A Diretora entrou no Salão, trazendo junto com ela o Chapéu Seletor e um aluno novo, pelo qual muitas meninas babavam, já os meninos o olhavam com certo desprezo. 

— Muito bem, meus alunos, quero que vocês conheçam um aluno novo que entrará direto no sétimo ano, ele veio transferido de Afriwords, uma escola na África. Esse é Rolf Scamander — disse a diretora, puxando o garoto para a frente. — Vou colocar rapidamente o Chapéu Seletor para que ele seja selecionado para alguma casa. Por favor, sr. Scamander, sente-se aqui. — Apontou para um banquinho. 

Rolf se sentou calmamente e aguardou até que a diretora coloca-se o chapéu em sua cabeça e ele começasse a falar.

— Muita coragem, pelo que vejo! Muito justo também... e vem de uma linhagem importantíssima de sangue-puros, mas o que mais surpreende é a sua inteligência e bondade... isso revela de qual casa você é: CORVINAL! — disse o Chapéu, antes de ficar imóvel outra vez.

— Por ali, sr. Scamander, na mesa azul. — A professora McGonagall o encaminhou para a mesa.

Quando o garoto olhou para suas vestes, notou as listrinhas azuis surgindo e tamb[em as pessoas da mesa azul batendo palma freneticamente, inclusive... Luna.

— Merlim, ainda bem que o fez cair na nossa casa. Merlim, eu te amo! — falavam todas as garotas da mesa.

Todos o chamavam para sentar ao lado deles, mas ele se dirigiu diretamente à única conhecida que tinha lá. Luna, vendo o que ele estava prestes a fazer, abaixou a cabeça e ouviu as gêmeas Penélope e Angélica falarem:

— Ele está vindo para cá, gêmea! Eu acho que vou desmaiar!

— Ah, nem vem, Angel! Eu não te seguro se você cair.

— Como você é má, Penny.

— Sou mesmo tá, gêmea.

— Com licença, Luna, posso me sentar aqui? — Rolf perguntou ganhando a atenção das gêmeas.

— Ah! Claro, pode sentar. E parabéns por ter entrado para a Corvinal!

— Obrigado.

— Luh, miga! Você não está se esquecendo de nada, não? — perguntou Angélica. 

— Hm! É mesmo! Rolf, daqui a pouco o jantar será servido.

As gêmeas ficaram com cara de tacho e tossiram falsamente, falando:

— Humhum, nós, as gêmeas!

— Ah, Rolf, essas são as gêmeas. Essa é Angélica Spice — Luna apontou para Angélica — e essa é Penélope Fing. — Apontou para Penélope.

— Espera, você disse que elas são gêmeas, mas elas não têm nada parecido, nem no sobrenome. — Rolf sussurrou confuso para Luna, enquanto as gêmeas sorriam.

— RSRS — Luna deu uma risada alta, chamando mais a atenção ainda, e continuou: — Elas, na verdade, não são gêmeas, só as consideramos assim porque... você pode ver né? Fazem tudo igualzinho, achamos até que têm os cérebros "grudados".

— Isso mesmo, embora sendo completamente diferentes... — Começou Penélope.

— ...Somos completamente iguais! Confuso, não? — terminou Angélica.

— Na verdade, isso é muito legal! — Rolf deu um sorriso de canto que deixou Luna desconcertada e fez com que muitas garotas desejassem pular nele.

A comida apareceu, acabando com a fome dos alunos, e quando todos se deram por satisfeitos, ela desapareceu, dando lugar à sobremesa.

— A comida de Hogwarts é realmente muito boa, é até melhor que a do meu outro colégio. — Disse Rolf, limpando a boca.

— Que bom que achou isso. Mas é realmente muito boa! — Luna sorriu meigamente.

— Estou começando a ficar com sono, onde é o dormitório? — Rolf bocejou.

— É, está ficando tarde, é melhor irmos para a sala comunal, siga-me. Pê, Angel, vocês vêm? 

— Não, podem ir na frente! — disseram as gêmeas, sorrindo maliciosamente.

— Tontas. — Luna as zingou num sussurro e se levantou, sendo seguida por Rolf.

Os dois saíram do Salão Principal e subiram até a entrada da sala comunal da Corvinal, onde encontraram a cabeça de águia de prata com os olhos de cristal e Luna começou a explicar:

— Olha, para que nós possamos entrar, devemos descobrir um enigma, uma charada que a pequena águia fizer. Assim:

— Imagine um mundo em que as cores das coisas que conheces são diferentes daquelas que consideras normal. Neste novo mundo, a...

- Neve é vermelha

- Relva é preta

- O céu é castanho

- O sangue é branco

- Fuligem é verde

"Sendo assim, neste novo mundo, qual é a cor do Sujo?" — disse uma voz cantando.

Luna pensou um pouco e falou?

— Azul, já que todas as cores estão trocadas em pares, uma vez que o céu é agora castanho, o castanho do sujo torna-se azul.

— Boa resposta. — Depois disso, abriu-se uma porta e, por ela, uma Luna feliz e um Rolf supreso passaram.

— Temos que fazer isso toda vez que fomos entrar aqui? — Perguntou Rolf ainda meio confuso.

— Uhum! Temos sim!

— Mas... e se errar?

— Temos que esperar alguém acertar e tentar entrar com outra charada.

— Ah! Confuso, mas gostei. Lúh, posso te chamar assim, né?

— Pode sim. — Luna corou um pouco.

— Será que amanhã você poderia me mostrar o castelo?

— Claro, mas acho melhor irmos dormir, estou morta de sono, seu dormitório fica à esquerda. Boa noite!

— Boa-noite, Lúh, te vejo amanhã! — Rolf lhe deu um beijo na bochecha e foi na direção que ela havia falado.

— Até! — Ela deu um sorriso e se virou para o seu dormitório. Chegando lá, ela foi literalmente atacada por Penélope e Angélica, que quase a derrubaram no chão fazendo perguntas frenéticas e repetitivas até que ela gritou:

— DÁ PARA AS DUAS PARAREM!? Falem uma de cada vez; vocês me deixam confusa.

— Tá, desculpa, estressada! — disseram as 'gêmeas'.

— O que querem saber?

— Como você o conheceu? — perguntou Penélope.

— Vocês já eram amigos? — agora foi a vez de Angélica.

— Rolou alguma coisa? — juntas as duas falaram e se deitaram em suas camas de bruços, apoiando a cabeça nos braços.

— Conheci ele hoje no lago, conversamos um pouco. Sim, somos amigos e não rolou nada, somos apenas AMIGOS! — Luna estava começando a se irritar.

— Ai que fofo! Amor à primeira vista! — Angélica gritou, enquanto Luna se trocava.

— Por que as duas não calam a boca? Eu tô cansada, podemos conversar amanhã? — Luna queria por um ponto final e  ir dormir logo, estava morta de sono.

— Boa noite, estressada! — As outras viraram e dormiram.

Luna deu um pequeno sorriso ao lembrar do dia que passara, de Scamander, de tudo. Há tanto tempo não se sentia assim... feliz!