Relíquias de Sangue escrita por yankaevellyn


Capítulo 13
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos que estão acompanhando a história. Espero que gostem!



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Quase não consegui dormir, aquela história toda era de arrepiar, até mesmo pra mim. Desci pra ver se alguém já estava acordado, na sala de estar me deparei com Melinda. Ela me olhava como se não se importasse, mas obviamente estava apavorada.
- Oi – ela disse.
- Oi – sorri, ainda era possível sentir o clima tenso entre nós.
- Eu quero ir embora Jake.
- Agora não. Nós ainda temos que conversar, tenho certeza que você tem algumas perguntas.
- Eu esperava que você me dissesse que isso tudo que aconteceu ontem fosse só coisa da minha cabeça. Mas agora já entendi – ela se reprimiu.
- Que pena, mas aconteceu! – Rose disse entrando na sala com os Campbell’s.
- ROSE! – gritei.
- Que foi? Vai dizer que não aconteceu Jake? – ela riu. Eu apenas a ignorei.
- Então, quer dizer é tudo verdade? – eu concordei – Parece que minha vida está ficando cada vez mais estranha.
- Então, comece com as perguntas fáceis! – eu disse.
- Vocês... Dormem em caixões? – ela perguntou, nesse exato momento nossas gargalhadas ecoavam pela casa, enquanto Melinda apenas nos fitava.
- Nã... – eu segurava o riso – Não, não são necessários.
- Vocês... Brilham... No sol? – ela perguntou envergonhada. Dessa vez ninguém conseguiu segurar os risos, eu mandei eles pararem pra não a envergonharem mais ainda.
- Melinda, não. Nós não brilhamos no sol. A maioria dessas coisas que aparecem em filmes ou televisão acredite, não é verdade.
- Então vocês queimam no sol? – ela perguntou assustada.
- Use a lógica! – Matt disse – Você alguma vez viu Jake queimando?
- Não... Mas...
- Sem mais. Nós não queimamos. – ele disse.
- Vocês bebem sangue humano?
- Com certeza! – disse Harry.
- Infelizmente é necessário! – concordei.

- V-vocês n-não... Não vão fazer nada comigo né? – Ela disse segurando sua garganta.
- Não.
- Ufa! – ela disse aliviada – E então, vocês...
- Ai chega de perguntas! – Rose a interrompeu revirando os olhos – Já sabe tudo o que devia!
- Não! Quem criou vocês? – Melinda perguntou.
- Melinda, isso é uma longa história. Não devemos conversar sobre isso agora. – eu disse era difícil dizer quem nos crious para uma humana, ela nunca entenderia.
- Mas... Jake! Você mesmo disse que eu po...po...podia – Melinda gaguejou quando Rose não parava de encará-la de um modo ameaçador.
- Rose, pare com isso. Melinda, conversamos sobre isso depois!  Tenho que fazer uma coisa, Harry vem comigo. – eu disse e Harry apenas me acompanhou.

Saí da sala e fui caminhando até a porta, Melinda estava apenas assustada, talvez eu tenha sido ignorante demais, mas eu apenas não poderia falar sobre aquilo agora. Tinha coisas mais importante para me preocupar. Quando toquei na maçaneta da porta, Rose chegou rapidamente ao meu lado.
- Aonde vai? – ela perguntou.
- De volta a nossa casa.
- Por que?
- Rose você pode não se importar. Mas ontem enquanto você estava sei lá aonde, enossa casa foi invadida, tentaram me matar, e provavelmente acabaram com a nossa casa. Então se me der licença eu agradeceria se me deixasse ir! – falei grosseiramente, nunca gostei daquele outro lado da Rose que fingia não se importar. Sempre me irritou. Abri a porta e fui até meu carro.
- Tudo bem então, tenho que fazer uma coisa hoje também, posso demorar, então não pire começando a pensar que fui sequestrada. – ela gritou pelas minhas costas.
- Aonde vai?
- Diferente de você irmãozinho, eu não tenho que lhe dar satisfação. – ela disse com prazer. Eu apenas a ignorei e comecei a dirigir.

Harry passou o tempo todo apenas calado – talvez estava apenas sentindo-se culpado – naquela hora, eu apenas não estava me importando. As coisas estavam ficando cada vez mais complicadas. Eu conseguia sentir que algo ruim estava por vir. Enquanto eu estava dirigindo, percebi que Harry não fazia nada além de apenas olhar entre a janela. Ele olhava as árvores, como se fossem algo distante. Não demorou muito e nós estávamos na cidade, percebi que já era um pouco mais tarde desde que saí da casa dos Campbell’s porque tudo já estava movimentado, possivelmente as pessoas estavam indo pro trabalho. Já estávamos perto de casa quando me distraí por um minuto. Sabe quando você está olhando pra algum lugar porém o seu pensamento não está lá? Pois é. Nem sei exatamente em que estava pensando, havia tantas coisas acontecendo.

- Jake? Jake! JAKE! – Harry alertou-me.
- O que foi? – eu o olhei ainda com a mão no volante. Ele apenas apontou com a mão na direção de minha casa. Fiquei totalmente aterrorizado e furioso.
- Filho da... Argh! Droga! – reclamei.

Pisei mais forte no acelerador e parei o carro. Saí imediatamente, não estava conseguindo acreditar. Harry estava apenas atrás de mim olhando tão assustado quanto eu. Olhei para aquela grande casa, pensei em todas as coisas estranhas que já aconteceram lá – estranha, ruins e boas ao mesmo tempo – eu apenas não conseguia acreditar. Minha casa estava totalmente queimada. Harry olhou pra mim como se estivesse pedindo desculpas, eu realmente não me importava mais naquele momento. Apenas caminhei até a porta e a abri. Ela fez um barulho estranho, como se estivesse completamente velha – se eu fosse humano, com certeza iria me arrepiar por causa daquele barulho, mas nada aconteceu – eu apenas entrei. Estava totalmente destruída.
- Desculpa Jake. Isso tudo é culpa minha – Harry lamentou-se.
- Só deixa... Enfim, esquece – eu disse não me importando – Espera aí! – Eu disse olhando para o quadro em nossa sala intacto.
- O que foi? – Harry perguntou não percebendo o quadro.
- Harry olha pra isso! – eu disse, ele apenas encarava como se não houvesse nada de estranho.
- E daí?
- Harry! A casa toda foi queimada, tudo está destruído, todas as coisas. Menos esse quadro!
- Ah... É mesmo. Onde conseguiu ele?
- É uma herança de família, com certeza eu pensava que era apenas um quadro, mas tem algo mais.
- Definitivamente.

Tirei o quadro dali e o carreguei enquanto ainda observava a casa. Diante de tudo que estava ali, aquilo era a unica coisa que sobrou.
- Jake, você tinha dinheiro guardado?
- Sim – ele me olhou lamentando-se ainda mais – Não se preocupe, está tudo em um banco. As coisas que tinham realmente um valor não estavam aqui. Jóias e dinheiro estão em um banco.
- Que bom. Nós precisamos ir então. – ele disse e eu apenas concordei.

Saímos daquela casa como se estivéssemos nos despedindo, mas eu sabia que ainda voltaríamos ali. Dessa vez, Harry continuava calado mas ao mesmo tempo estava mais intrigado com aquele quadro. Aquele quadro não tinha nada de especial – além de apenas não ter queimado – ele era apenas uma pintura velha. Era uma pintura feita por Diego Velázquez chamada A Rendição De Breda. Era uma pintura realmente antiga, já existia em nossa casa na Alemanha antes mesmo de Rose e eu nascermos, nossos pais eram obcecados por pintores, mas aquele quadro era o unico que sempre os interessou. Demorou um pouco até chegarmos na casa de Harry, mas quando chegamos pareceu como um alívio. Peguei o quadro e o coloquei de baixo dos meus braços enquanto Harry apenas abria a porta.

- E aí Jake – Rose apareceu praticamente do nada apoiando-se na parede.
- Oi, pensei que não estaria em casa quando eu chegasse – falei.
- Pois é... Mas aqui estou – ela disse – Ei, o que é isso? – ela olhou preocupada para o quadro.
- O quadro de nossa casa, lembra?
- Claro que eu lembro! – ela estava assustamente feliz, apenas pegou o quadro de minha mão e começou a olha-lo – Minha nossa, não vejo esse quadro há anos! Diego Velázquez fez um ótimo trabalho...
- Rose, qual é? Esse quadro sempre esteve conosco. Como assim não o vê há anos?
- Pois é. Ahn, você sabe estive aqui por dois, é como se fosse anos pra mim – ela falou rapidamente.
- Ahn... Sei... Tá bom – eu disse desconfiado.
- E então, como está por lá?
- Horrível – eu disse, ela lançou-me um olhar como se tivesse perguntando o porquê de ter sido tão horrível – Rose, estava tudo queimado. Realmente queimado. Fico até surpreso de ninguém em Varsóvia ter percebido o incêndio.
- E isso foi a única coisa que não queimou? – ela perguntou ainda segurando o quadro, eu apenas concordei – Interessante – ela disse com prazer.
- Minha nossa! E a Melinda? Eu totalmente esqueci dela – falei assustado, como eu poderia ter esquecido de Melinda?
- Ela está... – Matt disse mas foi interrompido.
- Aqui – Melinda apareceu na sala – Muito obrigada por ter esquecido de mim.
- Desculpa, eu... Eu... Eu estava apenas preocupado  demais com todas as coisas que estão acontecendo.
- E o que está acontecendo? – ela perguntou curiosa.
- Melinda... Não... Não...Não é uma boa hora pra conversarmos sobre isso, eu já lhe disse tudo o que precisa saber por enquanto. Você só está... Você sabe... Dificultando as coisas.
- Nossa, o maninho quando está perto dessa aí fica tão bobo que começa a gaguejar – Rose gargalhou.
- “ESSA AÍ”? – Melinda disse furiosa – Você tem que me respeitar! Não é porque você é essa aberração que tem que tratar os outros como se fossem também.
- Melinda... Para... Você não deve fazer isso – eu disse me colocando entre as duas.
- Sai daí Jake! – Rose disse me empurrando tão forte que bati contra a parede – Deixe ela falar o quanto quiser. Ela não sabe no que está se metendo. Sabe o que eu acho o que você seria agora Melinda? – ela disse dando ênfase em seu nome.
- O que? – Melinda aproximou-se desafiando.
- Acho que você seria uma bela comida já que ainda não me alimentei! – Tudo aconteceu muito rápido, Rose pulou rapidamente para o pescoço de Melinda enquanto ela começava a gritar. Rose estava tomando o sangue dela cada vez mais rápido, tudo aquilo estava acontecendo em segundos. Eu apenas corri até ela e a joguei contra a parede!
- ROSE O QUE DEU EM VOCÊ? – gritei.
- Só estou com fome maninho – ela disse totalmente calma, limpando a boca suja de sangue com a própria língua.
- Alguém por favor tira essa louca daqui! – gritei enquanto Matt puxava Rose para longe dali.
- Melinda? Consegue falar? – perguntei pressionando o ferimento no pescoço.
- N-n-não – a voz dela quase não saía, estava muito abafada. Eu sabia o que tinha que fazer.
- Tome isso! – mordi meu punho deixando o sangue escorregar para a boca dela. No começo ela fez uma cara de nojo, mas começou a beber. Bebia mais ainda, como um humano bebe água depois de uma longa corrida. – Chega! Já é o bastante! – eu disse, o ferimento dela já estava começando a cicatrizar e felizmente sarar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Desculpem por estar um pouco longo demais. Por favor digam o que acharam da fic ou do capítulo até agora :)



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