Ouço o ruído da porta se fechando, teu conhecido caminhar ecoando passos aos meus ouvidos, guiados pelo propósito em alcançar-me, proximidade crescente. Um sorriso cruza meus lábios.

Teu corpo se posta sombreando o meu, teus fortes braços enlaçando-me num ato possessivo, dominante. Permito à minha cabeça desfalecer ao seu ombro, os fios loiros do meu cabelo acariciando gentilmente sua pele nua. Você sorri.

Teus dedos tateiam meu tórax bronzeado, suas pontas pressionando certeiros pontos com exatidão. Cerro meus olhos, deleite momentâneo. Tuas mãos ateiam toques fervorosos pela minha pele em ebulição, fusão entre altas temperaturas.

Em travessura eminente, as minhas alcançam teu quadril, unhas cravando-se na sensível pele branca. Vez das tuas pálpebras cerrarem-se. Tua escultura corporal avança contra a minha, proporcionando encaixe invejável, tamanha perfeição. Ofegos.

Teus aveludados lábios atrevem-se a atiçar minha libido, percorrendo a fragilidade do meu pescoço, armados de beijos e sugadas paulatinas, sensuais. Ofereço mais acesso àquele ardente local, impulsionando minha forma à sua com delicadeza, provocação. Gemidos misturam-se na atmosfera alucinante.

Tua respiração entrecortada choca-se no meu ouvido, eletricidade em alta voltagem percorrendo meu interior. Uma mordida violenta acomete meu lábio inferior, tua boca atiçando-me em sintonia das tuas mãos, um conjunto vicioso.

- Eu quero estar em você, Naruto! – a tua tentadora voz sussurra como um segredo, liquefazendo meus sentidos, ocasionando volúpia instantânea. A reciprocidade da sentença é idêntica.

Tuas mãos escorregam pelas extremas laterais da minha silhueta, friccionando derme com derme. Permito visão às minhas pupilas, focando tuas lascivas íris negras misteriosas. Teu desespero cresce contra mim, implorando por satisfação urgente.

Cresço da mesma maneira, teus lábios famintos comprimindo-se aos meus, devorando-os em pressão delirante. Teu sabor invade o meu, misturado pela batalha das nossas línguas, criando um único, partilhado com euforia, rendição.

Teu tórax detalhadamente esculpido colide ao meu, sem interrupções do erótico contato labial. Teus dedos ágeis incendeiam minha virilha, teus dentes prendendo meu lábio numa breve mordida, sugando-o vorazmente após liberação. Irrompo um gemido que lhe preenche a boca.

Meus dedos invadem os fios parcialmente molhados do seu cabelo negro, capturando-os entre si, puxando-os pra trás, proporcionando-me acesso ao teu pescoço. Minha vez em roubar-lhe o controle das ações, levando-o a enlouquecimento. Teu gemido para o teto me excita, tua ereção procurando por toque na minha.

Tuas mãos abandonam as provocações internas nas minhas coxas, tuas palmas preenchendo-se com minha cintura. Um movimento rápido e um impulso bruto contra teu quadril, um gemido escapando meus lábios e colidindo na tua garganta.

Um arrepio devastador corre teu corpo todo, eriçando todos os teus pêlos, acionando teu alarme interno. Sinto-me ser impulsionado contra a superfície mais próxima, tua forma comprimindo-se à minha, rogando por uma fusão sexual.

Minhas pernas são habilmente enlaçadas à sua metade, proporcionando mais vastidão de movimentos nas áreas torturantes. Tuas mãos apertam minhas nádegas violentamente, puxando-me contra si para nossos rijos membros atritarem-se em delírio.

Gemidos simultâneos ecoam pelo cômodo. Teu corpo encobre o meu, repetindo tal movimentação de quadris. Suores se confundindo. Tua respiração falhada atinge-me tênue no ouvido, minhas mãos perdendo-se em trilhas ousadas nas tuas costas, gemidos submissos liberados dentro do teu ouvido. Estremecimento.

Tua cintura move-se em círculos voluptuosos, friccionando nossos sexos em atrito extasiante. Tuas mãos ditam o ritmo alucinante em que tal contato ocorre, acelerando, diminuindo, acelerando, diminuindo. Inconstância errônea e deliciosa.

Minhas pálpebras cerram-se apertadas para acompanhar a forma de ‘o’ que meus lábios mantêm, ofegos e gemidos praticamente gritados a cada investida dominante que recebo. Ao meu ouvido, teus sussurros de palavras desconexas em obscenidade permitem-me alcançar alfa, beta e ômega.

Nossos corpos dançam juntos num sobe e desce desinibido, limitando-se ao prazer do toque genital. Minha cabeça é jogada pra trás, demonstração clara de prazer dilacerante. Na chance oferecida, teus lábios entreabertos abocanham meu pescoço bronzeado, mordidas distribuídas na pele exalando paixão.

Tuas mordidas proliferam-se até minha orelha, onde faz pedidos para que venhamos ao mesmo tempo. Somente não sorrio porque meus lábios encontram-se ocupados gemendo na pressão contra os teus.

Nossa dança sensual torna-se voraz, guiando-nos rumo à satisfação sem pudores. E quando tuas unhas cravam-se na minha pele sem piedade, sei que teu ápice está aqui. Noto no modo intenso que teu corpo estremece pressionado ao meu, no gemido que explode revelando teu orgasmo.

Astros piscam bruxuleantes atrás das minhas pálpebras cerradas com força, minhas unhas deixando vergões avermelhados na tua pele. Todos os músculos contraem-se, torpor misturado ao sangue correndo pelas veias. A pulsação obtém descontrole, prazer e delírio imprescindíveis emanando dos nossos corpos.

O limite iguala-se a paraíso enquanto os gemidos desenfreados trilham o momento. Teus ofegos cansados condensam no meu pescoço, tua língua travessa sugando minha pele úmida. Você diz que gosta do meu sabor, do meu cheiro pós-sexo.

Gosto do teu também, Sasuke.

Teus lábios incansáveis colam-se aos meus após um cruzamento de olhar significativo, atrevido, proibido. Teus braços me envolvem num abraço seguro e cuidadoso, teus longos dedos perdendo-se nas dimensões do meu cabelo molhado.

Aspiro tua essência, permitindo que faça o mesmo enquanto leva-me para nossa cama, envoltos num beijo insaciável. Meu corpo é depositado sobre o colchão, o teu pousando sobre o meu, cobrindo-me, mantendo-me aquecido, inebriado.

Nossas bocas desprendem e teus dentes descem para meu mamilo esquerdo, minhas mãos no teu sexo, estimulando-o novamente. Excitamento brotando na compressão dos nossos quadris, tua boca regressando à minha em meio aos ofegos sedutores.

Iniciamos nosso real ato de cumplicidade, guardando recordações indeléveis do prelúdio delicioso. Maravilhoso como sempre é.

- Fim -