I Dont Care, I Just Dont Care escrita por dremnot


Capítulo 1
The love will never let you go




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Parece que o mundo caiu. O que uma menina como eu iria fazer sem - quase -  ninguém no mundo?

 O caixão está descendo e eu aqui, sozinha. Como sempre foi minha vida. Mas só agora eu percebi, minha mãe morreu e me deixou sem ninguém, só com uma caixa de lembranças de uma pessoa que não pode existir. Numa casa no subúrbio morava eu e minha mãe. Uma casa pequena, porém confortável. Não tive a sorte de ter tios ou primos, sempre fui eu e minha mãe. Se estiver se perguntando sobre meu pai, ele esta na "tal" caixa de lembranças. Eu não o conheço, nunca quis conhecer na verdade. Minha mãe sempre disse que o dia que eu quisesse eu poderia ir lá, abrir, a caixa e tirar minhas próprias conclusões sobre meu pai. Só que eu nunca abri a caixa, falando sério, nunca precisei. E eu acho que agora eu preciso.

Meu nome é Anny, ou um simples An...Assim que todos me chamam no colégio.

Quando tomei coragem e peguei a "tal" caixa, fiquei olhando o estampado, era uma santa, só não sabia qual...O que eu nunca havia pensado, é que um dia teria que abrir, aqueles segredos, aquelas palavras, aquelas fotos? Coisas que eu não sei, só iria saber abrindo-a.

Estava pensando comigo mesma, no meu quarto, quando a campainha tocou, pensei que fosse alguém para lamentar a morte da minha mãe, como muitos vizinhos já tinham vindo até aqui, porque souberam a noticia não sei da onde, se éramos só eu e ela, realmente, todos sabem de tudo naquela rua, até do que não devem saber. Olhei pelo o olho mágico, mas ao contrário do que eu pensava era um homem, nunca tinha visto ele na rua, ou mesmo por perto. Resolvi abrir a porta. O tal homem, se vestia com roupas sociais, e tinha uma pasta em mãos.

- Olá? O que deseja? - disse olhando para ele

- Você é a Anny? Correto? - ele olhou para a casa com uma cara de desgosto

- Correto, o que deseja? - abri totalmente a porta

- Sou do juizado de menores, e vim aqui resolver sua situação...

- Entendi, quer entrar? - mostrei o sofá para ele, que estava uma bagunça por sinal, na noite passada havia comido macarrão na sala, e não limpei nada.

- Pode ser... - o sujeito entrou, e se sentou, tirando as almofadas jogadas no pé do sofá.

- Bem...Pode falar agora!? - sentei no sofá do lado

- Posso sim. Bem é o seguinte moça, localizei o seu pai pois sua mãe tinha o endereço em sua bolsa quando faleceu, a policia pegou os seus pertences e na carteira dela tinha o tal endereço, pesquisamos e é o seu pai mesmo. Parece-me que o sujeito mora em Londres... Se não me engano.

- Er... Como eu vou viver com alguém que nunca vi? Só algumas fotos velhas que pegava na gaveta da minha mãe, porque ela sempre escondeu quem era o meu pai, nunca quis que eu ao menos soubesse quem ele era. Não gosto muito dessa idéia de morar com ele...erm...Não tem outra pessoa? Outro familiar?

- Bem eu tenho certeza que você vai gostar de morar com ele. Ele mora em Londres mesmo, me lembrei. E infelizmente, não sei como vai viver com alguém que nunca viu, mas muito mais infeliz é que não é uma coisa que você possa escolher, isso é uma ordem, caso contrário você vai para um orfanato, eu acho melhor ficar com o seu pai, do que no orfanato, jogada. - pegou sua pasta e colocou do seu lado.

- Porque tem tanta certeza que eu vou gostar? Londres...Hm...Fui uma vez com a minha mãe para lá, nas férias. Então se é assim, quando eu vou para lá?

- Porque sim! Bem, quando os papéis estiverem prontos...Em torno de uma semana, por ai.

- Tudo bem, se for assim... Tenho que ir mesmo, ficar aqui ou não, realmente não vai fazer diferença. Com quem que eu fico nesse tempo de acertar as coisas?

- Então... Você vai ficar com uma amiga de sua mãe, chamada Carmem, acho que é a mais próxima, sua mãe, quando estava em momento terminal falou que queria você com ela. Já entramos em contato com ela, e ela concordou.

- Ah sim! A Carmem... Elas eram amigas mesmo, mas não posso ficar em casa sozinha?

- Bem Anny, você só tem quinze anos, e eu acho perigoso, e como foi um pedido de sua mãe eu acho que você deveria obedecer.

- Mas eu não sou uma criança, para precisar de alguém cuidando de mim, que inferno. Falando nisso...Como eu vou pagar a passagem para Londres e a hospedagem?

Só o que faltava para o meu dia ficar um inferno, com toda a papelada, a casa nova que eu seria obrigada a morar...Várias coisas pra deixar o meu dia pior.

- Bem, mas ordens são ordens...Você não vai precisar trabalhar e nem dar dinheiro. Pois sua mãe tinha um dinheiro destinado a você, e o sistema da escola daqui é diferente da de lá, você vai ter que se acostumar com muitas coisas.. - olhou para o seu relógio de pulso - Bem Anny...Eu tenho que ir, meu horário é muito apertado - se levantou.

- Entendi, entendi - levantei para acompanhá-lo, fui até a porta e abri.

- Então, a Carmem vai te ligar, pedi para ela fazer isso, já se arrume, arrume sua mala, já deixe suas coisas nas ordens, para viajar para Londres e para a casa da Carmem, tudo bem? - na porta

- Tudo bem, pode deixar que eu vou fazer, até breve! - esperando ele sair para fechar a porta

- Fique bem - pegou a chave do carro, e saiu.

Logo em seguida, fechei a porta.

Nossa! Tido o que eu merecia mesmo, morar com quem menos temia, meu pai, que se me recordo o nome que uma vez minha mãe me falou, é Ryan, Algo assim.

O telefone toca, entediada, atendi, liguei a televisão em seguida.

- Alô?

- Alô An...Aqui é a Katy...

- Oi meu amor! Como eu preciso falar com você! Acabaram de vir aqui em casa e falar um monte de coisas sobre eu me mudar, o carinha acabou de sair daqui! Já ia te ligar - derramei uma lágrima

- Eu estava no telefone com o meu pai, ele viajou esses dias de novo, por isso que eu não te liguei! Se não, acha que eu não tinha te ligado antes? Você melhorou amiga?

- Não, na verdade não tenho mais emoções, eu não rio, não me divirto com nada, não tenho muita fome, perdi a vontade de fazer as coisas, apenas fico chorando e pensando em como será minha vida daqui pra frente.

- Owm... Não fique assim, bem, você quer que eu durma ai? Pra ajudar você a se recuperar, sei lá! A gente inventa, mas você quer?

- Pode sim Katy! Vai ser um favor que você faz para mim, aliás, sempre me anima quando eu estou mal, quero ficar bem, mas não sei como, então vem pra cá, pode ser? Que horas?

- Bem eu vou ver com a minha mãe se eu posso ir, e depois eu te falo, espera um minuto. - Katy tampou o telefone e deu um berro para a mãe dela, mesmo tampando eu ouvi. - POSSO IR À CASA DA AN MÃE? E eu ouvi o berro da mãe dela também "- PODE SIM. - pegou o telefone em seguida.

- Posso ir sim...Mas que goras que eu vou? - disse com uma voz cansada.

- Nem sei que horas são agora pra falar a verdade!  *risos*

- Hm... Pera ai... São 13 horas e 15 minutos.

- Pode vir às 13h30min?

- Ta ok! Talvez eu chegue depois desse horário porque tenho que fazer a mala para dormir ai.

- Aham...Então, até mais!

- Tchau amor, deixa a porta aberta ta? ai eu já entro sem ter que tocar a campainha.

- OK. - desliguei

Nossa, não perguntei se a Katy vai vir almoçar aqui, merda. Não tem nada de comida mesmo, só alguns petiscos, tipo Cup Noodles, e alguns salgadinhos.

Tenho que arrumar a cama dela, a minha cama, arrumar a casa, tirar esse pijama escroto...

Subi as escadas até chegar no meu quarto, acendi as luzes porque estava tudo escuro, acendi e fui trocar a minha roupa.

Tinha roupas pretas e brancas, roxas, azuis, cinzas (mas nada muito claro, não gostava de roupas claras...)

Roupas de uma menina e não de uma criança, pois quando alguém ia me dar presentes compravam aquelas roupas ridículas e coloridas = de criança. Coisa que quase sempre acontecia, as amigas da minha mãe não tinha gosto nenhum, vista sua filha assim! E não a filha dos outros... *parei*

Bem resolvi colocar uma calça jeans preta colada meu converse branco e uma regata branca. Logo depois tive que arrumar a cama dela, puxando a "bi cama" forrando a cama com lençóis.

Em cima da mesa do computador estava a caixa de lembranças. Será que deveria abrir? Não...Não, ainda não.

A campainha toca novamente, mas dessa vez não ficaria falando da morte da minha mãe.


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