O Tutor escrita por Kelly Stewart


Capítulo 6
Verdade.




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EDWARD POV:

                Eu simplesmente nao conseguia acreditar no que meus olhos viam: Bella seminua, deitada em minha cama. O que sera que ela pretende com tudo isso? As vezes ela age como uma maluca. Acabo de acordar e ela ainda esta dormindo, parece um anjo. Um anjo rebelde e ao mesmo tempo super sensivel . Dou um beijo em sua testa e vou tomar um banho. O que será que estou sentindo por ela? Preciso urgentemente conversar com Emmett, talvez ele possa me ajudar. Por sorte, havia me lembrado de levar minha roupa para o banheiro e me troquei aqui mesmo. Voltei para o quarto e Bella nao estava mais aqui. Talvez ela nao quisessse conversar agora, para falar a verdade, eu tambem nao. Desci as escadas e  Julie estava me esperando para ir para a escola.

-Tio Eddie, voce gosta da tia Bella?- Julie me perguntou assim que chegamos a sua escola.

-Eu gosto dela querida. Bella é minha amiga.- sorri e beijei sua testa.

-Ela fica triste as vezes, eu nao gosto de vê-la triste.- ela fez biquinho.

-Eu tambem nao, agora voce tem que ira senão vai chegar atrasada.

-Tá bom, eu to indo. Tchau Tio Eddie.- ela deu tchau para mim e depois correu encontrando seus coleguinhas de sala.

                Fui visitar Emmett em seu escritorio, e como sempre ele estava se pegando com sua secretaria, Rosalie. Fiquei constrangido por vê-los  quase transando naquela sala. Rosalie saiu totalmente envergonhada, e Emmett me olhou de uma maneira furiosa.

-Cara, voce só sabe me atrapalhar.- disse fechando os botões de sua camisa.- Posso saber o que voce quer dessa vez?

-Emmet, eu vim como amigo e nao como cliente- falei serio.- Eu acho que estou com problemas.

-Nao, nao me diga que voce acabou levando a tal da Isabella para a cama? Caramba cara, ela é de menor, cuidado para nao ser preso.- ele ria da minha situaçao .

-Claro que nao, pode ter certeza que eu nao sou um maniaco sexual como voce.

-Edward, pode desabafar comigo. A quanto tempo que voce nao pega nenhuma mulher? Ta bom, anda me fala logo qual o seu problema?

-Eu nao sei o que sinto por ela, ou melhor, acho que eu sei... sinto por ela, o mesmo tipo de amor que sentia por minha irmã. Só que eu tentei beijá-la e ontem ela estava em minha cama.

Ele me olhava boquiaberto.

-E voce nao aproveitou e deu o que ela estava querendo? Voce realmente está com problemas, desde quando se rejeita uma mulher ao menos que ela seja muito feia. Ela deve ser um canhão.

Bufei.

-Emmett, ela não é feia. Eu só não quero que ela faça algo do qual ela pode se arrepender depois.

-Talvez você esteja certo. Mas só me responde uma coisa, ela é gostosa?

Me levantei.

-Obrigada pela ajuda, vou dizer para sua secretaria que voce precisa de ajuda.

Saí da mesma maneira que entrei: confuso.

Isabella Swan é um verdadeiro enigma para mim, eu não sei quando ela está falando sério e muito menos o que ela sente. Queria tanto que ela confiasse em mim, para poder me contar tudo que a assombra. Mas pelo visto terei que ter muita paciência para que isso aconteça. E o meu problema, quem poderá me ajudar? Eu preciso saber, o que eu realmente sinto pela garotinha frágil e misteriosa que está vivendo em minha casa.

BELLA POV:

            Resolvi sair do quarto de Edward antes que ele voltasse do banho, não tenho coragem suficiente para encará-lo nesse momento. Me joguei em minha cama e de repente seus lindos olhos verdes surgiram em minha mente acompanhados por seu lindo sorriso torto. Droga! Eu não posso estar me apaixonando por ele.

            Na mesma hora em que eu penso que existe uma chance para que eu seja feliz, a realidade acaba me despertando. Se Edward souber tudo que aconteceu comigo, a unica coisa que ele poderá sentir por mim é repulsa. A única coisa que preciso nesse momento é colocar em ordem meus pensamentos. Vesti a primeira roupa que encontrei e decidi que iria sair. Iria ver aquele que se dizia ser meu pai. Charlie Swan, ex chefe de policia de Forks, já foi um pai e marido dedicado, agora sobrou apenas um resto de ser humano, um verme. Mesmo odiando a ideia de ter que vê-lo outra vez, eu precisava de algumas respostas, mesmo que isso acabe me ferindo ainda mais.

Estava na frente da minha antiga casa, onde eu vivi momentos felizes e os ultimos piores anos da minha vida. Apertei a campainha e ele logo veio abri a porta para mim:

-O que você está fazendo aqui?- perguntou com raiva.

-Precisamos conversar.

Ele riu.

-Pode ter certeza que não temos mais nada para conversar.- ele estava prestes a fechar a porta, mas eu o impedi.

-Não, temos muito o que conversar.- disse decidida.

Estavamos frente a frente. Ele me olhava de uma maneira que me causava medo, mas eu nao podia deixar isso tranparecer, tenho que mostrar  a ele que apesar de tudo, eu irei conseguir seguir em frente algum dia.

-Por que você me trata dessa maneira? Por que me faz sofrer desde que minha mãe morreu? O que eu te fiz? E nao me diga que eu sou a culpada pelo que aconteceu a minha mãe porque não é verdade.

-Eu nunca amei voce Isabella, voce quer saber a verdade, voce terá a sua tão desejada verdade. –ele se sentou no sofá e eu permaneci em pé, proxima a porta.- Quando eu conheci a Reneé, ela tinha um namorado. Na verdade, os dois namoravam escondido, a familia dele nao aceitava o relacionamento, achavam que ela era uma interesseira. Eu me apaixonei por ela na primeira vez que a vi, acabamos nos tornando amigos. O namoro dela acabou, ele desapareceu e acabou ficando gravida. Eu nao me importei e disse que iria cuidar do bebê como se fosse meu proprio filho.

-Eu nao sou sua filha?-perguntei assustada.

Ele começou a rir.

-Você é realmente mais idiota do que eu imaginei.- ele estava na minha frente novamente.- Se você realmente  fosse minha filha, eu nunca teria feito aquelas coisas que eu fiz com voce. Nunca teria feito voce sofrer daquela maneira.

Ele nao é o meu pai. Agora  eu posso entender o porque de todas aquelas vezes que ele me fez sofrer. Não tinhamos nenhum laço.

-Você sabe quem é o meu verdadeiro pai?

Ele continuava rindo e de repente, ele me empurrou contra a parede, suas maos estavam em meu pescoço.

-Acha mesmo que eu vou te contar?

-Seu porco.

Senti sua mao em minha face. E depois elas rasgando a minha blusa. Eu tentava me livrar, mas ele era mais forte do que eu, ele me jogou no chao e bati minha cabeça. Seu corpo estav em cima do meu, e sua boca em meu pecoço indo em direção aos meus seios.

-Eu sabia que você ia acabar voltando para cá.

Busquei dentro de mim o resto das minhas forças e consegui me livrar dele.Mas não por tempo suficiente. Ele me segurava pelos cabelos e agora me agrdia, distribuia, socos e chutes por meu corpo. Até que não enxerguei mais nada.

EDWARD POV:

            Havia acabado de chegar em casa, passei o dia na empresa e depois busquei Julie na escola. Annie me olhava preocupada.

-Pensei que a Bella estivesse com você.- disse.

-Na verdade, eu nao vi a Bella hoje, eu sai muito cedo. Aconteceu alguma coisa?

-Ela simplesmente disse que ia dar uma volta, mas estou preocupada. Ela saiu antes do almoço.

Onde será que ela estava?

-Tem alguma ideia de onde ela pode estar?

Annie balançou a cabeça negativamente.

            Merda. Isabella desaparece. Droga. O que eu devo fazer? Peguei as chaves do meu carro e comecei a dar voltas por todo o centro da cidade na esperança de encontra-la. Então de repente a encontrei sentado em um dos bancos  do parque. Estacionei o carro e fui ate a sua direçao.

            Meu coraçao se apertou quando eu a vi. Seu rosto estava sujo de sangue, havia um corte profundo em sua testa e outro em sua boca, seus braços estavam com alguns hematomas e ela me olhava de uma maneira timida. Me ajoelhei na sua frente e ela me abraçou, ela chorava desesperadamente.

-Vem, vamos para casa.

Durante todo o caminho Bella, ficou olhando pela janela. Eu tenho certeza que Charlie havia feito isso com ela, Aquele desgraçado irá pagar muito caro. Chegamos em casa, passamos por Annie, por sorte Julie nao viu Bella naquele estado. Eu a levei ate o banheiro, e retirei sua blusa. Olhei para os hematomas  que estavam em sua barriga.

-Ele não é meu pai. Minha mãe estava gravida de mim quando começou a namorar com Charlie.

-Ele te disse quem é o seu verdadeiro pai?-perguntei limpando os ferimentos de seu rosto.

Ela fez que não com a cabeça.

Eu a puxei delicadamente para os meus braços e a abracei delicadamente.

-Obrigada Edward, por tudo que você está fazendo por mim, espero poder retribuir tudo isso algum dia.

-Você vai poder. O que me deixaria completamente satisfeito e realizado, é ver você feliz, sem deixar as feridas do passado atrapalhar a sua vida.

-Eu prometo que irei tentar.

Pude sentir a sinceridade em suas palavras. Depois que sai do banheiro, Bella tomou um banho e eu fui preparar um lanche para ela. Amanhã Charlie irá receber um pouco do veneno que destilou todos esses anos na vida de Bella.

DESCONHECIDO POV:

Hoje descobri que a mulher que mais amei na vida estava morta. Apos o seu desaparecimento a quase dezoito anos atras, desaparecimento provocado por minha familia que nao aceitava nossa relaçao, resolvi contratar um detetive particular. Segundo ele, ela havia morrido a cinco anos atras. Conseguiu outras informaçoes: ela havia se casado e tinha tido uma filha. 

Senao tivessemos nos separados, essa garota poderia ser minha filha. Reconstrui minha vida, acabei me casando com Heidi e tinha dois filhos, Jane de 13 anos e Alec de 15. Mas nunca consegui esquecê-la, minha primeira namorada, Reneé Dwyer.


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