Rosa de Vidro escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 20
Capítulo 20 - União dos mundos


Notas iniciais do capítulo

Ainda não é o último! =D



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Capítulo 20 – União dos mundos

          - Ela já parece bem melhor.

          - Mas essa neve faz com que ela e ele também continuem frios.

          - Essa neve é o nosso mundo, não nos faz mal algum. Assim como Ichigo pode respirar debaixo da água quando o mundo de vocês está alagado.

          Ele analisou a resposta dela por alguns segundos e entrou em outro assunto.

          - É incrível... que estes dois mundos tenham se unido dessa forma, mesmo com os dois inconscientes. Eu nunca vi isso acontecer.

          - A ligação deles sempre foi fortíssima. Tanto que pude descobrir a identidade dele quase de cara na primeira vez que o vi. Ele queria protegê-la por tudo no mundo e se recusou o tempo todo a me entregá-la, por mais que eu o tenha atacado.

          O shinigami ruivo ouvia a conversa em vozes distantes, não conseguia raciocinar, mas sabia que já as ouvira antes. Começou a abrir os olhos. Quando sua visão tomou foco, viu incontáveis flocos de neve caindo do céu para sua face. Onde estava? De quem eram as duas vozes que ele ouvira? Quando seus pensamentos se organizaram, olhou em volta. Zangetsu e Sode no Shirayuki o olhavam de cima. Arregalou os olhos.

          - Mas... como?! – Ergueu-se.

          Sentiu dor e deitou novamente.

          - Vá com calma. Isso ainda vai doer por um tempo, Ichigo – Zangetsu o advertiu.

          - Ele é mesmo agitado – ela riu.

          - Sim, exatamente como eu disse. E tenho certeza a garota já lhe falou isso também.

          O rápido olhar que lançara sobre o local o fizera perceber que estava em seu próprio mundo espiritual. Mas por que toda aquela neve? Chegara tão próximo assim de morrer? Mas se estava vivo e bem, por que a neve não parava? Então notou.

          - Ei! Você?! Por que está aqui? – Perguntou a Sode, que abriu um doce sorriso.

          - Olhe melhor à sua volta.

          Ele virou a cabeça para a direita. Seu coração disparou ao mesmo tempo em que se sentiu aliviado. Aquele rostinho alvo e bonito estava adormecido à sua frente. Queria abraçá-la, mas deteve-se devido à presença das duas zampakutous.

          - Rukia... – sussurrou suavemente, abrindo um sorriso terno e enlaçando a pequena mão dela com a sua.

          Estava tão quentinha... Estivera tão gelada da última vez que a havia tocado... Como ela conseguia se manter quente com toda aquela neve? E por que ele não estava sentindo frio? Olhou para o casal que estava de pé novamente.

          - Ei! Por que não estamos sentindo frio? E por que você está aqui? Por que Rukia está aqui?

          - Não estamos aqui nem lá.

          Ele não entendeu.

          - Vocês chegaram muito perto de não ser salvos, perderam o controle sobre a reiatsu, mesmo adormecidos, durante alguns instantes. Estava difícil controlar a perda de reiatsu. Mas nesse momento, vocês dois se conectaram e os mundos se uniram – Zangetsu explicou – agora vocês estão bem.

          - A conexão de vocês dois é muito forte. Estamos aqui para ajudá-los sempre, mas espero que continuem se empenhando em manter um ao outro bem – a Zampakutou branca pediu.

          Após alguns segundos surpreso, ele sorriu e respondeu.

          - Pode deixar.

          Ele sentiu algo se mexer por entre seus dedos, se alarmou e olhou para o lado. Vagarosamente, aqueles olhos azuis se abriram. Quando tomou consciência de onde poderia estar, ela se mexeu, gemeu com a dor do ferimento e olhou em volta.

          - Ichigo... – Abriu um sorriso tão doce quanto o de sua zampakutou quando seus olhos se encontraram.

          - Yo – respondeu também sorrindo.

          - Por que... você está aqui?

          Estivemos perto de não escapar dessa. Perdemos o controle da nossa reiatsu, mesmo inconscientes. Não estavam conseguindo controlar – tentava explicar pausadamente para que ela absorvesse as palavras – mas nesse exato momento nós nos conectamos, nossos mundos se uniram. E agora estamos bem, apesar de ainda doer.

          - Como você sabe disso?

          Ele olhou para onde o casal estivera segundos atrás, mas agora estavam mais adiante, como que para dar privacidade para a conversa dos dois. Rukia seguiu seu olhar e arregalou os olhos, ficando tão impressionada quanto ele. Deu mais uma olhava em volta. Mesmo com a neve, podia perceber. Estavam deitados em cima de um enorme edifício. Havia incontáveis deles, como uma grande cidade. Aquele era o mundo espiritual de Ichigo.

          - O céu costuma ser azul, cheio de nuvens brancas, ou chuvoso quando estou mal. Até que ficou bem assim – ele sorriu – os flocos de neve o enfeitam bem.

          O céu estava nublado, milhares de flocos caíam.

          - Eu nunca achei que isso fosse possível.

          - Nem eu.

          Não haviam percebido, mas o casal de zampakutous se aproximara novamente.

          - Você está bem? – Sode perguntou sorrindo.

          - Estou. Obrigada – ela agradeceu também sorrindo.

          - Se me permite falar, você é realmente muito bonita, como Ichigo falou, pequena dama.

          - Eu?! Você andou me espionando?!

          - Eu sei de tudo que se passa no seu coração, desde o momento em que vocês se viram pela primeira vez.

          Ambos coraram e ficaram sem jeito com aquilo.

          - Obrigada – Rukia respondeu, por fim, e riu do próprio embaraço e do de Ichigo.

          - Agora... é hora de voltar.

          - Até logo – a zampakutou branca sorriu.

          A vista de ambos começou a nublar. Segundos após Ichigo abriu os olhos novamente. Fitou o teto branco do local. A porta estava fechada. Havia pouca luz, como se ainda estivesse amanhecendo, e de fato estava. Deviam ser cinco da manhã. Observou o local. Tudo era branco ou bege. Estava num quarto do esquadrão quatro. Olhou para a direita. Sua shinigami, como prometido, estava bem ali, numa cama ao lado da sua. Suas mãos estavam entrelaçadas. Ambos vestiam apenas o kimono branco. Ela estava acordada, sorria para ele, que retribuiu o sorriso da forma mais intensa possível. Sentou, ignorando completamente sua dor.

          - Ichigo! Não se esforce assim, seu idiota!

         - Não me importa!

          Envolveu-a num abraço terno e demorado. Ela respirou fundo e retribui.

          - Eu fiquei desesperado... que bom! – Apertou-a um pouco mais, não tanto quanto desejava, pois temia machucá-la.

          - Seu idiota! – Xingou-o, porém sorrindo e também apertou o abraço.

          Sem importar-se se alguém entraria ali, durante alguns segundos uniu seus lábios, num beijo rápido, porém profundo. Quando se separaram, permaneceu com a testa apoiada na dela, ambos com os olhos fechados, até que alertou-se para o risco de serem interrompidos e voltou para sua cama, novamente ignorando a dor do ferimento.

          - E o seu irmão? Parece que ele esteve aqui – podia sentir traços da reiatsu do nobre.

          - Ele está bem. Não sinto traços perturbados de reiatsu. Nos veremos assim que possível.

          - É melhor você descansar mais.

         - Como se só eu precisasse disso.

          - Fica na sua, baixinha chata.

          Ele fechou os olhos e novamente agarrou a mão dela. Ela observou com um sorriso, antes de fechar os olhos também.

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Cerca de uma hora atrás...

          - Eu não gosto da ideia desses dois juntos no mesmo quarto – o capitão também utilizava somente o kimono branco e tinha o cabelo solto, se mantinha bem de pé, apesar de ainda machucado.

          - Eu entendo, mas foi uma promessa que eu fiz a ele antes dele desmaiar, não queria se separar dela e precisávamos tratá-los o mais rápido possível – a capitã do quarto esquadrão falava.

          Ele permaneceu calado.

          - Fará bem para a recuperação dela. E dele também. Vão melhorar muito mais rápido. Os dois se conectaram no momento em que estavam sendo tratados e isso pode tê-los salvado. Mesmo que não tivesse prometido eu os deixaria juntos. Confio nesse garoto e sei que sua irmã tem a cabeça no lugar. Eles cuidaram bem um do outro. Não se preocupe tanto, capitão Kuchiki. Eu entendo sua posição, mas preocupação não é algo bom para quem está se recuperando.

          - Tudo bem, mas eu vou ficar de olho.

          Momentos depois, deixaram o quarto com o casal de shinigamis adormecido.


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