Crepúsculo Origens: Carlisle Cullen escrita por Val Barreto


Capítulo 5
A transformação: descoberta das novas habilidades.




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Eu sentia tanta dor que não conseguia pensar, não conseguia me mover. Doía pensar que, de qualquer maneira, eu não conseguiria salvar a vida daqueles homens e a imagem de Peter sendo cruelmente assassinado, não é algo que se possa esquecer facilmente, essa imagem insistia em atormentar os poucos segundos que restavam da minha vida como humano.

      Repentinamente senti um medo súbito, minhas veias sendo entupidas, ao invés de sentir a circulação do sangue, sentia como se houvesse fogo em minhas veias, queimando... Era insuportável.

Os tecidos do meu corpo pareciam estar sendo congelados, meu coração batia descompassado, meus olhos arregalavam-se involuntariamente, como se todas as minhas lágrimas estivessem evaporando, a dor não diminuía. E a queimação não trazia alivio, meu cérebro, parecia estar decompondo-se lentamente em cinzas que voavam junto com todas as minhas memórias humanas.

      Minhas mãos trêmulas juntaram-se com meu corpo, tendo uma crise, uma descarga, como uma crítica manifestação de epilepsia. Eu permaneci estirado no chão, todo quebrado, impossibilitado até mesmo de respirar regularmente.

      Eu olhava o vulto das estrelas atônito, sem saber o que fazer sem poder me mover. As palavras jorravam na minha mente, mas soavam desconexas naquele momento, não havia sentido nelas.

      Eu me refugiei em um grande depósito de batatas. No primeiro dia eu sentia-se sacudido pelos meus ombros, e as lembranças da minha infância estavam entorpecidas, como se tivessem sido encobertas por um véu.

Após algumas horas eu tentava respirar o ar frio, mas meus pulmões não se enchiam o oxigênio agora me era supérfluo. Por um lado isso me ajudou a suportar o terrível odor de batata podre, mas depois foi piorando devido meu olfato estar mais aguçado e atento ao faro de tudo que o rodeava a um raio de trezentos metros.

          A mudança de humano para vampiro fez com que a beleza minha beleza, considerando o fato que eu não tinha uma aparência comum, tornasse-me ainda mais estonteante, de uma pessoa bonita, evolui para uma pessoa linda, pois eu já era fisicamente atraente e a minha transformação para o estado de vampiro simplesmente valorizou o que já estava lá, fui apenas aperfeiçoado.

      No segundo dia observei que meus movimentos desajeitados passaram a ser devidamente calculados, como se cada ação minha pudesse ser prevista.

Meus olhos agora estavam dourados, num tom mais claro, como um topázio incomum, alem de adquirir certas habilidades sobre- humanas, como a velocidade.

Mesmo sem perceber imediatamente, eu era capaz de me mover com tanta velocidade que absolutamente nenhum humano seria capaz de me enxergar.

      Através de uma fresta que havia no depósito, eu observava tudo ao redor e ouvia até mesmo o som do vento, as árvores balançando, a minha dor havia diminuído, mas, ela voltava constantemente queimando, meu alívio era momentâneo.

      Após o terceiro dia, percebi que a dor havia desaparecido, mas sentia uma sede incontrolável visivelmente, e resolvi afastar-me ainda mais da civilização, pois eu não queria ferir ninguém. As mudanças terminaram em 7 dias, mas eu não descobri minhas habilidades nesses poucos dias, elas foram fluindo a maneira que eu as ia explorando.

Eu não quero ser um monstro! Eu pensava desesperado.

      Eu pensava como se quisesse convencer uma parte dentro de mim mesmo, da qual eu não mais tinha controle. É como se houvesse um monstro dentro de mim.

      Chegando a uma região montanhosa, sentei-   me impaciente sobre uma rocha, eu estava tão zangado pelo rumo que as coisas tinham tomado, mil coisas passavam pela minha cabeça a todo instante, minha raiva era evidente, fiquei tão perdido em toda a confusão que eu mesmo criei, observei a paisagem, mas nada me alegrava. Chutei uma Rocha de mais ou menos uns 200 Kg, e em segundos ela se partiu, o que me deu uma previa idéia da minha força.

Eu não conseguia imaginar o que fazer. Eu não tinha a quem recorrer, eu me tornei o monstro que mais abominava, e não havia nada que eu pudesse fazer.

O que fazer quando todas as suas convicções tornam-se obscuras? Porque a vida consiste em problemas? Porque tudo não pode ser resolvido com soluções sistemáticas? O que fazer quando as evidencias são inúteis?

Existem regras quanto as atitudes tomadas, mas e quanto as decisões certas. Porque fazer o que é certo as vezes parece tão errado? Porque algumas coisas mudam, e outras permanecem inertes.

Porque temos medo e rejeitamos o que é desconhecido? Porque é tão difícil assumir nossos erros e tão fácil culpar os outros? Porque tudo é mais fácil na teoria e em alguns casos impossíveis na prática? Porque não podemos ter tudo que queremos e quem amamos?

Eu só pensava no meu pai, o que seria dele sozinho. Ele ficaria ainda mais amargurado por ter perdido a sua família, a dor da morte da minha mãe era muito grande, e agora com a minha morte essa dor duplicaria, sem contar na culpa que ele devia estar sentido por haver me incentivado a ser um caçador, provavelmente meu pai perdeu a fé em Deus depois que haver me perdido.

Mas uma coisa é certa, não importa o quanto meu pai sofra com a minha ausência, ele jamais me aceitaria, porque segundo as suas convicções eu não era mais eu, e sim um demônio reencarnado.

Quando uma pessoa é transformada em vampiro, sua aparência física é aumentada, a cor dos olhos muda, sua audição e sua visão ficam mais apuradas, o coração para de bater, nós vampiros não precisamos mais respirar. Esses sensos são sobejos para um vampiro.

      Com o passar dos anos percebi que nada mudava na minha aparência, nenhuma outra mudança física ocorreu a partir da minha transformação e deduzi que quando um humano é transformado em vampiro, fica congelado com a mesma aparência que tinha naquele momento.

No meu caso não era mais necessário me barbear, nem cortar os cabelos, já que eles não continuariam mais a crescer. A necessidade humana de descanso e sono desaparece quando se é um vampiro. Outra mudança que mais me intrigava era que meu corpo ficou duro como mármore ou granito. E as probabilidades de eu me machucar, ou me cortar eram mínimas simplesmente porque pouquíssimas coisas são fortes o suficiente para penetrar a minha carne.

Pelo menos não possuo presas. - pensei tentando me aceitar. Ao transformar-me em vampiro, obtive muitas habilidades extras, como correr em alta velocidade e super força. Porém eu ainda possuia uma incrível e incomparável compaixão.

Então com base em mim, desenvolvi uma teoria de que as pessoas que se tornam vampiras trazem para a nova vida coisas de sua vida passada. O que há de maior em você há de permanecer após a mutação, a sua principal caracteristica, o que há de mais forte em você irá permanecer.

      A minha habilidade especial é a compaixão. Como eu era imortal, tive séculos de preparo e estudo e, graças a isso, eu  desenvolvi uma quase perfeita imunidade para o aroma do sangue humano.

Ao contrário de outros vampiros, eu não fico tentado ao ver sangue. Eu uso a  minha  "maldição", para minha própria vantagem e das outras pessoas.

Já que eu estava morto, não precisava de oxigênio para sobreviver, e podia ficar sem respirar indefinidamente. Os mitos sobre vampiros pareciam agora ridículos diante de todas as revelações que obtive.


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