Melhores Amigas... ou será que Não? escrita por ChrisAguiar


Capítulo 9
IX.


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que vocês vão querer me matar, mas eu não vou postar a continuação do capítulo de ontem!
#se esconde pra não levar porrada
Em vez disso eu vou mostrar o lado da Carol sobre a história, afinal isso é importante (...não é? D:)
Espero que gostem e se emocionem!

PS: A primeira parte é narrada pela Carol e a outra pela Bia #eitaconfusão!



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- Hum... Parece que elas já foram... – eu disse, olhando para fora da sala.

Mas o que diabos tinha acontecido ali?

- Aquela garota parecia bem furiosa... – Manu começou, caminhando em minha direção. – Enfim... – pegou meu braço e o alisou carinhosamente... Senti um frio correr pela espinha. – Você vai me mostrar a escola, não é?

Não respondi nada, apenas fiquei olhando para ela. O que diabos essa garota fazia comigo...? Parecia que tudo o que eu tinha vivido quando nos conhecemos, todos aqueles sentimentos incríveis... Estavam voltando. De repente, a lembrança do beijo veio à minha mente. Instantaneamente fiquei vermelha, e me afastei da Manu.

- Bem, eu, er...

- O que foi...? – perguntou ela se aproximando mais uma vez. Pegou minha mão e fez carinho nela. Me encostei na porta. Ela foi se aproximando, devagar... Engoli em seco. Eu tentei me mover, mas fiz a besteira de olhar para os olhos dela.

Meu coração acelerou tão rápido que eu pensei que ia enfartar. Aqueles olhos... São tão lindos... Num instante, percebi que ela estava perto demais. Sua boca estava milímetros da minha...

- Com licença, será que vocês poderiam fazer o favor de sair da minha frente e procurar uma sala vazia?

Uma voz extremamente entediada, mas ao mesmo tempo firme, despertou a gente para o mundo real. Era aquela garota estranha. Como era o nome dela mesmo...? Ah, sim. Nanda. Depois que ela disse aquilo, eu me afastei num pulo da Manu e dei espaço para ela passar.

Ela passou por nós lentamente, ainda escutando músicas em seu Ipod. Quando ela passou por mim, ela me olhou e me lançou um olhar mortífero. E disse: “As pessoas procuram longe aquilo que quer, mas sempre se esquecem de que aquilo está muito perto delas.” Ao dizer isso, ela fez um gesto para trás. E foi embora.

O que será que ela quis dizer com aquilo? Garota mais doida. Mas de repente, um aperto no meu peito me fez olhar para a direção que ela apontou... Então eu entendi o que ela tinha querido dizer.

A Bia me olhava com os olhos completamente cheio de lágrimas.

Meu Deus...! Ela estava quase chorando!

Ao perceber que eu estava a olhando, ela pegou suas coisas e passou direto por mim. Quando ela estava no meio do corredor, disse ainda de costas:

- Por que você não vai mostrar o colégio com sua nova amiga? Assim vocês podem ficar mais tempo juntas...

E correu.

-...

Ao ver ela saindo daquele jeito, naquele estado... Meu coração doeu de novo. Eu não podia deixar as coisas assim. Eu tinha que tomar uma decisão.

- Desculpa, Manu... – disse à garota que estava perto de mim – Eu tenho que resolver algumas coisas primeiro. Eu te mostro o colégio outro dia, tá? Você pode ficar aqui, me esperando, ou ir lá no pátio conversar com o pessoal. Me desculpa, tá Manu... Eu realmente queria ficar com você, mas...

- Tudo bem. – falou ela, como se tivesse se rendendo – Pode ir, afinal... Ela é sua amiga à mais tempo, né?

Sorri. A abracei forte e disse:

- Volto logo!

Saí correndo em direção à Bia, mas não à tempo de escutar um “Volte logo!”.

---

Meu Deus, o que acontecia comigo...?

Um som de uma nota de piano ressoava pela sala. Aquele era meu local favorito da escola: a sala de música. Eu sempre ia ali quando ficava entediada, triste ou deprimida.

Pensando bem, foi ali que eu conheci a Carol.

Uma lágrima caiu sobre as teclas do piano. Eu não conseguia suportar aquele sentimento... Não se tratava apenas de terem roubado minha melhor amiga. Se tratava de alguém ter roubado a pessoa mais importante da minha vida, a responsável por aquilo que eu sou agora.

Sem pensar, eu comecei a tocar o piano. Uma melodia triste e pesada enchia a sala de musica. Aquela melodia representava todos os meus sentimentos não assumidos, todos aqueles que eu não podia dizer, não podia suportar. Fiquei tocando por um bom tempo. Tocar piano realmente me fazia sentir bem. Será que assim eu poderia esquecer...?

- Essa é a Sonata ao Luar, de Beethoven, né?

Várias notas desafinadas foram ouvidas na sala. Ao ouvir aquela frase, eu perdi o controle das minhas mãos e errei todas as notas. Me virei para ver quem tinha dito aquilo, embora não precisasse.

Eu conhecia muito bem aquela voz.

Ali ao pé da porta, estava a causa de todos os meus problemas.

- Você me disse uma vez que ele fez essa música para uma garota que ele gostava, mas que no final ela trocou ele por outro cara, não foi?

-...

- É assim que você se sente?

-...

- BIA! – ela gritou, entrando na sala e batendo a porta com força. Eu não me mexi um milímetro.

-... Você vai quebrar a porta desse jeito.

Meu comentário fez ela ficar com muita raiva. Ela foi até onde eu estava sentada, me pegou pelo braço, me arrastou até um canto e me encostou na parede.

- Eu não ligo a mínima pra porta. Eu estou tentando falar com você!

Meu Deus. A maneira como ela me segurava me fazia ficar... Excitada...? O que diabos acontecia comigo? Será que eu estava... Realmente estava...

-... Você tá me ouvindo?!

Olhei atentamente para ela, captando todos os detalhes de seu corpo. Seus olhos castanho-claros, sua pele bronzeada por causa de horas de natação... Tudo aquilo me atraía. Mas por que me atraía tanto...? Nós sempre fomos amigas, e eu nunca tinha me sentido assim... Aliás, quando foi que eu comecei a me sentir assim?

- O que está acontecendo com você? Por favor, diga Bia! Somos amigas, não somos...?

Seus olhos estavam marejados. Isso causou um aperto enorme no meu coração... Mas aí eu percebi o que ela tinha dito... Amigas... Sim, éramos boas amigas...

Então por que eu me sentia como se isso não fosse o bastante?

Ela ainda estava esperando uma resposta. Como eu não dizia nada, ela desistiu e foi até o piano. Se sentou no banco e começou a tocar uma música. Era uma música infantil, daquelas que você aprende na primeira aula. Enquanto tocava, dizia:

- Costumávamos tocar essa música quando pequenas. Eu lembro que fui eu que te incentivei a tocar piano. Tocamos algumas aulas, até que eu desisti de tocar. Mas você continuou.

- Aqueles eram tempos felizes. Nos dávamos super bem. – continuou ela – Então por que de repente tudo mudou?

- Não foi de repente. – eu disse com uma voz baixa.

- Hã? – ela parou de tocar.

Eu não agüentava mais. Eu tinha que dizer algo!

- Não foi de repente! – eu repeti, agora gritando! – Tudo mudou... Tudo mudou... Quando você conheceu aquela... Aquela garota. Quando você conheceu ela anos atrás e nem me contou nada disso!

- Mas foi porque... – ela tentou justificar. Mas eu não deixei.

- Não interessa porque! – agora eu estava chorando. Que se dane. Eu já não me importava mais. – Você devia ter me contado! Éramos amigas...

- Somos amigas! – sua voz estava alterada. Ela também parecia emocionada. Mas eu não conseguia mais parar. Estava sendo controlada por emoções que eu nem sabia que existiam.

- Então não precisamos mais ser! – eu gritei, pegando minhas coisas e indo em direção à porta da sala – Afinal... Você tem uma melhor amiga... Ou namorada! Seja lá o que for... Você não precisa mais de mim.

Saí correndo o mais rápido possível da sala. Eu saí tão rápido que não deu tempo de ouvir a resposta da Carol.

Nem eu queria.


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Notas finais do capítulo

OMG! )'=
Será que esse é o fim da amizade delas? Ou Carol irá dar um jeito nisso?
Isso vocês não saberão no próximo capítulo, já que eu vou continuar a história da Dani... Essa sim que vai valer o +16! #risadadomal

Obrigada a todos os que estão lendo e comentando, e a os que estão só lendo, por que eu sei que vocês irão comentar depois! ;D

A gente se vê na próxima! Mata ashita ne, minna-san!*

*Pra quem não sabe japones, quer dizer "até amanha, pessoal!" :D Mas isso não vai mudar a vida de vocês... --'