As Gémeas Pierce escrita por AnaTheresaC


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Este é o vigésimo capítulo!!!!! Vamos festejar (com lenços de papel)!



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Capítulo 20 – Narrado por: Stefan Salvatore e Katherine Pierce

Parte 1 – Stefan Salvatore

Cheguei a casa exausto e com um trabalho de última hora para fazer que era para entregar dois dias depois. Mesmo assim, arrumei as minhas coisas da universidade e desci para jantar.

Contudo, o que eu vi fez-me querer subir as escadas e enfiar-me no quarto. Elena e Damon estavam ao lado das escadas a beijarem-se.

Tossi intencionalmente e olhei para Damon com raiva.

-Olá, Stefan – cumprimentou ele e eu apenas acenei. Desci as escadas com os sapatos a fazerem um ruído compacto e zangado que irritava os ouvidos.

Segui logo para a sala de jantar e fui o primeiro a sentar-me na mesa. Ouvi a porta da rua a abrir-se e Katherine a gargalhar. Como é que eu sabia que era ela? Ela tinha uma gargalhada infantil e divertida. Na verdade, nunca tinha ouvido Elena a gargalhar. Ela era sempre tão séria, tão íntegra e tão adulta.

-Stefan?

Porém, esta era tudo menos a voz de Katherine, que ainda soava divertida algures pela casa.

Olhei para cima, com a cólera a correr pelas minhas veias. Ela era tão linda, tão perfeita. Aqueles olhos inocentes e preocupados. As faces levemente rosadas e um pouco queimadas, provavelmente do sol que hoje fez e os seus cabelos castanhos lisos a estenderem-se pelo vestido azul escuro com pormenores em renda branca.

-Posso falar um pouco consigo antes do jantar?

-Elena, eu estou muito cansado e o jantar deve de estar quase pronto.

Ela ouviu atentamente e acenou com a cabeça.

-Mesmo assim…

-Muito bem – disse eu e levantei-me da mesa. – Vamos para o escritório do meu pai.

Passámos pela sala de estar e vi que Damon estava sentado a ler uma carta com um ar muito sério. Estava tão compenetrado que nem notou na nossa presença, ou se notou, não desviou o olhar da leitura.

Entrámos no escritório e Elena percorreu uma prateleira de livros do meu pai com os olhos.

-Eu gostava de falar consigo sobre nós.

-Pelo que eu percebi, não existe nenhum “nós”.

Ela olhou-me, visivelmente magoada.

-Como pode dizer isso, Stefan? Nós beijámo-nos!

-Sim, e depois beijou o meu irmão. Mais do que uma vez.

-Stefan, eu…

-Não precisa de se explicar, Elena. Eu admito que a perdi desde aquele dia em que dancei com a Lexi.

-Não! – exclamou ela desesperada e colocou as suas mãos delicadas sob o meu rosto, obrigando-me a fitá-la. – Stefan, não me perdeu! De maneira nenhuma! E ontem aquilo que aconteceu entre nós foi fantástico, nunca me tinha sentido assim. Por favor, não diga que me perdeu, porque isso teria mais significado para mim do que aquilo que quer dizer.

-E o que eu quero dizer?

-Quero dizer que – ela parou e baixou os olhos, para voltar a olhar nos meus com uma intensidade que nunca antes tinha visto. – O que eu quero dizer é que o amo, tal como amo o Damon. E que neste momento estou demasiado confusa para decidir. Mas, por favor, não me diga que me perdeu porque isso jamais será verdade.

-Tenho a sua palavra? – perguntei-lhe e coloquei as minhas mãos nos seus ombros. Ela acenou com a cabeça e sorriu.

-Tem a minha palavra.

Abraçou-me e a sua cabeça descansou no meu peito. Abracei-a num gesto de carinho e porque a queria proteger. Elena estava confusa. E confusão é algo que eu também estou a sentir e que compreendo completamente. Será que Katherine também estava? E Damon? Pior, e se Damon estava a brincar com os sentimentos das duas?

Parte 2 – Katherine Pierce

-Até amanhã, Elijah – despedi-me dele e ele beijou-me a face.

-Até amanhã, Katherine – disse ele e entrou na carruagem de volta para casa.

Fechei a porta e encostei-me a ela, suspirando e gargalhando.

Entrei na sala de estar e Damon estava com o rosto entre as mãos e uma carta ao lado dele. Cheguei sorrateiramente e li a carta. Era uma carta do comandante do exército da Virgínia do Norte, Robert E. Lee, a convocá-lo para passar três meses no campo de concentração.

-Damon… - sussurrei e pousei uma mão nas suas costas. Ele levantou o rosto subitamente e olhou-me desesperado.

-Que faço?

Suspirei. Eu poderia querer que Elena morresse, mas não Damon, e muito menos num campo de guerra.

-Tem outra solução? Robert Lee foi bastante claro.

Ele acenou com a cabeça e levantou-se.

-Eu sei, eu sei. Mas o problema é que eu não quero ir! Quero ficar! Quero ficar com a minha família, com Elena e consigo.

Olhei para baixo. O seu desespero era tão grande que era quase palpável e ver aquela frustração naqueles olhos azuis tão lindos custava.

Elena e Stefan saíram do escritório e os nossos olhares cruzaram-se. Os de Elena fugiram logo para os de Damon e aproximou-se dele devagar.

-O que aconteceu?

Damon ficou preso com a voz na garganta. A sua boca abria e fechava, mas não conseguia proferir nenhum som.

-Ele vai ter que voltar para o exército – disse-lhe e levantei o queixo.

-O quê? Não! – exclamou Elena em pânico.

-Eles não sabem pelo que passámos neste últimos dias? Eles podem fazer isso? – perguntou Stefan e pediu-me a carta para ler, que eu lhe entreguei logo.

-Sim, podem – respondeu Damon abatido. – Mas são logo três meses.

-Três meses?! – exclamou Elena e sentou-se ao meu lado, em choque. – Não é justo.

Stefan desviou os olhos da carta para Elena e depois para mim. Fiquei a fitá-lo durante um longo momento, tentando saber o que era aquele olhar indecifrável que ele tinha naquele instante. Voltou a focar-se na carta e o seu rosto foi enrijecendo a casa segundo.

-Temos que falar com o pai – determinou Stefan depois de ler a carta. – Talvez ele possa fazer…

-O pai não faria isso! – exclamou Damon e eu saltei do sofá assustada com o seu tom de voz colérico. – O pai não faria tal coisa por mim!

-Damon… - tentou falar Stefan mas Damon deu um passo e ficou cara a cara com Stefan.

-Ele não o fará – disse Damon, tentando controlar o tom de voz. – E eu tenho a certeza que tu ficarás muito feliz, não é irmãozinho?

-Não! – gritou Stefan e empurrou Damon para trás. – Apesar de tudo tu continuas a ser o meu irmão!

Damon riu sarcástico.

-Estás a ver o que estás a fazer-lhes? – sussurrou Elena para mim e eu olhei-a.

-Tens a certeza que sou eu? É que não fui eu que andou a beijar Stefan num segundo e Damon no outro.

Percebi que a tinha magoado e tinha implantado a dúvida na sua cabeça.

-Tu és uma manipuladora, Katherine – falou ela e eu sorri.

-E tu és uma destruidora de lares, Elena – disse-lhe num tom doce.

-Tens a certeza que é isso que te vai impedir de me roubares a Elena? – interrompeu Damon. Os dois estavam tão focados neles próprios que nem tinham notado na nossa pequena conversa.

-Ela não é tua para ser roubada! – gritou Stefan e voltou a empurrar Damon com mais força.

-Parem! – gritou Master Salvatore do topo das escadas. – Mas que diabos se passa com vocês?

-Damon foi destacado para o exército – informou Stefan ao pai.

-Como? – perguntou Giuseppe, bastante surpreendido com a notícia.

-Robert Lee quere-o ao seu lado a lutar – continuou Stefan. – E ele não quer ir.

Giuseppe suspirou e aproximou-se de Damon. Colocou-lhe uma mão no ombro e olhou bem fundo nos olhos do filho.

-Tu tens que ir, Damon. Tens que defender o Sul e os seus princípios.

Damon engoliu em seco e olhou para mim e para Elena para voltar depois a olhar para o pai.

-Claro pai.

-Quando é que Mr. Lee disse que tinhas que ir?

-Amanhã.

-Então é amanhã que irás.

-NÃO! – gritou Elena ao meu lado, o que até a mim me surpreendeu. – Por favor, Master Salvatore, não lhe faça uma coisa destas. Não me faça uma coisa destas. Ele pode morrer!

Elena aproximou-se de Giuseppe, preparada para enfrentar a fúria dele, sim, porque era como ele estava naquele momento. Apesar de o conhecer ainda há muito pouco tempo, eu sabia perfeitamente que quem contrariasse as suas ideias entraria na sua lista negra e isso não era nada bom.

-Então morrerá a defender o Sul. A defender a menina e a defender a sua honra e a da sua família.

Elena deixou escapar um soluço e por um segundo eu partilhei o sentimento com ela. Eu não queria que Damon fosse. Contudo, se isso a faria sofrer, então que ele fosse.

Giuseppe  voltou-se para Damon e finalizou:

-Prepara as tuas coisas. Amanhã, assim que o sol nascer, tu subirás para um cavalo e irás ter com Mr. Lee.

Saiu da sala, voltando a subir as escadas e deixando-nos completamente atónitos com a sua atitude. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei, desculpem fãs de Damon, mas ele vai ter que ir durante 3 meses para o exército. Como será a vida de Elena, Katherine e Stefan nos três meses em que os lindos olhos azuis vão tirar férias? Pior, será que Damon vai regressar sem sequelas? Ou ficará ele no terreno?
102 comentários em 19 capítulo! Muito obrigada! Não tenho tido para responder, mas tenho-os visto.
XOXO