Dear Pegasus, escrita por DiraSantos


Capítulo 10
Vovô gato e Bisavô brigam,Boate,Miguel é o melhor


Notas iniciais do capítulo

Espero que agrade.
Boa leitura



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Capítulo Nove: Meu Vovô gato e Bisavô discutem,

Boate nova-iorquina

E Miguel se prova o melhor.

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Senti uma corrente elétrica me irromper o corpo inteiro, as pontas dos meus dedos formigaram e os pêlos da minha nuca estavam em pé. Consegui olhar em seus olhos por apenas 4 milésimos e foi como se eu tivesse metido a mão dentro de três trilhões de tomadas ao mesmo tempo.

Não tive muita dificuldade em descobrir que deus estava à porta da enfermaria. Ele era alto e largo, estava usando um terno de risca azul escuro, os cabelos e barba eram negros com grandes olhos azuis elétricos cravados em mim.

Nada saiu da minha boca.

—Responda. —Rugiu um tremor, por um segundo, sacudiu minha coluna. Mas, segundos depois, olhando para minhas mãos, respirei fundo e procurei me acalmar.

—Não tenho muito haver com isso, eles me trouxeram para cá. Também pensei que ia morrer com aquela mordida. — Expliquei por um fio de voz que, aos poucos, ia ficando mais forte.

—Também acho que ela não tem nada haver com isso, pai. —atrás dele, o garoto mais bonito que eu vi na minha vida apareceu, entrando na enfermaria, passando os olhos azulados pelo lugar. —Meus filhos e os Eros cuidam dos feridos, independentes de quem forem.

—Não tente me ensinar, Apolo, sei o que se passa aqui. —Ralhou Zeus, dando alguns passos para dentro fazendo as portas se fecharam, e só sei disso pelo barulho. Meus olhos ainda não tinham desgrudado do loiro que mexia em tudo como uma criança.

—Tudo bem, me calei. Mas ela não tem culpa, Atena concordaria comigo. —Cantarolou, passando os dedos pela testa de uma garoto que ofegava — ele chegara aqui mais cedo, era um filho de Pluto ao que parece, mas tinha asma e tivera um ataque na arena.

O asmático respirou fundo e saltou um sorriso enquanto dormia.

—O senso de justiça de Atena não a deixa enxergar o perigo. —Disse o senhor dos céus, avançando para tirar Apolo de perto do garoto que tinha acabado de curar, o deus solar revirou os olhos e sorriu para mim, por um segundo pensei que ia ficar cega.

—Mas ela também não é a deusa da sabedoria? Deve saber o que faz. —ele piscou para mim e uma onda de calou se quebrou em mim, literalmente— E você, gracinha? Está bem?

As palavras se atropelaram na minha boca, então só assenti e enchi meus pulmões e apertei meus joelhos contra o peito, minhas pernas doíam um pouco de tanta câimbra.

AC/DC? —Confusa ergui os olhos para Apolo depois para meus tênis, dei de ombros e abri um pequeno sorriso e percebi que muito provavelmente eu devia estar vermelha sangue de tanto corar.

—É...

—Ótima banda; posso arranjar um autógrafo e quiser e quem sabe.... —Meus olhos se arregalaram, abri minha boca para berrar e muito provavelmente me jogar em cima do lindo ser que estava na minha frente, mas um trovão altíssimo varreu o céu escuro.

—Apolo! —Gritou Zeus, e o deus solar revirou os olhos, piscou para mim e se levantou, se virando o todo poderoso os Olímpo erguendo as mão e encolhendo a cabeça nos ombros andando um pouco para longe, tentando deixar minha atenção para o outro deus na sala.

Abaixei meus olhos e o senhor dos céus respirou fundo, tentando se acalmar.

—Você não devia ter nascido.

—Sabe, ouvi essa frase demais em menos de uma semana, então, poderia não repetir? —Aquilo estava me irritando demais, eu já sabia disso. Ninguém sabia disso mais do que eu, minha irmã tinha morrido por isso, conseguia imaginar Blythe aqui, no meu lugar, como o sorriso dela faria todos serem mais feliz, como faria todos entenderem que ela não tinha culpa, faria o melhor por todos.

Então, estava nem ligando pra Zeus ou para qualquer outro.

Ele deu um sorriso de escárnio.

—Se ouviu tanto é por que deve ser verdade. A voz do povo é a voz dos Deuses. —Levantei os olhos, mais irritadiça ainda, respirei fundo e deixei minha coluna ereta, fazendo minha melhor cara de paisagem.

—Pena que eu não ligo para o que os Deuses dizem. —Apolo segurou um risada lá na frente.

—Devia tomar cuidado como fala, mortal. Nunca lhe ensinaram isso?

—Não, minha mãe morreu quando eu tinha dois anos e meu pai não podia ficar comigo. Eu e minha irmã vivíamos por conta própria. Ah, bem ela morreu quando nos entramos na droga do seu mundo problemático e cheios de monstros e eu salvei o seu Pegáso, já que ele fugiu de vocês.

Seus olhos cintilaram de raiva raios cruzaram os céus e um relâmpago apareceu na sua mão direita, pura energia e eletricidade que provavelmente me atravessaria a qualquer momento. Percebi que para mim não fazia diferença, para mim, vida e morta estavam no mesmo patamar, se e bem que a morte em traria mais vantagens, eu sabia que Blythe me esperava do outro lado.

—Não tem medo da morte? —Indagou Apolo parecendo um pouco receoso atrás de mim. Sem desviar o olhar de Zeus, respondi com firmeza:

—Minha irmã me espera do outro lado, ficarei no lucro. —Ambos ficaram surpresos com a declaração.

—Thanatos ficaria bem feliz em ceifá-la.

—Não tenho problemas com ele.

—O corpo mutilado de Karen Sallin me diz o contrario. —Resmungou Apolo se inclinado para a branquela, dei um meio sorriso e o olhei.

—Tenho problemas com a filha dele, jamais com ele. A rixa dele é com Asclépio, não comigo. —Apolo assentiu lentamente, os olhos azuis fixados no maxilar roxo e inchado de Sallin.

—Ela perece ser bem bonita.

—Depende, se seu tipo é garotas marrentas, de um branco doentio e com o cérebro do tamanho de uma ervilha... Bem, posso apresentar você para ela.

—Não tenho tipo, sendo mulher, já tem meus requisitos básicos. —Revirei olhos.

—Mulherengo...

—Não! Eu amo mulheres, tanto que não consigo escolher só uma.

—Ou não quer escolher uma.

—Apolo, cale-se!

—Não falei coisa alguma com ela!

—Falou sim. —Apolo fez um beicinho para mim, senti meu coração se apertar e uma enorme vontade de desfazer aquele beicinho eu mesma. Zeus respirou fundo e apontou e raio na minha direção, no centro da minha testa, apertou um pouco o relâmpago um choque atingiu meu braço, abrindo a ferida no meu braço mais um vez, sufoquei minha dor e meu grito.

—Você está sobre os olhos do Olímpo, Sury Carpe, não se esqueça disso. — Assim sumiu uma nuvem azulada com cheiro de chuva, Apolo caminhou até mim, tocou meu braço, fechando um pouco a ferida no meu braço, me estendeu um cartão amarelo e piscou.

—Me liga. —E pop, sumiu em um nuvem dourada que quase me cegou.

Respirei fundo e aproveitei o silêncio do lugar.

Foi quando percebi que meu coração estava doendo outra vez, que lágrimas ameaçavam cair, apertei meias meus joelhos contra o peito e chorei, senti os soluços me cortarem o peito, meu ombros tremendo, minha respiração dura e entrecortada machucar minha garganta.

—Sury? Sury, o que foi?! —Miguel entrou correndo e se sentou ao meu lado tentando levantar meu ombros, colocou a mão na minha ferida, observou a sua palma e segundos depois meu braço, viu a ferida ainda aberta. —O que Hades aconteceu aqui?!

Levantei meus olhos para ele, Killian engoliu a seco e me deu um sorriso leve.

—Pode confiar em mim, Suh. —Não resistindo ao impulso, assenti e me apoiei em seu ombro, enquanto ele se ajeitava, se deitando ao meu lado na maca, me permitindo esconder o rosto em seu ombro quente, minhas lágrimas encharcavam sua camisa ao mesmo tempo em que eu me agarrava a ele.

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—Vamos, o que aconteceu? —Perguntou depois que meus soluços passaram.

—Zeus.

—O que tem ele? Fora o fato que deu muitos raios hoje, devia estar bem irritado...

—Ele estava aqui, agora a pouco. — Miguel se calou por um tempo, digerindo a informação.

—Seu braço... Isso foi uma queimadura. Ele lhe atacou?! — assenti, sentindo as lágrimas escorreram mais ainda— Santo Apolo...

—Ele também estava aqui, curou um pouco o meu braço, e me deu isso. —Estendi o cartão amarelo, o filho de Momo o pegou entre os dedos, virando-o de fronte os olhos, balançou a cabeça negativamente, os cabelos castanhos sendo jogados para os lados.

—Isso é o endereço de uma boate em Manthattan, é uma boate de luxo, Apollyon.

—Boate?

—Apolo não vale nada.

—Ele foi legal comigo.

—Por que você é uma garota. —Lhe dei um soco no ombro.

—Algum problema com isso?

—Não, amo as garotas, na verdade, não viveria sem elas. Mas Apolo continua sendo Apolo. —Resmungou, puxando uma mecha dos meus cabelos para atrás da minha orelha, passou os dedos nos meus cabelos, respirando fundo no alto da minha cabeça.

—Não foi só isso, o que mais aconteceu?

—Hãm?

—Você brigou com Zeus, e daí? Rachou o maxilar de Sallin em três lugares e não ficou assim. O que mais aconteceu? —Suspirei e apoiei minha testa sem eu ombro, olhando para as minhas mãos.

—Sonhei com a minha mãe, vi o passado, vi como ela era viva.

—Hum...

—Ela era tão bonita, Miguel. Era carinhosa conosco, mesmo deitada naquela maldita cama de hospital, ela brincava conosco, nos entendia. Ela tinha olhos castanhos, pareciam chocolate quente, tinha o nariz empinado e vivia provocando meu pai e adorava maçãs descascadas.

—Onde foi seu sonho?

—Num hospital, ele estava ouvindo Blythe ler “A Branca de Neve”, depois Asclépio entrou no quarto, comigo.

—Você viu a si mesma?

—É eu era tão... Pequena e malina* também. Tinha um ursinho surrado, todo costurado, eu vivia esticando os braços dele para os lados. —Ele riu e assentiu.

—Karen pode confirmar isso. — Soltei uma pequena risada, e Miguel também.

—A culpa é dela. Ela que se meteu comigo.

—Vou me lembrar disso.

Conversamos quase que a noite toda; Miguel me ouviu falar sobre Blythe, Nilá, sobre minha vida inteira, não reclamou um segundo ou deu sinal que não gostar, ele fazia seus comentários e ria de certas coisas, ele também me falou dele.

Miguel, antes de vir para o acampamento, quando tinha 11 anos, morava em Connecticut, na cidade de Middletown; vivia com o militar que era o seu pai, com quem não se dava mal, mas também não gostava muito, aos onze anos, estava saindo para a escola, quando esbarrou com um sátiro correndo de uma mulher cobra, ele o ajudou e descobriu ser um meio-sangue.

Killian estava aqui na guerra contra um titã que queria voltar ao poder, que ele disse não lembrar o nome do titã. Disse-me também que foi um tempo muito difícil, a maioria dos não-reclamados foi para o lado do tal vilão, incluindo ele.

—Acho que foi a coisa mais idiota que eu fiz na minha vida, gostaria de dizer que eu fiquei do lado certo, mas não. Éramos todos enfurnados no chalé de Hermes, mas não durei muito no exercito de Cro... Bem, logo depois do episodio da Batalha do Labirinto, voltei com o rabo entre as pernas para cá. — me falou olhando para o nada

—O importante é que está aqui. —Disse observando seus olhos ficarem um pouco vermelhos foi quando me lembrei de como ele ficou corado ao Nathaly Keller entrou.

—Miguel, posso perguntar uma coisa?

—Hãn? Ah, claro, manda aê.

—Você conhece Nathaly Keller? —E como eu previ, ele ficou corado outra vez.

—Hãn? Ah é, já falei com ela algumas vezes, filha de Ares, não é?

—Não sei, estou perguntando.

—Você a viu hoje.

—Vi... Queria falar com ela.

—Sobre? —Indagou os olhos castanhos curiosos demais, dei de ombros.

—Nada demais, amanhã vou falar com ela

O filho de Momo saiu da enfermaria cinco segundos antes da concha tocar, me deu um beijo na testa e me mandou ficar na cama, bocejou e deixou algumas frutas no criado mudo ao lado da minha maca. Não demorei muito a pegar no sono, cansada rolei para o lado esquerdo, evitando olhar para o lado que Sallin estava deitada, parecia estar se recuperando, estava se mexendo demais.

Sonhar estava ficando cada vez mais freqüente e cansativo, nunca eram sonhos estranhos e sem sentido que pessoas normais têm, os meus sempre me traziam um tipo de mensagem e eu estava ficando enjoada disso, mesmo dormindo eu nunca descansava, jamais.

Só que dessa vez, sonhei com Blythe e mamãe.

Elas sabiam a verdade.

Algo que eu não devia ter descoberto.

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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora meus anjos, sei que está pequeno, perdão.
Espero que tenham gostado, irei atualizar os revies agora mesmo.
Beijos
Estou aberta a ideias e puxões de orelha.
Beijos²