Daydreams escrita por Milla C
Torceu o nariz incomodada com o cheiro de cigarro, o odor atrapalhando a apreciação de seu pirulito napolitano. Como raios podiam gostar de algo que exalava cheiro tão amargo, já não bastava a vida?
Os pés doeram no tênis quando apertou os passos, só não se entregaria ao prazer de andar descalço porque já bastava carregar a bolsa – uma carteira com documentos que diziam ser quem é, mas não era. Notas que fingiam ser sua riqueza.
Queria se desnudar de todo aquele peso e aperto e caminhar sob o céu noturno, contar estrelas sem apontar – porque como dizia a avó, dava verruga – rir junto a lua crescente que lhe parecia sorrir como Cheshire, e quando se cansasse se jogar de costas em uma rede e deixar a escuridão do céu dominar sua mente até que Morfeu lhe tomasse para seu mundo.
Nos sonhos quem sabe, seria assim livre.
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