White Feathers - Blood Chronicles escrita por Ceshire


Capítulo 7
002.4 ~ Desiree




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002.4 ~ Desiree

 

Stella e Takeshi se encontraram novamente, apesar da ínfima distância entre eles, mal conseguiam se expressar ou dizer algo. Jeremiah apaziguara os alunos alvoroçados pelo termino da batalha, pois não houvera fim real e isso não os satisfizeram.

 

Kanemaki sabia que nada adiantaria continuar, e então se pronunciou frente aos aprendizes.

 

— Vamos, espalhem-se, que alvoroço é esse?

— Não vêem que isso foi apenas uma demonstração?!

— Vão embora, temos assuntos importantes para tratar agora.

Assim os alunos começaram a se dispersar, Myriev apenas olhava aqueles dois parados ali no jardim, encarando-os com um olhar estranho. Jeremiah olhava Kanemaki, que parecia disfarçar a expressão abatida e então todos pensativos ficaram; Apenas aqueles dois se admiravam, inabaláveis.

 

Então Kanemaki aproximou-se...

 

— Que está havendo aqui?!

 

Stella voltou a si toda corosa...

 

— K-Kanemaki-sama¹, esse é um conhecido meu.

 

O doce e delicado rosto de Stella enrubesceu como nunca, diante de tudo isso. Myriev olhava Stella com uma expressão surpresa e assustada, seu olhar o traia em pensamentos.

 

— Mas princesa, como poderia conhecer tal pessoa?

— Isso não pode ser verdade.

 

... Myriev continou com seus pensamentos, inconformando-se a cada instante que se passava.

 

Stella não sabia o que fazer, dizer ou como se portar naquela situação, nada mais viera à cabeça e assim se pôs em silêncio. Takeshi veio se aproximando lentamente, mostrando um leve sorriso de felicidade; Viu-se rodeado de lobos, que pareciam querer arrancar sua cabeça no próximo movimento. Abaixou então o rosto, levantando a mão levemente ao queixo de Stella, levantando-o de forma que seus olhares se cruzassem, então ele sussurrou: podemos ir para outro lugar?

 

Stella mostrou uma expressão feliz em alívio e apressou gestos dizendo em altas palavras, venha! Quero lhe mostrar minha casa.

____________________________

-sama¹: sufixo para nome pessoal, representando pessoas importantes, da realeza ou até mesmo deuses.

Seguiram caminhando pelo jardim, e assim... Myriev, Kanemaki e Jeremiah se olharam, sem saber o que dizer.

 

Ao caminharem foram aproximando-se de outra ala do jardim, Stella respirou fundo e olhou para Takeshi que sorriu levemente enquanto mordia seu lábio inferior, Ficaram se entreolhando quando não obstante a abraçou forte, juntando o corpo da pequena Stella junto ao seu.

 

Arregalou os olhos quando ele encostou o queixo sobre sua cabeça, voltaram em seus pensamentos seu primeiro abraço, mas dessa vez Stella o empurrou e continuou a olhar sem saber o que dizer.

 

— Perdoe-me senhorita, não houve tempo para nos apresentarmos noutra vez, sou Takeshi Kaday.

 

Stella olhou para ele elevando seu rosto ao céu que acabava de escurecer transpondo então às brilhantes estrelas que não se cansava de admirar.

 

— Stella, Stella Minakami.

 

Os dois então sorriram e se admiraram por um instante, quando Stella percebeu que alguém estava por vir, segurou na mão de Takeshi e saiu correndo pelo jardim.

 

— Venha, melhor irmos pra casa, já está tarde.

— Meu pai me matará se souber de você.

— Principalmente dessa maneira.

 

— Que drástico.

— O que faremos?

 

Vou apresentá-lo como um velho amigo, assim creio que não haverão tantos problemas.

 

— Acredite, não creio que seja tão fácil assim pequenina.

— Não sei por que motivo, mesmo sem me encontrar seu pai parece já não gostar da minha pessoa.

 

— Por que diz isso T.k-sama?

— Não fale dessa maneira, não o conheço bem.

— Mas também não quero acreditar que seja assim.

 

Takeshi olhou a ela com uma expressão surpresa.

 

— T.k?

 

Ela então riu, parando de correr colocou às duas mãos sobre os joelhos, respirando profundamente. E então disse com um ar todo puxado.

 

— Taaakeshi Kaday.

 

E então riram novamente.

 

Ao chegarem no portão de entrada, haviam alunos por todos os lados, em suas posições, no caso de algum ataque a mansão.

 

— Stella-chan, por que tantos guardas?

— Meu pai é um homem importante, geralmente é sempre assim.

— Mas não se preocupe, está tudo bem.

 

Myriev estava na porta de entrada, aguardara ali desde a batalha, esperando entender o que se passava por ali em seu atordoamento por esses dias cheios. Ao ver os dois entrando, dirigiu-se a Kaday.

 

— Boa noite mestre Kaday-sama.

— A que devemos tão ilustre presença?

 

Stella se dispôs antes que Takeshi disesse algo.

 

— Não seja bobo, és meu convidado.

 

Agarrou-lhe a mão e subiram então às escadas de entrada.

 

Takeshi mais parecia um menino sendo levado para todos os lados, este que nem se importava com muitas coisas neste instante.

 

O interior da mansão era belo e muito bem decorado, ele olhava para os lados, admirando, e assim seguiram para os aposentos de Koyuki.

 

Stella bateu a porta, esta que se abriu logo então, mas, nada havia lá, nem seu pai, nem ninguém. Achou estranho, e nesse desencontro, resolveu aguardar com Takeshi ali, numa banqueta próxima ao quarto do pai.

 

— Diga-me T.k — Por que duelava?

 

— Não chamaria aquilo de duelo, por alguma razão me fizeram um desafio, este que não me agradava, mas vim para não ficar a mercê dos sermões de um amigo.

 

Conversaram ali por algum tempo, este que voava e nenhum sequer notou, conversaram um pouco sobre tudo, e... vez ou outra, tornavam a ficar sem palavras ou apenas trocando olhares. Uma criada se aproximou enquanto permaneciam em silêncio, lembrou a senhorita de que já estava muito tarde, que já passara da hora de se deitar; Stella olhou pela janela distante, percebendo o brilho da lua sobre às nuvens.

 

— Oh céu, nem percebi.

 

Takeshi se levantou apressadamente.

 

— Perdoe-me pequenina, acabei me perdendo em suas palavras e nem consegui perceber as asas do tempo.

 

Ela o olhou sorrindo e calmamente disse:

 

— Não se preocupe, também não fazia idéia do quão ficamos aqui a espera de meu pai, sorte a nossa não termos percebido quanto tempo ficamos a esperar.

Assim disse ela, alterando assim o olhar de sua criada que percebera que nada ali estava a acontecer como diziam pela cozinha.

 

— Venha, te acompanharei até a porta — Sinto por não poder apresentá-lo a meu pai, creio que algo deve ter requerido seus cuidados.

 

Ele então fez um cumprimento, despedindo-se da criada e então a seguindo até a porta, fizeram todo o caminho em silêncio, ao chegarem no hall de entrada, perceberam que ali estava Kanemaki e Myriev, este que se levantou dizendo a Stella que o acompanharia até a porta.

 

Sendo interrompida resolveu não se pronunciar, sabia que todo ocorrido nesta tarde lhe renderia muitas explicações, não queria ela estragar tudo aquele momento que tivera a pouco nem às chances de tê-lo novamente.

 

Parou no meio do hall, dizendo a ele que se afastava:

 

— Boa noite, T.k

— Obrigado pela visita, fico muito agradecida.

 

Acenou a ela, mas não se virou para vê-la mais uma vez, não quisera estragar tal desejo encontrando o rosto de um cão de guarda perturbado.

 

Myriev se aproximou mais um pouco quando chegaram a porta principal.

 

— Não sabia que se conheciam.

— Não me parece feliz, que foi?

 

— Não se deixe enganar meu caro, de nada sabe e...

 

Myriev o interrompeu.

 

— Tudo bem mestre, perdoe minha intromissão.

— Mestre me recebe cheio de bondade em sua casa e eu o questionando quando vem a minha.

 

— Notei que não veio a cavalo, precisa de um? — Disse Myriev.

 

— Bem lembrado caro aprendiz, aceitarei sua oferta já que se encontra tão tarde; Agradeço pelo gesto.

 

Assim Myriev foi ao estábulo e lhe trouxe um cavalo algum tempo depois, despediram-se ali, e então Kaday partiu para sua mansão calmamente sobre o cavalo, admirando a lua sobre o céu estrelado; Myriev certamente detivera às palavras de Kaday, pois calmo ficava ao ver em seu rosto aquela expressão, sua paixão por Stella rendera-lhe angustia ao ver os dois juntos por tanto tempo, que agora, já se amenizava depois de tudo.

 

Takeshi ia seguindo seu caminho com pensamentos dessa tarde, desse duelo e do reencontro repentino com quem não esperava encontrar aqui, mas, que tanto desejava; Em seus pensamentos marcava às palavras de Walter que se esforçava pra que viesse, pensou não obstante que pudera ter pressentido isso, e ficava agradecido, mas, algo tentava possuir suas memórias como se quisessem inibir algo que viesse a lembrar com tudo isso.

 

 


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