– MARLENEE! – Gritei no telefone. Acho que não devia ter feito isso, já que agora minha cabeça está reclamando de tanta dor.

– LILS! Eu sabia que ia me perdoar! O que quer, pequena Lility? – Falou ela, feliz.

– Eu estou num sério problema. Eu gosto muito do James, mas estou brava com ele, e agora o Gui anda ficando próximo, e eu não sei se gosto dele ou não, quer dizer, a companhia dele é ótima e eu me sinto bem perto dele mas eu não sei e... – ela me cortou.

– Lily, calma. Primeiro, nós duas sabemos que o Jay é sua paixão desde que chegamos naquele colégio. Analise o que você sente pelo Gui. Pode ser que ele é apenas um grande amigo e você está confundindo as coisas. Analise isso Lily. Estou com uns problemas aqui, por isso não posso falar muito agora. Me manda uma mensagem depois, dizendo o que descobriu. Te amo amiga!!

Falou ela, desligando o telefone em seguida. Afundei meu rosto no travesseiro e comecei a bater na cama. Calma Lily, respira. Um, dois, um, dois.

Fiquei pensando no que Lene me disse. Sim, eu gostava do Jay, e gostava muito. O que o Gui era? Eu não tinha certeza. Eu gostava dele? Quero dizer, mais do que apenas como amigo? Ou não? Eram muitas perguntas e eu estava confusa. Ignorando minha dor de cabeça, resolvi sair de casa e ir para a conhecida sorveteria que eu tanto gosto.

– Lily? – Uma voz perguntou, e me virei. Vi Remus atrás de mim.

– Ah, oi Rem. – Falei, cansada. – Tudo bem?

– Eu sim, mas e você? – Perguntou ele. – Que eu saiba você estava doente.

– E estou. – Falei, sonolenta. Devia ser o remédio. – Mas eu precisava sair de casa.

– Lily, você é louca. – Ele disse. Assenti.

– Eu sei. Mas eu to com muita coisa na cabeça Rem.

– É, eu sei. Vem, vou te levar pra casa.

– Não quero. – Respondi, birrenta. Ele reclamou.

– Ah Lily... Vou chamar o James então.

– NÃO! – Gritei, exaltada. – O James não! – Ele suspirou.

– Tudo bem então, vou chamar o Six.

Logo, eu estava entre Remus e Sirius, os dois tentando me tirar dali.

– Vamos Lils – Falou Sirius, já cansado. – O Jay vai me matar se souber que não te levei para casa.

– Não me importo, não quero ir. – Falei, bebendo meu suco. Ele suspirou.

– Então você não me deixa escolha.

Ele me pegou no colo e eu apenas bati nele, fazendo o possível para não espernear. Eu adoro aquele lugar e não quero pagar mico e nunca mais voltar.

Six ligou para um taxi, que logo chegou. Ele me colocou no carro e colocou o cinto. Ele foi ao lado do motorista e Rem foi do meu lado. Algum tempo depois, estávamos na porta de casa.

– Vai entrar sozinha ou vamos ter que entrar também? – Falou Six, impaciente. Neguei.

– Eu vou é ficar aqui. Não quero entrar em casa. Me sinto sozinha. – Ele suspirou.

– Pega ela Remus. Eu vou pegar a chave.

Já deveria ser perto de sete da noite. Remus e Sirius entraram, Rem ainda me carregando. Ele me deixou no sofá e sentou ao meu lado.

– Lils, o que você tem? – Perguntou ele. Sirius fechou a porta e sentei do outro lado.

– Eu não vou falar. – Falei, orgulhosa. Rem suspirou e ouvi seu celular tocar.

– É minha mãe. Preciso ir. – Disse ele, suspirando. Então, virando para o amigo, perguntou: – Vai também Sirius? – Six negou com a cabeça e me olhou.

– Não saio daqui enquanto ela não se abrir. – Rem assentiu e foi embora. Six voltou seu olhar para mim.

– Lils, eu te considero minha melhor amiga. Você é uma pessoa incrível. Mas você está mal e eu consigo ver isso. Por favor, me diz o que houve com você.

Eu não aguentei. Aquele era Sirius, uma pessoa extremamente brincalhona com quem eu sabia que podia contar sempre. Comecei a chorar e contei tudo para ele. Contei de minha indecisão com James e Gui, como os dois me tratavam, e como eu queria saber o que sentia. E por algum motivo, senti que Sirius me entenderia melhor que qualquer outra garota.

– Calma Lils... – Disse ele, me abraçando. – Você vai se decidir. Eu sei disso.

Sim, eu ia me decidir. O problema era quando e como. Ele desfez o abraço e me olhou.

– Me prometa que vai tomar remédio, descansar e amanhã, se estiver melhor, vai para a escola e vai enfrentar isso cara a cara. Caso não estiver melhor, não faça esforço e fique na cama. Mas não aceite visitas além das meninas. Quer dizer, não aceite James ou Gui. Espere a escola, está bem? – Assenti. – Você me promete? – Assenti novamente. Ele sorriu.

– Então eu deixo você livre. Vou embora. – Falou ele, me soltando. Dei um sorriso. Quando ele estava se virando, chamei-o.

– O que foi Lily? – Perguntou ele.

– Obrigada. Por tudo. Nenhuma das meninas teria me entendido como você fez.

Ele deu um sorriso fraco e assentiu.

– Não há de quê pequena Lily. – Dei risada e ele sorriu. – Essa sim é a Lils que eu conheço. Boa noite Lily!

– Boa noite Six – Falei, sorrindo. Ele saiu.

Assim que ele saiu, deixei meus olhos cansados se fecharem e acabei dormindo na sala.