Simples assim escrita por Ness Malfoy


Capítulo 3
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157279/chapter/3

Como acontecia em finais de ano com os foguetes, assim a minha cabeça estava, explodindo. Parecia que eu havia caído de uma grande altura e a minha cabeça havia sido esmagada, mas eu ainda a sentia. Droga.

- acho que nunca mais vou beber – disse resmungando e colocando a mão na cabeça.

Tentei pensar em outras coisas e não na dor, mas era impossível, pensar doía ainda mais. Suspirei pesadamente e comecei a lembrar da noite passada, sem querer, me vi feliz pelo que havia feito de certo modo eu havia começado e me vingar de Ronald, sim começado. Porque eu sofria a cerca de quatro anos com a mesma coisa, e em uma só noite eu não conseguia fazer tudo o que queria, Ronald iria comer na minha mãe como um cachorrinho e ele vera o que ele fez comigo.

Sorri. Se houvesse um espelho por perto poderia perceber que eu sorria feito uma maníaca, mas não havia então obviamente não consegui me ver.

Rolei na cama e me encontrei com uma montanha alaranjada, quer dizer Ronald.

- vai para o lado Hermione – ele disse me empurrando, eu ainda me pergunto como eu pude casar com esse homem, tão delicado e amoroso.

Rolei novamente e parei olhando para o relógio, 8:00, eu como estava de férias não iria trabalhar, já Ronald estava atrasado.

- Ronald levanta essa bunda daí e vai trabalhar – eu disse empurrando-o com o pé. Ele caiu da cama com um baque surdo.

- merda Hermione – ele disse se levantando e indo até o banheiro. Eu puxei a coberta até o alto da minha cabeça e voltei a dormir, ou pelo menos tentar. – Hermione você viu o meu casaco preto? – perguntou Ronald saindo do banheiro.

- claro que não, você deve ter deixado em um dos puteiros que você frequenta. – eu disse sem ao menos olhar para ele.

Ouvi o resmungar e sair do quarto, Ronald bateu a porta atrás de si, e depois bateu a porta da frente quando saiu.

Quando não havia a mais som algum e tentei dormir novamente. Digamos que fui vitoriosa por uma hora, depois disso uma coruja me acordou ela bicava intensamente a janela, me levantei tentando controlar a zonzeira e abri a janela. Ela entrou deixou a carta em cima do criado mudo e se empoleirou em algum lugar ao qual não dei importância. 

Peguei a carta que estava dentro de um envelope negro.

Havia somente quatro palavras. As quatro traziam uma pergunta. Não havia de quem era, mas pela caligrafia fina e elegante eu pude reconhecer de quem era. Malfoy, somente esse nome ecoou em minha mente...

Você está em casa?

Sem hesitar peguei uma pena e respondi

Sim

Coloquei a carta novamente no envelope e entreguei à coruja, que imediatamente levantou voo. 

Voltei a me deitar, mas sem sono, eu queria uma resposta.

A bendita resposta veio 10 minutos depois.

Posso ir ai?

Novamente sem hesitação alguma peguei a pena e respondi

Só se você trouxer café.

Despachei à coruja e fui para o banho. Eu não era daquelas que passa meio hora em baixo do chuveiro refletindo sobre a vida ou sobre nada apenas sentindo a água escorrer pelo corpo, eu sempre tomara banhos rápidos, mas hoje foi diferente eu demorei cerca de 45 minutos no banho. Pensei sobre o que eu estava fazendo, e com quem estava fazendo. Pensei em como me sentia em relação a Malfoy, ele era encantador, bonito sem sombra de duvida, mas ele não estaria me usando somente? Usando-me para atingir Harry ou Rony? Ou ainda quem sabe me atingir? Eu que em Hogwarts me dizia sua grande rival, em uma só noite quebrei todos os limites e fizera tudo àquilo que eu jamais pensei que faria com ele. Mas eu também não estava o usando? Eu queria me vingar de Rony, pelos anos de sofrimento que me causara, eu queria que ele sentisse na pele o que eu senti. Eu estava de certo modo o usando.

Depois das minhas incríveis reflexões, sai do banho coloquei uma calça jeans escura e uma blusa branca, sei lá o porquê, mas coloquei. Prendi o cabelo em um coque mal feito, mas a preguiça falava mais alto então o deixei como estava. Olhei-me no espelho que havia no quarto. Minha pele estava mais clara que o normal,  grandes olheiras se formaram em baixo dos meus olhos, se fossem outros dias eu colocaria quilos e quilos de maquiagem só para as pessoas não pensarem que eu e Ronald tínhamos o casamento perfeito e não saíssem falando que estávamos com problemas, mas hoje eu ficaria em casa sem fazer nada, para que isso então? Para quem eu precisaria mentir em minha própria casa? Para as paredes que constantemente viam as nossas brigas? Eu não precisava de nada hoje.

Desci para o primeiro andar e me joguei no sofá que havia em frente à lareira. Senti o tecido frio em contato com a minha pele e me arrepiei. Provavelmente estava frio, como era normal em Londres, então acendi a lareira e voltei a me deitar no sofá.

Passaram uns 10 minutos e ouvi uma batida na porta. Sem pestanejar pensei em quem poderia ser. Somente um nome veio a minha cabeça. Malfoy. Levantei-me e fui até a porta quando a abri, vi um Malfoy com o cabelo molhado pela chuva que caia, com vestes pretas e uma embalagem com 4 copos de café, provavelmente era da Starbucks.

- Eu não sabia o que você queria então trouxe um café normal, cappuccino e um chocolate quente. – ele disse me passando a embalagem com os 4 cafés.

- e esse outro?

- é meu – ele disse pegando o copo e tomando um gole.

Eu fui até a cozinha, onde deixei os copos sobre a mesa e fui fazer torradas.

- então é isso que você faz enquanto está de férias? – ele disse olhando em volta.

A cozinha era cheia de armários pretos e brancos, as bancadas eram de granito negro, se eu tinha algo contra o branco quando mobilhei a cozinha? Não mesmo, só achei que preto era melhor e me agrada a cor.

- hum... não – eu disse sem humor algum

Terminei de fazer as torradas e fui até a mesa onde havia deixado os copos e onde Malfoy estava sentado.

Observei a cena em pensamento, Malfoy em minha casa tomando café, depois de uma noite muito “tensa” que tivemos, era estranho pensar nisso, sem me conter comecei a rir.

- o que foi? – ele perguntou com a testa enrugada

- é estranha essa cena, você tomando café na minha casa como uma pessoa civilizada, sendo que na noite passada você estava tomando vodka na minha barriga – eu disse olhando para o copo de café que eu segurava.

- se olhar por esse lado é sim – ele disse rindo também.

Ficamos em silêncio, mas era um silêncio constrangedor. Eu queria falar com ele explicar tudo o que aconteceu ontem, mas eu estava com medo de ele se revoltar e perceber que eu estaria o usando, e era esse medo dele se revoltar e não querer mais me olhar na cara que me impedia de dizer. Eu não queria que ele pensasse que eu estava só o usando, claro grande parte dos motivos era, mas eu queria estar com ele, com Malfoy eu não precisava fingir ser algo que eu não era sempre foi assim desde os tempos de Hogwarts, desde os nossos encontros furtivos na calada da noite, eu nunca precisei fingir que era outra pessoa, eu mostrava para ele o que eu queria e ele não queria saber de nada, entre eu e Malfoy existia um abismo aonde as palavras caiam, não precisávamos dela, nunca precisamos, ou quase nunca. Não proferíamos palavras vãs e declarações de amor que nunca se cumpririam, pra falar bem a verdade mais nos xingávamos que qualquer outra coisa, mas essas palavras sim eram cheias de sentimentos, às vezes cheias de ódio ou repulsa, outras cheias de orgulho e desejo, era uma coisa incontrolável na maioria das vezes.

- eu estava pensando – comecei – o que realmente vamos fazer agora?

- Granger, Granger, você quer se vingar de cabeça de cenoura por ter te feito sofrer por tanto tempo, e eu... bom eu vou ser o seu salvador e vou-lhe ajudar nisso, isso é tão complexo para você? – ele disse rindo

- mas... eu não  ia estar te usando?

- sim e sinceramente eu não me importo, quero mesmo é que você prove para o cenoura ambulante que você sabe se virar nem que pra isso nos tenhamos que nos foder.

- o seu vocabulário é lindo – eu disse tomando um pouco do chocolate quente que ele havia trazido

- obrigado

- então vai ser isso? Eu vou te usar, você vai ficar sabendo disso... mas e depois que eu me vingar do Ronald?

- sei lá, depois a gente decide. Hey esse chocolate quente está bom?

- até que está... quer? – eu disse passando para ele o copo.

- hum... valeu – ele disse bebendo um pouco

Ficamos em silêncio novamente, mas desta vez eu me sentia um pouco mais aliviada, eu já sabia o que faríamos e estava um pouco mais confiante que isso daria certo.

Malfoy me devolveu o copo e eu coloquei diante de mim e cruzei os dedos embaixo do queixo e fiquei olhando para Malfoy.

Seu cabelo loiro escorrido já havia secado e agora contrastava fortemente com a camiseta preta colada que deixava a mostra os músculos dele, os olhos dele hoje estavam ainda mais acinzentados, perdendo completamente os traços azuis que existiam em seus olhos.

- eu sei que eu sou lindo nem precisa dizer – ele disse passando a mão no cabelo

- hã-rã claro – eu disse irônica, e me virei na cadeira, quando me virei esqueci que o copo de chocolate quente estava perigosamente perto e com o cotovelo derrubei o copo em cima da minha camisa. O líquido quente e escuro começou a queimar a minha pele – merda – eu disse tentando diminuir a quentura do líquido, mas não produzia efeito algum.

- Granger tira essa blusa – ele disse indo até onde eu estava e arrancou a blusa com um único movimento.

- mas o que esta acontecendo aqui? – eu ouvi uma voz vinda da porta da cozinha, me virei e me deparei com Harry com uma cara chocada.

- hum... eu derrubei chocolate quente na minha camisa e Malfoy me ajudou – eu disse nervosa

- isso eu vi, mas o que ele está fazendo aqui?

- ele... – o que eu diria? A Harry ele está aqui pra me ajudar na minha ressaca, já que ontem a gente se embebedou junto e acabamos transando, eu não tinha um motivo para justificar o porque de Malfoy estar aqui. – ele...

- eu vi trazer noticias do trabalho, já que trabalhamos no mesmo departamento, me incumbiram dessa tarefa. – Malfoy disse calmo, como se cada palavra fosse a mais pura verdade.

- é verdade, e no caminho ele passou para comprar café porque eu pedi – eu disse tentando parecer tranquila, com muita pouca desenvoltura me pareceu verdade, acho que Harry se conformou com isso, porque a grande fenda que havia se formado em sua testa diminuiu um pouco.

- hum... Hermione porque você não vai trocar de blusa e depois conversamos? – sugeriu Harry

Olhei para minha blusa ela estava manchada e aberta deixando o meu sutiã à mostra, tentei me cobrir com a blusa, mas o estrago já havia sido feito então subi apressada para o quarto trocar de roupa.

Coloquei uma blusa qualquer e desci. Encontrei Harry fuzilando Malfoy com os olhos.

- acho que já podemos conversar Harry – eu disse quando me aproximei deles.

- claro – ele disse se virando e me seguindo até a biblioteca, sim, tínhamos uma biblioteca em casa, ou acham que eu me divertia como? – Hermione eu vou ser direto... – ele disse se se encostando à mesa que lá havia, Harry assumiu uma cara séria como se o que ele fosse falar lhe causasse dor ou tristeza – você e o Malfoy estão tendo um caso?

Eu abri a boca para responder, mas as palavras não saiam, eu voltei a fechar a boca e me pus em silêncio, eu não podia contar a Harry a verdade, abria  aboca para dizer que não, mas eu não consegui mentir, novamente hesitei...

- eu já entendi – ele disse abaixando os olhos para o chão – mas por que ele? Justamente ele Hermione? Por quê?

- pelo mesmo motivo pelo qual você me pergunta o porquê, Rony o odeia, não seria uma vingança perfeita? Harry eu já estou cansada de ter que aturar as traições do Rony e não fazer nada, você sabe muito bem do que eu estou falando. – eu parei de falar e encarei por um tempo, Harry assentira tudo o que eu falei em silêncio e não ousou se manifestar porque ele, mais do que ninguém sabia da verdade. – eu não escolhi o Malfoy, foi um acaso.

- um acaso assim como em Hogwarts? – ele perguntou com certa violência na voz.

- não... o que aconteceu entre nos dois em Hogwarts assumiu proporções diferentes, as coisas mudaram agora. – lembrei de como em Hogwarts as coisas entre Malfoy e eu não passavam de físicas, mas... não estávamos vivendo a mesma coisa, era só físico, nada mais que isso, eu ainda amava Ronald, mas eu queria que ele me amasse novamente.

- vou fingir que entendi o seu ponto de vista, mas não aprovo isso

- é claro que você não aprova, o Ronald é seu amigo e o Malfoy seu inimigo – eu disse jogando a cabeça para trás, não sei o porquê, mas eu estava com raiva disso.

- você é minha amiga também não se esqueça disso, eu só acho que não é certo o que você está fazendo, principalmente com o Malfoy – ele disse e se virou em direção a porta, quando ele tocou o trinco da porta ele se virou e disse – fique tranquila eu não vou contar a ele, só pense no que você está fazendo é o que eu te peço – com um suspiro pesado ele abriu a porta e saiu.

Fiquei parada pensando no que ele disse, sim era errado o que eu estava fazendo, mas eu não estava arrependida, nem um pouco para falar a verdade, eu me sentia aliviada por estar fazendo alguma coisa a respeito finalmente. Se Ronald podia se divertir, eu também podia.

Em minha cabeça imaginei um locutor aparecendo do nada e dando inicio a luta era nisso em que estávamos entrando, em uma luta.

Que vença o melhor Ronald querido – com esse pensamento sai da biblioteca e vi Malfoy sentado no sofá. Andei vagarosamente até ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá gente, então como hoje é aniversário do Tom, resolvi postar... espero que tenham gostado.
Beijos, Ness