Eu não sabia o que sentir, sentada da minha cama, um guerra de emoções se travava dentro de mim. Ele me deixara. Me jogara fora como se eu fosse um pedaço de lixo. 

“ Você não é boa o bastante para mim ” essas foram suas palavras.

 E mesmo assim eu não conseguia deixar de amar, o meu corpo continuava ansiando por ele, a minha mente pedia por mais um pouco de suas mentiras, e minha alma essa não estava mais em meu poder, ele fizera questão de leva-la com ele pelo resto da eternidade.

 Eu senti ódio, puro e avassalador, mas não dele, ainda não tinha essa capacidade, o meu amor por ele continuava latente, gravado para sempre na minha carne. Eu senti ódio de mim mesma, por me permitir acreditar que ele fosse me amar, que eu me permitisse ter esperanças que o meu “conto de fadas” tivesse um final feliz, como alguém seria capaz de amar alguém tão patético como eu. Mas, principalmente, senti ódio de mim mesma por me permitir ama-lo.

 A dor no meu peito fora eu mesma que causara, se eu não fosse tão estupida e patética a ponto de acreditar que ele seria capaz de me amar, eu não estaria aqui sofrendo e deixando a dor me corroer.

 A minha cabeça dava voltas devido ao turbilhão de pensamentos e emoções que se passavam em mim. Respirei fundo, permitindo que uma lufada de ar atingisse meus pulmões, abracei meu corpo tentando de alguma forma amenizar a dor dilacerante que eu sentia por todo o meu corpo. 

Minutos, horas se passaram sem que eu me movesse, eu somente encarava o nada. O meu corpo estava entorpecido pela dor. Nenhum pensamento coerente passava por minha mente. 

Encarei a paisagem a fora da minha janela, observando como tímidos raios de sol tentavam transpassar as nuvens do céu da manha. Lentamente relaxei meus músculos e me levantei. Fui em direção ao meu armário disposta a procurar alguma coisa decente para vestir-me.

 Analisando cada peça presente em meu guarda-roupa percebi que talvez um dos motivos para ninguém se interessar por mim talvez fosse minha falta de zelo comigo mesma. Eu não me importava com a minha aparecia e com o que os outros pensariam de mim. Isso era superficial para mim, não tinha valor. Mas, para as outras pessoas isso devia importar. Nenhuma das minhas roupas me valorizava de modo algum, elas eram confortáveis e quentes, mas não me deixavam bem esteticamente. Talvez fosse hora de mudar. Deixar para trás a menininha patética e inocente e começar a encarar o mundo como ele realmente era, frio e cruel.

 As palavras de Jasper, ditas a tempos atrás, voltaram a minha mente.

 “ Você vale a pena. ”