Rose descia as escadas de dois em dois degraus em direção ao pátio. Era sábado, fazia um lindo dia de sol e daqui algumas horas Rose e seus primos estariam indo para Hogsmeade. Mas estava indo encontrar outra pessoa, outro grande amigo, Scorpius Malfoy era seu nome. Rose e Scorpius tornaram-se amigos depois de compartilharem a mesma cabine no trem de Hogwarts desde o segundo ano. Agora estavam no quinto e haviam se afastado um pouco, devido às diferenças que haviam sido construídas na personalidade de cada um. Rose era uma adolescente inteligente com uma beleza suave e ao mesmo tempo estonteante escondida por de baixo dos suéteres de sua avó, os cabelos castanho-avermelhados como os da mãe, porém lisos como os do pai possuíam um leve cacheado nas pontas, geralmente estavam presos em um coque mau feito, ela estava sempre agarrada a algum livro e tinha a estranha mania de conversar com os fantasmas de Hogwarts, tendo como sua favorita a fantasma da torre de sua casa, a Dama-Cinzenta, ou como preferia chamá-la, Helena Ravenclaw. Rose tinha como melhores amigos seus primos, Tiago, Alvo e Brooke, uma quintanista da mesma casa de Rose e possuía certa fama de maluca entre as meninas e de “muito boa” entre os meninos (entenda como quiser, mas em parte os meninos pensavam isso por Brooke ser a melhor artilheira de quadribol de toda Hogwarts, e em parte também era por ser extremamente bonita, estilosa e inteligente, deixando todos os garotos aos seus pés).

Scorpius Malfoy havia mudado. Antes, um garoto tímido que deixara de lado todas as intrigas entre sua casa, Sonserina, e as outras três de Hogwarts, fazendo amizade com Rose Weasley, filha da família que um dia odiou seu pai, mas a situação mudara, Scorpius entendia que eles um dia salvaram seu pai da morte certa e sentia-se na obrigação de ser grato ás famílias Potter e Weasley. Scorpius foi crescendo e esquecendo-se desse sentimento, a única coisa que fazia lembrá-lo era Rose, eles ainda eram amigos mesmo estando tão afastados. Era divertido e um tanto reconfortante conversar com ela. Scorpius sentia que podia contar qualquer coisa para ela sem receio algum de ser julgado, porque Rose não fazia isso, ela era inteligente demais para fazer esse tipo de coisa. Agora, porém, Scorpius havia feito novos amigos, amigos orgulhosos, arrogantes e esnobes, eles eram tudo de pior que a Sonserina podia oferecer. Scorpius, por fim, havia se dado por vencido pelo argumento “Você é um Sonserino, não pode sair por aí fazendo amizade com qualquer um” e agora se tornara tão arrogante quanto os amigos, embora um pouco do seu Scorpius antigo voltava a prevalecer sobre ele quando conversava com Rose.