Taylor Momsen;

- Saia da minha sala agora! - É, ele estava falando comigo. Apenas levantei e peguei a maçã que estava em cima da mesa dele e dei uma mordida. A classe começou a gargalhar.

- Você deveria respeitar mais o professor! - Uma nerd qualquer estava falando comigo. Apenas mostrei meu querido dedo do meio e fechei a porta atrás de mim. 

Até pensei em pular o portão, mas um inspetor me pegou pelo braço e me guiou até a diretoria. Como se eu não soubesse chegar lá. Avistei um garoto que devia ser um pouco mais velho que eu; uns 18 anos, ele tinha cabelos castanhos escuros e olhos verde esmeralda ou azul piscina? Sinceramente, não sei distinguir. Só sei que ele me chamou a atenção. Sentei em uma cadeira de seu lado e fiquei fitando minhas unhas pretas. 

- Por que você está aqui? - O garoto quis saber. 

- O que te interessa? - Respondi sendo grossa, não conseguia ser meiga nem se eu tentasse. 

- Só perguntei. - Ele pareceu se ofender, mas mesmo assim deu um sorriso de canto. - Meu nome é Damon.

- Eu perguntei? 

- Não. Mas eu quis falar, afinal a boca é minha. - Ele disse se aproximando de meu rosto. - Eu faço o que eu quiser com ela.

Damon roçou seus lábios nos meus e eu fiquei sem reação. Confesso que ele me pegou de surpresa. Eu fui para trás bem na hora que a diretora entrou na sala e a tapada nem notou nada. Ela começou a fazer um discurso diferente para cada um que eu nem ouvia direito, estava mais distraída com os olhares que ele me lançava de vez em quando. Aquela aula cuja eu tinha sido posta para fora era a ultima, agora iria - finalmente - para a casa. 

- Gostei de você. Tem um estilo diferenciado das outras garotas. - Dei um sorriso de leve, sem transparecer nada. Apenas o fitei por alguns segundos e continuei andando. - Você não me disse o seu nome! 

- Por que eu deveria? - Falei alto enquanto andava e sumia do campo de visão de Damon. 

O caminho para casa foi tranquilo, tirando a estranha sensação de que eu estava sendo seguida. Olhei para trás e não havia nada. Apenas uma rua com algumas casas, apartamentos e árvores. Tinha poucas pessoas passando, era uma das ruas menos movimentadas que eu conhecia. Continuei a andar e a sensação voltou.

- Damon? Está me seguindo? - Perguntei para o nada. Deveria ser algum babaca fazendo alguma brincadeira de mal gosto. Apertei o passo, queria sair logo dali. De repente ouvi um barulho vindo de uma das árvores e meu coração disparou. - Babaca… Seja lá quem for. - Mostrei firmeza na minha voz mas, na verdade, estava com medo. Podia suportar tudo, menos o fato de ser seguida. Trauma de infância, talvez. 

                                    xxxx

- Toma aqui, beba essa cerveja, cara. Por conta da casa. - Sorri.

- Valeu anão. - Johnny deu um soco de leve em meu braço, não gostava quando era chamado assim. Nós dois rimos.

- Qual será a próxima vítima? - Ele era o único que sabia do meu segredo. Deu alguns goles na minha cerveja e o olhei com aquela expressão que eu costumava fazer sempre que tinha planos em mente. E ele entendeu perfeitamente.

- Observei uma garota hoje de uma escola pública qualquer. Loirinha, cabelos longos e cacheados na ponta, pelo que vi adora usar roupas escuras e couro… Se acha durona, bom, vamos ver até onde ela aguenta. Pretendo fazê-la ficar paranoica, com muito medo. Torturar sua mente. E assim matá-la. 

- Esse é o meu garoto. - Johnny disse sorrindo e nós dois bateramos as garrafas de cerveja uma na outra fazendo um brinde e tomando o resto que tinha em alguns goles.