que um só não subiu no outro, porque os dois tentaram fazê-lo e quase caíram. Eles só não notaram que a partir de então estavam sendo observados.

_ O que os dois querem comigo?! – inquiriu com tom severo, porém com uma expressão amena no rosto.

_ Bruxa! – gritaram em uníssono.

_ Parem de palhaçadas, que eu não estou pra isso! – dessa vez com voz amena e expressão severa – O que queriam comigo?

_ Nada... – Começou Carlituco

_ Só não tínhamos ninguém para conversar e estávamos carentes! – continuou Felizberto, com notável tom de zombaria, fingindo carência. – E parece que todos já tinham planos para hoje! Aí nós íamos atrás da companhia mais bondosa que conhecemos!

Van Pata não conteve o riso.

_ Mas eu também não estou pra vocês, hoje. – já em tom descontraído, mas com expressão de tédio – Viram o Von por aí?!

_ Ele acabou de sair daqui, nesse instante! – Felizberto, apontando com o polegar direito a direção que os amigos tomaram.

_ É... – Carliotuco – Foi com o trio, dizendo que iam para a casa dele.

_ Mas não pode ser! – Van, com o olhar distante – Acabo de vir de lá! E a casa dele fica naquela direção! – apontando a direção oposta a que Felizberto mostrara – Querem saber? Eu vou com vocês! Cansei de procurar esse homem!

E os três começaram a andar rindo na direção da casa de Mariana, onde sua irmã já estava dormindo.

***

_ Glacê!

_ Glacê!

_ Glacê!

_ Glacê!

_ Obrigado!

_ Obrigada!

_ Obrigado!

[...]

_ Chocolate ralado!

_ Chocolate ralado!

_ Chocolate ralado!

_ Chocolate ralado!

_ Obrigado!

_ Obrigada!

_ Obrigado!

[...]

_ Chantili!

_ Chantili!

_ Chantili!

_ Chantili!

_ Obrigado!

_ Obrigada!

_ Obrigado!

[...]

_ Cerejas!

_ Cerejas!

_ Cerejas!

_ Cerejas!

_ Muito obrigado!

_ Muito obrigada!

_ Muito obrigado!

A ordem era a seguinte: Cleber, Alice, Von Pato, Alice, Cleber, Alice, Von Pato. Depois de mais um último “[...]”, um grito uníssono:

_ Finalmente!

Seguido de murmúrios:

_ Meus parabéns! Meus Parabéns! – os três revezando entre apertos de mão

_ Doutores, – brincou Cleber – o experimento está pronto!

O processo para fazer aquele bolo realmente parecia cena de filme: os três, em torno da mesa, um ao lado do outro, cada um com um avental verde, uma toquinha de banho, luvas cirúrgicas... Parecia realmente uma versão cômica de um transplante, ou qualquer coisa assim. Principalmente por causa da cobertura de morango que coloria os aventais, aparentando sangue.

Aquele bolo foi, até poucos minutos depois disso, uma verdadeira obra de arte. Todos participaram, principalmente da fase de acabamento, em que Cleber fez o esboço do rosto de cada um deles, com cobertura de chocolate e glacê. Depois despejou o chocolate ralado em torno, como se fosse purpurina e finalizou com uma margem de chantili... Tudo muito bom e muito bonito... Até que Cleber não resistiu e, depois de lavadas as mãos e guardada a louça que não estava mais sendo usada, tirou um tremendo pedaço de bolo com a mão mesmo e nem se preocupou em pegar prato. Von Pato faria o mesmo, mas Alice foi mais rápida e tirou a travessa do alcance dos dois.

_ Tem uma dama presente, esqueceram?! Eu tenho preferência!

Vendo que não teria muito tempo antes da reação dos dois, correu pegar um prato que usou para cortar um pedaço no canto oposto ao que Cleber tinha tirado o dele, e se afastou, porque sabia no que aquela atitude ia resultar:

_ Se você quer tanto, então toma!

O pedaço  que Cleber lançou passou a três centímetros do cabelo de Alice, que olhou fingindo um ódio tão grande, que Cleber até pensou que ela não tinha gostado da brincadeira. Mas ele era bom em perceber o semblante das pessoas e imediatamente depois notou a sutil mudança de um olhar com ódio, para um olhar vingativo e se abaixou em tempo de ver o pedaço que Alice atirou com prato e tudo, acertando em cheio a nuca de Von Pato, que estava distraído cortando um pedaço para si. A sorte é que o bolo tinha várias e fartas camadas, ou ele teria se machucado feio... Mesmo com aquela aparência tosca, Alice poderia ser comparada a uma desportista, se algo mudasse seu estado de humor grandemente. E ela estava grandemente feliz, quando na companhia de seus dois melhores amigos.

Quando percebeu a força com que lançou o prato, correu, com o rosto mais vermelho que as manchas em seu avental, e foi socorrer o amigo, que estava mais confuso que machucado, mas fez um doce, para distrair a amiga, enquanto Cleber se aproximava com um pedaço preparado. Alice não era boba e notou o fingimento do péssimo ator que era Von Pato. Mas decidiu que ia se vingar na mesma moeda. Ela poderia ter desviado em tempo, mas se deixou atingir (em parte, porque a consciência acusava de ter sido muito rude com Von, que, até então nem tinha entrado na história). Cleber melou todo o cabelo de Alice, da raiz à ponta. Ela só esperou que Von começasse a rir, para iniciar o plano de vingança.

Os olhos cheios de lágrimas, os lábios trêmulos, os soluços... Qualquer um diria que ela ia chorar. Mas assim que Cleber começou a pedir desculpas, acompanhado de Von, Alice não se conteve e começou a gargalhar como se aquilo fosse a coisa mais engraçada que tivesse visto na vida.

A cena se prolongou por mais alguns minutos, e Alice já estava limpando os cabelos quando o som da campainha ecoou. Já era tarde e eles já estavam se preparando para se despedirem, então aquilo foi um tanto quanto inesperado. Cleber atendeu com um pedaço do bolo na mão, que quase deixou cair, quando engasgou de susto e preocupação.

Paradas à porta, as irmãs Almeida estavam pálidas, acompanhadas de Amanda. Essa última parecia ser a única que mantinha algum controle emocional. Fosse o que fosse, os fatos presenciados por elas três deixou Bianca, que sempre controlou seus ímpetos e até Mariana, que nunca tinha demonstrado o mesmo sentimento no rosto e na voz, mas naquele momento gaguejava pálida, como se fosse desmaiar. Cleber ficou tão preocupado, que nem se lembrou de pedir que as amigas entrassem e logo perguntou, quase gritando:

_ O que aconteceu?! Vocês estão bem?!

_ Quem é, Cleber – Alice, com tom preocupado – Porque você engasgou desse... – interrompeu a pergunta ao ver o estado das amigas e imediatamente fê-las entrar, sem dizer nada. Simplesmente as puxou, uma de cada vez e, logo depois de olhar para os dois lados, fechou a porta.

_ O que aconteceu?! – Repetiu Cleber, já sem paciência.

_ Se preparem, é uma história longa e cansativa, mas precisa ser contada inteira – Amanda.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando desse começo...

Eu mesmo, confesso que não gostei muito de ter relido... Acho que prolonguei demais esse começo!

Mas pra uma "primeira" tentativa, acho que está bom demais!

Até breve com mais um capítulo...



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