Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 6
Capítulo 4 - Caridoso


Notas iniciais do capítulo

Oii meninas :3
Espero que tenham tido um excelente natal o/
Capítulo de fim de ano para vocês.
Beijinhos
Boa laitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/156015/chapter/6

Capítulo 04 – Caridoso

Bella

- Com licença. – Eu disse abrindo levemente a porta do escritório do Dr. Cullen. – Dr. Cullen?

- Entre, Bella. – Ele respondeu.

- Desculpe a intromissão. Mas o Dr. Roger da cardiologia pediu que descesse até o escritório dele. – Informei-o sobre o recado que eu recebera quando havia descido até o respectivo andar.

- Oh sim, obrigada. Roger precisa que eu avalie um de seus casos, está parecendo que é um linfoma. – Ele disse com certo pesar. – Edward, porque não vai almoçar com Bella? Ela já está saindo para almoço.

Fiquei observando o filho dele, quando me dei por conta, já havia desviado o olhar para meu chefe. Porém não esbocei reação alguma, apenas continuei em silêncio, esperando que Edward desse uma resposta. Mas como nada saia de seus lábios, eu lhe disse:

- Bom dia, Edward.

- Já se conhecem? – Carlisle perguntou.

- Ele e sua esposa estavam na secretaria geral da faculdade ontem á tarde. Esqueci-me de lhe contar. Esme é adorável. – Eu lhe disse, lembrando-me do ocorrido.

- Oh, Esme certamente o é. E gostará da companhia de meu filho se ele conseguir ser um cavalheiro ao menos uma vez na vida. – Meu chefe alfinetou.

- Tudo bem, vamos almoçar. – O filho respondeu.

- Bella, uma hora e meia. – Ele havia dito, me dando meia hora a mais de almoço.

- Ah, obrigada, Dr. – Agradeci.

Quando saímos do escritório, fiquei em silêncio. Não havia assunto com Edward, eu não tinha papo algum e ele parecia não se importar com isso. Porém, eu achava o silêncio incômodo entre nós.

- Aonde quer ir almoçar? – decidi perguntar.

- Está de carro? – Ele respondeu com outra pergunta.

- Não. A pé. – dei de ombros.

- Eu estou, vamos.

Eu o segui pelo estacionamento até chegar a um volvo prateado. Lembro-me de ter visto aquele carro em uma reportagem sobre algum salão de automóveis. É claro que Edward Cullen, filho de Carlisle Cullen, um dos diretores do hospital mais importante de Londres, teria um carro como aquele. Ele apertou o botão do alarme e logo abriu a porta de seu lado. Não fiquei surpresa por ele não ter sido gentil e aberto a porta para mim, mas comecei a ficar receosa de onde ele nos levaria para almoçar.

- O que houve, Isabella? – Ele deve ter notado minha preocupação.

- Oh, hã... – Hesitei. – Será que poderíamos almoçar em um lugar não muito...

Não queria ter que terminar aquela frase, mas eu já estava tão acostumada a ter que fechar os punhos para não gastar o dinheiro que eu não tinha, que pouco me importei se ele iria pensar que era uma secretariazinha pobre.

- Tudo bem. Eu pago. – Ele falou.

- Hã... Não precisa, é só... Oh Deus...

- Eu posso parecer a pior das pessoas, mas não se preocupe... Não vou negar um almoço, eu sou uma pessoa caridosa. – Ele sibilou, como se aquelas palavras fossem algo que se deveria dizer para todo tipo de pessoa.

Eu não me importava se ele iria pensar que eu tinha ou não dinheiro sobrando, por que para mim, bens materiais não eram tão importantes assim. Mas ele acabara de me ofender ao dizer que estaria fazendo uma caridade. Tudo bem que a maior parte da minha vida deu-se graças a alguns tipos de caridade, mas eu não iria admitir isso vindo dele.

 - Caridosa? Você é uma pessoa caridosa? – Ergui uma sobrancelha. – Ótimo. Então pratique a caridade para aqueles que realmente precisam. Não ir almoçar num restaurante caro, não quer dizer que eu não tenha dinheiro, Edward Cullen. Quer dizer apenas, que eu não devo ter tanto para gastar com banalidades. Acho que prefiro almoçar sozinha. Obrigada pela carona.

Dizendo isso, virei às costas e fui em direção ao fast-food que havia na esquina. Pena que Edward Cullen era tão ignorante, materialista, consumista e egoísta... Porque seus pais eram pessoas maravilhosas. Era só por eles dois que eu iria aturar a companhia dele – eventualmente.

Meu almoço foi rápido, o que era bem óbvio, pois eu havia ido a um fast-food. Assim que terminei, olhei de soslaio para o lugar onde Edward havia me deixado, o carro ainda estava lá. Ótimo, porque eu não queria vê-lo.

Peguei um ônibus num ponto próximo onde eu estava. Minha sorte era que aquele ônibus parava cerca de duas quadras antes do hospital. Subi direto para o andar onde havia os vestiários, abri meu armário e peguei uma escova de dentes. Logo após arrumar o cabelo, fazer a higiene bucal e pegar o jaleco, subi para o 20º andar.

- Já almoçou? – Meu chefe perguntou assim que me viu entrar.

- Oh, sim. – Respondi baixo.

- Edward foi mal educado. – Ele disse baixo, passando os dedos entre os fios louros.

- Não se preocupe. Não diga nada a ele. – Eu sorri.

- Espero que ele não tenha humilhado você de alguma forma. – Ele falou. – Edward está com esse péssimo costume.

- Já faz alguns anos que não me abalo com o que as pessoas dizem sobre mim. – Sibilei. – Não lhe diga nada. Se não se importa, deixe que ele aprenda com seus erros.

- Você é alguém bem madura para sua idade, Isabella... – Carlisle disse-me com seriedade. – Eu... Nós... Eu e Esme temos tentado, mas parece que nada o atinge.

- Eu tive muito tempo para aprender a crescer sozinha, Dr. Aprendi com meus próprios erros e ainda aprendo. Edward também vai aprender. – Eu disse sorrindo, lembrando-me, vagamente, dos verdadeiros motivos por detrás de toda a história de minha vida.

- Eu espero que sim. – O médico sorriu e voltou para suas anotações.

Sentei-me em minha mesa e terminei de analisar dois prontuários, enviando-os, via fax, logo em seguida. Mas durante todo o tempo, fiquei absorvendo o que Carlisle dissera a mim minutos antes, e espero não ter trocado as fichas enquanto pensava em duas coisas ao mesmo tempo... Porém, o que me não saía da cabeça era pensar que Edward não era alguém tão fácil de conviver, pois Carlisle aparentava uma profunda tristeza. Eu não sou psicóloga ou algo do tipo, mas ali, eu conseguia enxergar algo que me era muito familiar. Eu conseguia ver através dos olhos dele que tentava ajudar o filho, que ele o amava e que queria que ele fosse alguém na vida.

Meu chefe me liberou logo que o expediente acabou e eu fui direto para casa, pensando no que eu faria no jantar para mim e para Alice.

- Bella! – Alice exclamou quando chegou em casa.

- Oii! – Eu respondi.

- O cheiro está bom. O que está assando?

- Algumas batatas. Preparei um recheio para colocarmos nelas. – Falei sorrindo. – Prepare um suco, por favor. Já estou terminando aqui.

- Tudo bem, só um instante.

Alice saiu saltitando para seu quarto, voltou logo em seguida com uma pantufa em forma de patas de gato e usando uma calça de plush preto. Ela dançou até a geladeira e preparou o suco, enquanto eu terminava de colocar a travessa com as batatas e o recheio no balcão.

Nós nos sentamos para jantar e ela me contava sobre o seu dia. Eu assentia e às vezes comentava alguma coisa.

- ... E eu disse a elas que não tínhamos aquele modelo. – Ela terminou. – Oh, eu sempre falo. Mas me conte sobre o filho do médico. Vocês acabaram almoçando juntos ou não?

- De jeito nenhum. Ele disse que era uma pessoa caridosa. – Sibilei, ligeiramente com raiva.

- Caridosa? – Ela ergueu uma sobrancelha. – Quem ele pensa que é? Só porque tem dinheiro, é bonito, tem pais legais e bem sucedidos?

- É, justamente. Eu não gostei, Allie.

- Oh, de qualquer maneira, vamos mudar de assunto. – Ela sorriu. – Eu consegui quatro convites para uma boate.

- Ah, olha eu não...

- Shii! Não terminei. – Ela voltou a exibir aquele sorriso que normalmente me dava medo. – É a última festa antes das aulas voltarem. Além do mais, são quatro convites. Foi a Srta. Makenna quem me deu.

- A dona da sua loja? E por quê?

- Ora, eu sou uma das melhores vendedoras daquele lugar. Sou a miss simpatia, a garota que mais consegue clientes e a única que, realmente, entende de moda. – Alice dizia apressadamente. – Além do mais... Eu fui promovida!

- Oh meu deus!! Alice, parabéns!! – Eu ergui o copo de suco e fiz menção de fazer um brinde.

- De supervisora, fui promovida a gerente. Eu comando aquele lugar, Bella. Eu, Alice Brandon! Finalmente as coisas estão dando certo, amiga.

Nós duas continuamos conversando e decidimos que iríamos para a tal boate. Eu disse a Alice que gostaria de dar um dos convites para Ângela, minha nova amiga do trabalho. Ainda sobraria um e nós decidimos que daríamos para alguém depois. A tal balada seria no final de semana. Logo depois eu teria mais uma semana de trabalho em período integral, então, o último fim de semana chegaria. Eu decidira que iria tirar aqueles últimos dias para colocar meus materiais em dia e, então, ir apenas até um cinema, não fazer nada que me deixe esgotada para o início do meu terceiro ano de faculdade.

Passaram-se quatro dias desde que eu conhecera o arrogante Edward Cullen e passaram-se quase quinze dias, desde que eu conhecera Carlisle Cullen, o médico que havia mudado minha vida. Era sexta-feira da penúltima semana de férias de janeiro. Eu andava animada pela ala da oncologia, com Ângela ao meu lado, que já havia sido liberada e estava apenas me fazendo companhia nos últimos dois casos de linfoma, até o fim do meu expediente.

- Então... O que temos aqui? – Perguntei para o Sr. Fitzgerald quando entrei no quarto de seu filho.

- Oh, oi Bella! – Alan, o filho do homem, disse sorrindo. O menino tinha quinze anos e não tinha cabelos. Suas feições me eram familiares.

- Oi, Alan. Esta é Ângela, minha amiga. Como se sente hoje? – Perguntei pegando a prancheta.

- Eu não tive mais enjôos e nem dores de cabeça. – Ele sorriu. – Estou melhorando, eu acho.

- Vejamos. – Eu dei uma olhada na prancheta e peguei o estetoscópio. Posicionei-o sobre o pulmão de Alan e auscultei. Fiz alguns outros testes e avaliei os números de seu respirador.

- Então, Dra.? – Perguntou o pai dele.

- Bem, Alan. Seus pulmões parem estar mais fortes. Os números do seu respirador mudaram e você já está conseguindo respirar a maior parte do tempo sem a ajuda dele. – Encarei-o. – Ainda faltam alguns dias com a nova quimio, mas depois é só continuar com o tratamento via comprimidos.

- Isso é maravilhoso, Dra. Maravilhoso. Ouviu Alan?

- Meu organismo já está mais forte? – Ele perguntou rindo. Alan era um garoto inteligente que insistia em continuar os estudos, mesmo não podendo ir a escola. Assim, Carlisle conseguiu que ele pudesse ter uma professora para ajudá-lo. Alan ia muito bem em ciências.

- Um bom aluno de ciências? – Ângela perguntou.

- Oh, eu vou muito bem. Mas não gosto de gramática e nem história. – Ele deu de ombros.

- Bem, nem eu. – Ângela riu.

- Bem, seu organismo já está se adaptando e você parece estar produzindo, aos poucos, novos anticorpos.

Depois da visita ao quarto de Alan, fui para o do Sr. Smith. Da mesma forma, conversei um pouco com ele e então lhe passei seu estado. Ângela ficou fazendo um pouco de companhia para ele, enquanto eu ia entregar os prontuários atualizados para Carlisle.

- ... Oh, falarei isso, querida. Idéia excelente. – Eu ouvira Carlisle dizendo, assim que entrei no escritório.

- Dr. Aqui estão os prontuários atualizados. Creio que não fiz nenhuma observação errada. – Eu sorri.

- Imagino que não. Tenho um convite para lhe fazer, Bella. – Ele falou. – Esme convidou-a para jantar em nossa casa esta noite. O que acha?

- Oh eu... Não sei... não avisei Alice e...

- Vá para casa e convide Alice. Me dê seu endereço e passarei por lá as sete e meia, tudo bem? – Ele perguntou.

- Oh. Tudo bem. – Sibilei antes de sair.

(...)

Eram exatamente sete e meia, quando uma Mercedes preta parou em frente ao prédio. Fiquei imaginando o que Carlisle poderia estar pensando ao ficar observando a fachada de arquitetura antiga e pintura cor palha desgastada. A porta do prédio era dupla, na cor negra, com afrescos arredondados. Desci as escadas até o pequeno hall, onde havia somente uma porta trancada, do zelador; e um grande vaso de flor. Ao lado da porta negra havia o interfone com os números dos apartamentos.

Alice e eu descemos. Ela usava uma calça preta, de tecido fino; junto a uma blusinha na cor cereja e um terninho por cima; ela também usava os cabelos repicados para os todos os lados e alguns acessórios. Ela não tivera tempo de se trocar quando chegou da loja. Eu coloquei uma calça jeans escura, uma blusinha meio justa na cor carmim, sapatilhas na cor preta e um casaco longo, até os joelhos, na mesma cor.

Apresentei Alice ao meu chefe e nós ficamos conversando durante o percurso até a casa dele. Alice, como de costume, já o conquistara com seu jeito alegre e sua simpatia, se eu não estava errada, Esme iria adorá-la. Quando me dei por conta, nós já estávamos fora da região residencial das pessoas de classe média, indo em direção ao lugar onde havia as casas mais bonitas, imensas e caras da cidade de Londres.

Nós entramos numa mansão branca, repleta de flores no jardim, uma pequena fonte e dois seguranças observando a entrada do carro. Carlisle guiou a Mercedes pelo caminho, até a entrada. Logo em seguida, um motorista apareceu e se ofereceu para deixar o carro na garagem. Alice segurou minha mão com força quando entramos na casa.

Havia uma mulher de cabelos caramelos e com um sorriso lindo estampado no rosto a nossa espera.

- Boa noite, Bella! – Ela sorriu e me abraçou. – Você é Alice Brandon, nos conhecemos aquele dia na faculdade.

- Verdade, Sra. Esme. Bella me fala muito sobre você e seu marido. – Alice disse de forma simpática.

- Oh, entrem queridas. O jantar será servido em breve. – Esme disse sorrindo, encaminhando-nos para a sala de estar, enquanto Carlisle pegava nossos casacos e os deixava em qualquer outro lugar.

Uma das criadas veio nos servir um pouco de vinho tinto em taças de boca bem larga. Beberiquei um pouco do vinho, me deliciando com o sabor levemente frutado. Nós nos sentamos no sofá e eu tentei equilibrar a taça de vinho na minha mão, para que eu não causasse um estrago num sofá branco. Lembrei-me vagamente de alguma das regras de etiqueta da Sra. Morgana, de quando eu ainda era pequena. Agora eu sei que elas eram importantes.

- Oh, Bella, é muito bom podermos conversar sem ter que falar sobre trabalhos. Espero que meu marido não esteja te explorando. – Esme riu.

- Oh sim, ele é um explorador e eu entrei num trabalho escravo. – Eu ri, enquanto bebericava o vinho.

- Imagina. A Bellinha fala muito bem do Dr. Cullen. – Alice riu. – Acredite, ela não vai encontrar emprego melhor.

- Sinto-me lisonjeado. – Carlisle respondeu, exibindo um sorriso branco. – Vou tomar um banho e descerei em alguns minutos, deixarei as senhoritas terem suas conversas. Com licença. – Ele disse de forma tão cortês, que jamais imaginei que Edward pudesse ser seu filho.

Nós ficamos conversando por mais algum tempo e, durante toda aquela noite, fiquei imaginando o que havia acontecido para o filho do médico ser tão frio, como ele costumava ser. Porém, em nenhum momento, nem Esme e nem Carlisle tocaram no assunto; eu também não insisti, apenas cumpri o meu papel, que era estar ali como convidada do meu chefe.

O jantar sucedeu-se tão bem como deveria ter ido. Preocupei-me em estar pensando demais em Edward, porque não o vi durante todo o tempo, mas tentei afastar aqueles pensamentos e focar na deliciosa sobremesa de morango que Esme servia.

- Oncologia é um campo difícil, Bella. Por que escolheu?

- Eu... – Hesitei. Era difícil falar daquilo. – Tive uma irmã...

- Oh. – Ela soltou um suspiro. – Entendo. Então está fazendo um ótimo trabalho. Carlisle fala muito bem de você.

Então, quando Alice trocava algumas palavras com Esme sobre algum novo lançamento do mundo da moda, ouvimos um barulho que provavelmente deveria vir da porta da sala. A tranca fechou-se e então passos lentos e quase silenciosos vieram em direção a sala de jantar. Edward, como eu nunca tinha visto, apareceu na porta.

- Boa noite. – Ele disse, porém notei uma certa hesitação em sua voz. Seus olhos estavam vermelhos e seus cabelos bagunçados.

- Edward, esta é Bella. Lembra-se? E ela é Alice, amiga dela. – Esme disse sorrindo.

- Já estão fazendo caridade as duas? Esta é sua grande característica não é mesmo, mamãe? – Ele disse num tom tão frio quanto uma pedra de gelo podia ser. Logo em seguida, virou as costas e seguiu para a escada.

O ambiente ficou em silêncio e Esme parecia tentar conter as lágrimas, seus olhos umedeceram-se tanto, que se piscasse, lágrimas que não poderiam ser contidas cairiam. Carlisle levantou-se e a abraçou. Sua esposa começou a chorar.

- Acho melhor deixarmos vocês a sós. – Alice sibilou.

- Nos vemos no plantão amanhã, Dr. Cullen. Boa noite, Sra. Esme. – Eu disse-lhes, puxando Alice pela mão e dirigindo-me para a porta.

Edward

Talvez eu não devesse ter dito aquele tipo de coisa, mas naquele momento, eu odiava a todos e a tudo. A dor que dilacerava meu peito parecia crescer cada vez mais, a ponto de impedir que eu mudasse. Eu não queria mudar, eu não podia mais mudar. Pois já havia conseguido lidar com os momentos de solidão e torpor.

Quando cheguei ao topo da escada, pude observar as duas meninas saírem de casa e pude ver meu pai abraçando minha mãe. Ela chorava copiosamente em seus braços, seus soluços tornaram-se altos e aquilo era culpa minha. Mas porque eu parecia não entender ou, sequer, sentir algo?

Logo que saí do banho, quando o cheiro de bebida já havia passado e minha ressaca estava apenas começando, meu pai entrou no quarto. Sua expressão era dura e seus olhos estavam fixos em mim. Carlisle nunca me batera, pelo contrário, ele dizia o que era certo e errado e o que nós podíamos ou não fazer, o que era seguro e o que não era. Mas hesitei naquele instante.

- Está mais sóbrio? – Ele perguntou, exalando sarcasmo por seus poros.

- Desculpe. – Foi o que conseguir dizer.

- Desculpe? DESCULPE? – Ele dissera, irritado. E sabe o que tornava tudo isso pior? Saber que ele não faria nada, que continuaria me amando, mesmo com todas as atitudes ruins que eu tomava. – Sua mãe estava bem, BEM. Pela primeira vez eu pude vê-la sorrindo sem que houvesse tristeza por trás daquele olhar. Sua mãe estava aproveitando a noite, ela... Nós... Havíamos pensado, por um instante, que você havia tomado jeito. Que você não faria isso novamente.

Eu não tinha palavras.

- Eu não superei Edward, eu jamais vou superar... Eu sofro com isso todos os dias da minha vida, mas não é por isso que vou deixar de amar você ou sua mãe, porque vocês dois são minha família. Lembre-se de uma coisa, filho... Cada vez que você se embebedar ou destratar sua mãe, eu vou estar lá... Vou estar lá para dizer a você, quantas vezes for preciso, que o amo e que não vou deixar que sua frieza separe a nossa família. Sua mãe não vai agüentar por muito tempo, ela não está bem, Edward.

Meu pai disse aquilo com tanta convicção, que eu esqueci-me de quem eu era ou do que eu estava pensando. Mas por mais que aquelas palavras doessem, eu não conseguia ignorar aquelas marteladas torturantes em meu peito, e somadas ao que eu acabara de fazer, elas eram ainda mais torturantes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entãooo, o que acharam do capítulo?
O Edward é um traste, né? hihi
Bem, espero que tenham gostado, comentem, porque senão eu me recuso a postar .. :P
Espero que tenham tido um bom natal, desejo um feliz ano novo, caso eu não volte aqui antes de viajar. Mas, não se preocupem, vocês não vão ficar sem posts ^^
Beijinhos
@ninaxaubet



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Prova de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.