Os dois olharam ao redor e viram algo brilhante, rápido e metálico se aproximando. Gerald chegou a pensar que fosse um cometa, mas mudou de ideia uns minutos depois. A “coisa” parou ao lado dos dois, uma porta se abriu e um ser amarelo-amarronzado semelhante a um texugo, e um pouco humano (assim como Shadow), apareceu com um enorme sorriso e olhos cintilantes que transmitiam muita tranquilidade; ainda estáticos sem saber o que pensar, aquele ser luminoso disse:

- Olá! Vim ajudar vocês! Entrem!

Shadow olhou para o Dr. como se quisesse saber o que deveriam fazer, Gerald assentiu com a cabeça e os dois entraram na tal nave deste misterioso ser. Logo ao entrarem, o texugo se apresentou:

- Prazer, sou Tícarú. Vocês devem ser... Shadow e Dr. Gerald Robotnick, não?

- Como você... sabe? – Indagou o Doutor, um pouco distraído.

-Como eu sei? Explicações para depois, agora se segurem firme! – disse Tícarú.

Os dois assim o fizeram, segurando-se nas “paredes” da nave, que tinha estruturas de ferro próprias para isso. A nave disparou em direção a um planeta amarelo-marrom-avermelhado. Ao perfurarem a atmosfera, pousaram sob uma superfície plana parecendo terra, mas com a coloração bege, em volta havia um pouco de mato e árvores de porte médio com cores vibrantes; mais adiante havia uma pequena vila com casas daquela superfície, “crianças” correndo de um lado para o outro, e vários seres como o Tícarú parecendo estarem trabalhando.

Para saírem da nave, o ouriço negro se apoiou no Dr., já tinha perdido muito sangue e começara a ficar zonzo.

- Podem me ajudar com ele...? – perguntou Gerald gentilmente.

Em resposta, Tícarú deu um assobio tão forte que por alguns segundos os dois visitantes pensaram que ficariam surdos, logo após um grupo de texugos vieram em sua direção com um grande pedaço de algo que parecia uma maca, e deitaram Shadow nela.

Gerald e Tícarú os seguiram, o doutor por sua vez, admirava cada pequena forma de vida naquele lugar; as árvores médias e estranhas, as flores com cores escuras, coisinhas brilhantes e voadoras... mas por um momento  deixou tudo aquilo de lado para pensar em sua neta, que diante de seus olhos estava morrendo minutos atrás...deveria obter ajuda o mais rápido possível, e teria que informar ao ouriço negro, o que lhe causaria preocupação e perturbação já que os dois eram muito próximos.

Chegaram ao destino, era uma casa feita daquela “terra”. Tinha uma forma arredondada e buracos parecendo com janelas. Entraram pela porta e deixaram Shadow numa estrutura de algo que parecia borracha mas com cheiro de fruta. Outros texugos entraram na casa com um frasco que tinha um líquido de cor verde azulada, e um jarro com um líquido amarelo que parecia urina. Molharam um pano no líquido amarelo e removeram o sangue do corpo do ouriço, depois removeram a bala enterrada na ferida e colocaram o outro líquido verde azulado.

Estranhamente o ouriço não sentiu nada ao tocarem em sua ferida e antes que percebe-se estava em um sono profundo. Um por um dos que estavam naquela casa saíram, exceto Gerald e Tícarú.

- Por ser um grande cientista, esperava que o senhor ficasse mais admirado ao ver algo de “outro mundo”... – disse Tícarú meio confuso.

- Han...?

- Tem alguma coisa errada?

- É que Maria está morrendo... - explicou com um pouco de lágrima nos olhos.

-Ah! Maria! Era sobre ela que eu ‘tava querendo saber.

- Mas, bem... como que você sabe sobre nós? – perguntou, tentando desviar sua atenção para outros assuntos.

- Tem um grupo aqui que cuida sobre essas coisas... e sou um dos que são os mensageiros daqui, sei da maioria do acontecimentos desta galáxia. Fazemos isso pra nossa segurança.

-Que curioso..! – O doutor estava se entretendo na conversa, mas sua preocupação estava ficando cada vez maior.