Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 8
Capítulo 6 - Gentileza




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Capitulo 06 – Gentileza

Bella

Quando deixei o hospital naquela tarde, fui de carro até a empresa de Esme e prestei a ela alguns serviços relacionados à sua agenda e, por último, fui convidada para um chá da tarde, quando o expediente dela havia terminado. Também fiquei encarregada de procurar alguém que pudesse ser confiável e pudesse ter acesso à agenda dela, assim como eu tinha à agenda de Carlisle.

Voltei para o apartamento e já encontrei Alice aprontando parte do jantar. Dei boa noite a ela e fui tirar as roupas do dia a dia e colocar dentro do cesto de roupa suja. Depois voltei à cozinha para ajudá-la.

- E então, como foi hoje? – Ela perguntou-me, enquanto picava tomates para a salada.
- Bem. Eu tenho uma paciente que está sob todos os meus cuidados. – Eu disse-lhe, vendo que, em parte era bom e ruim. Peguei o caldo que havia ficado dentro da panela e reguei as sobre-coxas e as batatas. – Ela é nova, bem nova. Preciso falar com o Cullen idiota para ver se consigo descobrir algum parentesco dela.
- Imagino como ela deve se sentir. – Alice murmurou.
- Allie, este fim de semana é o dia de irmos ao orfanato. Não marque nada. – lembrei-a.
- Oh, sim! Estou pensando em pegar salgadinhos e refrigerantes numa padaria bem legal, próxima a loja. O que acha?
- Ótimo. Eu compro o bolo. Só que vamos ter que ir depois da uma hora. Eu tenho aula. – Resmunguei, enquanto começava a lavar algumas louças.
- Sem problemas, assim não interrompemos o almoço e não nos preocupamos com mais do que o lanche, embora eu preferisse fazer mais. – Ela murmurou.

Alice e eu, constantemente, ficávamos incomodadas por não poder dar muito mais as meninas do orfanato. Não por egoísmo, mas por falta de condições financeiras. Eu gostaria de poder fazer mais do que uma visita a cada dois meses.

- E porque falar com o Cullen? – Ela perguntou, pegando os pratos e colocando-os sobre a bancada.
- Não sei bem. Mas Carlisle disse que ele pode ajudar. – Eu murmurei.
- Vamos comer. – Ela disse.

Na manhã seguinte, levantei-me antes do despertador. Tomei um banho, arrumei minha bolsa e tomei café. Quando eu já estava pensando em sair de casa, Alice entrara na nossa pequena cozinha/sala, já arrumada e pronta para sair.

A faculdade estava cheia, algumas líderes de torcida faziam acrobacia nos gramados e algumas tribos conversavam entre seus próprios membros. Fui passando por cada uma delas, percebendo que eu não me encaixava em nenhuma, que eu era apenas mais uma daquelas pessoas que não tinham nada a oferecer; talvez, no meu caso, fosse bom, já que eu não conseguia me relacionar.

Sim, eu havia me tornado uma pessoa que não conseguia mais ter vínculo algum.

Despedi-me de Alice e encontrei Christine indo em direção a nossa sala. Christine Lyon era uma garota loura, de cabelos cacheados e olhos cor de mel, sua pele era branca e suas bochechas rosadas. Ela estava na minha turma, no terceiro ano A de Medicina. Porém, sua área era diagnósticos, diferente da minha, que era oncologia. Ela sorriu ao ver-me.

- Bom dia, Bella. Como foi no hospital ontem?
- Bem. – respondi. – A primeira aula é de quem? – Perguntei.
- Do doutor James. Hoje ele vai falar sobre a evolução da medicina ao longo dos séculos. História. – Ela riu. – Vamos?

Assenti. Caminhei ao lado dela para dentro da sala, cruzando, em um dos corredores, com Madison e sua turma de pessoas legais e super populares. Ela olhou-me de esguelha, fez uma careta e continuou a rir junto com aqueles brutamontes do time de futebol. Definitivamente aquela não era a minha turma.

A aula de história passou rapidamente. Discutimos sobre a evolução da medicina e todo o seu aspecto na vida social e em como essa evolução tornou melhor a vida das pessoas. As três primeiras aulas foram do Dr. James, um cara alto, de cabelos nos ombros, sempre presos abaixo da nuca, com olhos bem escuros e pele clara. Ele era exclusivamente professor da London University.

No intervalo, enquanto sentava em uma mesa junto com Alice, Christine e uma outra amiga dela, vi Edward Cullen indo em direção a uma cafeteria. Pedi licença e fui em direção a ele, pensando que talvez aquele seria um bom lugar para falar com ele sobre Jane.

- Isabella.- Ele resmungou.
- Oi, Cullen. Como vai? – Perguntei.
- Bem. Imagino que você tenha um bom motivo para falar comigo. O que você quer? – Ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.
- Seja caridoso. – Eu sorri torto. – Seu pai me disse que você poderia me ajudar na busca de um parentesco.
- Está procurando seus pais, Isabella? – Ele alfinetou, pegando-me desprevenida.

Todo um turbilhão de memórias voltou a minha mente e eu quase fraquejei. Quase.

- Não, Edward. Meus pais moram em Oxford. Mas não querem saber de mim. – Murmurei, azeda. – Preciso que você procure um sobrenome, Volturi. E tente entrar em contato com quem você achar.
- Despesas?
- Seu pai disse-me que arcaria com o que fosse preciso, já que é um assunto do hospital. – Falei.

Ele sentou em uma mesa redonda e pequena, que havia próximo ao balcão. Ficou me encarando por alguns segundos, antes de tornar a falar.

- Meu pai não tem jeito. – Ele mexeu o café. – Está fazendo algo que o hospital faria, num serviço regional, completo, de certa forma. Mas ele sempre quer mais.
- Seu pai é uma boa pessoa.
- Quem é a pessoa?
- Uma menina, quinze ou dezesseis anos. Está com um quadro grave de anemia e, em poucos dias ela vai piorar, porque o câncer vai atingir seu corpo com mais força do que ela imagina.
- Quinze?
- A leucemia não tem idade, Edward. – Respondi, bebericando um pouco do meu próprio chocolate quente. – E passar por tudo aquilo sozinha vai ser difícil.

Ele pareceu comover-se. Se não foi impressão minha, seu semblante tornou-se quase gentil.

- Eu vou ajudar. Me passe o numero do seu celular. Te ligarei quando encontrar alguma coisa. – Ele pediu.
- Obrigada. – Eu disse, falando o numero do celular logo em seguida.

(...)

Quando eu cheguei ao hospital logo após o horário de almoço, avisei ao Dr. Cullen que já tinha falado com seu filho. Então, comecei a imaginar, pela expressão que Edward fez que, no mesmo dia ele me ligaria para me falar se havia encontrado algo.

As coisas naquela tarde não mudaram muito, visitei Mandy, depois o Sr. Smith, mais dois pacientes e, por último, Jane, que já mostrava em seu corpo as evidências de que havia piorado.

- Você disse...
- Você piorou e vai piorar, Jane. – Tentei parecer o mais profissional possível.
- Meu tutor sempre me disse, que depois de uma tempestade vem o arco-íris.
- Seu arco-íris vai demorar, mas não quer dizer que ele não venha. – Sorri. – Eu pedi para um... Amigo meu... Fazer uma busca de parentesco através do seu sobrenome.
- Isso é bom.
- Agora durma. Você não pode ficar exausta a toa.
- Ok.

Logo que saí do quarto dela, meu Pager tocou. Voltei imediatamente a sala do Dr. Cullen.

Quando entrei, ele estava sentado em sua cadeira e, a sua frente, numa confortável poltrona, estava Edward, com uma pasta em suas mãos.

- Edward. – Encarei-o, surpresa.
- Oi, Isabella. – Ele deu um meio sorriso. – Trouxe o que você me pediu.
- E então?
- Bem, com o mesmo sobrenome existe uma família na Italia, em Volterra. Aqui tem uma lista com os nomes e telefones, e alguns endereços, comerciais e não comerciais. – Ele listava, espalhando as folhas com o logotipo de uma empresa, sobre a mesa do pai. – Não foi muito difícil encontrar. Eles são famosos, pelo que ouvi dizer, e pelo que li na internet.
- Isso é ótimo! – Eu sorri.
- Filho, já acertei com você, fico feliz que tenha se empenhado em ajudar. Preciso deixá-los a sós. Tenho que ir até o diagnóstico. – Dr. Cullen levantou-se. – A propósito, Bella. Você disse-me que conhece alguém que vai se especializar em diagnóstico? Meu amigo Richard está procurando um estagiário.
- A trarei aqui amanhã. – Respondi antes de ele sair.

Assim que Carlisle saiu, o silêncio pairou entre Edward e eu.

- Está trabalhando com o que?
- Numa empresa de advocacia. Estou terminando direito.
- Por isso seu pai disse que você poderia ajudar. Obrigada. – Eu agradeci.
- Posso vê-la? – Ele perguntou. – Eu... Eu quero ajudá-la, Bella. Eu preciso ajudá-la.
- Por que, Edward? Por que agora está sendo gentil e caridoso? – Encarei-o, com uma expressão séria, tentando entender o que se passava na cabeça dele naquele momento.

Ele suspirou.

- Meu irmão. Meu irmão era advogado e estava ajudando uma menina, mas ele morreu e eu nunca soube se ele conseguiu, ou não. – Ele respondeu, com a voz baixa, alterada por alguma emoção que ele era expert em conter. – Eu só sabia que ele estava ajudando essa menina, sem cobrar nada. Mas um dia ele morreu.

Josh Cullen, amado filho e irmão, lembrei-me de repente da lápide que jazia no mesmo cemitério em Emma estava enterrada.

- Josh. Era seu irmão não era?


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Notas finais do capítulo

Oiee
E aí, o que acharam do capítulo? O Edward ainda é um chato não é? haha~
Bem, ainda estou no fim do mundo e não tenho previsão de volta. Tbm, não sei quando é que vou poder postar de novo, já que fico sem net com certa constância... Por isso, comentem bastante e divulguem a fic.
Comentem...
Beijinhos,
@ninaxaubet