Prólogo:

Down: http://www.youtube.com/watch?v=FAtNOwpoUvc

A dor nunca me pareceu algo tão presente em meus dias. Tudo parecia dar errado. Estava entrando num caminho sem volta. Sentia-me sozinha, e sem saída. Como pude me deixar levar assim? As sensações parecem multiplicadas e a dor, a ah dor, parece não me deixar. Minha vida deu uma volta de cento e oitenta graus e agora não sei como fazê-la voltar ao normal. Devia saber que não ficaria assim por muito tempo, estava inquieta há alguns dias e tudo a minha volta desmoronou. Nunca me senti desta maneira, tão frágil.

Mexi-me na cama inquieta. Era como se nem mesmo mais ali eu coubesse. Aquele não era mais o meu lar. Escutei o grito de “elogios” no andar de baixo e soltei um suspiro. Levantei-me sem a mínima vontade e me arrestei para fora do quarto, ao sair bate a porta e segui pelo corredor, logo descendo a escada. Ao chegar onde queria parei e levantei a cortina que balançava de acordo com os gritos infindáveis. Olhei-a firmemente e a vi parar de gritar e um sorriso tímido surgiu em seu rosto. Passei a mão por meus cabelos e suspirei vencida.

-Vovó, por favor, eu preciso dormir. – Supliquei baixinho. – Não faço isto há mais de três semanas.

Botei uma de minhas mãos em minha cintura e a outra apontei para as olheiras em meu rosto, erguendo uma sobrancelha, questionando em silêncio. Mesmo sem ter convivido realmente com ela, sei do quanto à aparência é importante de acordo com o seu ponto de vista. É eu sei isto parece cruel, mas quer saber? Quem se importa? Agora estou basicamente sozinha. Afinal de contas, não é sempre que meu padrinho, Remo Lupin, pode me fazer companhia. Sua expressão ficou chocada e escutei-a.

-Por Merlin Amanda você está péssima! – Bradou. – Vá já para a cama.

Olhei-a com um olhar frio e penetrante, bem de acordo com nossa família e falei amarga.

-Bem que eu queria se a senhora parasse de gritar e me deixasse descansar.

-Oh, minha querida me desculpe. – Ofegou chateada consigo mesmo. – Não irei lhe importunar mais. –Deu um sorriso e completou. – Suba é descanse meu amor, vá!

Assenti com a cabeça sem querer brigar pelo menos não agora. Tudo o que preciso é dormir. Pelo menos a ideia de dormir na escola me parece mais plausível. Vi umas sombras passarem por ali e me movi. Notei um homem baixo e sujo mexendo nas coisas da casa e soltei um grito o mais alto que eu podia. Quem ele pensa que é? Meu sangue fervia e eu tinha uma imensa vontade de lhe ensinar a não invadir a casa alheia e pegar o que lhe fosse conveniente. De certo não deveria saber que estaria ali. É com certeza acreditam que fui embora, mas bem, aqui estou eu. Pronta para começar o meu último sacrifício.