Capítulo 7 – Narrado por: Stefan Salvatore e Elena Pierce

Parte 1 – Stefan Salvatore

Quando Damon desapareceu, fiquei sozinho com Katherine.

-Talvez devesse ir vê-la – pensei, em voz alta.

-Não. Tenho a certeza que Elena não irá querer vê-lo nos próximos tempos – falou Katherine ao meu lado, olhando para a festa. – Eles ainda vão demorar, de certeza. Vamos divertir-nos, Mr. Salvatore?

Olhou para mim, com os olhos meus semicerrados e um sorriso leve nos lábios.

-Claro, Miss Katherine.

-Por favor, já lhe tinha dito que é simplesmente Katherine.

-Certo, Katherine. Então, sou somente Stefan.

-Concordo plenamente Stefan – concordou ela e pegou no meu braço.

Fomos andando pela festa e Caroline veio ter connosco, acompanhada de Matt.

-Olá Stefan!

-Olá Caroline – falei, beijando-lhe a mão. – Caroline, Matt, quero apresentar-vos a Miss Katherine Pierce.

-Prazer, Miss Katherine – falou Matt beijando-lhe a mão direita.

-O prazer é todo meu – falou Katherine olhando para Matt e Caroline.

-Estão a divertir-se? – indagou Caroline.

-Sim, muito – respondeu Katherine. – A festa está maravilhosa.

-Sem dúvida. A Jules disse-me que em breve os nossos pais irão fazer o discurso.

-Ah, que bom. Então, vemo-nos por aí – falei e afastei-me com Katherine para outra parte da festa.

-Senhoras e senhores, bem-vindos ao Bailes dos Fundadores! – exclamou Lord Rob Gillies, do estrado.

Parámos todos e eu estaquei no meio do salão, com Katherine.

-Espero que estejam a gostar muito da festa, e espero que tenham gostado dos nossos jovens terem dançado.

Muitos aplaudiram, e eu também.

-Pois bem, agora vamos seguir a dança dos pares! Esperemos que gostem!

-A dança dos pares? – indagou Katherine, com medo.

-Sim. Conheces, Katherine?

-Claro que sim – anuiu ela. – Posso ser o vosso par?

-Com todo o prazer – disse eu e encaminhámo-nos para o centro da festa.

(A dança é assim: http://www.youtube.com/watch?v=UKhsbpDHfSo&feature=related)

Parte 2 – Elena Pierce

Entrei no primeiro quarto que encontrei. Estava tudo escuro e a única iluminação era a da lua, que entrava pela linda janela em ogiva. Fui andando até à janela e fiquei a observar aquela paisagem nocturna, enquanto uma lágrima escorregava pela minha face, perante a tristeza que tinha naquele momento. A memória de Katherine e Damon, felizes como um casal, e Stefan a dançar com Lexi, fez-me ainda mais triste. Eu nunca conseguiria arranjar algum homem que me amasse e me visse como uma mulher enquanto estivesse ao lado de Katherine e de Lexi. A família Gillies era linda e maravilhosa, nunca conseguiria competir com eles. Tenho a certeza que, se Stefan pudesse escolher entre mim e Katherine, ele iria preferi-la e se pudesse escolher entre mim e Lexi, ele escolhê-la-ia. Eu nunca fui a primeira escolha de ninguém. Não iria ser agora. Nem nunca.

-Miss Pierce?

Olhei para trás, abafando um grito.

-Mr. Salvatore? – perguntei, tentando confirmar se era Damon.

-Sim, Miss Pierce, é o Damon Salvatore – houve uma pausa e depois ele falou: - Importa-se de eu incomodar por uns instantes a sua linha de pensamentos?

-Claro que não, Mr. Salvatore.

Ele aproximou-se e ficou ao meu lado, a contemplar aquela paisagem.

-É uma linda paisagem. De dia, é alegre, mas de noite, é misteriosa, cheia de sombras e cantos onde nos podemos esconder.

-Sem, dúvida – concordei, não tendo a coragem para o fitar directamente, observei a sua reacção pelo canto do olho.

-A festa está agradável?

-Muito, Miss Pierce. E era por isso mesmo que a queria chamar. Não deseja vir comigo para o baile?

-Não me parece, Mr. Salvatore. O senhor é acompanhante da minha irmã.

-Tenho a certeza que ela não se importa.

-Não gosto muito de dançar.

-Mas gosto eu, Miss Pierce, e prometo que a farei divertir-se esta noite.

Gargalhei e ele sorriu.

-Mr. Salvatore, qual é a sua verdadeira intenção?

-Dançar consigo e não deixá-la afogar-se na mágoa que a preenche.

-Não tenho mágoa – menti.

-Os seus olhos mentem. É o meu irmão a causa disso?

-Prefiro não falar sobre isso – disse, baixando os olhos e virando-me para a paisagem.

-Então tenho que a levar até lá abaixo. Temos que dançar – disse ele e chegou-se ao meu ouvido, como se o que fosse dizer, fosse um segredo. – E não seria muito bom para a minha reputação aparecer sozinho.

Suspirei e virei-me para ele. Ficámos a centímetros um do outro e eu sentia a sua respiração suave e quente.

-Por favor, Miss Pierce, não me faça uma desfeita dessas. O meu pobre coração não aguentaria.

Sorri e fiz uma pequena vénia.

-Com certeza, Mr. Salvatore. Longe de mim despedaçar o seu coração.

Encaixei o meu braço no seu e descemos as escadas.

-Acho que conhece esta dança, Miss Pierce.

-Por favor, é Elena. E sim, de facto, conheço esta dança.

-Então, mais um favor Elena: de hoje em diante, trate-me por Damon.

Descemos a escadaria toda e infiltrámo-nos na dança. Ele era excelente dançarino, com uma postura elegante e um sorriso travesso nos lábios, com os olhos brilhantes e muito educado. Mudámos de par e fiquei com Trevor.

-Então, está a gostar da festa, Miss Pierce?

-Muito, Mr. Gillies.

-É Trevor. Lord para o meu pai e Mr. para o meu irmão mais velho, Klaus.

-Então é Elena.

-Aproveite o resto da festa, Elena.

Mudámos outra vez de par, e fiquei com um desconhecido.

-Deve de ser a outra Miss Pierce. Encantado.

Sorri.

-Também, mas, a quem devo a ousadia?

-Mason Lockwood, o irmão mais novo de Mayor Lockwood.

-Elena Pierce.

-Já notei. Está a gostar da festa?

-Muito.

Trocámos mais uma vez de par e fiquei com Stefan.

-Elena, eu…

-Mais tarde, Stefan, agora não.

Dançámos num silêncio desconfortável palpável e quando já estávamos quase a trocar de par, ele disse:

-Mais tarde, então.

Trocámos e fiquei, mais uma vez com um desconhecido.

-Robert Fitz, Miss…

-Pierce. Elena Pierce.

Ezra era muito dócil e sorria muito. Enquanto dançava, estava abstraído noutra pessoa que eu notei.

-É a sua noiva, Mr. Fitz?

-Minha esposa, na verdade. Aproveite a festa, Miss Pierce.

Trocámos mais uma vez e fiquei a conhecer as pessoas. Quando voltei ao Damon ele sorria ainda mais.

-Tenho uma surpresa para si, Elena. Para a afastar desta… nostalgia.

-Mal posso esperar para a ver.

A música acabou e Damon pegou na minha mão, e mal saímos da sala, começámos a correr que nem loucos.

-Damon! – exclamei.

-Mais um pouco, Elena.

Corri mais uns minutos, e depois parámos.

-Elena, bem-vinda à paisagem mais linda de Mystic Falls! – exclamou ele, bem alto.

Então percebi: estava num cume, bem alto, com um pequeno bosque atrás de mim e à minha frente, para além da paisagem magnífica de Mystic Falls, um muro de granito que me ia até à cintura.

-Isto é lindo! – exclamei, aproximando-me do muro e espreitando lá para baixo. – É uma altura enorme!

-Sem dúvida. Olhe para ali – falou ele, apontando para oeste. – Está a ver aquela casa ali?

Tentei focar para onde ele estava a apontar e acenei.

-É a nossa mansão.

-Tem razão, Damon. É mesmo a vossa mansão.

Olhei para ele e o rosto dele ficou sério.

-Elena, não ligue ao meu irmão. A menina é tão merecedora de mais.

-Damon, eu disse que não queria falar no assunto.

-Como queira, mas se falar comigo, que mal a conheço, não será melhor, do que falar com quem a conhece demasiado bem?

Acenei e voltei-me para a paisagem, preparando-me para desabafar com Damon, o desconhecido que parecia meu conhecido há anos.