3 dias depois...

Isabella finalmente estava abrindo os olhos. Aos poucos ela recuperava os sentidos e quando começou a ver, havia uma Lilly emocionada segurando sua mão e uma Nicole ansiosa.

Nicole estava com um curativo do braço, provavelmente um arranhão que Chloe fez nela, e um hematoma no rosto. Lilly tinha hematomas por todo corpo e alguns cortes na perna.

- Ela está acordando! EU não acredito que ela está acordando! – Nicole exclamou baixinho.

- Você acha que eu ia ficar dormindo pra sempre? – Isabella falou lentamente.

- Você ficou desacordada por remédios por 3 dias. – Lilly disse.

- Você se lembra do que aconteceu? – Nicole perguntou.

Aquele não era o quarto dela. Era um quarto de hospital. Mas ela conhecia aquele quarto, já esteve na enfermaria da CIA várias vezes. Ela começou a se lembrar de tudo que tinha acontecido. Marcos, as lembranças, o plano, a dor de cabeça que ela ainda tinha e a facada.

Ela levantou a coberta e viu que estava nua, somente com um curativo na barriga. O ferimento foi um pouco abaixo do umbigo, no lado esquerdo do corpo.

- Eu tô pelada? – ela indagou.

- Você queria que você estivesse de calça jeans rasgada? – Nicole rebateu.

- Fique calma, eu mesma tirei a sua roupa e cuidei de você porque a se dependesse do Lucas você ficaria do mesmo jeito que estava antes. – Lilly respondeu.

Lucas.

- Cadê ele? Eu preciso falar com ele. – Isabella estava quase se levantando da cama.

- Pode ficar paradinha aê. – Nicole a impediu. – Jake finalmente conseguiu levar ele para casa, pra tomar um banho, comer alguma coisa descente e dormir nem que seja o mínimo possível. Ele ficou 3 dias acordado, naquela cadeira desenhando isso tudo aqui pra você.

Isabella percebeu que o quarto estava cheio de desenhos e cartas decorando o local. Ela reconheceu os rostos desenhados: era o rosto dela. E as cartas tinham a letra pequena dele e legível dele. Ela deu um sorriso, pois estava feliz. Lucas estava a salvo.

- Sério?

- Você tem sorte. Ele é incrível. – Lilly disse.

- Você também tem sorte, noiva! – Isabella disse. Lilly a abraçou, apesar de doer, aquela dor era boa. – Eu sempre quis que você e o James ficassem juntos. Ele é perfeito pra você.

Quando elas se afastaram, Lilly estava chorando. Ela mesma enxugou uma lágrima e disse:

- Eu... Nós pensávamos que iríamos perder você Bella. Nenhum de nós dormiu esses dias. Sua mãe está em casa agora, porque Jake também a convenceu a tentar dormir um pouco.

- Nick e a minha irmã estão malucos em casa, preparando a casa pra quando você voltasse. – Nicole continuou. – Fique calma, não é uma festa. É só uma comemoração intima estilo Thalia, não no estilo Nicole infelizmente. Mas o importante é que você está conosco agora. – uma lágrima também desceu dos seus olhos.

A porta se abriu e a Sra. Stone entrou no quarto.

- Mãe!

- Isabella!

Elas se abraçaram.

- Não vamos interromper, desculpem.

- Não meninas, fiquem. – Sra. Stone pediu. – É um momento em família.

- Obrigado, mamãe. – Nicole disse, sorrindo.

- Vão dar alta pra você amanhã de tarde, filha.

Isabella teve uma ideia.

- Não contem nada para o Lucas, ok?

Todos visitaram Isabella naquele dia. Nick e Thalia trouxeram biscoitos escondidos dos médicos e da mãe de Isabella, comeram juntos os biscoitos e leite. (nota da autora: kid mode on). Jake e Cody conseguiram fazer Lucas dormir, colocando remédios na água dele e vieram fazer uma visita. James veio até ela e trouxe noticias sobre Marcos, Chloe e Jacob. Marcos está na prisão subterrânea no meio do oceano pacifico da CIA, com o máximo de proteção possível, condição exigida por Charles quando foi prendê-lo. Chloe está em outra prisão de segunrança máxima, nas fazendas do Tennesse usando macacão laranja e cuidando de vacas. Além do mais, ninguém lá se importa com maquiagem e ela fica isolada socialmente também. Jacob está recuperado e está numa prisão no meio do deserto do Saara.

Charlie foi o último a visitar ela.

- Como está querida? – ele perguntou. Após encarar a expressão dela, ele mesmo respondeu. – Ok ok, já entendi. Você ainda está brava comigo.

- Eu só não entendo porque você não me contou sobre o Jesse. – ela disse. – Ele era inocente e você me fez pensar que ele não era. Mas isso não importa mais. Ele provavelmente está morto agora.

Charles olhou para ela de um modo culpado.

- Esperaí... Ele está morto ou não?

- Ele está vivo. – Charlie disse. – Essas flores ao seu lado não são do Lucas.

Quem mais iria saber que eu gosto de rosas? Jesse está vivo!

- Onde ele está?

- Eu não sei. Ele me mandou algumas mensagens, sempre em locais diferentes e parece que ele está sempre em movimento. Já tentei procurá-lo, mas...

- Eu sei como encontrá-lo. Eu sei onde ele está.

Charlie riu.

- Por quê? Agora você sente coisas por causa da máquina da mente? A propósito, eles disseram que talvez você tenha uma dor de cabeça por um tempo.

- Não, eu simplesmente tenho um GPS nele.

- Ah, sei. Bom, já está na hora da senhorita dormir, amanhã será um grande dia.

- Boa noite.

- Boa noite.

Charles saiu do quarto, mas Isabella não foi dormir. Ela se levantou e pegou todos os desenhos que estavam pelo quarto. Todos os desenhos eram dela. Sorrindo, na pista de skate, com a guitarra, dormindo no quarto em casa. Alguns parecem mais recentes, desenhos um pouco molhados – de lágrimas – dela dormindo no hospital.

Ela passava os dedos nos desenhos como se pudesse tocar no rosto de Lucas através daquelas linhas. A única coisa que ela conseguiu pensar o resto do dia foi Lucas. Como ele estava? Será que ele está bem? Está machucado? Teria que esperar até amanhã para saber e isso acabava com ela por dentro. Ela se certificou que o colar ainda estava no pescoço e dormiu segurando-o.

Lucas estava sentado com as pernas na piscina, tentando relaxar como Cody recomendou. Já estava de tarde, o sol se pondo. Hoje ele foi proibido terminantemente por todos de visitar Isabella hoje, o que deixou ele muito triste.

Não estava nem se importando que a bermuda preta que sua mãe deu a ele estava um pouco molhada nas pontas, graças aos pés na piscina. Não tinha penteado o cabelo direito, fazendo com que seu cabelo loiro ficasse desarrumado. Não importa, ele pensou. A Bella gostava assim. Os olhos estavam cansados. As roupas estavam arrumadas graças a Thalia. Aliás, Thalia e Nick estão meio que cuidando dele. Mas nesse momento, os dois estavam fazendo alguma coisa na cozinha. Eles ficaram na cozinha o dia inteiro preparando alguma coisa que ele não queria saber. Não que ele estivesse com raiva de Thalia e Nick por mantê-lo em casa. Ele nem estava com raiva de Jake e Cody também, que o fizeram dormir o dia inteiro ontem até as 10 horas de hoje. Ele estava com raiva de si mesmo. Por não ter protegido a Bella. Por não ter protegido o amor de sua vida e agora ela estava em uma cama de hospital.

O celular dele tocou, mas não estava com a mínima vontade de atender. Depois de tocar muito ele atendeu. Era o Jake.

- Oi. – Lucas disse, desanimado.

- Oi. – Jake falou ao telefone, ele parecia muito animado, como se tivesse acabado de rir. – Como é que você tá?

- Do mesmo jeito de sempre.

- Eu sei que está difícil, cara. Quer desabafar? – Jake voltou com um ar mais sério.

- Eu só... Sem ela aqui, eu não tenho mais ânimo pra viver. Sem aquele sorriso, as risadas, até mesmo as brigas. A boca dela me faz muita falta. E ver ela daquele jeito no hospital só piora.

- É por isso que eu e o Cody não deixamos você ir pra lá. Mas eu tenho certeza que onde quer que ela esteja, ela está com você te ouvindo.

- É quase como se ela estivesse aqui, realmente. – Lucas admitiu. – Eu sinto que ela está perto de mim.

Jake riu um pouco.

- Hum... Lucas, me faz um favor?

- Não sei se eu estou em condições de fazer qualquer coisa, mas sim.

- Dá uma viradinha e depois você me agradece tá?

Ele desligou.

- Que cara maluco... Dar uma viradinha pra quê?

Mas ele fez o “favor” de Jake e quase teve um ataque cardíaco. Não acreditava no que os seus olhos estavam vendo. Só podia ser uma miragem, um sonho ou os remédios tem efeitos colaterais alucinógenos.

Bella estava parada bem na sua frente. A mesma Bella de sempre, mas muito fraca ainda. Ela vestia o mesmo short jeans customizado de sempre – que os médicos autorizaram-na a usar só por são folgadas -, uma blusa branca de botões um pouco aberta em baixo e os tênis All Star branco. Era como se fosse um anjo de jeans. E o sorriso... Ela estava sorrindo pra ele. Segurava o colar que ele lhe dera.

Sua voz o fez voltar a realidade.

- Oi. – ela disse.

Isso é uma miragem, uma brincadeira ou algum tipo de efeito colateral do “Boa noite Cinderela” que eu tomei? Lucas se perguntou.

- É você mesmo?

- Nossa, eu esperava receber um “Bem vindo de volta, meu amor” ou qualquer coisa do tipo, mas se você prefere assim... Sou eu, Lucas. – ela disse. Não estava brava com ele, pelo contrario, ela estava tão feliz de ver ele que nem ligava pra mais nada. Ele parecia hesitante ao chegar perto dela, como se ela fosse uma peça de porcelana que pode quebrar facilmente. Ele tirou o cabelo do rosto dela delicadamente, admirando-a e sorrindo. – Eu não vou quebrar Lucas, pelo amor de Deus, me beija logo.

E assim ele o fez. Ele agarrou a cintura de repente, mas não tão forte para não machucá-la e a beijou.

- Eu estava com tanta saudade. – ele disse.

- Eu também.

- Por favor, não faça isso de novo. – agora ele estava sério. – Eu... Quase te perdi uma vez, não quero de perder de novo.

- De nada por salvar a sua vida. – ela disse. – Vamos esquecer isso, ok? Eu te amo e quero que a gente fique bem.

Lucas voltou a sorrir.

- E é nesse momento da história que eu agarro a sua cintura e te giro no ar, mas eu estou com medo de te machucar. – ele disse.

- Não tem problema.

Ele a girou no ar e beijou-a.

- Eu sou muito sortuda por ter você.  

- Como está o ferimento? – Lucas perguntou.

Ela abriu uns botões da camisa e mostrou que perto do seu umbigo estava enfaixado.

- Sabe que eu até gostei? – ela disse. – É sexy.

- Uau, se você não tivesse nesse estado hein... – ele brincou. Os dois riram.  

De repente, todos os amigos deles apareceram e gritaram:

- Surpresa!

Jake, Nicole, Cody, James, Lilly, Thalia, Sra. Stone, Charles e Nick.

Isabella fingiu que estava surpresa e Lucas tirou as mãos da cintura de Isabella, porque ele sim estava realmente surpreso. Depois que Bella abraçou cada um deles, eles comeram um jantar feito por Nick com as coisas que Bella mais gosta.  Jogos de Guitar Hero, um bolo em forma de skate e um filme.

- Os meus médicos me matariam se me vissem agora! – Isabella disse, jogando Guitar Hero com a bateria.

De noite, todos foram dormir felizes por saber que ela estava de volta. Essa noite, Lucas e Bella tiveram pesadelos, mas um estava perto do outro para ter certeza que eles não eram verdade.