Minha Estrela Perdida escrita por Cauhi


Capítulo 1
Minha estrela perdida


Notas iniciais do capítulo

Eu escutei essa música e pensei em fazer a Fic, mas desisti logo. Porém, sabe quando fica aquilo latejando na sua cabeça? Então.

Primeiramente eu iria fazer um NaruHina com traições e tal, não consegui imaginar outro casal.

Mas ai pensei bem na música e... bom, saiu isso. Espero que gostem *-*

Me desculpem se a fic ficar um pouco tediosa, é que eu a escrevi em forma de mistério (e ela não tem nada a ver com isso), porque eu estava lendo uma fic que eu amei muito e ela era meio misteriosa. xP



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O moreno andava de um lado para o outro, agoniado.

- Você não merece isso. Ela não merece isso. Talvez até eu não mereça isso – suspirou. – Não, eu sei que mereço. Mereço o pior – murmurava consigo mesmo.

O que ele poderia fazer? Ajoelhou agora tinha que rezar. Por que cedera a vontade de seu pai?

“Talvez... talvez pelo menos por hoje, eu possa ser feliz. Por hoje...”, Sasuke pensava, fitando o aparelho celular de última geração.

Você vai rir
Quando eu pedir
Pra me fazer
Mais um favor
Deixe eu sonhar
Acreditar
Mais uma vez
Num grande amor


O Uchiha procurava aflito pelo número de sua garota. Sim, sua garota... O modo como ele a denominava, mesmo não sendo sua.

- Alô? – uma voz soou do outro lado da linha.

- Sakura? – soltou de uma vez só, totalmente cansado. Mas cansado de quê, afinal?

- Hm, você – sussurrou com esperanças de que parecesse fria. – O que quer?

- Você.

- Como? – a rosada soltou uma risada sarcástica.

- Você escutou muito bem. Olha... eu sabia que você iria rir. Até eu riria, isso é idiotice... é ridículo –ele respirou pesadamente, tentando encontrar as palavras certas. – Me deixe acreditar pelo menos que uma vez no mundo, o amor possa existir pra mim. Te encontro as oito no baile da sua amiga Ayame –rompeu a ligação antes que pudesse escutar um não, que com certeza machucaria muito.

Sasuke continuou movendo-se pelo apartamento pequeno que logo estaria à venda. Olhou no relógio como se, quanto mais as horas continuassem a passar, mais perto chegaria de sua sentença. E chegaria, afinal.

Eram exatamente sete horas da noite. Sete horas. Um mês e sete horas que haviam se passado desde aquilo. Seu cérebro provavelmente continuaria teimando que ele teria que gravar as horas daquilo. Sim, aquilo.

O moreno resolveu entrar em um banho quente e demorado. Quem sabe não iria limpar todo o seu corpo e junto a sua alma? Quem sabe limparia seu coração diante dela?

“Muitas perguntas e poucas respostas. Ou melhor, nenhuma resposta”, ainda de olhos fechados, Sasuke resmungava consigo mesmo o porquê daquilo acontecer justamente com ele. Com ele.

O garoto nunca tinha se apaixonado até então. Porque justo perto do seu aniversário de dezoito anos, resolvera aprender o que era o amor? Por quê?

É, ele estava certo, muitas perguntas para nenhuma resposta.

Mente que eu finjo que acredito no seu coração
Conta uma mentira pra minha paixão
Diz que ainda sou o que você mais quis


Sakura, a rosada, estava em seu grande apartamento contando as horas para vê-lo. Afinal, porque estava nervosa? Por que seu cérebro continuava com a teimosia que ela tinha que ficar nervosa?

Ela também tinha muitas perguntas para nenhuma resposta. Quer dizer, para poucas, pois pelo menos pra uma ela tinha: o escolhera por ser um homem canalha. Seu coração escolhera, ele sempre escolhia.

Arrumou-se o mais demoradamente possível, queria esquecê-lo um pouco. Mesmo que fosse só um pouco.

Sentiu uma vibração vinda do bolso da frente de sua calça. Seu celular. Ele.

- Já está na hora.

- E quem disse que eu vou? – ela própria arqueou uma sobrancelha. Era óbvio que iria. Óbvio demais.

- De qualquer maneira, te encontro lá. Eu te amo, sempre te amei.

Ele desligou, novamente, o celular na cara da garota. Sakura grunhiu de raiva, por que ele mentia? Por que ela resolvia acreditar? Por que seu coração clamava pela mentira deslavada que ele sempre contava toda vez que se despedia?

“Por que eu te odeio tanto? Por que odeio o seu jeito grosso, insensível, arrogante e chato? Por que odeio o motivo de você sempre ganhar uma discussão ou simplesmente me controlar? Por que eu te odeio tanto por não conseguir te odiar por nada? Por quê?”

A rosada andava de um lado pelo outro imitando, inconscientemente, o moreno. Ele poderia ser mais cavalheiro e buscá-la, não é? Não, ele não poderia. Porque ele era... ele.

Pegou as chaves do seu Volvo preto e caminhou silenciosamente até o carro. O silêncio era a única coisa que escutava, e escutava muito bem, pois ele gritava. Gritava tão agudamente, que provavelmente ficaria surda antes de chegar ao local. Por que resolveu ir, afinal?

Caminhou calmamente, ou nem tanto, em direção ao Uchiha que já estava na fila do ingresso. Ele sorria, sorria pelos olhos já que não sabia sorrir pelos lábios.

Mente que eu sou um sonho lindo que você sonhou
Que a vida inteira você me esperou
Basta o seu sorriso pra me ver feliz
Só um beijo e nada mais
Pra deixar você em paz
E encontrar a minha estrela perdida


- Está linda – murmurou alto o suficiente para que apenas ela ouvisse.

- Hm.

Ambos entraram no baile e foram para a área vip, que por mais irônico que pareça, estava vazio.

- Prefiro pessoas.

- Você, eu não – suspirou. – E antes de me mandar para algum lugar indesejável, eu que te chamei, então as regras são minhas.

- Sempre são – revirou os olhos.

- Isso não é o que eu sonhava – ele a encarou com uma expressão ilegível. – Se é que sonhei algum dia.

- Obrigada pelo elogio, eu acho – ela riu sarcasticamente e encarou o moreno.

- Não você. O resto – era sempre assim, algo perfeito e o resto não... – Você sabe que é tudo que eu desejava.

- Ah claro – ela novamente revirou os olhos – Óbvio que sei, já que você tem a melhor maneira de demonstrar.

- Eu te esperei – ele suspirou. – Meu pai não.

- A culpa é dele agora – ela o fuzilou com o olhar. – Tudo bem que eu demorei um ano pra voltar, mas não imaginaria você noivo. Namorando, no máximo...

- Não foi minha culpa, você sabe disso.

- Claro que sei.

Sasuke pegou delicadamente o rosto da menina e o levou para mais perto. Ambos sentiam o hálito gelado um do outro. Sakura sentia um cheiro de menta e ele sentia um cheiro de cereja.

O Uchiha reduziu o espaço que tinham para um quase-nada. Foi um beijo calmo, delicado, com saudades e uma pontada de... desespero. Era um beijo de despedida, eles sabiam disso.

- N-não é correto Sasuke – a menina se distanciou e fitou o nada.

- Dane-se o correto. O que fizeram conosco não é correto. O que fazemos com eles não é correto.

Sakura espantou-se um pouco ao ouvir a expressão “eles”. Talvez ele estivesse certo... mas por quê?

- Só um beijo e nada mais – ela sorriu, levantando-se e saindo pela grande porta vinho daquela sala cheia de... nada. Sim, nada.

Sasuke levantou a contragosto e resolveu ir embora também. Por que a Karin tinha que pagar pelos seus erros? Por que ela tinha que pagar pelo seu azar na vida? Realmente não era certo.

O menino, agora homem, saíra daquele local totalmente diferente. Tinha apagado toda a sua vida anterior, todo o seu passado. Não completamente, mas os tinha guardado tão bem que talvez não voltasse a lembrá-lo novamente. Seu namoro com a rosada, seu amigo Uzumaki, sua colega Hinata, seu conhecido Suigetsu.

Apagado tudo... uma noite por uma vida. Sim, era a troca que ele tinha feito. Lembraria daquele beijo pra sempre e quem sabe um dia, gostaria da Karin? De sua noiva...

Chegou em casa completamente exausto. Não sabia ao certo o porquê, mas estava cansado demais até mesmo para assistir televisão.

Deitou-se na cama de colchão luxuoso e dormiu em um sono... com sonhos. Nele, beijava Sakura, se casava com ela... mas no final ela morria. Morria pra ele e pra tudo que ficava em sua volta. Morria, completamente, a sua alma. Não seu corpo, sua alma... sabia que ela o amava assim como ele, sabia o que ela estava sentindo.

Sasuke despertou com um barulho irritante de sua música preferida, Blue Bird.

“Se pudesse voar... nunca mais desceria. Exatamente o que eu faria, exatamente...”, pensava enquanto procurava com a mão seu celular em sua cama. Era ela, ela...

- Fala.

- Sasuke... – ele, mentalmente, deu um sorriso irônico pra si mesmo, tinha até perdido o “kun” do final de seu nome. – Você estava certo... terminei com o Naruto.

- Como? – engasgou – Como assim? Terminou?

- Já disse... você estava certo. Nós dois, ou melhor, nós três. Ou nós todos? – riu – sabemos que a Hinata sempre foi apaixonada por ele... o Naruto é um cara esquisito, eu sei, mas ele vai notar... ele sempre nota. Sempre...

- Então quer dizer que ele notou sua tristeza? – sorriu mentalmente.

- Quem disse que estou triste? – a voz dela soara com uma certa incerteza. – Tudo bem, ele notou. Ele mesmo sugeriu que eu fizesse algo e então eu fiz. Acho que ele está começando a gostar dela –riu novamente. – Você deveria tentar.

- Tentar o que? – ele arqueou uma sobrancelha. – Acabar com a empresa? Com a minha vida? Pra dar a Karin uma que ela gostaria?

- Bom, eu só sugeri. Sua mãe te ajudaria e ela... bom, ela não merece. Você sabe dos sentimentos do Suigetsu com ela e dela com ele... Pense.

Ela desligou o telefone na cara dele.

O homem talvez ainda fosse um moleque... Teimou porque teimou que não era só ele que tinha culpa naquilo, o pai da Karin também quisera...

Sem olhar pra tela de seu celular, discou o número decorado de sua futura esposa... Futura. Iria se casar com ela no dia de seu aniversário.

“Belo presente”, riu de si mesmo revirando os olhos.

- Alô? Sasuke? – uma voz simpática praticamente cantarolou em seu ouvido.

- Alô Karin – ele sorriria se soubesse. – Preciso falar com você...

- Não me diga – riu brincalhona. – Poderia me ligar daqui a pouco? O Suigetsu vai viajar e eu preciso me despedir dele.

- Não, não posso – ele suspirou. – Não o deixe ir embora. Você está livre.

- O que você está falando Sasuke? Está querendo me deixar confusa?

- Não – ele deu uma risadinha, pelo menos rir ele sabia. – Estou terminando com você.

- Sério? – qualquer um poderia sentir o sorriso enorme da ruiva do outro lado da linha. – Nunca pensei que iria levar um fora e ficar tão feliz, principalmente depois de um mês de... “namoro”.

- Nunca pensei que terminaria com alguém e ficaria tão feliz – “Não só imaginei, como já fiquei”, ele riu mentalmente com o seu pensamento.

- Mas Sasuke! Nós estamos comprometidos por causa das empresas Uchiha e Rin. Eu sei que só você poderia desfazer o acordo mas... seu pai vai te matar!

- Eu me entendo com ele. Seja feliz, beijos.

Quantas vezes ele já tinha desligado o celular na cara de alguém nesse último mês? Milhares.

O garoto resolveu ir até a casa da rosada. Iria pedir um conselho pessoalmente e talvez, se conseguisse convencê-la, iria fugir. Sim, fugir para outro lugar... onde não houvesse uma áurea negra sobre ele o obrigando a fazer tudo que os outros mandavam. Sim, fugir assim como seu irmão que agora era considerado a ovelha branca da família. Branca... já que todos de lá eram ovelhas negras.

Sasuke pegou as chaves de sua Mercedes preta e saiu apressadamente. Entrou no carro, colocou o cinto, suspirou e aperto o acelerador. 

No meio do caminho, viu uma estrela cadente... não fez um pedido. Não acreditava nisso.

“Talvez eu tenha que ir atrás da minha estrela perdida... minha”, acelerou ainda mais.

Só um sonho e nada mais
Depois disso tanto faz
Uma noite pra esquecer de uma vida
Minha estrela perdida.


Parou em frente de um edifício espelhado e entrou. Ele ainda tinha a chave, então subiu direto. A princípio, bateu na porta. Ninguém atendeu.

Ele pegou as chaves e começou abrir a porta com certo receio... por que ela não atendera? Por quê?

Abriu-a e entrou. Sorriu mentalmente ao ver como tudo ali ainda tinha o jeito de sua amada. Sua...

Avistou um papel verde limão muito chamativo e então o abriu. Talvez não devesse fazer isso, não era curioso, mas sentiu que tinha que ler o que estava ali.

“Querido Sasuke-kun,

Desculpe-me não ter avisado logo que telefonei. Isso pode parecer infantil, mas eu sofri e ainda sofro com tudo o que está acontecendo. Talvez você não chegue a ler essa carta ou talvez a leia tarde demais. Fui viajar para Tóquio. Sim, estou abandonando Konoha e espero que me perdoe. Um dia, talvez, eu volte.

Eu te amo muito mesmo e tudo o que passamos não foi só um sonho,

Para sempre, sua Sakura.”


O moreno não tinha chegado nem na metade da carta e já estava descendo, pelas escadas mesmo, o grande edifício. Quanto terminou o que estava fazendo, amassou o papel e colocou-o no bolso. Entrou no carro e foi a praticamente 200 por hora até o aeroporto.

Conseguiu chegar a um lugar que geralmente demorava 20 minutos, em 10.

O garoto, agora com certeza homem, entrou no local correndo. O aeroporto estava praticamente vazio, o que não era de se espantar, já que estavam em plena terça-feira.

- SAKURA! SAKURA, VOCÊ TÁ AI? SAKUUUUUUUUUURA! – ele gritou, olhando para todos os lados. Estava angustiado, sem dúvida.

- Sasuke? – uma voz doce murmurou atrás dele, o que o fez sorrir pela primeira vez.

- S-sakura! Sakura, meu amor! – ele sorriu ainda mais e a abraçou, levantando-a do chão e girando. – Eu pensei que eu ia te perder! Sakura, não faça mais isso comigo! – ele ria, parecendo ter alguma doença mental. – Eu terminei com a Karin, eu sou um homem livre, Sakura. Um homem livre!

- Você realmente não é bom com um sentimento chamado felicidade – ela riu e o abraçou. – Você fez o que deveria ser feito, Sasuke!

Ainda sem o kun... sim, o kun incomodava o rapaz de cabelos arrepiados.

- Dane-se se eu sou bom ou não Sakura! Eu tenho você! – ele sorriu novamente e aproximou o rosto do dela. Ela virou.

- Sasuke, um beijo e nada mais, lembra-se? – ela sorriu. – Você é um homem livre cara! Aproveita. Apague seu passado, me apague. Se possível, lembre-se apenas do nosso último beijo, está bem? Eu estou indo e talvez não volte – ela sorriu tristemente. – Eu te amo, mas eu sou um caso perdido, Sasuke-kun! – exclamou e se desvencilhou do garoto forte que a abraçava. Sakura caminhou calmamente até o ponto de embarque, com lágrimas silenciosas caindo de seus olhos. Por que diabos tinha dado adeus aquele que ela sempre amara? Por quê?

- Um caso perdido... – murmurou consigo mesmo, tentando entender as pronuncias de sua amada. – Sim... minha estrela perdida – lágrimas nem tão silenciosas caíram dos olhos escuros do garoto que, pela primeira vez, tinha saboreado a amargura delas.


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Notas finais do capítulo

A música é: Minha estrela perdida - João Paulo e Daniel

Até eu torci pro Sasuke e a Sakura ficarem juntos, sério. Fui muito má =
Mas foi um final inesperado /euacho

Sempre que leio fanfic's e percebo quando a autora não gosta muito do casal, o final quase nunca é feliz... E agora estou aqui, fazendo o mesmo! D:

Sim, eu não curto muito SasuSaku -q
Sou mais ItaSaku, LeeSaku ou sem Saku nenhum, já que não curto muito ela. Hehe



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