POV Shyned

É muito bom dormir, pena que isso é uma coisa que eu não to conseguindo fazer. Desde que meu pai me falou que iríamos receber uma intercambista, eu não consigo pregar os olhos, e isso faz... sei lá... umas 25hrs.

- Fia?- chamou meu pai batendo na porta.

- Oim paim.

Meu pai sorriu enquanto entrava no meu quarto, se sentando na beirada da cama.

- Fia, eu te suplico, não vai aprontar nada com a Rebeca ok?

Nossa, do jeito que ele fala, até parece que eu sou o capeta em forma de menina. De fato, eu sou, mas só se me provocar.

- Pai, relaxa. Você sabe que eu nem sou de aprontar. 

- Não né? É por isso que você colocou sopa dentro da cueca do Danny? 

- Ah mais daí é diferente, ele me provocou. 

- E o que ele fez? – perguntou arqueando uma sobrancelha e me encarando. 

- Ele jogou um gelo nas minhas costas, por dentro da blusa! – falei fazendo drama.

- Só isso?

- Como só isso pai? Tava um puta frio e você é meu pai, deveria ficar do meu lado e...

- Ok, ok – interrompeu – Danny é um bobo, mas voltando ao assunto de antes, não apronte nada ok? E também, não a assuste antes do Halloween – completou bagunçando meu cabelo e saindo do quarto.

 Eu ainda tinha que contar para os meninos, que daqui 1 dia nosso grupo de amigos iria aumentar, só que era extremamente difícil de falar com eles, é sempre estúdio pra cá, tarde de autógrafos pra lá, show pra cima e... eu já estava morta de saudades do Dougie, e dos outros bobões também, mas Dougie era minha prioridade. Eles estavam fora de Londres há 3 dias, e nesses dias eu não falei com nenhum deles, eu até falei, mas por só sms, e por sms não dá para ouvir suas vozes, e isso era o que eu mais precisava no momento. Ouvir suas vozes, com mais exatidão a voz de Dougie.

 Olhei para o relógio que ficava ao lado de minha cama 00:30hr, e eu aqui, sem nadinha de sono, e sem Dougie.

“Droga, para de carência Shyned, faz alguma coisa de util. Daqui algumas horas eles vão desembarcar em Londres” - pensei.

Abri o notebook e entrei no site da escola de idiomas London Center (era por essa escola que Rebeca ia fazer o intercambio), e procurei pelo nome Rebeca Reis, dois segundo depois, uma pagina com todas as informações sobre ela se abriu. Li tudo e depois fui em fotos. Que foi? Preciso saber se minha futura “irmã” é bonita.

Assim que suas fotos carregaram, levei um baita susto, ela era linda, tinha os cabelos castanhos e ondulados, seus olhos também eram castanhos e puxadinhos, ela era uma bonequinha. Na legenda da foto estava escrito assim: “Pior defeito? Lerdeza. Automaticamente me lembrei de Danny, ô menino lerdo viu! Me lembrei de uma vez que perguntaram à ele em uma entrevista aqui em Londres, o porque dele namorar somente loiras, e Danny respondeu, que só namoraria uma morena se ela fosse brasileira. Pronto, Rebeca era perfeita para Danny e vice-versa. Tudo bem que meu pai me implorou para que eu não aprontasse nada, se bem que isso nem é aprontar. Me diga, quem em sã consciência não gostaria de ficar com Danny Jones? Em, em, em?

Depois de pesquisar até qual era a cor preferida de camiseta dela, fechei o notebook e peguei meu celular. Ele estava tão perto, e eu louca para mandar uma sms para Dougie contando sobre a intercambista, mas ele podia estar dormindo... ah que bobagem, ele não dorme antes das 2hr da manhã. Peguei meu celular e mandei:

“Neném, ta dormindo?”

Um tempinho depois, a resposta chega:

“Pra você? Nunca!”

Ai gente, tem coisa mais fofa? Não né? Meu coração ficou até pequenininho de tanta saudade.

“Oun neném, to morrendo de saudade! Os meninos também estão acordados?”

Eu mal mandei minha sms, que a resposta já chegou. Caramba, como ele escreve rápido. Dougie dedos de águia.

“Eu to até depressivo de tanta saudade! E sim, os cabeçudos também estão acordados”.

Nooooossa, ele exagerado? Magina!

“Posso ligar?”

“Pensei que nunca iria falar isso. Claro que pode!” – respondeu ele, enquanto eu morria.

Digitei os números que eu tanto conhecia e rapidamente fui atendida:

“Neném, que saudade de você!” – exclamou Dougie.

- Eu to mais!

“Não, eu que to”

- Não, não, sou eu!

“Ai para de melação vocês. Os dois estão com saudades e pronto!” – ouvi Danny reclamar.

- Chupa meu dedão Danny – falei.

“Ela mandou você chupar o dedão dela” – Dougie falou pra Danny.

Ouvi os outros rirem sobre o que eu tinha dito.

“Me da isso aqui” – ouvi Danny falar – “De você eu chupo tudo” – completou seguido por um ‘Ai’. Provavelmente Dougie havia lhe dado um tapa.

- Sua carência está prestes a acabar Danny – falei rindo.

“Aé? Você vai largar do Poynter?” perguntou ele, levando outro tapa, o que me fez rir mais ainda. Tadinho do Danny, tão carente que atira para todos os lados.

- Claro que não! Coloca no viva-voz que eu quero falar com todos!

Esperei um pouquinho, até que ouvi a voz de Dougie:

“Pronto neném, pode falar” – falou ele.

- Ok, vou falar logo de uma vez, sem drama, sem enro...

“Fala logo Shy!” – gritaram em coro.

- Ok, ok, daqui um dia, nosso grupo de amigos vai aumentar.

“Porque? Você ta grávida?” – perguntou Danny.

- Nossa, claro que não Danny, para de viagem cara!

“O que é Shy, fala logo!” – pediu Tom.

- Meu pai e eu vamos abrigar uma intercambista, e adivinhem de onde ela é?

“Brasil?” – gritaram.

“Mas o que isso tem haver com a minha carência?”

Ô santa mãe dos esmaltes, se Rebeca for lerda igual o Danny, eu expulso ela de casa.

- Tem haver... que ela é o seu tipo Danny.

“Ela é bonita?” – perguntou ele.

“Ela é um E.T?” – questionou Dougie.

“Ela veio de Hogwarts?” – falou Tom.

“Ela é louca?” – perguntou Harry esbanjando carisma e simpatia.

- Calma, calma, uma pergunta de cada vez! – pedi.

“Responde a minha primeiro Shy!”- pediu Danny.

- Vou responder todas... Sim Danny, ela é bonita, muito bonita, e faz o seu tipo. Não neném, ela não é um E.T. Sinto muito – ouvi Dougie falando um “Ah”- E Tom, ela não veio de Hogwarts, ela veio do Brasil mesmo. E porque louca Harry? 

“Ué, pra ter aceitado morar no mesmo teto que você, ela só pode ser no mínimo louca”

- Nossa, virou o senhor carisma “barra” simpatia “barra” honestidade?

“Ah Shy,você sabe que eu te amo, mas que é louca, isso não dá pra negar”

“Ok, depois vocês discutem a relação. Vamos falar de coisas mais importantes, qual é o nome e a idade dela?” – perguntou Danny. 

- Seu nome é Rebeca Reis, e ela tem 17 anos.

“E como ela é?”

Hm, então ta interessado?

- Uma típica garota brasileira ué. 

“Ta, mas eu quero detalhes!” – insistiu. 

- Quando ela chegar, você à vê, e tira suas próprias conclusões.

Ouvi um “Uh” vindo dos meninos, e um “droga” vindo de Danny. Ouvi também meu pai subindo as escadas, e se ele me pegasse falando ao celular a essa hora, ele provavelmente me deserdaria e me trancaria em um freezer cheio de lagartixas. Me despedi dos meninos e desliguei o celular. Olhei no relógio que ficava ao lado de minha cama, e caramba! Já era 02:30hr da manhã, oloco bicho! Fiquei tanto tempo no telefone assim? Mas... como previsto, eu ainda não estava com sono, então peguei meus fones de ouvido junto com meu celular, me arrumei na cama, e comecei a ouvir musica.

A primeira que eu estava ouvindo era Angel do Aerosmith. Harry havia me passado ela um tempinho depois que nos conhecemos. Eu lembro que quando saiamos juntos, ele nunca falava, e raramente me olhava, ficava sempre com seu celular ouvindo musica, falava só o necessário do necessário nenhuma palavra a mais, até que um dia eu perguntei o que ele tanto escutava no celular, daí ele me mandou essa música.

Um tempinho depois Tom me contou que Harry era afim de mim, e tinha vergonha de falar quando eu estava junto, mas não sabia o porque sendo que ele não era nenhum santo. Harry e eu ficamos algumas vezes, mas nada sério, hoje somos melhores amigos, e não querendo me achar, mas já me achando, quem ajudou Harry com a Izzy foi eu, porque eu sou a melhor amiga do mundo! Na mesma época em que Harry estava saindo com Izzy, eu comecei a sair com o Dougie, eu me lembro de cada detalhe do nosso primeiro encontro...

FLASHBACK ON

 Eu estava ansiosa, afinal de contas, hoje eu iria comer pizza com Dougie Lee Poynter. Dá pra acreditar? Mas para vocês entenderem melhor, eu vou contar resumidamente tudo o que aconteceu desde quando nos conhecemos.

 Conheci os meninos na escola, só não me lembro em que série eu estava, só lembro que já faz uns 4/5 anos, foi love a primeira vista assim que vi Dougie, mas sempre neguei para mim mesma isso, pois ele namorava a Luciana, e eu não queria me machucar, tirando que ele pensava que eu era uma garota mimada por causa do dinheiro do meu pai. Nesse tempo que ele namorava, Tom me contou que Harry gostava de mim, então começamos a sair, mas não deu muito certo, descobrimos juntos que nos amamos, mas apenas como melhores amigos/irmãos.

 Quando eu ainda saia com Harry, Dougie terminou seu namoro por uma causa que até hoje é desconhecida, um tempinho depois Harry e eu decidimos parar de sair, e eu assumi para mim mesma que era apaixonada por Dougie desde sempre, e então eu apresentei a Izzy para o Harry. Eles saíram algumas vezes, depois pararam e voltaram e pararam e agora, estão namorando. Não é fofo? Duas semanas depois em que eu e Harry tínhamos parado de sair, Dougie me chamou para jantar. Bom, não foi bem ele que me chamou, ele pediu pro meu melhor amigo me chamar, e isso foi no intervalo que tínhamos entre as aulas, no dia 27 de dezembro de 2006.

Harry me falou que ele queria me levar para jantar, mas eu falei que não, porque eu ia ficar super nervosa, e não iria conseguir ser eu mesma, então sugeri uma pizzaria que ficava a uns 3 quarteirões da escola. Quando Harry falou minha sugestão para Dougie, vi o mesmo sorrir timidamente, o que me fez sorrir também.

Depois da escola, quando cheguei em casa, contei para meu pai o que tinha acontecido, e também recebi uma sms de Harry falando que Dougie viria me buscar as oito. Sorri com a mensagem e corri para meu quarto contar com quem eu iria sair hoje a noite para minhas amigas. Fiquei tão empolgada com as conversas que nem vi o tem passar, e quando dei por mim já eram 19:15h e eu tinha menos de 1h pra me arrumar. Tomei um banho e vesti uma roupa simples. Não queria que Dougie pensasse que eu era uma garota que só usava vestidos de grifes caras, queria que ele visse que eu sou uma menina normal, e que to pouco me lixando para o dinheiro. Não passei muita maquiagem, apenas rímel e o meu batom rosa que já é minha marca registrada. Peguei meu celular e fui esperá-lo na sala. Estava descendo as escadas quando a campainha tocou, desci tão rápido que quase sai rolando. Meu pai sussurrou um “vai com calma”, mas eu ignorei, hoje, essa palavra não existe em meu dicionário.

Quando abri a porta para recebê-lo me faltou ar. Dougie estava usando uma bermuda cinza com um cinto preto, acho que o cinto era só enfeite, porque sua bermuda mostrava mais do que deveria a sua samba canção amarela. Uma camisa pólo branca listrada em cinza, o cabelo loiro bagunçado na parte de trás enquanto a franja caia sobre o lado direito do rosto, e os olhos de um azul tão intenso que fez minhas pernas fraquejarem.

- Vamos? – perguntou estendendo a mão para que eu a segurasse.

Tentei responder um “Claro” mais a única coisa que saiu foi um “Uhum”. 

Me despedi do meu pai e entrei no Audi  de Dougie. Fomos o caminho todo sem falar, eu estava nervosa, minhas mãos tremiam e eu nem sabia se ainda tinha pernas, porque não estava sentido-as. As vezes ele me olhava e sorria, enquanto eu ia para o céu e voltava. 

Quando chegamos a pizzaria, Dougie pediu pizza de queijo, o que foi uma péssima idéia, porque eu não consigo comer a pizza sem engasgar com o queijo. Tenso eu sei. Mas pra ele não pensar que eu não como pizza das mais simples, acabei comendo um pedaço. Resultado: engasguei com o queijo e Dougie quase teve um filho de desespero.

- Minha nossa! Você ta bem? Quer que eu chame um médico? Quer ir pro hospital? Garçom!

- Não! Dougie – falei rindo e tossindo ao mesmo tempo – eu to bem, só dei uma engasgada. 

- Só mesmo? 

- Só, é normal acontecer isso, eu sempre engasgo com o queijo da pizza.

Dougie soltou um gargalhada e eu o acompanhei

- Bom, então que tal um sorvete? Assim você não corre o risco de engasgar com a pizza de novo. Ou você engasga com sorvete também?

HAHA, engraçadinho.

- Porque? Tem sorvete de queijo? – perguntei. 

- Não. 

- Então eu não vou engasgar, dã. 

- HAHA, boba. Vem, vamos.

Dougie passou o braço por cima de meus ombros, e me guiou até a sorveteria. Lá ele pediu um sorvete de morango para ele, e um de chocolate para mim. Conversamos o resto da noite e um bom pedaço da madrugada e cada vez que eu conseguia fazer ele rir, meu coração disparava, dava até vergonha. Quando o relógio marcou 3:45h da manhã, Dougie me deixou em casa.

- Obrigada pelo jantar – falou me encarando no banco do passageiro.

- Eu que agradeço, e desculpa por ter te assustado com o queijo e tals. – respondi envergonhada. 

- Que isso – falou retirando uma mecha de cabelo que tinha caído em meu rosto, me fazendo encará-lo.

Eu fiquei sem reação, não sabia o que falar, ou como agir, ele estava tão perto... 

Em um piscar de olhos, os lábios de Dougie encontraram os meus. Sua língua pediu passagem e eu concedi. Passei as mãos pelo seu pescoço, até encontrar sua nuca, e enroscar os dedos em seu cabelo. Sua língua estava geladinha e com gosto de morango por causa do sorvete, e sua respiração estava desajustada, assim como a minha. Meu coração batia tão forte, que corei por imaginar que ele poderia ouvi-lo batendo. 

Nos afastamos quando ambos precisavam de ar, os lábios de Dougie estavam vermelhinhos, o que me fez dar um meio sorriso. Ele me encarava sorrindo de canto, e fiquei um pouco sem graça.

- Acho que já ta na hora de entrar – falei totalmente sem graça. Ficar vermelha é para os fracos, eu pulei direto para o arco-íris.

Dougie demorou um pouco para me responder, mas por fim disse:

-Tudo bem – ele se inclinou para mais perto de mim, segurou meu rosto com as mãos, e me deu um beijo delicado na testa – se cuida anjo – completou.

- Se cuida também, e cuidado na estrada – lhe dei um beijo na bochecha e sai do carro.

Ele esperou eu abrir a porta de casa, antes de dar partida no carro.

- A propósito – falou me olhando pela janela do lado do passageiro – você ta linda!

Me apoiei na maçaneta pois senti minhas pernas bambearem, encarei meus pés envergonhada, sussurrei um “obrigada”, e entrei.

FLASHBACK OFF

Esse definitivamente foi o segundo dia mais feliz da minha vida. O primeiro foi o dia em que ele me pediu em namoro.

"Estávamos em um típica “reunião”, todos espalhados pelo chão do meu quarto, Danny estava tocando meu violão e o resto cantando, ou tentando cantar, até que Dougie pegou o violão de Danny, dedicou a canção a mim, e começou a cantar Sweet Child O’ Mine do Guns n’ Roses, e no final me pediu em namoro. Foi lindo! Ele gaguejava de nervoso e estava vermelho de vergonha."

E é essa musica que eu estou ouvindo agora - mas Harry estragou nosso momento com um de seus puns malignos; e então começamos a cantar a musica que está tocando agora, Não Peide Aqui Baby do Mamonas Assassinas, Harry ficou todo vermelho, mas logo entrou na brincadeira, e até recebeu um beijinho de Izzy, e claro que depois...

- Shyned? – ouvi meu pai me chamar na porta – Você ta bem?

- Eu to pai, porque?

- É que eu ouvi você rindo feito louca, e cantando mamonas. Pensei que estivesse com algum distúrbio do sono, ou coisa do tipo – falou sorrindo.

- Não pai... eu to bem – falei sorrindo. Distúrbio do sono, só psicólogo pra pensar isso mesmo.

- Hm, então tire os fones, e vá dormir. Ou você não quer ir buscar os meninos amanhã?

- Gentem, verdade!- falei enquanto guardava os fones e colocava meu celular embaixo do travesseiro – Boa noite pai.

- Boa noite fia – respondeu ele, fechando a porta e indo em direção ao seu quarto.

Olhei para o relógio, e o mesmo marcava 05:00hrs da manhã. Os meninos iam desembarcar as 10:00hrs, e se eu os conheço bem, vão chagar com a macaca, principalmente o Danny. Tenho certeza que ele vai chegar falando “Shy, eu senti sua falta”, vai me encher o saco, e não vai parar até que eu conte tudo sobre Rebeca, mas, como sou uma ótima amiga, não vou contar nada.

Peguei novamente meu celular, e mandei uma sms para Dougie.

“Boa noite neném.”

Esperei um pouquinho, até que sua mensagem chegasse: 

“Ainda não dormiu rs? Boa noite anjo, eu te amo!”

“Vou dormir agora rs. Eu também te amo amor.” – respondi e adormeci pensando em Dougie, e que daqui algumas horas ele ia estar pertinho de mim novamente.

***

Eu estava super atrasada para ir buscar os meninos que nem deu tempo de eu me arrumar. Como não estava frio, coloquei um short com uma blusa branca que caia em um ombro, e uma sapatilha de florzinha.

- Pai, cadê as chaves da minha caminhonete? – eu gritava enquanto revirava a casa atrás das benditas chaves.

- Virei mãe Diná agora? – respondeu rindo.

- Nossa pai, seu grosso!

Dramática eu? Magina!

- Não sei fia, onde foi que você as viu pela ultima vez? – perguntou abrindo a porta da geladeira para pegar o suco.

- Eu coloquei elas em cima da geladeira, mas eu já olhei, elas não estão ai! 

- Você sabe que, em cima da geladeira não é lugar para se guardar...

- É pai, eu sei – falei indo para a cozinha.

Parei na porta, e nem me mexi. Meu pai estava vidrado em alguma coisa que estava dentro da geladeira. Ai meu Deus, será que é uma lagartixa?

- Pai? Que foi?

- Acho que isso lhe pertence – falou retirando as tão amadas chaves da minha Sw4 de dentro da geladeira.

- Ops...- falei enquanto as pegava, e corria para a garagem.

- Ê Shyned, só não esquece a cabeça... 

- Porque ta grudada no corpo – completei – Eu sei pai. Vou lá pegar os meninos, já volto. Te amo – falei enquanto dava partida no carro e apertava o controle para abrir o portão.

- Também te amo, e vai devagar em!

- Ta bom pai, meu mínimo é 240km – então arranquei com a caminhonete em direção ao aeroporto, deixando para trás um pai louco, de tanto ouvir as merdas que eu falo.

*** 

O aeroporto estava lotado, eram fãs e meninas piriguetes por todos os lados. Só de olhar eu já sabia quais eram as fãs de verdade, e as oferecidinhas. Uma até tinha um cartaz escrito “Dougie, you are so hot, fuck me!”. Realmente alguém vai fuck you minha querida, mas não vai ser Dougie, e sim eu, é só eu achar uma maneira de chegar até você...

- Sentiu minha falta? - sussurrou uma voz doce, me abraçando por trás e dando um beijo no meu ombro descoberto.

Preciso falar que me derreti toda? Então... me derreti toda ao ouvir isso. Virei para encará-lo, e me deparei com um Dougie tão sorridente que foi impossível não sorrir junto.

- Você nem imagina o quanto – respondi enlaçando seu pescoço com os braços e o beijando.

E que beijo! Dougie tinha o beijo calmo, mas ao mesmo tempo urgente, eu podia sentir o olhar matador das piriguetes em minhas costas, e os de “own” das fãs.

- Procurem um quarto ok? – falou Tom

- Já podem se separar – falou Danny entrando entre eu e Dougie, e me abraçando – Shy, eu senti tanto sua falta.

Danny previsível? Magina!

O abracei de volta, e mesmo já sabendo a resposta, perguntei:

- O que você quer Danny?

Ele me olhou, deu uma enrolada e um sorrisinho malandro.

- Uma foto da intercambista – falou por fim.

- Já falei que não Dan, amanhã quando ela chegar, você à vê.

- Shy... por favor! – implorou ele ajoelhando e juntando as mãos.

Olhei em volta e estavam todos nos olhando.

- Dan, olha o bafo amigo, levanta – sussurrei.

- Só se você me mostrar uma foto da Rebeca. 

- Ok Danny, eu te mostro em casa.

- Sério? – perguntou surpreso e se levantando. 

- Não – sorri e os meninos me acompanharam – Mas vamos, eu tenho que comprar algumas coisas, e preciso da ajuda de vocês.

Eu realmente precisava da ajuda deles, Rebeca chegaria amanhã, e eu ainda nem tinha arrumado o quarto em que ela iria ficar.

Passamos buscar Gio e Izzy, e depois ficamos o resto do dia comprando os móveis para mobiliar o quarto de hóspede, depois fomos todos para minha casa assistir filme. Assistimos a coleção de De Volta para o Futuro, porque Tom não parava de encher o saco que eu não tenho, para ver os benditos filmes, e comemos muitas pipocas com coca-cola. Quando terminamos de ver os filmes, cada um foi para sua casa, menos Dougie porque ele iria dormir em casa. Assistimos mais alguns filmes, comemos mais um monte de pipoca, fizemos guerrinha de bolinha de papel, limpamos a sujeira da guerrinha, namoramos bastante, é claro, e depois dormimos. Ele teria que acordar cedo, pois tinha reunião na gravadora.

Quando acordei, passei a mão sobre a cama, mas ele não estava mais lá. Em seu lugar, tinha um bilhetinho com um trecho de musica:

“One, you're like a dream come true ,two, just wanna be with you, three, girl it's plain to see, that you're the only one for me”

(Um, você é como um sonho que se tornou realidade, dois, só quero estar com você, três, garota, é evidente, que você é a única pra mim)

Ao terminar de ler, eu sorri. Já faz quase 5 ano que estamos juntos, e eu ainda me surpreendo com o romantismo de Dougie.

Olhei no relógio e o mesmo marcava 11hrs, Rebeca chegaria daqui a pouco. Tomei um banho e vesti uma roupa simples: uma blusa do Mickey azul, shorts e all star branco; acho que Rebeca nem sabe como eu e meu pai somos, peguei uma cartolina laranja - já falei que amo laranja? Então... eu amo laranja! – e escrevi seu nome em preto na mesma, perfeito.

***

Quando Rebeca chegou até nós no aeroporto, eu não me contive e a abracei e comecei a falar um monte de coisas. É, eu fico meio louca quando eu to ansiosa e... putz,acabei de me lembrar que não falei para os meninos que Rebeca não sabe que eu namoro um dos integrantes do McFly. Ah, mas eu não to nem ai, acho que ela não vai ficar surpresa, e nem virar uma estatua quando ver eles.

Fomos para casa e meu pai deu de presente para Rebeca a Santa Fé que era da minha mãe. Acho que ainda não contei, mas meus pais são separados. Não vou mentir, meu pai é podre de rico e minha mãe só estava com ele por causa do dinheiro; mas não pensem que eu tenho tudo de mão beijada, muito pelo contrario, meu pai me da um tanto de dinheiro por mês, e eu tenho que me virar. Não ganho nem um centavo a mais. A campainha tocou e eu corri atender, eram os meninos. Dei um beijo em Dougie e Danny já veio com graça.

- E o meu beijo boneca? – brincou ele.

- Para de graça Danny, Rebeca esta ai – respondi.

- MEU DEUS? SÉRIO? PORQUE NÃO FALOU ISSO ANTES? PORQUE NÃO LIGOU?

- Shhhhhh, ela pode te ouvir gritando chupeta. É sério sim que ela esta aqui, acabamos de pega-la no aeroporto. Não falei isso antes porque você não me deixou falar, estava ocupado demais fazendo graça. Não liguei porque ia dar na cara né Danny, para de ser pamonha.

Os meninos riram baixinho e Danny ficou meio emburrado.

- Shy – começou Harry – ela sabe que você é amiga do McFly e que você até namora um deles?

Depois dessa pergunta, todos me olharam com curiosidade. Obrigada Harry, seu cabrito de tetas.

- Ahn, eu acho melhor a gente entrar logo.

- Mor, você não contou pra ela? – falou Dougie levando a mão até minha testa e dando um tapinha.

- Ah eu esqueci, e outra, se eu falasse que namoro com um dos meninos do McFly, ela não iria acreditar, então resolvi fazer surpresa. Agora vamos entrar antes que meu pai abra a boca e acabe com o meu plano.

Como primário, entramos na sala de casa em filinha: Eu, Dougie, Harry, Tom e Danny. Rebeca estava jogando com o meu papis, e quando ela viu os meninos, ela paralisou. GENTE, MATEI ELA DO CORAÇÃO, BEIJOSMIL!

Danny assim que a viu ficou do mesmo jeito, só que com cara de pamonha. Eles ficaram se encarando, e tipo, eles nem piscavam ou se mexiam, ou respiravam. Meu pai deu um cutucão em Rebeca, e alguém deu um em Danny, chupetas.

Papo vai, papo vem, fome vem e não vai embora... nossa, como eu to bandida! Pedimos pizza e Danny e Dougie sempre com pouca fome pediram logo duas.

Assim como eu imaginava, rolou uma super química entre Danny e Rebeca. Eles estavam sempre se encarando e Danny fazia mais graçinha do que o de costume para chamar a atenção dela. Depois de comermos Rebeca foi para a varanda, e claro, Danny foi atrás. Eles ficaram lá por um tempinho, mas daí eu implorei para Dougie atrapalhar, eu sabia que eles iam ficar furiosos, mas não queria que Danny pensasse que minha nova amiga-irmã era igual as menininhas que ele fica, e nem que Rebeca pensasse que meu amigo-irmão Danny era um galinha de primeira classe. De fato ele era um galinha, mas isso não vem ao caso.

Os meninos foram embora e eu taquei Berréca na parede até ela me contar tudo, e adivinhem? ELA É APAIXONADA PELO DANNY! Não é fofinho? Eu fiquei super feliz, quem sabe ela não consegue fazer Danny voltar a ser o garoto que eu conheci a 4 anos atrás? A esperança é a ultima que morre, amém.

***

Estava saindo do quarto para tomar café, quando Rebeca abre a porta e sai também. Será que isso é premonição? Enfim... tomamos café e eu a levei para darmos uma volta pela cidade e fazer compras, mas é claro que antes eu parei na gravadora para ver Dougie. No final de tudo, combinamos de ir ao cinema. A idéia foi de Danny, e alguma coisa ele quer, eu sei o que é, e sei que ele vai conseguir.

Saímos da gravadora direto para as compras. Perdi as contas de quantas lojas nos entramos, mas achamos tudo o que queríamos. O estomago de alguém deu sinal de vida, então fomos para o Mc.

Comemos, voltamos para a casa, dei um apavoro básico na Rebeca, jogamos Guitar Hero, depois fomos tomar banho e nos arrumar, e claro, chegar meio que atrasadas no shopping. Quando chegamos tinha um mundo de pessoas em volta de quatro formiguinhas.

Mentira! Harry deve ter 1,85m de altura, Danny e Tom 1,80m e Dougie 1,20m, Haha, brincadeira, ele deve medir 1,74m mais ou menos. Eu é que tenho 1,20m. Triste! Enfim... gritos histéricos vai, gritos histéricos vem, uma menina beijou o Danny, Rebeca ficou com raiva e Danny sem reação, mas os dois logo se acertaram, tanto que na fila do cinema, eles não se desgrudavam nem por um minuto.

Assistimos a Órfã. Mentira! Eu fiquei fazendo guerrinha com o Dougie, porque tanto ele quanto eu, estávamos cagando de medo do filme. Harry e Izzy assistiram numa boa, do mesmo jeito que Tom e Gio, já Danny e Berréca, bom, eles estavam ocupados demais para verem ao filme.

Quando acabou o filme, resolvemos dar uma volta pelo shopping e acabamos encontrando Geórgia. Urgh! Odeio ela. Pra falar a verdade, nunca gostei das namoradas que Danny teve, se ele começar a namorar a Rebeca, ela vai ser a primeira.

Como pipoca não mata fome, paramos na praça de alimentação, e como sempre Rebeca e Danny se comeram com os olhos. Depois de comer, cada neném levou sua namorada linda para suas respectivas casas, é claro que antes de Dougie me deixar em casa, a gente parou tomar um milk shake e fofocar.

Quando Dougie me deixou em casa, percebi que Rebeca ainda não estava lá, então pedi para ele ficar comigo mais um pouquinho. Ficamos assistindo filme até as 3:00hrs da manhã, e nada de Berréca chegar. Meu neném já estava no 25° sono, tadinho, ele tava exausto, então acordei-o e falei para ele ir pra casa, que por sorte não era muito longe da minha. Já pensou se ele dorme no volante? Ai, não quero nem imaginar! Me despedi dele e subi para o quarto da Rebeca, eu ia ficar lá até ela chegar e fazer um super questionário, mas a bendita quando chegou foi logo me tesourando. Mó chata ela.

***

Acordei disposta para perguntar tudo para Rebeca sobre a noite de ontem, e pelo jeito ela acordou disposta a me responder também. Depois de muito tempo conversando, o telefone dela toca. Era Danny querendo assistir filme. Sei, assistir filme, esse Danny acha que engana quem? Mas enfim, ele e Dougie viriam em casa as 19:00hrs. E dá pra acreditar, quando ela desligou o telefone, deu até um sorrisinho apaixonado, o qual ela negou até o ultimo fio de pelo da cabrita. Ok né? Não vou discutir.

Antes dos meninos chegarem, nós ficamos jogando GTA, e aff’, manjamos muito em GTA! Se Rebeca não me alertasse, eu passaria a tarde inteirinha jogando, mas tínhamos que tomar banho, pois os meninos logo chegariam. Quando eles chegaram, ficamos uns 20 minutos discutindo qual filme assistir, infelizmente começamos pelo de terror, depois de eu morrer de medo, assistimos o de comedia, e dá pra acreditar que bem no meio do filme, Rebeca e Danny começaram a se atracar?

Aff’, eu mereço.

Xinguei eles mesmo. Quando o filme acabou, Rebeca estava dormindo, então avisei ao Danny que eu e Dougie íamos subir, e deixei a tarefa mais difícil para ele. Acordar a Rebeca.

Dougie e eu subimos para o meu quarto e aposto que aqueles dois pamonhas já pensaram besteira, mas nós nem fizemos nada demais, apenas escovamos os dentes, e depois acompanhei Dougie enquanto ele fazia uma twitcam, depois fomos dormir e só.

(...)

Dougie me acordou no maior estilo Dougie de ser: puxando minha coberta e meu travesseiro e depois me puxando pelos tornozelos me fazendo cair de bunda no chão. Eu o xingava enquanto o próprio ria.

- Ai Dougie seu chato, capeta, feio, fedido...!

- Bom dia anjo – falou rindo.

Me levantei e fui escovar os dentes, quando terminei Dougie estava parado na porta apenas com uma bermuda preta e azul, deixando bem visível sua barriga lisinha, e a tatuagem colorida, que parecia ter sido pintada a lápis de cor.

Caminhei até ele, contornando o desenho com as pontas dos dedos. Eu adorava aquela tatuagem. Encarei-o com um sorriso nos lábios.

- Não faz isso! - falou ele.

- Isso o que? – perguntei ainda sorrindo e olhando-o nos olhos.

- Sorrir enquanto me olha nos olhos.

- Porque?

- Porque meu coração dispara.

Senti meus olhos marejarem. Dougie segurou meu rosto com as mãos, e me deu um beijo suave nos lábios.

- Eu te amo – sussurrou em meu ouvido.

- Eu te amo – respondi enquanto encarava aqueles olhos azuis que faziam minhas pernas bambearem há mais 4 de anos.

Nos beijamos novamente, trocamos de roupa e depois descemos para tomar um café rapidinho, pois tínhamos que ir para a gravadora. Meu pai já estava à mesa.

-Bom dia sogrão!

-Bom dia Douginho! – respondeu ele.

-Bom dia papis!

-Bom dia fia!

Roupa encontro Dougie:  

http://www.mcflyportugal.com/galeria/albums/Photoshoots/2006/Motion%20In%20The%20Ocean%203/003.jpg

http://www.mcflyportugal.com/galeria/albums/Photoshoots/2006/Motion%20In%20The%20Ocean%203/004.jpg

Roupa encontro Shyned:

http://www.polyvore.com/teenage_dream/set?id=38157753

Continua...