Primavera escrita por Jules


Capítulo 52
Coração Satélite




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157216/chapter/52

O cheiro de panquecas com doce de leite me despertou pela manhã. Taylor entrou no quarto com uma bandeja branca recheada com panquecas, torradas com requeijão, chocolates, suco de laranja e com um copo de água com uma margarida.

- Bom dia, anjo – Taylor sorriu, enquanto eu me sentava na cama.

- Bom dia – sussurrei rouca quando ele arrumou a bandeja em meu colo – Tudo isso é para mim?

Taylor me deu um selinho.

- É claro! Hoje é seu dia, Jules.

Eu o encarei confusa.

- Jules – ele continuou – Você sabe que dia é hoje?

Eu pensei por um segundo, depois fiz uma careta.

- Vinte e três. É claro. – Eu e Taylor rimos.

Taylor me abraçou, tomando cuidado para não derrubar a bandeja.

- Feliz aniversário. Carol Anne? – Ele chamou – Venha falar parabéns para a mamãe.

Para a minha surpresa, Carol Anne chegou engatinhando, equilibrando uma caixa de presente amarela nas costas. Quando ela chegou aos pés de Taylor, Carol Anne puxou a calça de seda azul escura que ele usava – como se quisesse subir na cama. Taylor a ergueu bem alto, fazendo-a dar risada, e então Carol Anne engatinhou pela cama para beijar meu rosto, eu beijei o dela também. Carol Anne entregou-me a caixa de presente e, com um puxão na ponta certa, desmanchei o laço feito de cetim rosa - bebê.

- Ah, Taylor! – gemi – Ah! Como você soube...

- Eu ouvi você dizer para Rosana que tinha perdido a sua – ele sorriu –, então comprei essa.

Há alguns meses eu havia perdido a minha pulseira favorita, eu a tinha desde os meus seis anos de idade. Taylor ficou sabendo e me deu uma pulseira idêntica – uma corrente finíssima de ouro, com pedrinhas coloridas incrustadas nela – que agora tinha um valor sentimental ainda maior. Dentro da caixa ainda havia um medalhão de ouro com uma foto de nós três. Nela tinha a inscrição: “Uma estrela cadente caiu do seu coração e pousou nos meus olhos.”

Eu abri a boca para agradecer, mas não consegui encontrar palavras. - Você pode colocá-las em mim? – Pedi. Taylor sorriu e pegou o medalhão das minhas mãos com delicadeza. Só quando abaixei a cabeça para que Taylor pudesse encaixar o fecho do colar, percebi que Carol Anne avaliava cuidadosamente as panquecas que repousavam sobre o prato rosado. Eu cutuquei seu ombro e Carol Anne ergueu a cabeça para me fitar.

- Deixe-me ver esses dentinhos. – Eu disse colocando um dedo no queixo dela.

Carol Anne cerrou os dentes e arreganhou os lábios sobre eles. Se eu tivesse feito aquilo, seria ameaçador, mas Carol Anne fazendo aquilo era a coisa mais adorável do mundo. Ela já tinha dois dentes superiores e dois inferiores, então cortei um pedacinho da panqueca e coloquei na sua boca. Ela mastigou várias vezes, como se quisesse que aquilo não acabasse nunca, e quando engoliu sorriu para mim.

- Acho que você ganhou uma nova fã, Tay – eu ri – Você adorou, não é bebê?

Carol Anne riu.



Quando fomos para a casa dos meus pais fui recebida com uma festa. Não era uma festa surpresa, tampouco. A festa foi um presente. Meus pais me deram a moto mais linda do universo, ela ainda nem tem nome definido, já que foi feita especialmente para mim – meu pai tinha amizades com pessoas muito influentes nesse ramo.

Os Cullens me deram um vaso de cristal maravilhoso, cheio de orquídeas brancas e arroxeadas. Fiquei surpresa por Aaron ter me dado um presente separadamente do resto da família, ele me deu um par de brincos de joaninha e deu um igual para Carol Anne. Taylor colocou os brincos em mim e Aaron os colocou em Carol Anne.

Na hora em que anoiteceu nós estávamos exaustos. Nós tínhamos comido tanto – inclusive os vampiros, que tinham tido um bom dia de caça. Todos nós estávamos sentados no gramado em frente as casas – Emmett conversava com Taylor sobre minha moto, ele me fez jurar que eu iria emprestar a moto para ele de vez em quando. Florence e Henrique conversavam com Alice e Jasper. Esme e Carlisle riam sentados em um tronco. Minha mãe estava deitada nos flancos de meu pai, que estava em forma de lobo. Renesmee estava abraçada a Bella e Edward e Carol Anne brincava com Jacob e Aaron.

Eu me estiquei, cansada e fui me metamorfoseando aos poucos, tomando cuidado com a roupa. Minha pelagem tinha mudado – não era mais vermelha como sangue, agora era negra como as asas de um corvo, com fios brancos e prateados.

Carol Anne me encarou, e eu vi estupefata, ela sair do colo do tio e começar a andar e minha direção. Ela caiu no meio do caminho e Taylor se lançou para frente para ajudá-la, mas Carol Anne levantou e cambaleou até chegar a mim. Eu dobrei minhas pernas e Carol Anne fez carinho atrás da minha orelha. Ela escorregou pela minha longa pelagem e repousou ao lado de minha cabeça, entre minha perna dianteira. Ela fez carinho durante alguns segundos – todos a admiravam nesse momento –, depois me clamou de volta e eu me transformei em humana novamente.

- Como você faz isso? – Perguntou Jacob.

Eu olhei para ele.

- É bem simples... hã, quer que eu explique? – Perguntei.

- Você poderia nos ensinar. Vai ser bem útil quando os Volturi vierem...

Eu assenti. Ele estava certo.

- Economizaria tempo. E vidas – concordei. – Amanhã? Na hora do crepúsculo?

Todos concordaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Primavera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.