POV Connor (Finalmente!)

 Estava treinando arco e flecha na arena, eu sou muito bom com o arco, sem querer me gabar (mentira, querendo me gabar sim!), então eu não preciso muito de treino, mas eu gosto de treinar com o arco e flecha, então fiquei quase três horas na arena treinando, sempre acertando a flecha no meio.

 Senti alguém tampas meus olhos com a mão. Aquelas mãos pequenas, macias e delicadas. Sorri. Sabe, sempre fui considerado um dos pegadores do acampamento, mas agora eu passo a bola para meu irmão.

 Eu estou namorando a Jess já faz três meses, isso é um recorde, não quero namorar mais ninguém, nem pegar mais ninguém, estou muito feliz com minha namorada.

 Meu irmão está bravo comigo, por sermos irmãos gêmeos deveríamos fazer as mesmas coisas, por nosso pai ser Hermes deveríamos fazer as mesmas coisas que ele: roubar as namoradas dos outros e pegar todas. Mas parece que eu não tenho mais motivos para fazer isso, não quero mais ninguém, só de estar pertinho de minha namorada e fico tão feliz. Não agüentaria ficar sem ela por muito tempo.

-Oi Jess. – eu disse.

Ela tirou as mãos de meus olhos e veio até minha frente. Ela deu um sorrisinho malicioso, que eu nunca a vi fazer, e depois bufou. O que ela queria dizer com isso?

 Ela olhou para os lados, para se certificar que não tinha ninguém e depois olhou para mim e sorriu de novo. Agora com aquele sorriso de alguém que está escondendo alguma coisa.

 Depois disso, ela fez uma coisa que eu não esperava: ela me beijou! Ta, ela é minha namorada e tal, nos beijamos toda hora, mas aquele beijo foi diferente. Ela deu tudo que podia, nunca imaginei que ela podia fazer isso comigo.

 Por mais educado que eu sou, e respeito à timidez dela, ela mexeu com o meu interior e eu não consegui me controlar. Puxei-a para mais perto de mim pela cintura e suas mãos foram para meu pescoço.  Pedi passagem e ela cedeu, e aquele com certeza foi o melhor beijo que ela me deu.

 Eu queria mais, ela percebeu isso e se separou. A timidez dela voltou!

-O que foi isso? – eu perguntei pausadamente.

Ela riu.

-Desculpa.

-Não se desculpe por isso! Foi incrível.

Ela ria mais ainda e estava corada.

-Foi uma aposta! – ela disse.

-Entendi.

-Preciso falar com você. – ela disse. – Promete que não vai ficar bravo?

-Depende. – eu disse.

Ela suspirou. O que ela estava escondendo de mim?

-Connor, eu vou a uma missão...

Fiquei meio tenso.

-Por quê?

-Minha mãe acha que meus poderes serão úteis.

-Para que?

-Eu não posso contar, é secreto.

-Não confia em mim?

-Confio mais do que tudo, mas eu prometi a Zeus que não contaria para ninguém, ele pode estar nos vendo agora.

-Entendo. Quem vai?

-Eu e mais duas semi-deusas.

-Quando?

-Amanha.

-Por quanto tempo?

-Duas semanas.

Eu fiquei triste de um momento para o outros. Fiquei um tempo em silencio, pensando. Depois que acabou meu interrogatório percebi que ela me olhava.

-Duas semanas? – eu repeti – É muito tempo.

-Eu sei, mas eu preciso ir.

-Me deixe ir junto.

-Você não pode.

Eu a abracei, ela me abraçou com bastante força, como se não quisesse soltar.

-Eu te amo muito. – ela disse e me soltou.

-Eu também te amo.

-Mas eu preciso ir.

-Eu entendo...

Ela olhava para o lado, para não me encarar, parecia que estava com vontade de chorar.

Segurei seu rosto com minhas duas mãos, obrigando ela olhar para mim. Ela fechou os olhos e um lagrima saiu de seus olhos.

-Ei! – eu disse limpando a lagrima – não chora. Eu sei que você vai fazer direito, logo vamos estar juntos de novo.

-Me promete uma coisa? – ela disse com a voz baixa, como se estivesse com medo.

-Claro.

-Não se esqueça de mim, não fique com outra!

Ela não estava falando isso!

-Ei, claro que não. Eu só tenho olhos para você! Nunca vou querer ficar com outra. Eu vou te esperar.

Ela sorriu.

-Por que não vamos dar uma volta? – eu perguntei.

-Você não está treinando?

-Não preciso, quero mesmo curtir esse ultimo momento com minha namorada.

Ela sorriu mais ainda, o que me deixou muito feliz. Passei meu braço pelos seus ombros e saímos andando pelo acampamento.

POV Nico

 Depois que Taylor deixou eu e o idiota do Pedro sozinhos na arena, quando eu digo sozinhos eu não estou falando da multidão de campistas que estavam em volta para ver a briguinha, eu fiquei bem irritado.

 Primeiro ela diz que me ama e me autoriza a bater no idiota, depois ela diz que ama os dois e me proíbe de bater nele?

 Ela é bipolar? Eu to falando sério! Depois de dar aquele discurso todo ela foi embora e me deixou sozinho com o mané do Pedro. Ela ficou sorrindo que nem um idiota, ele é idiota.

-Ela me ama. – ele disse.

-Também, depois de dar uma poção do amor, você queria o que?

-A poção nem fez efeito. Ela me ama de verdade.

-Deve falar isso só para você não se sentir sozinho.

-Ele nem deixou você bater em mim... Quando ela estava brava com você ela pediu para que eu batesse em você.

-Como se você pudesse me vencer. Mas eu não quero brigar! Minha vontade é te mandar para o Tártaro de uma vez, mas eu faço o que minha namorada quer, se ela não permite, não sou eu que vou fazer o contrario.

-Tudo bem.

-E mais uma coisa: o que você disse é mentira, ela nunca quis que me machucassem.

-Você não sabe o que fala.

-O garoto! Para com isso! – eu estava irritado.

Sai zangado dali, batendo o pé. Fui até a clareira, para poder pensar um pouco.

 Uma hora depois Taylor apareceu lá. Preciso arrumar outro lugar para ficar sozinho...

-Podemos conversar? – ela disse com aquela voz fofa.

-Para dizer que você ama o Pedro?

-Não. Eu amo o Pedro como amigo.

-Não parece...

-Você está insinuando que depois de tudo que nós passamos e de tudo que o Pedro fez para mim, eu parei de amar você? – ela estava zangada. – Eu só estava fazendo a coisa certa impedindo você de matá-lo. Mas se você não acha: tudo bem! Vai lá! Manda ele para o Tártaro! Tira um amigo de mim, quer levar a Jess também? Leva todo mundo de mim! Eu vou ser só sua! Não é isso que você quer?

Ela começou a chorar.

Fui até ela correndo e peguei sua mão.

-Eu nunca faria uma coisa dessa, nunca mesmo. – eu disse – não fale uma coisa dessas! Minha vontade é sim de matá-lo, mas eu só quero isso porque ele te magoou, e eu me importo com você. Mas eu vejo que ele é seu amigo. Vocês têm uma conexão bem forte, que eu não consigo entender. Depois de tudo que ele fez e depois de tudo que você fez vocês ainda são amigos, não conseguem brigar.

-Isso é verdade. Eu também não entendo. – ela disse limpando as lagrimas.

-Você o ama. – eu disse. – Não como amigo.

Ela me olhou confusa, com medo do que eu faria.

-Eu te amo mais. – ela disse.

-Eu sei. Desculpa-me, eu só estava nervoso. Mas eu te amo muito, muito mais que ele. E tenho um coração bom e honesto – eu disse colocando a mão dela em meu peito – Que te ama muito.

Ela sorriu.

-Tudo bem – ela disse.

Ela me beijou, com fervor e paixão, um beijo que ela nunca me deu antes, parecia que cada beijo, cada toque dela era melhor. E assim ficamos nos beijando...