Obliviate escrita por Lilly B
Notas iniciais do capítulo
A partir da metade do quinto livro, A Ordem da Fênix, Hermione e Draco começaram a ficar mais íntimos. Eles se encontravam e conversavam no banheiro feminino, no meio da noite, em segredo. Essa cena ocorre no começo do sexto livro, O Enigma do Príncipe.
– Draco! Draco, pára! Espera!
Ela correu para alcançar Malfoy, que caminhava o mais rápido que podia e tentava ignorá-la. Puxou seu braço para fazê-lo virar para ela, mas ele se desvencilhou e continuou andando, olhando para baixo. Ela colocou-se na frente dele com rapidez.
– Quer parar de me ignorar?
– Saia do meu caminho, Granger. – Malfoy pediu com a voz fria e inflexível.
Ela engoliu em seco. Imagens do ano anterior passaram como flashbacks pela sua mente: todas as vezes que se encontraram no banheiro feminino à noite e todas as conversas e momentos que tiveram. Quando estava com ela, Draco Malfoy mostrava seu outro lado – lado que ele fazia questão de esconder do resto das pessoas que viviam a sua volta.
Agora ela não entendia mais nada. Não compreendia por que ele começou a evitá-la e não aparecia mais no banheiro durante a noite. Ela mandara bilhetes discretos para que Harry e Rony não notassem, pedindo explicações. Não obtivera resposta.
– O que houve com você? – a voz de Hermione quebrou na última palavra. Draco levantou a cabeça para ela; tentava esconder, mas seus olhos demonstravam uma dor evidente.
Ele não falou nada.
– Foi o que houve com o seu pai, não foi? – questionou, lembrando-se do que havia lido no Profeta Diário há alguns dias. Ela se perguntara como ele estava se sentindo. Parecia tão frágil e desamparado que ela queria ter cruzado o salão em direção à mesa da Sonserina e o abraçado na frente de todos, mas sabia que aquilo só pioraria a situação para ambos. – Eu sinto muito, Draco…
– Chega, Granger.
– Não, me ouça. Eu sinto muito pelo que aconteceu, mas seu pai merecia isso. Mas você, Draco… Você não é seu pai. Você não precisa seguir o caminho dele, você pode fazer a coisa certa. Nós conversamos sobre isso diversas vezes no ano passado. Você pode vir para o lado certo enquanto há tempo…
– Não posso, Hermione! – Malfoy levantou a voz, agora encarando-a com os olhos claros que ela tanto amava cheios de dor e raiva. Sua mão voou para o bolso da varinha. – Não posso mais voltar atrás!
– Covarde! – ela gemeu, a voz falhando. Ele balançou a cabeça.
– Você não entende…
O rosto dela contorceu-se em uma expressão de dor, refletindo a do garoto a sua frente. Draco desviou os olhos com as sobrancelhas franzidas.
– Então é verdade? – Hermione parecia prestes a cair no choro – O que Harry disse é verdade?
Ele baixou os olhos em silêncio e levantou a manga esquerda das vestes. Ali, marcada a fogo e nítida como uma tatuagem, estava a imagem de uma caveira e uma cobra enroladas.
Lágrimas corriam pelas bochechas de Hermione. Ela deu um passo a frente, aproximando-se dele. Pôde sentir seu cheiro novamente, aquele que não sentia desde o ano anterior. Sentiu como se algo apertasse sua garganta.
– E você acha que essa marca estúpida muda alguma coisa?!
Ele balançou a cabeça.
– É minha única escolha. Me desculpe.
Draco tirou a varinha das vestes e levantou-a com a mão trêmula, fazendo com que a garota recuasse um passo.
– Não, Draco… por favor. – Hermione implorou, com o nariz vermelho e as bochechas molhadas.
– Você não entende, eu preciso fazer isso. Proteger você. Dele e de mim.
Hermione fechou os olhos e balançou a cabeça.
– Draco, não…
– Me desculpe. – repetiu e, apontando a varinha para ela, murmurou: – Obliviate.
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