Eu no mundo lá fora, pronta pra descobrir
O que desperdicei durante o tempo em que dormi. (Muita calma nessa hora, Pitty)

Um simples e sonoro bip me despertou do meu sono de beleza... Parou eu não tenho sono de beleza. Mas isso agora não importava. O fato que é que no instante que o toque de mensagem do meu celular tocou foi o mesmo instante que ele foi parar no chão do meu quarto.

Eu não conseguia entender porque as pessoas tinham mania de mandar mensagem de madrugada... Tudo bem que podia não ser de madrugada, mas respeita meu sono cara.Novamente o toque de mensagem

Eu fechei meus olhos e disse a mim mesma para voltar a dormir. Mas aquilo era sacanagem, novamente meu celular tocou. Outra mensagem. Eu espiei através da minha coberta e o meu celular não parava de me olhar, com aquela carinha de piedade, e isso me incomodava muito, muito mesmo, principalmente quando ele me dizia que podia ser algo importante, imediatamente me lembrei do Michel. Eu tinha que parar com isso.

Como por um reflexo eu me levantei e peguei o celular. Cara, eu estava com mais preguiça do que cara que desenhou a bandeira do Japão.

Eu nem consegui abrir a mensagem quando eu vi o remetente. Aquilo só podia ser um sinal para não colocar os meus pés para fora da cama. Cara porque essa a operadora tinha que me mandar mensagem de promoção e se meu celular estava pior do mendigo. Isso sim era maldade.

Eu descia a escada tentando me convencer que o mundo não era injusto, mesmo após ter sido acorda pela operadora. Cara será que isso era vingança?

-Achei que ia acordar para janta. – Minha mãe era sempre agradável de manhã.

-Bom dia para você também. – eu disse ironicamente para ela, mas o olhar da minha mãe me enviou um sinal que aquilo era correr risco de morte desnecessariamente.

-Acho bom você acostumar, falta pouco para você voltar a trabalhar na lanchonete.

-Tudo bem, acaba com que sobrou do meu dia. – Eu disse bebendo um copo de leite.

-Ana Luiza, seu celular estava tocando. – Meu pai disse colocando ele em cima da mesa.

Ah ele estava me perseguindo, será que ele tinha virado o celular assassino.

-Não vai ver o que é?- Meu pai perguntou se sentando na cadeira a minha frente.

-Isso. – eu disse apontando para ele. –Não, não vai que o espírito do boneco assassino incorporou nisso ai, porque eu juro que ele acordou hoje cedo, tudo porque o senhor não me dá dinheiro para colocar credito nele e eu tenho até medo do que pode me acontecer quando nós dois ficarmos sozinho.

-Isso tudo é pra me pedir dinheiro?- Meu pai perguntou com as sobrancelhas erguidas.

-Funcionou?- Bom à esperança era a última que morre.

-Não. – ele disse se levantando.

-Então leva essa coisa para longe de mim. – Eu disse me encolhendo na cadeira.

-Para de frescura e vê logo isso. – Minha mãe parecia que estava falando com alguém que estava no reino de tão tão tão tão distante.

-Eu to falando mãe a operadora esta caçando quem não coloca credito.

-Me da isso aqui. – Pelo clima de amor eu podia dizer que a TPM da minha mãe estava atacada.

-À vontade. – Bom eu queria ver como a operadora ia lidar com a minha mãe de TPM. Rá se ferrou.

“Me desculpa por ter agido como um idiota. Juro que não queria que nada disso tivesse acontecido, mas eu não consegui me controlar. Não esqueça que te amo.

Michel.

Tipo aquilo me deixou meio perdida. Primeiro eu pensei que namorado mais fofo que eu tenho, depois eu me dei conta que minha mãe tinha lido aquilo em voz alta, e como se não tivesse nada para piorar meu pai estava me olhando com a maior cara de mal.

-Vocês brigaram?- Minha mãe não era nada curiosa.

-Obrigado por ter livrado meu celular das forças do mal. – eu disse pegando meu celular da mão dela e indo para o meu refugio