– Acorda, preguiçosa. - chamou Scorpius. - Rose! - mesmo com dó de acordá-la, era necessário. Ele sacudiu a ruiva fracamente. Ela tinha um sorriso angelical no rosto.

– Tive um pesadelo horrível. - disse Rose abrindo os olhos. - Sonhei que a gente tinha se beijado.

– Ei, foi tão ruim assim? - perguntou Scorpius fingindo estar ofendido. Rose riu.

– Não tanto. - Scorpius sorriu. - Temos que ir, não temos? - perguntou Rose.

– Sim. - concordou Scorpius. - Como vai ser daqui pra frente?

– Bem, não sou sua namorada. Você irá seguir seu caminho, e eu o meu, certo? - perguntou Rose hesitante. O que ela queria era que Scorpius dissesse que precisava dela, ou que a pedisse em namoro, mas não foi isso que a ruiva ouviu.

– Certo, claro. Você não é minha namorada, sendo assim não faz parte da minha vida, com certeza. - o loiro sorriu. E mesmo frustrada e magoada, Rose sorriu de volta fingindo estar tudo bem. - Vamos? - a ruiva assentiu e os dois saíram da biblioteca e foram correndo encontrar os amigos.

Quando passaram pela porta, todos olharam para eles. Rose foi em direção à mesa da Grifinória, e Scorpius em direção à mesa da Sonserina, eles se olharam por um breve instante mas continuaram andando.

– Onde você passou a noite? O que aconteceu? Você estava com ele? O que fazia com Scorpius Malfoy? - Lily perguntou.

– Calma, Lil. Estavámos terminando nosso trabalho e acabamos ficando tempo demais na biblioteca e perdemos a noção do tempo, então acabamos ficando presos lá. Mas não aconteceu nada. - disse Rose. Ela não havia mentido, exceto na parte do "Não aconteceu nada". Rose olhou discretamente para a mesa da Sonserina, mas não viu Scorpius. Correu os olhos por todo o Salão e o viu em frente à mesa dos professores, conversando com o Professor Neville. Ela parou de olhar, tentando pensar em outra coisa.

– Ahn... Podem prestar atenção aqui um minutinho? - a voz perguntou. Mas não era uma voz qualquer, era a voz dele, Rose se virou e viu Scorpius, lá na frente, onde todos podiam vê-lo e ouvi-lo. - Sim? Sim, obrigado. - ele pareceu pensar um pouco, então continuou. - Eu não ensaiei nada, só pra deixar claro, é tudo um improviso, e mesmo que eu tivesse ensaiado não teria dado certo, então... E eu também não sou muito bom com palavras, como todos podem ver, mas vocês devem estar se perguntando "O que esse retardado quer afinal?", é o seguinte, há 24 horas, eu era uma pessoa normal, meus sentimentos estavam normais, e eu me sentia normal. Hoje, nesse momento, eu sou uma pessoa estranha, meus sentimentos estão estranhos, e eu me sinto estranho, mas vocês não estão vendo nenhuma diferença em mim, estão? Não, certo? Sim, certo. Por fora eu sou o mesmo, mas por dentro não. Porra, quanta coisa, mereço um prêmio só por essa parte, sim? - ele riu tentando ficar mais calmo. Ele parecia procurar as palavras certas. - Querem saber o que aconteceu? Eu fiquei preso na biblioteca com a ruivinha Weasley ali. - todos se viraram para olhar Rose, que corou. - E eu só estou falando isso pra esclarecer algumas coisas, pois é. Seguinte, foi uma noite muito estranha, e nessa noite estranha, coisas estranhas aconteceram. Mas não significaram nada, absolutamente nada. E uma certa parte, foi horrível. - "Pronto, vou ser humilhada na frente de todos. Ótimo.", pensou Rose. - Querem saber o que aconteceu? Acho que vocês conseguem imaginar. Mas não significou nada. E a parte horrível foi o final. E não significou nada justamente por causa do final, então resolvi mudar o final, porque o final tem que agradar a todos, sim? Sim. Mas no momento estou agradando a mim mesmo, é. Eu estou meio nervoso, deu pra perceber? Pois é, cansei de enrolar, estou tentando descontrair o clima tenso mas não está funcionando. Seguinte, eu e a ruiva ali nos beijamos. - os cochichos começaram, e Lily sussurou pra Rose: "Não houve nada, certo?". - Pois é. Mas desde então eu me tornei uma pessoa estranha, porque... Ok, vou direto ao ponto... Rose, eu me apaixonei por você, e você disse pra mim seguir meu caminho, e você seguir o seu, porque você não era minha namorada e as coisas deveriam ser assim. Mas esse é o problema, eu não quero seguir meu caminho se você não estiver seguindo esse caminho comigo. Não quero viver minha vida sem você nela, então, quer namorar comigo? Topa ser minha? Quero dizer, não que você não seja, mas, ah, você entendeu. Topa ser oficialmente minha? - Rose sorriu, seus olhos estavam lacrimejados, ela não estava acreditando nisso. Ela correu até Scorpius.

– Você está louco. - disse a ruiva.

– Devo estar. - concordou.

– Mas o problema, é que eu também estou. Sim, sim e sim. - respondeu Rose. Scorpius sorriu e a beijou. As pessoas aplaudiram, e algumas meninas reclamaram dizendo "Por que ela e não eu? O que ela tem que eu não tenho?".

Logo todos voltaram a prestar atenção no que faziam antes e Rose foi se sentar na mesa da Sonserina com Scorpius. Alguns sonserinos não ficaram muito felizes com a presença da grifinória, mas ignoraram, ninguém estava afim de mexer com Scorpius, e muito menos com a nova namorada dele.

Os dois ainda estavam surpresos. Em um dia não se suportam e no outro Scorpius está fazendo uma declaração linda a ela e Rose está pulando nos braços dele. Nenhum dos dois acreditariam nisso se alguém tivesse lhes falado dois dias atrás que isso aconteceria.

– Meu pai vai te matar. - comentou Rose.

– Vou correr o risco. - disse Scorpius. - Meu pai vai te matar.

– Não vai não. - Rose riu.

– Não mesmo, estou tentando te assustar. - eles riram.

– Hey, eu estou com você. - disse Rose beijando a bochecha de Scorpius.

– Eu sei, por isso não tenho medo. - ele sorriu para Rose, que sorriu de volta. - Eu te amo, ruiva.

– Eu te amo mais.

– Não ama não.

– Amo sim.

– Ama não.

– Amo sim.

– Teimosa.

– E você me ama mesmo assim.

– Amo mesmo.

– Pra sempre?

– Sempre.