Quando chegou à casa dos Moore empalideceu com o número de pessoas que estavam ali. Esperava que fosse apenas um jantar para a família, mas parecia que toda a sociedade rica de Flowers Street estava lá.

            Acho que talvez não estivesse usando uma roupa adequada para tanto. Virou para o carro, pensando em entrar e ir embora e ouviu o comentário sarcástico:

            _Só para a família, é?

            _Cala a boca._ Rachel murmurou para o motorista.

            E dizendo isso, caminhou em passos firmes para a porta.

            Um segurança a parou.

            _Nome?

            _Rachel Williams.

            Ele procurou o nome da ruiva em uma lista e falou:

            _Certo, está aqui, pode entrar.

            Lizzie tinha dito a ela que era um jantar simples, nada chique. Rachel achava que a visão dela sobre um “jantar simples” era bem diferente da maioria das pessoas.

            Aquilo, com certeza era uma super festa! Com tudo o que as palavras podiam representar.

            Respirando fundo, Rachel passou pela porta principal, que rangeu quando a ruiva a abriu.

            Todos os olhares se voltaram para ela.

            Todos os pares de olhos de todos os presentes a olharam.

            Rachel sentiu que ia desmaiar.

            Caminhou devagar até onde Lizzie estava, as pessoas foram abrindo espaço para ela passar, assim que parou, varias pessoas começaram a cochilar e olhá-la com olhares acusadores.

            _ O que eles estão olhando?_cochichou Rachel para Lizzie.

            _Para o seu vestido.

            Rachel olhou para a amiga, seus olhos estavam tão arregalados que Rachel pensou que eles pudessem criar vida e sair correndo.

            _ Está tão feio assim?

            _Tá brincando? Você está perfeita! P-E-R… O que vem depois mesmo?

            Rachel quase riu. Quase.

            Mas ainda não tinha entendido por que todos a estavam olhando assim. Tinha colocado um vestido normal. Não era assim tão lindo. Tinha sido da mãe. Não era a melhor coisa do mundo.

            Certo que o vestido lhe caia muito bem. Acentuava seu corpo já bonito por natureza. Mas muitos vestidos das mulheres daquela sala estavam usando vestidos caros e mais lindos que o dela, pelo menos era o que ela pensava.

            O vestido caia-lhe perfeitamente, como se tivesse sido feito em seu corpo, acentuava e escondia as partes certas. O tecido parecia correr com se fosse feito de água e contornar os corpo de Rachel, parando só no chão, escondendo seus pés. O laço pequeno na cintura completava o vestido tomara que caia verde de Rachel, que combinava com perfeição com seu cabelo e pele.

            As sardas tinham sido escondidas pela maquiagem leve. Tinha passado sombra e um pouco de rimel. Batom nude.

            Nos pés, um saltinho dourado básico.

            Não tinha nem feito escova.

            É claro, contava com uma beleza natural, que assegurava vários pontos para a ruiva.

            E só.

            Algumas mulheres chegaram perto dela e ela ouviu perguntas como:

            _Onde você fez seu cabelo?

            _ E a maquiagem?

            _Esse vestido é de marca?

            E ela foi enterrada em um milhão de perguntas.

            Era engraçado, afinal, já que a alguns anos, aquelas eram as mulheres que a ignoravam, desprezavam e até maltratavam, às vezes, agora, queriam ser como ela. Mas uma prova de como a aparência é tudo para algumas pessoas. Pois, apesar dos anos terem passado, por dentro, ela ainda era a mesma.

            _Chega! Chega de perguntas! Vamos lá! Andando! Circulando?_ Lizzie, como uma boa amiga que era, espantava as mulheres como se fossem passarinhos.

            Lizzie virou-se para ela e sorriu.

            _Obrigada._ Ela apenas mexeu os lábios para fazer.

            _De nada._ responde Lizzie do mesmo jeito.

            As duas se afastaram, Patricia a parou no meu do caminho.

            _Você conseguiu, Rachel. Se superou._Disse ela, enciumada.

            Com parado com o vestidinho rosa dela, Rachel parecia uma rainha.

            _Ah, sai da frente, Patricia._ falou Lizzie.

            _Ai, Beth. Algum problema?

            _Só o fato de você não parar de me chamar de “Beth”._ disse ela, cerrando os dentes.

            _Beth_ Disse a mais velha, exagerando.

            Prevendo uma catástrofe, Rachel arrastou Lizzie par longe dali.

            Enquanto as duas andavam em direção aos jardins, para refrescar a cabeça e conversar, Rachel viu Steven com a família, a esposa e os filhos.

            _Ei, Lizzie._ disse, parando de repente._ A Annabella não estava viajando com os filhos?

            _A mulher do meu irmão? Eles voltaram ontem. Acho que me esqueci de te avisar. Vamos falar com eles!

            E dizendo isso, as duas foram até os quatro.

            Nora era a neta mais velha de Suzan e Phillip (o Sr Moore) e Travis era seu irmão de 1 ano. Junto com Charlotte, eles faziam parte dos únicos netos dos Srs Moore.

            Steven o único que tinha casado. Apesar de Brian ter uma namorada e Sean estar noivo.

            Annabella era uma mulher bonita. Tinha um cabelo curto castanho e bem cuidado, olhos verdes e excesso de peito. Sua paixão era viajar e de tempo em tempo, viajava sozinha com os filhos de 1 e 2 anos, já que Steven tinha que trabalhar, por ser um dos vice-presidentes da empresa dos Moore.

            Ele era alto e apesar de não ser tão lindo quanto Charles ou Edward, era bonito. Era o secundo mais velho, Charles era mais velho que ele. Ele tinha os olhos mel e o cabelo era preto. Além disso, tinha uma barba cerrada, o que lhe dava um toque a mais.

            _Oi, Annie!_Disse Rachel, enquanto encostava a bochecha na de Annabella e beijava o ar.

            Lizzie fez o mesmo.

            _Oi, Steven._ disse Rachel, abraçando forte o homem.

            Depois, Rachel abraçou os pequenos. Nora era uma menininha de cabelos pretos que batiam nos ombros e Travis tinha olhos verdes iguais aos da mãe.

            _Cadê a “pliminha”?_Perguntou Travis, fofo com sempre.

            _A Charlotte não veio. Ficou em casa, dormindo.

            _Que pena…

            E Rachel conteve uma risada.

            Depois de conversarem um pouco, Lizzie e Rachel foram para os jardins.

            Lá fora, estava sossegado. Calmo. Os jardins da casa dos Moore eram lindos.

            Tinham golfinhos, cavalos e até unicórnios em topiária. Além, é claro, de um labirinto. Foi lá onde Rachel e Lizzie encontraram Samantha e Sean se agarrando.

            Antes que elas pudessem se virar e ir embora, os dois viram que elas estavam lá.  

            Samantha, sem um pingo de constrangimento, abotoou a blusa e disse:

            _Oi, meninas!_ ela falou como isso fosse a coisa mais normal a se fazer.

            O cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo e os dois estavam soados.

            _Desculpe, estávamos fedendo._ Falou Sean.

            _Sean me levou para fazer uma aula de hipismo._ a loira confessou.

            Não era novidade nenhuma que Sean era apaixonado por cavalos.

            O moreno colocou uma camiseta amarela e, segurando Samantha pela cintura, passou pelas amigas dizendo:

            _Se alguém me procurar, maninha, estarei no meu quarto. Tomando banho._ seus olhos azuis se fixaram nos olhos mesclados de Rachel.

            E com esse comentário, Samanta riu.

            Suzan gostava de preservar os quartos dos filhos do mesmo jeito que estavam quando deixaram a casa, já que todos os seus filhos já tinham uma casa.

            Elizabeth era a mais nova de todos os Moore, o que, de acordo com seus irmãos, lhe davam o direito de chamá-la de “maninha”, outro apelido que ela odiava.

            _Vem._ disse Lizzie, parecendo vencida, talvez porque não conseguia fazer os irmãos a chamarem por nomes que ela odiava._ Eu gostava mais quando o Edward ainda estava vivo, ele não deixava me chamarem assim.

            Rachel tentou (juro que tentou) ser forte e não chorar, mas não conseguiu controlar uma lágrima que escorreu pelo rosto e, antes que chegasse ao seu queixo, ela limpou.

            Ninguém viu e ela ficou feliz por isso.

            A verdade, era que ainda sentia falta de Edward e como ele fora um porto seguro para ela durante muito tempo.

            Se ele ainda estivesse com ela, a ideia de se matar nunca teria passado por sua cabeça problemática.