Flicka escrita por thayla-nick


Capítulo 4
Capítulo 4 Verdades e Confusões




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- Fala logo, está com medo? – Eu disse.

- Quando te conheci menti sobre uma coisa. – Ele me respondeu.

- O que?

- Eu não moro com meus pais, e também não liguei para eles hoje quando você pediu. – Ele disse abaixando a cabeça. Depois continuou. – Meus pais morreram em um acidente de carro, eu moro sozinho.

- Meu Deus, eu sinto muito.

- Eu sei que sente.

 - Se não ligou para seus pais. Para quem ligou? – Perguntei, levantando a sobrancelha.

 - Não liguei para ninguém. – Ele me respondeu com meio sorriso.

 Eu o abracei, e depois fomos dormir. O filme já não tinha mais graça. Fiquei com pena do meu amigo, sei que ele não era um cachorro abandonado, para eu sentir pena, mas eu não suportava a idéia de ele não ter ninguém ao seu lado.

  De manhã, resolvi contar essa historia ao meu pai. E ele com sua brilhante cabeça, disse que ele poderia morar com a gente.

   Sai correndo para contar a Calleb que estava no galinheiro pegando ovos. No caminho encontrei Jack.

  - Jack, Jack... Calleb vai morar com a gente, não é legal?

  - O que? Esse menino vai ficar?

  - Se ele quiser sim... Agora vou ir falar com ele.

 Deixei Jack para lá, e corri mais ainda para chegar ate Calleb.

  - Carrie, consegui pegar duas dúzias, essas galinhas botam muitos ovos...

 - Calleb quer ficar aqui?

 - Não vou incomodar seu pai? – Ele me perguntou.

- Ele que disse pra você ficar.

 - Ok, fico mais esse final de semana.

 - Não, não. Você não entendeu. Quer morar aqui no rancho?

 - Seria ótimo. – Ele me respondeu com um sorriso enorme.

 Do nada Jack aparece batendo palmas...

  - Nossa que legal, o menininho órfã achou um lar. – Disse Jack.

- Jack, o que está dizendo? – Perguntei o empurrando.

 - Fala serio Carrie, é isso mesmo que ele quer. Ficar do seu lado e ter um lugar onde todos possam fazer o que ele quer.

  - Nada ver. – Calleb quis se defender.

- Cala boca. Você acha que eu não sei...

- Cala boca você Jack, sai daqui... AGORA.

- Fica com ele então.

- Jack você ta vendo coisas, onde não ter nada, eu e Carrie somos amigos.

- Mas você não queria isso, só amizade.

 Jack saiu e eu “tonta” comecei a chorar, sai do galinheiro e fui andar com Flicka.

 Corremos longe, muito longe do rancho, tão longe que acabei me perdendo.

Sabia que meu pai e todos do rancho estavam preocupados, mas eu não sabia como voltar. Ouvi cavalgadas, mas distante de mim.

  Até que avistei meu pai do alto de uma pedra, e comecei a gritar.

- Aqui, aqui...

 Mas ele parecia não ouvir. Eu gritava cada vez mais alto e mais alto, e nada! Gritei até perder minha voz, e a escuridão chegar aos meus olhos.

-Carrie, Carrie, acorda! – Alguém a quem eu não via o rosto, me chamava, enquanto balançava meu corpo todo.

 Senti nas minhas costas uma coisa macia, como minha cama, sim eu estava em casa.

- Pai... – Gritei, pulando da cama para abraçá-lo.

- Calma! Está tudo bem, você está bem? – Ele me perguntava.

Eu só sabia abraçá-lo e abraçá-lo.

- Hein, quando eu te chamei porque não me respondeu, você não me viu? – Perguntei, dando um tapa em seu ombro.

- Não. – Ele me respondeu.

- Eu estava em cima de uma pedra, enorme, lá perdida.

- Tudo bem, mas eu já te achei.

A confusão entre Jack e Calleb tinha acabado os dois estavam de bem, Graças ao meu Senhor Deus.

  Eu amava vem eles se dando bem, todos nós se dando bem.

E ainda Calleb tinha aceitado morar em casa. Estava mais que tudo bem. As verdades apareceram e as confusões acabaram.


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