- Onde estamos? - Perguntou Inoue assustada, olhando para todos os lados. A um segundo estavam sendo atacados por Grimmjow, e agora estavam em um lugar desconhecido.

- Uma dimensão selada. - Respondeu Ulquiorra - Caja Negacion. Aizen criou este dispositivo e deu para cada um de nós, espadas, para punirmos os servos. Como uma prisão. Minha reiatsu vai destruir esse lugar e vamos sair daqui. Mas vai levar algum tempo.

- Quer dizer que o Ichigo vai lutar sozinho com o Grimmjow? - Perguntou Inoue apreensiva.

- Sim. Foi Aizen quem criou o Caja Negacion, vamos ficar aqui pelo menos 8 horas. Seu amigo vai ter que se virar sozinho. - Respondeu Ulquiorra e pensou que veria lagrimas nos olhos da garota. Mas ela suspirou e sorriu tranquila. Juntou as mãos ao peito como em uma oração. Fechou os olhos e disse mais para ela mesmo do que para o espada.

- Vai ficar tudo bem. Eu confio no Kurosaki-kun.

Ulquiorra sentiu algo ruim na boca do estomago. Humanos chamariam de ciúmes. Ele ainda não entendia muito bem o que era aquilo. Observou o lugar, era a primeira vez que estava lá, era exatamente como qualquer quarto do Las Noches. Mas era incerto dizer se cada Caja Negacion transferia o prisioneiro para o mesmo lugar, talvez dependesse de cada condenado, talvez a garota tenha mentalizado aquela dimensão. Era tudo muito impreciso de se dizer. Pois poderia jurar que aquele era exatamente igual ao quarto da garota.

- Hehe bom – Disse Inoue totalmente tranquila com a situação – E agora? O que vamos fazer?

- Esperar. – respondeu Ulquiorra sentando-se no grande sofá branco.

- Ahhh como assim?! Vamos ficar 24h esperando?! – Disse a garota balançando os braços espalhafatosamente.

- O que sugere? – Perguntou o espada observando seus gestos sem entender. – O que normalmente humanos amantes fazem?

Agora Inoue corou ate a alma.

- O que foi mulher? Porque ficou tão vermelha?

-Ahh... ah Ulquiorra-kun co...como assim ... é que... para os humanos, amantes quer dizer... hmmm – Escolheu as palavras, pensativa, com o dedo no queixo – Amantes, acho que não é bem a palavra que os humanos usam para isso.

- E qual é? – Perguntou interessado.

- É bem ... namorados. – disse corada, mas sorrindo entrelaçando os dedos nas costas.

- Namorados. – Repetiu aprendendo. Inoue observou Ulquiorra e nunca o achou tão bonito quanto naquele momento. Os cabelos negros meio rebeldes sobre a pele branca e seu rosto exótico. Sentou-se ao seu lado. Ele era bem maior que a garota. – E o que namorados fazem?

- Ahhh!! – Exclamou a garota sorridente – Uma porção de coisas suuper legais. Eles andam de mãos dadas por ai e fazem passeios por lugares interessantes. E na roda gigante, eles se beijam quando estão láá no alto e da pra ver a cidade toda! – Os olhos de Inoue brilhavam intensamente. – E a namorada faz o obento para o namorado, e ele tem que achar delicioso, não importa o tipo de culinária dela entende?! – Disse a garota e Ulquiorra entendeu que parecia quase uma intimação, essa afirmação de Inoue. Ela continuou a falar coisas com tanta alegria que o espada não pode deixar de sorrir. Era realmente contagiante. – E o namorado chama a namorada para ter um encontro.

- Como um encontro? Eles já não estão se vendo quando estão se chamando para um encontro?

 - Nããããooo assim! O namorado chama a namorada para um encontro quando vai levar ela pra um lugar especial!

- Você fala como se já tivesse tido um namorado. – Comentou o espada. E de repente o sorriso do rosto de Inoue sumiu. Sentiu-se muito ruim por isso. Sabia que apenas ele tinha beijado seus lábios e tocado sua pele. Sabia que ela amara o shinigami que nunca tinha retribuído e isso a machucava. Queria o seu sorriso de volta.

- Inoue Hime... – Chamou o espada e a garota fitou os olhos verdes – Você quer ter um encontro comigo?

E lá estava mais um vez, o sorriso. Aquele sorriso que foi a razão do espada descobrir o que era um coração.

- Sim! – disse a garota puramente feliz. Ulquiorra envolveu sua cintura e sentou bem perto. Ela estava com aos mãos no próprio colo e ficou um pouco envergonhada com a proximidade. Com a mão livre o espada segurou o queixo da garota e virou o rosto dela em sua direção.

- Seus olhos são bonitos – Inoue falou uma vez mais antes dele tomar os seus lábios.

{Ulquiorra Schiffer POV}

Ela sempre elogiava meus olhos. Sinceramente nunca vi nada demais. Mas os dela eram realmente dignos de todos os elogios do mundo. Apenas com seus olhares eu era capaz de ficar furioso ou feliz. E ate me encher de esperança. Eu fui capaz de me apaixonar por aqueles olhos. Cheios de vida. Tomei seus lábios calmamente. Era uma sensação incrível pensar que aquela mulher era minha. Mas como sempre, o calor dela tomava meu corpo e aquilo já não era o suficiente. Entreabri minha boca a convidando a fazer o mesmo. E o fez. Pude penetrar minha língua sentindo melhor seu gosto. Sugando com tanta vontade que a deixava sem ar. Sentia sua respiração pesada. Apertei seu corpo ainda mais contra o meu e senti suas mãos tímidas envolverem meu pescoço. Interrompi o beijo e ficamos assim um tempo; Sentados, abraçados e ouvindo a respiração um do outro. Sabendo o que estava para acontecer. Ela estremeceu. Passei meus dedos entre os cabelos sedosos dela. A cor deles sempre me chamaram a atenção.

- Te amo – sussurrei no ouvido dela. – Te amo. – disse novamente. E beijei todo seu corpo de princesa. Da cabeça aos pés, enquanto repetia essas palavras incessantemente e de muitas formas. E a possuí. Tao docemente quanto meu desejo permitiu. E tão doce quanto o desejo dela aceitava.  A transformei em mulher. Minha mulher. Para sempre.

{Fim Ulquiorra Schiffer POV }

{Inoue Orihime POV}

Eu ficava dizendo aquelas coisas bobas sobre namorados e ele me ouvia muito atento. E em meu peito explodia a felicidade em me imaginar fazendo aquelas coisas com Ulquiorra-kun. Queria viver todas aquelas coisas com ele. Cozinhar meus pratos preferidos para ele experimentar, levá-lo para conhecer o templo de Karakura, fica tão bonito na primavera! “Você fala como se já tivesse tido um namorado” ele falou. Não, eu nunca tive. Sempre fiquei esperando Kurosaki-kun vir cobrar nossa promessa. Isso nunca aconteceu. Eu esperei e esperei. Mas esse dia nunca chegou. E meu coração dolorido foi se tornando um fardo. Tudo em mim parecia um fardo, eu me sentia fraca. Parecia que eu tinha me tornado um peso para as pessoas. Eu só queria poder ajudar. Eu queria poder fazer diferença. Eu não queria ser inútil. Meu coração deu um solavanco, quando Ulquiorra-kun me convidou para um encontro. Sonhei a vida inteira com Ichigo me chamando pra sair. Mas fitando aqueles olhos verdes, não era o Kurosaki-kun quem eu queria beijar quando estivesse na roda gigante. Era Ulquiorra. Foi ele quem acreditou em mim como ninguém nunca fez. Sabendo que eu poderia ser forte. Acreditando em mim, como nem eu mais acreditava. Ulquiorra-kun sempre foi tão gentil comigo. Apenas comigo. Fazendo me sentir tão especial por isso.

- Sim! – Respondi muito feliz. E ele se aproximou me envolvendo com seus braços fortes, senti meu rosto esquentando. – Seus olhos são bonitos. – disse antes de ser beijada. Eu amava aqueles olhos tão verdes quanto esmeraldas. Também amava seus beijos. Eu amava tudo em Ulquiorra. Porque não dizia então? Porque aquelas palavras não saiam do meu coração? Ele me abraçou e eu senti algo diferente em sua respiração, algo cumplice naquele abraço. Estremeci. Eu sabia o que estava para acontecer. O que meu coração tinha para dizer seria dito daquela forma. Com meu corpo. E ele sabia.

{Fim Inoue Orihime POV}

Algum tempo depois, que nem um dos dois saberia dizer exatamente quanto. Inoue estava de costas para cima, deitada sobre os braços cruzados, com o rosto virado para Ulquiorra, que estava deitado de lado apoiado no cotovelo. Apenas um lençol branco cobrindo a cintura de ambos. O espada passava os dedos delicadamente pelas costas da garota subindo e descendo vendo como a pele dela se arrepiava com seu toque. Um sorriso bobo brincando no rosto de Inoue.

- Isso faz cócegas Ulquiorra-kun – Disse rindo-se e dobrando os joelhos fazendo as pernas balançarem no ar. O espada sorriu do seu jeito discreto. 

- Como pode uma cintura tão fina sustentar um peito tão grande? – Perguntou Ulquiorra inocentemente espantado. Inoue corou muito e escondeu o rosto no meio dos braços cruzados.

-Ahhh... não diga isso!

- Não se esconda. – Pediu Ulquiorra e virou a garota de barriga para cima. – Você é linda. – Sussurrou no ouvido dela.

- Eu queria ficar assim para sempre. – disse Inoue sorrindo e envolvendo o espada em um abraço. Pois sabia que não demoraria muito mais para terem que sair dali. E algo dentro dela, como um alerta dizia que aproveitasse cada segundo com Ulquiorra.

- Eu também.