Reduced To Dust escrita por vampire_kawaii


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Escrevi o que acabou virando o final da fic alguns meses atrás, e ontem de madrugada eu escrevi o começo e meio, fazendo o fim ter sentido - ou não.
Não quer chorar, não leia.
Eu não acho que a fic tenha ficado tão triste assim, mas quando tava falando com a mikappy no msn, depois de ela reclamar de a última fic que postei ser de Reita e Uruha, casal que ela não gosta, e de deixar ela feliz com a notícia de que eu tinha uma aoiha pronta, ao contar sobre a história e pedir ajuda com o título ela escreveu a seguinte frase: "O titulo poderia ser "Desiludindo a pobre Mika-chan" q"
Ela me xingou depois de ler a fic e disse que ia dormir deprimida por minha causa XD
Bem, conheci ela no twitter, e quando tava mal ela foi um amor comigo ♥
Fiz uma amiga maravilhosa, nee.
Mas isso não vem ao caso.
Leiam:



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Aoi's P.O.V

Nosso relacionamento era complicado, e ao mesmo tempo muito simples.

Nós vivíamos juntos há anos, raramente brigávamos, estávamos sempre um ao lado do outro, apoiando, incentivando.

Mas Kouyou era complicado demais para que nós pudéssemos ter um relacionamento comum.

Desde o começo eu soube o que teria que enfrentar, e nunca reclamei, porque amo ele. O que não significa que esteja tudo bem.

Takashima Kouyou é o nome dele. Alto, falsamente loiro, bonito, um tanto quanto andrógeno.

Um homem maravilhoso, sem dúvida alguma. Mas depressivo, inseguro. Ainda assim, o homem que eu amo.

-Shiroyama-san? - Ouvi um de meus alunos chamando meu nome. - O senhor parecia distraído hoje na aula, está tudo bem?

-Sim, Matsumoto-kun, não se preocupe.

Eu sou professor de música em uma escola cheia de alunos riquinhos e mimados, mas também haviam alguns alunos que mereciam meu respeito.

E Matsumoto Takanori era um desses alunos. Ele sabe correr atrás do que quer, e não costuma pedir ajuda aos pais.

Quando ele entrou no colégio era apenas mais um aluno, mas acabou se tornando meu amigo de certa forma. Porque uma das coisas que queria e correu atrás até conseguir, foi o amor de um de meus colegas de trabalho, Suzuki Akira, professor de História, louco o suficiente para se apaixonar por um aluno. Mas eu não podia culpá-lo, somos amigos há anos e eu vi o quanto ele tentou fugir de Takanori.

Akira e Takanori são as únicas pessoas que eu consigo chamar de amigos. Eu não gosto de deixar as pessoas se aproximarem, porque sei que tenho um namorado ciumento e depressivo em casa, que precisa conhecer todos os meus amigos.

De alguma forma os dois conseguiram conquistar a amizade de Kouyou, e com isso conquistaram a minha também.

Todos os dias eu tenho medo do que vou ver ao chegar em casa. Porque nunca sei o que esperar de Kouyou.

Sem motivo aparente ele simplesmente decide se cortar quando eu não estou em casa e depois não diz nada sobre seus motivos. Isso acontece com alguma frequência, desde que a mãe dele morreu.

Minha sogra vivia em um hospício, enlouqueceu depois que o marido matou a filha mais velha deles e foi preso. Um dia antes de se matar afogada em uma banheira nós tivemos uma longa conversa em que ela, em talvez o seu maior momento de lucidez desde que o marido foi preso, me disse que só estava viva porque sabia que Kouyou era muito solitário. E antes de ir embora eu fui praticamente obrigado a prometer que cuidaria do Kou, acontecesse o que acontecesse.

No dia seguinte fomos avisados sobre o suicídio dela.

Resumindo: a única irmã de Kouyou foi assassinada pelo pai bêbado deles, quando meu loiro tinha apenas 14 anos de idade, logo depois a mãe enlouqueceu e 6 anos depois se suicidou.

E não importa o que aconteça ou quanto tempo passe, eu sei que ele já não consegue superar isso.

Nos conhecemos há 12 anos, hoje ele tem 25 anos e eu 28. Eu conheço ele muito bem, e ninguém sabe tão bem quanto eu como ele é frágil, sensível. Mas precisa de alguém ao lado dele capaz de não ter pena em alguns momentos, porque se não tiver alguém para obrigá-lo a se manter de pé, ele cai, e com certeza não levanta mais, assim como a mãe.

Meu coração doía toda vez que eu chegava em casa e encontrava ele atirado na cama com vários cortes espalhados pelo corpo. Mas doía mais ainda quando eu tinha que obrigá-lo a parar de se autodestruir, parar de sentir pena de si mesmo e cuidar da própria vida.

O problema é que eu sabia que voltaria a acontecer, que ele iria melhorar, iria me chamar de insensível, iria chorar, e depois aconteceria tudo de novo.

E isso estava me destruindo.

A cada dia que passa eu me machuco mais, mas já não me importo tanto assim. Acho que no final das contas realmente me tornei insensível.

Ou talvez apenas queira acreditar nisso para me convencer de que não devo sofrer mais com essa situação.

Depois de quase meia hora finalmente cheguei no nosso apartamento.

Assim como em todos os outros dias tive medo do que veria. Mas o local estava vazio.

Ele sempre me avisava quando ia sair, mas não tinha nenhuma chamada perdida ou sms no meu celular, o que me deixou preocupado.

Quando peguei o telefone em cima da mesa de centro da nossa sala, pronto para ligar para ele, notei um bilhete na mesma.

“Fui ao cemitério.

Não vou demorar nem fazer nenhuma besteira.

Te amo muito, muito mesmo.

Takashima Kouyou”

Raramente Kouyou dizia que me amava, eu podia contar nos dedos quantas vezes ele me disse isso.

E eu, Shiroyama Yuu, aquele que muitas vezes era chamado de insensível estava sorrindo que nem um idiota por causa de uma declaração de amor através de um bilhete.

Mas como nem tudo são flores, Kouyou voltou tarde pra casa. E nós brigamos, feio.

Era para ser apenas mais um briga, mas eu acabei perdendo o controle e dizendo o que não devia, que eu deixava de cuidar da minha vida pra ficar impedindo meu namorado de fazer besteira.

Nós dormimos com as costas viradas um para o outro nessa noite e no dia seguinte ele não estava em casa quando acordei.

Dessa vez deixou um bilhete apenas pedindo para que eu não o procurasse, pois logo estaria de volta.

Mesmo preocupado me arrumei e fui para o colégio dar aulas.

Eu ficaria o dia todo no colégio e só sairia à noite, se lá pelas 6 horas da tarde não tivesse recebido uma ligação do porteiro do prédio em que moro.

Entrei no meu carro e saí o mais depressa possível, mas quando estava perto do prédio fiquei preso em um maldito congestionamento. O único jeito era ir a pé.

Saí correndo, mas de alguma forma eu sentia que por mais que eu corresse, não chegaria a tempo de impedir a nossa morte. Que não sentiria mais os seus braços, tão quentes e reconfortantes, me envolvendo em abraços carinhosos.

Parei de correr diante do prédio, quando vi seus olhos brilharem em algo como um último adeus, um último suspiro. E eu vi, toda a minha vida, o meu mundo, despencando do alto de um prédio de 15 andares.

Ironicamente o céu parecia prestes a desabar sobre minha cabeça, a chuva lavava o sangue, seu sangue. E manchava cada vez mais minha alma com aquele vazio escuro.

O homem sem lágrimas, que Kouyou sempre chamou de insensível aprendeu a chorar. E chorava por ele e sua grande estupidez. De certa forma eu ainda não sabia exatamente o que acontecia, meu coração não queria aceitar, meu cérebro não conseguia processar a informação. Eu me sentia anestesiado, mas mesmo assim as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Me permiti tocar seu rosto uma última vez, com as pontas dos dedos senti os contornos do rosto que eu amava. Os olhos abertos e sem o brilho tão característico que me encantava.

Deitei minha cabeça em seu peito, sentindo falta do coração que eu ouvia bater à noite, após fazer amor com ele.

Logo ouvi o som das sirenes, e tive a impressão de ver luzes vermelhas antes de sentir tudo se desfazendo à minha volta. Nosso relacionamento, o “nós” que tanto lutamos para construir, morreu junto com ele, e eu não entendo porque eu continuo existindo se minha vida acabou junto com a sua.

Me senti sendo afastado de seu corpo, até tentei resistir, mas meu corpo não se moveu.

Pelo barulho que eu mal consigo ouvir, nesse momento estou em uma ambulância.

Ouço buzinas, uma batida, duas, três e algo atinge minha cabeça com força. Espero não acordar, viver minha eternidade ao seu lado, seja lá onde estivermos depois de deixar esse mundo.

Tudo o que quero é estar com ele.


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Notas finais do capítulo

DEIXEM REVIEW'S *O*
Ultimamente a quantidade de review's que recebo -recebia- diminuiu demais.
Não é como se eu fosse parar de escrever por causa disso, mas sem incentivo, faltam idéias u_u
Amo todos vocês ♥ ~~ Se é que alguém vai ler Ç_Ç



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