As duas sairam de vista em menos de dois segundos. Assim que Alice teve a certeza de que não havia ninguém, ela me levou, pelo braço, até o banheiro luxuoso de meu quarto. Tirei meu roby Azul e ela, com muito cuidado, passou o belo vestido pelo meu cabelo já arrumado. Ela ajeitou o corpete e o restante do vestido. Ao terminar, ela deu três passos para trás e observou seu trabalho. Seus olhos brilharam de satisfação ao me admirar. O que, claramente, me deixou curiosa.

- Posso me olhar agora? - perguntei sorrindo.

- Agora pode. - ela sorriu esperançosa, já me conduzindo para o grande espelho ao lado de meu closet. Alice convencera Esme a construir um closet só para mim, assim como minha mãe, porém o meu era bem maior.

- Me diga se gostou.

Após dizer ela apontou para o grande espelho a nossa frente. Olhei primeiro Alice. Mesmo ainda não arrumada ela era linda e, seu sorriso, encantador. Sempre quis ser como ela. Em seguida, olhei para a garota, de cabelos cor de branze, ao lado dela. Vestia-se como uma princesa nata. Minha expressão deve ter sido de surpresa e , claro, de prazer. Surpresa porque eu estava incrivel, quase tão bonita quanto meu pai ou minha mãe. E prazer porque, apesar de saber que era meio humana também, minha beleza era surreal. Ao meu lado, Alice riu, o som de sinos ao vento. Quando em fim consegui falar, minha voz era de pura admiração.

- Tia Alice, eu estou... linda. Está perfeito. - e estava mesmo. Meu cabeloestava preso em um rabo de cavalo chique, que deixava meus cachos a mostra. Meu rosto tinha maquiagem leve mas, que certa forma, realçava bastante ele.

- Você está realmente maravihosa.

- E você é incrivel.

Alice sempre foi incrivel em relação a festas, roupas e essas coisas. Quando eu era pequena, sempre andava bem vestida e nunca repetia as mesmas roupas.

- Acho melhor nos apressarmos. - ela alertou. - Tenho que leva-la ao seu transporte.

- Como é esse carro tia Alice?

- Você logo verá. Vamos. - ela pegou minha mão e me conduziu até a porta. - Permita-me? - perguntou, erguendo os braços emm minha direção. - Não quero sujar o vestido, nem desmanchar o penteado.

- Tudo bem. - respondi sorrindo

Ela me pegou nos braços e saiu pela floresta até a trilha que tinha perto do chalé. Ela me baixou e, novamente,  fiquei surpresa e boquiaberta como que avistei.

Era um carro. Mas não do tipo que os Cullen tinham na garagem ou coisa parecida. Não era esporte e, definitivamente, não era tão rápido. Era de cor branca com alguns detalhes dourados. Era gracioso e elegante. Era lindo.

- Gosta? - perguntou Alice entusiasmada. Era incrivel como o intusiasmo e felicidade emanava dela.

- É per-fei-to. - disse, separando as silabas enquanto admirava meu transporte.

- Já que o vestido é de época, como você mesma notou, pensei que o carro também deveria ser. - ela ainda sorria.

- Se meu vestido e carro são de época, devo supor que a festa...

- Também seja, é claro. Achei que ia gostar.

- Acertou na mosca.

Nós duas rimos juntas. O meu riso tinha um leve toque de sinos ao vento mas, o de tia Alice, ainda era de dar inveja. Era tão bom ouvir sua risada. Nesta exato momento, meu pai, Edward, saiu do carro e veio em nossa direção. Eu desviei minha atenção de Alice e me virei para olha-lo. Ele estava de smoking e o estilo deixava claro que era clássico. Era preto e destacava a beleza de sua pele branca. Ele estava divino. O cabelo cor de branze, cuja cor e a textura herdei, estavam naquela desordem comportada, tipica de papai. Ele parou, ainda distante, para me ver melhor. Depois, deu um sorriso torto e se aproximou.

- Você está linda.

- Obrigada pai.

- Pode ir Alice. Eu assumo daqui agora. - ele sorriu para mim e se virou para Alice.

De inicio, não havia percebido, porém depois de uns segundos observando, percebi que a imobiidade de meu pai estava muito tensa. Meus olhos, numa reação reflexa, vagaram para Alice. Ela estava completamente imóvel, os olhos inexpressivos e apagados. Ela estava tendo uma visão. Ao invés de perguntar ou esperar que um deles me contassem o que havia de errado, entrei em pânico, uma reação, sem duvida, que herdei de minha mãe.

- O que foi? - perguntei reprimindo a histeria em minha voz. - Pai! - fui até ele e toquei seu rosto tenso e concentrado  no que Alice vira. - O que está havendo? - vendo que meu pai não se movia, fui até Alice e segurei sua mão com força. - Tia Alice? - mas ninguém me respondia. - Por que não me respondem?

Toquei novamente o rosto de meu pai e mostrei a ele como eu ficava, quando estava preocupada e, depois, acrescentei a pergunta: " Será que, por favor, alguém pode me contar o que há de errado? ". Assim que fiz a pergunta, ele olhou para mim, sua expressão passando de tensa para tranquila.

- Perdoe-me Nessie, não queria assusta-la. - disse calmamentee, automaticamente, relaxei.

- Isso mesmo Nessie, não se preocupe. É só uma coisa de nada. Só um vislumbre... mas é surpresa. - ela se corrigiu. - Se me dão licença, preciso me arrumar. Não posso ir a sua festa assim. - ela gesticulou para suas vestias e, em questão de segundos, desapareceu entre as arvores.

Mas eu sabia, exatamente, que tanto Alice, como meu pai me escondiam algo. A pressa de Alice para sair dali, era a prova concreta.

- Vamos minha princesa? - Meu pai sorriu e ergueu a mão em convite.

Rapidamente, peguei a mão dele. Fui conduzida até o carro. Abriu a porta traseira para mim e, delicadamente, deslizei peo banco ciente de que meu vestido exigia cuidados especiais. Meu pai assumiu a direção rapidamente. Eu ainda estava com essa certeza irritante de que ele estava escondendo o que, de fato, Alice vira. Ele tinha que admitir isso. Respirei fundo e, enquanto ele dirigia no ritmo humano normal, resolvi perguntar.

- Pai?

- Sim?

- O que realmente Alice viu?

- Não se preocupe com isso, se fosse importante ou necessário, eu diria a você. - disse. Logo, detectei a hesitação em sua voz.

- Mesmo assim, quero saber.

- Procure relaxar Renesmee. é seu aniversário.

- Pai, por favor. - eu pedi numa súplica encenada.

- Nessie... - ele começou mas, eu interrompi.

- Por favor. - tentei mais uma vez. Parecia que o jeito "suplicante' que estava usando, surtia efeito com muita rapidez.

- Ela teve uns vislumbres da parte de Jane Volturi mas, não é definitivo. Ela não tem planos para seguir com suas decisões. Sendo assim fique despreocupada. - disse ele num tom que finalizava o assunto.

- Tudo bem. - respondi dando de ombros.

Parecia que minha capacidade de pedir, quase suplicando, era uma arma poderosa. O restante do caminho, fui apenas recordando o dia anterior.

FLASHBACK

O clã Denali havia chegado um dia antes da festa. Todos os membros do clã me tratavam super bem. Eu e Jake, estavamos no imenso jardim do chalé de meus pais. Estavamos deitados de costas para a relva, olhando o céu, embora ele estivesse cheio de nuvens, e de mãos dadas. De vez em quando, Jacob perguntava algo como "o que quer de aniversário?" ou " que tal a gente fazer uma visita a Billy e Emily?". Emily Yong era uma mulher muito doce e sempre me recebia, depois da união dos lobos quileutes com os Cullen, de braços abertos. E tinha Billy Black, o pai de Jake, que demonstrava um grande afeto, quase paterno, por mim. Nunca entendi muito bem essa afeição que. tanto os humanos quanto os não-humanos, sentiam por mim.

FIM FLASHBACK

Estava me lembrando da hora em que Kate Denali apareceu, quando o carro parou e uma porta foi aberta e depois fechada. Ainda meio desnorteada, porém conciente de que haviamos chegado, olhei para o lado em que a porta de onde eu estava, no banco traseiro do belo carro, estava sendo aberta. Recompus rapidamente minha expressão e peguei a mão de meu pai, que estava estendida a minha espera. Ele me ajudou a sair do carro com muita delicadeza. Assim que estava fora, ele fechou a porta e me conduziu até a festa.