Tr3s - Amor Vs Ódio em Pátras escrita por MiraftMaryFH, thetigas08


Capítulo 11
Emma Evans is back! - Por Emma Evans


Notas iniciais do capítulo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/156397/chapter/11

Muito bem, muito bem… Devem-se estar a perguntar o que aconteceu depois que me perdi naquele mato… Bem, digamos que um determinado indivíduo intrometido veio perturbar o meu isolamento pessoal…

– Evans, não acho que devas estar aqui… - Ele disse olhando para as grandes árvores que abundavam aquele espaço…

– O que é que tu estás aqui a fazer? – Perguntei, enquanto me levantava daquela pedra, repleta de musgo.

– Eu… ah… achei que… talvez… fosse perigoso… estares aqui… ah… sozinha. – Ele disse, ainda sem olhar para mim, e meio embaraçado.

– Ah, deixa-me adivinhar… e vieste salvar-me das malvadas árvores e do musgo assassino! – A ironia escapou-me dos lábios, mesmo antes que eu pudesse pensar nas palavras.

– Olha, desculpa… mas só queria ajudar! – Ele disse, e com isso não tinha como argumentar. Realmente, ele tinha razão, ele só queria ajudar.

– Não… - Suspirei – A culpa não é tua, eu… só queria ficar um pouco sozinha… - Nesse momento, afundei a minha cabeça até aos joelhos, para que pudesse esconder as lágrimas que estavam por vir.

– Ei… - Ele disse, vindo-se sentar ao meu lado – Calma… é alguma coisa que eu possa ajudar?

– Obrigada, mas acho que não. – A minha voz parecia de outra pessoa, estava muito embargada pelo choro e soava muito abafada por sair contra os meus joelhos.

– Podes sempre tentar… - Ele disse, enquanto olhava para… Oh, sei lá eu, estava com os olhos fechados, não posso adivinhar!

– Para quê? Posso muito viver com isto. – Disse dura.

– Sabes que esse orgulho não te leva a lado nenhum.

– Sabes lá tu…

– Por experiência própria, posso dizer-te que não vai mesmo levar-te a nada. – Disse pensativo.

Olhei para ele, numa tentativa para lá de frustrada de ler as emoções nos olhos, mas eles não me mostravam nada mais do que indiferença.

– O que aconteceu? – Deixei que essa pergunta se materializasse em palavras ditas.

– Perdi o meu irmão. – Disse com pesar e sem rodeios.

– Perdeste? Como?

– Bem… a culpa foi minha… Eu andava num gang.

– Num gang? Tu?

– Pois é… quem diria, não? Mas, sim… andei. O meu irmão tinha 14 e eu 16… foi o ano passado, dia 23 de Outubro de 2010… ele estava surpreendentemente mais chato do que o normal – Ele deu um sorriso triste, enquanto olhava para as próprias mãos, como se pudesse ver a cena que estava a descrever – Repetia-me vezes sem conta que também queria entrar e que queria ser como eu – O sorriso desapareceu aqui, até ao final da história, e ele fechou ao mãos com uma força exagerada, em punhos – Que merda que ele queria ser!

– Tu não és uma… - Interrompi e ele fez o mesmo.

– Sabes lá tu o que eu sou. – Ele disse com raiva contida na voz.

Ficamos em silêncio, até ele retomar a história. – Eu disse que ele podia vir comigo naquele dia… Ficou tão radiante! Ele queria muito entrar e não parava de o repetir, então os rapazes não se importaram… Mas, havia um preço…

– Vocês tinham que pagar? – Perguntei confusa.

Ele sorriu ironicamente antes de me responder. – Para quem andava a destruir a carreira do pai, com as más companhias e péssimas atitudes, não conheces mesmo nada desta vida.

– Como é que tu… - Perguntei surpreendida por ele saber da minha razão de estar aqui.

– O meu pai também é advogado – Ele disse frio – Eu sei o que te trouxe aqui, que tal também saberes o meu porquê de estar aqui?

Assenti um pouco contrariada, enquanto ele continuava a história. – Eles queriam que o Nicholas fizesse uma “iniciação”… na verdade, aquilo não era nada… nunca nenhum de nós tinha feito algo assim… era uma brincadeira que não me agradou desde o início, mas o Nick estava determinado e fazia tudo o que fosse pedido!

De repente, ele parou; Como se tivesse esquecido o resto da história… Olhava para o nada, como se esperasse que as memórias voltassem, de repente… - Eu disse que ele não precisava de fazer aquilo e que não devia, tentei convencê-lo de todas as formas, mas ele queria mostrar que estava à altura de qualquer um de nós… não havia forma de o parar…

Olhei para ele, e reparei nas várias lágrimas que lhe escorriam pelo rosto… - Era demasiado arriscado pedir a um rapaz como o Nick para se atirar de um estaleiro! – Senti-me ficar rígida e a suar frio quando ele disse estas palavras… Arriscado? Era suicídio!

– Já era perigoso no início, mas depois…

– Depois…? – Perguntei ansiosa

– … Depois tudo piorou… Calculamos mal, não verificamos os horários dos barcos, nem dos navios… E ele saltou… quando estavam a abastecer um navio; Não havia como salvá-lo… ao tentar desviar-se, ele embateu nas rochas… Simplesmente, estava tudo perdido a partir do momento em que ele saltou daquele estaleiro.

Permanecia imóvel e chocada ao ouvir esta história de terror que poderia ser escusada de todas as formas possíveis, mas que no final não havia como evitar.

– Foi a pior noite de toda a minha vida; Fomos todos levados para uma esquadra, enquanto retiravam o corpo do Nick das rochas… Foi horrível. Os meus pais nem me queriam ver à frente. Fui livrado da cadeia, pela intervenção do pai de um dos meus amigos que também era advogado. Voltei para casa, mas ninguém me falava, os meus pais nem me olhavam, era como se eu nem existisse. Foram dias terríveis… tinha pesadelos horrendos com o Nick e acordava aos berros; sentia-me um fantasma naquela casa, não dormia, não comia, não bebia, não falava e nem me falavam, ninguém olhava para mim e eu simplesmente mantinha os meus olhos no chão, como se estivesse ali para assombrar a casa. Foi então que me mandaram para cá; não para que eu mudasse ou percebesse que o que fiz foi muito mais do que errado, que foi e irá ser sempre o pior erro de toda a minha vida… porque isso, eu percebi no momento em que vi o corpo desfeito do Nick… essa imagem nunca me vai sair da cabeça. – Ele chorava terrivelmente, e foi aí que me vi com ele nos braços, como uma criança assustada a tentar livrar-se daquela assombração que o atormentava. Mexia-lhe, cuidadosamente, nos cabelos para que ele prosseguisse e acabasse com a história.

– Eles mandaram-me para cá para não terem de conviver com o assassino do filho mais novo, ainda que o assassino seja o outro filho. Eles não me perdoaram e deixaram bem claro que não o fariam… ainda que não me falassem e me ignorassem por completo, os gestos e as atitudes diziam aquilo que eu precisava entender… que nem eu irei perdoar-me pela morte do Nick. – E por mais palavras que ele quisesse dizer para completar, eu sabia que era aqui o “fim”; não havia mais nada, não havia mais história nem nada do género. Não sabia o que lhe dizer, nem como lhe dizer. A minha história não chegava aos pés da tragédia da Lewis, muito menos à do…

– Como é que te chamas? – Perguntei baixa e cautelosa.

– Kevin – Ele suspirou o nome com dificuldade.

E não foi preciso dizer mais nada, simplesmente, continuamos assim, ele deitado no meu colo enquanto eu lhe mexia nos cabelos escuros. Não sei quando, nem como, mas não me apercebi do facto de estarmos muito próximos, e quando dei por mim, estávamos num beijo calmo, exactamente nas mesmas posições, excepto pela minha cabeça que estava ao alcance do rosto e dos lábios dele. Era um beijo calmo, de facto… mas cheio de medos e desilusões, frustrações e tristezas e, sobretudo, carência… era como eu consolo para os dois.

– É melhor irmos… - Disse, enquanto interrompia o beijo… isto não podia ir longe demais.

Levantei-me, de repente, decidida a encontrar um caminho que me levasse de volta à escola…

– Mas… espera! – Ele agarrou o meu pulso, o que fez com que eu caísse em cima dele.

Nem se passaram dois segundos, e nem mesmo sei como é que os nossos lábios se colaram, outra vez. Mas, ao contrário do outro… este acabou depressa demais.

– EMMA!? – Ouvi alguém chamar-me ao fundo e levantei a cabeça, interrompendo o beijo, outra vez.

– KEVIN?! ÉS MESMO TU? – Ups… parece que mexi no homem da Lewis…

E vamos lá nós outra vez… Adoro estas discussões que tenho com a Lewis e o Willis… mas, esta não durou muito, porque o Kevin fugiu e o Willis foi atrás dele… Agora a Lewis parecia que me queria matar…;

Disse-lhe alguma coisa sobre ela estar com inveja, mas para vos dizer a verdade, eu nem sequer decoro o que digo àquela rapariga… tenho mais o que fazer… Mas, o ponto da pequena conversa que tivemos acabou numa aposta. “Quem seria a primeira a beijar o Willis?”; E isto veio tudo a propósito de ter beijado o rapaz da Lewis… bem, também não foi com intenção, quer dizer… foi uma descaída… e, como havia dito antes, nem sei como é que aquilo aconteceu…, mesmo que tenha acontecido duas vezes.

De qualquer modo, preciso de ocupar a minha cabeça… a história do Kevin deixou-me desconcertada… Bem, então, só preciso de agarrar o Willis e provar à Lewis que sou milhões de vezes melhor do que ela… Uauuu, que desafio… Provar que sou melhor do que a Lewis! Pelo amor de Deus, basta olharem para nós para dizer quem é a melhor (e não, não sou convencida, apenas ponho a minha mão no fogo pela realidade). E também, conquistar o Willis? Oh senhores! Já não fazem desafios como antigamente… deve ser mesmo muito difícil… Tenho a certeza que bastava pôr-me de biquíni à frente do rapaz que ele começava a babar mais do que um cão quando vê 1kg de carne à frente dos olhos!

Enfim… estava tão ansiosa por mostrar à Lewis quem é que manda que até comecei a cantar! “Credo, devia estar mesmo em pulgas!”; Enfim, eu amo esta música… só tem o problema da letra ser para uma “ela”, mas quando eu canto, isso adapta-se perfeitamente com o “ele”.

He's sound to me

He's sound like sex on the radio

I love to hear him scream

And when I push play he's screaming in stereo…

 

Fui andando pela escola a cantar, digamos… o suficientemente alto para que o presidente da China desse por ela, quando me deparei com… (quem disse Damien, ERROU! Quem disse, Hayley ERROU! Quem disse Kevin, ERROU! Quem disse director ER… bem, na verdade, acertou…).

– Senhorita Evans, não sei se tem conhecimento da regra, mas é proibido cantar nos corredores, ainda mais no tom em que a senhorita se encontra! – Ele disse irritado.

– A sério? – Perguntei, ensaiando uma faceta de preocupação.

– Sim… - Disse desconfiado.

– Pois… - Olhei para o chão e depois voltei a encará-lo com um sorriso irónico a brilhar nos meus lábios. – Que pena, parece que vão ter de me ouvir!

– Senhorita Evans! – Chamou-me irritado.

– O que foi agora? – Perguntei entediada.

– Parece-me que não deve ter ouvido direito quando lhe informei para limpar o quarto…

– Senhor Coiso, sem ofensa… bem, se lhe ofender até fico mais feliz, mas não é minimamente do meu interesse o que lhe parece ou deixa de parecer. – Disse farta, enquanto tentava sair daquele corredor… Como eu disse… TENTAVA, porque aquela COISA cismava em ficar à minha frente!

– Senhor Coiso, caso não tenha ainda percebido… eu não consigo passar se o senhor continuar aí…

– Não me diga… - Ele disse irónico. – Evans, você tem que cumprir as regras que lhe são impostas.

Quando eu ia abrir a boca para responder, ele interrompeu-me – E não, não é para a senhorita pensar. São as regras!

E quando ia abrir a boca para falar outra vez… - E não, não é uma opção.

Bufei exasperada… Já não se pode fazer nada... – Senhor Coiso, não tem mais nada que fazer? Por exemplo, meter-se com umas alunas ou assim?

Bem, eu nunca vi isto acontecer, pelo menos não sem ser nos cartoons, mas o seu rosto ficou verde, roxo, cor-de-rosa, laranja, vermelho… até pensei, que fosse da luz, mas parece-me que foi só uma mistura de emoções… Não! Minto… acho que isto acontece quando fica com raiva… quem diria… O director quando está irritado parece um arco-íris…; Depois das cores passarem, vi-o ficar pálido e pegar no meu pulso; Enquanto me debatia para que me largasse, ele puxou-me para uma pequena sala, perto do seu gabinete, que eu reconheci meses mais tarde como sendo a sala onde vesti aquele monte de farrapos parolos dos anos 20, que se denomina de “uniforme”… mas isso é uma história que, como eu disse, fica para… meses mais tarde. Quando chegamos à pequena sala, que eu não reconheci por estar completamente escura, ele trancou a porta e prensou-me contra a parede…

– O que é que disseste? – Perguntou-me num sussurro.

– Creio que ouviu muito bem, caso contrário não teria ficado às cores e não me traria aqui…

– Tu percebeste… - Ele disse, aproximando-se – Como descobriste?

– Na verdade não sabia, disse da boca para fora… - Disse, olhando-o.

– Mentira… - Ele falou e apertou-me mais os pulsos. – Quem te disse e isso?

– Só ouvi alguns boatos pela escola, mas ninguém acredita… - Disse num fôlego e sussurro baixo. – Mas, ao que parece, deviam… Agora, largue-me, está a magoar-me.

– Não está em condições de pedir nada, não acha Evans? – Ele aproximou-se ainda mais, e apesar de parecer demasiada insana toda esta situação, sentia-me ainda mais atraída por este homem.

– Então conte-me, é verdade que anda a meter-se com alunas?

– Aluna. É apenas uma… - Ele murmurou soltando-me um pouco, mas ainda preso a mim. – Tive uma queda por ela, quando esta andava atrás de mim; a minha esposa descobriu e saiu da escola. Só não entendo como pode haver boatos… - Ele disse esta última frase como se falasse unicamente para si. – A Sarah apenas saiu da escola e disse que não queria ter mais nada a ver comigo, a não ser o divórcio… e a Lenah… não! Ela não faria isso.

– Parece que se está a convencer de algo que não é real… - Falei ironicamente, enquanto me ria.

– O que queres dizer com isso? – Ele perguntou, recobrando a força sobre mim.

– Qual é o seu primeiro nome?

– Jake… mas, o que é que isso tem a ver com a conversa?

– Tem a ver, porque assim posso-lhe dar um sermão mais detalhado…

– Ah!?

– Oh, por favor… não seja ingénuo, Jake! Acha mesmo que uma piriguete como essas que se mete com um director todo bom e lindo não ia espalhar pelos quatro ventos que anda de caso com ele pelas suas “companheiras”? – Perguntei-lhe – É claro que na primeira oportunidade ela iria contar a toda a gente, só para por inveja.

Ficamos por 1 minuto ou quem sabe mais… a olhar-nos nos olhos um do outro, perdi a noção do tempo e… EU JURO QUE MATO O INDIVIDUO QUE DISSER QUE EU DESPREZEI A NOÇÃO DO TEMPO PORQUE PERDI-ME NAQUELES OLHOS AZUIS DO… JAKE! (estranho, chamar-lhe assim).

– Director, todo bom e lindo? – Ele perguntou a sorrir…

– Eu vou-lhe fazer esta perguntinha e queria que fosse sincero… - Ele assentiu. – VOCÊ OUVIU ALGUMA COISA DO QUE EU DISSE?

– Perdi-me na parte do “todo bom e lindo”… - Ele sorriu e eu fiz cara de indignada… e eu, realmente, estava! – E nesses olhos… - Ele disse, enquanto se aproximava – E nesses lábios…

E… OMG! OU ELE ME BEIJA JÁ, OU EU DOU COMIGO EM DOIDA! Bem… se queremos algo bem feito, temos que ser nós a fazê-lo certo? De qualquer modo, menos pensamentos e mais acção Emma Evans! E com isto, beijei-o. Devo estar maluca, mas se estiver… bem… paciência! Quero lá saber… Bem, para quem teve uma queda recentemente, está muito bem recuperado… EMMA EVANS, O QUE É QUE TU ESTÁS A DIZER? ALIÁS… EMMA EVANS, O QUE É QUE TU ESTÁS A FAZER? Tu estás a beijar este parolo arrogante que se acha o dono do mundo e das estrelas… e, ai! Estrelas é o que eu estou a ver com ele… AI! MAS, NÃO É CORRECTO… Aiii… querem saber do que mais!? QUE SE DANE O MUNDO!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tr3s - Amor Vs Ódio em Pátras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.