- Draco. Espera! Para! – gritei, baixo para que não me ouvissem, mas Draco se virou.

- O que houve, Se? – fitou-me, como que me avaliando.

- Acho que descobrimos algumas coisas.

- Ótimo. O que? – perguntou, quase indiferente.

- Hugo Weasley foi vítima da imperius. E foi um sonserino grandalhão que lançou, por causa da cerimônia de iniciação dos comensais. Nós achamos... achamos que foi Bryan Goyle. – falei, tentando ver se a expressão de seu rosto se modificava. – por favor, diz que tá certo. Você nem vai estar dizendo quem é. Por favor.

- Está certo. E o que vocês vão fazer para ter provas de que é ele?

- Eu não sei. Vamos pensar em alguma coisa em Hogsmeade. Mas vamos dar um jeito. Eu prometo. – virei-me para juntar-me novamente a meus amigos, que já estavam bem à frente.

- E então? – perguntou Al, envolvendo minha cintura com seu braço. – o que ele disse?

- Ele me disse que está certo. Foi Bryan Goyle. Tudo que temos até agora está certo. Eu não sei os motivos egoístas do Goyle. Mas temos que dar um jeito de descobrir tudo e fazer ele confessar para a McGonnagal. Tiago, você trouxe o veritasserum? – perguntei, e Thi assentiu.

- Vamos para o três vassouras pensar em alguma coisa. Mas o ideal seria que agíssemos hoje. – disse Ella.

- Ele está aqui? – perguntou Tiago, baixo, para que ninguém ouvisse.

- Aqui onde?

- Em Hogsmeade. Alguém viu ele aqui? –disse ele, no mesmo tom de voz de antes.

- Eu vi ele saindo do castelo. – disse Ella. – depois não vi mais.

- Talvez, se déssemos um jeito de trazê-lo para o três vassouras e dar uma cerveja amanteigada com veritasserum a ele, nós... – Tiago foi interrompido.

- Não. É público demais. Não dá. – disse Al, e eu assenti.

- É verdade. – disse Ella.

- Ei, Ella, cadê o Gerald? – perguntei.

- Eu disse pra ele comprar o que quisesse na Zonko’s. – falou. – se eu o conheço direito, e como conheço, ele vai ficar lá o dia inteiro.

- Isso não é importante. – interrompeu Thi. – o que podemos fazer para dar a poção a ele?

- Eu diria que força bruta não é uma opção. – murmurou Al, com razão.

- Na verdade, Alvo, parece uma ótima opção. – abriu um sorriso malicioso.

- O que, Tiago? – arregalei os olhos, incrédula. – você ficou louco?

- É o jeito mais fácil. Do jeito que ele é, ele faria qualquer coisa por uma briga, ainda mais comigo. – continuou, com o sorriso ainda no rosto.

- Pior que é verdade. – disse Al, e eu dei um tapa leve em seu braço.

- Mas os professores vão pegar vocês. Lembra como a briga em Hogwarts chamou atenção? – justificou Ella.

- Não se for em um lugar escondido.

- Tipo qual? – perguntei, desafiando-o.

- Tipo um beco escuro. – disse ele, incrivelmente ainda sorrindo. – eu podia encontrá-lo e chamá-lo para uma briga. Então a gente podia encurralar ele e fazer ele beber a polissuco.

- Eu concordo. – disse Al.

- Eu acho que talvez até dê certo. – Ella fez um olhar confuso e indeciso.

- Pois eu tenho certeza absoluta de que vai dar bem errado. – coloquei meu cabelo para trás da orelha.

- Calma, Se. Não precisa ficar preocupada. Vai dar tudo certo. Tiago está com a varinha. Ele duela bem melhor que Goyle. – Alvo acariciava meu rosto enquanto procurávamos por Goyle ou um beco escuro e vazio, o que encontrássemos primeiro.

- Mas ele é um comensal. Ele pode muito bem usar o Avada Kedavra. Ou então dar um jeito de ferir um de nós.Também vamos estar lá. – falei chorosa. Acho que naquele momento eu pareci mais indefesa do que jamais antes.

- Ouviu isso, Al? Ela está preocupada comigo. O ex-namorado bonitão. – exibiu-se Tiago, e embora estivesse bem à frente, certamente soube que ele estava com um sorriso nada modesto no rosto.

- Vê se para de ser idiota. – disse Al rangendo os dentes e se controlando.

- Relaxa, Al. Ele está só ganhando confiança. – falei, segurando sua mão.

Então aconteceu muito rápido. O tempo nublou rapidamente. Todos pararam. Tudo pareceu levemente mais triste de repente.

- Ali. – disseram Al e Tiago em coro. Porém apontaram para direções diferentes. Alvo apontou para um beco mais à frente, e Tiago apontou para Goyle, que se aproximava.

- Que droga. – falei baixo.

- Se escondam ali. – Tiago apontou para alguns barris próximos do beco. Rapidamente obedecemos.

Estava realmente apertado lá. Mas quem passasse pela rua (o que provavelmente não aconteceria) não nos veria lá.

- Ei, Goyle! – gritou Tiago.

Tiago POV

- O que foi, Potter? – olhei instintivamente para o lado, para garantir que Serena, Alvo e Gabrielle já estavam escondidos. – tá a fim de uma briga séria agora que estamos sozinhos? Qual é? Tem medinho dos seus amigos verem como seu olho vai ficar roxo?

- Eu ia perguntar a mesma coisa, Goyle. – Quanto mais ele se aproximava, mais eu recuava para a parede do beco. Peguei minha varinha, sem que Bryan visse.

- Sério, Potter? Porque, pelo menos de onde eu estou, parece que você é o encurralado indefeso da história. – naquela hora, eu torci para que meus amigos entendessem que eles tinham que sair de trás dos barris. Mas como depois de alguns segundos nem ouvi barulho deles tentando se levantar, resolvi agir.

- É mesmo, Goyle. Uma pena que nenhum dos meus amigos esteja aqui para me ajudar agora. – falei bem alto, e felizmente, eles levantaram, mesmo que desastrosamente, e encurralaram Goyle.

- O que é isso, Potter? Suas amiguinhas vieram te defender, é? – provocou ele, mas eu pude notar claramente que não estava mais tão confiante como antes.

- Na verdade, queríamos te dar um presente. Abre a boca, Goyle. Estupefaça! – apontei minha varinha para ele e abri o vidro com o veritasserum.

- Vamos ver quem vai pedir socorro para as amiguinhas agora. – disse Al, me ajudando a dar todas as três gotas (pode não parecer muito, mas se você tentar dar isso a um elefante imobilizado vai entender o que estou falando) a ele. Porém, eu deixei que o vidro caísse e se quebrasse antes de dar metade a ele.