Jogo do Destino escrita por AninhaPah


Capítulo 3
Capítulo 3 - Recomeço




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Não consegui ouvir aquela morena falsa falando. Recompus-me e abri a porta.

__Sumy!

__Sumy, amiga! Sai daqui menino.

__Math, vamos?

__Não está brava comigo?

__Não. Cléo!

__Sim Sumy?

__Fica longe dele ok? E esqueça que um dia fomos amigas.

Saímos de lá e começamos a andar, antes de atravessar a rua, paramos na esquina.

__O que foi isso? Fique longe dele?

__O mesmo que isso.

Coloquei o medalhão com a outra metade do coração.

__Já posso dizer que sei sua resposta.

__Eu tinha pensado que...

__Percebi.

__O que aconteceu?

__Eu cheguei e sua ami... E a Cléo apareceu também. Ela disse que estava de passagem... Eu disse que estava esperando você e ela disse que eu merecia coisa melhor. Quando eu disse pra ela me dar licença, ela me beijou... Nesse momento você abriu a porta. Mas eu nunca trairia você.

__Parece.

Ele me abraçou e senti como se o mundo fosse aquele momento.

__É melhor agente ir.

__Podecrê.

No meio do caminho, Math pegou uma flor em uma linda árvore e me deu. Andamos muito e chegamos até a praça. Nossos amigos estavam nos esportes radicais como skate e dança como hip hop. Movimentos lentos que faziam os olhos das pessoas brilharem e nossa respiração parar quando parecia que iríamos ver uma queda.

__E aí Math! Vai curtir com agente?

__To afim sim.

__E aí Sumy? Vai tentar dessa vez?

__Não. Meu skate não é pro seu duelo.

__Firmeza... Alguma hora eu faço você entrar na festa. Vamos nessa Math?

__Sim. Só preciso fazer uma coisa...

Quando Math começou a se aproximar, meu coração começou a disparar... Seria aquele um beijo ou apenas o beijo? Os olhos dele não saiam dos meus, penetrados, sentia que não conseguia me conter.

__Não vem mesmo? Você é muito boa no skate...

__Não to afim.

__Vem logo Math!

Math abre cuidadosamente sua mochila, retira dela seu skate e se aproxima cada vez mais... Consegui sentir sua respiração... Envolvi-me naquele momento de uma forma única que, ao sentir seus lábios se encontrando com os meus não existia mais nada além de nós. Mas aquele momento durou pouco. Foi apenas um beijo rápido. Ele foi com os meninos e meninas da nossa sala e escola... Eu fiquei na minha com minhas amigas Papy e Demy!

__Perdeu o chão Sumy?

__Pareceu que ele perdeu...

__Que nadavê.

__Um selinho daqueles não era nada mais nada menos que o selinho.

__Valeu a pena?

__Muito... Mas e aí? Não vão lá também?

__Meu Pity não deixa. Ele disse que ainda estou no básico do skate.

__O Mike disse que eu devia me esforçar pra fazer o turbo.

__Mas o turbo é muito difícil. Nem eu consigo.

Quando olhei para os skatistas, Math tomou impulso e saltou conseguindo um turbo perfeito. Mas, ao tocar o chão, ele caiu e eu fui até lá.

__Math! Tudo bem?

__Agora sim... Não foi nada... Eu to bem.

__Você se machucou!

__Não foi nada... Ai!

__Quebrou o pulso também?

Liguei no mesmo momento para os paramédicos do bairro. Minha voz era calma, mas meu coração estava apertado.

Os médicos chegaram e fizeram o atendimento no local... Math só deu mal jeito no pulso e teve um arranhão ou dois.

__Ainda bem...

__Ficou preocupada?

__Não. Não fiquei.

__Não ficou? Mesmo?

__Talvez só um pouco.

Math vai comigo até o gramado e ficamos sentados. Seus machucados enfaixados me faziam ter medo de piorar, mas só de estar com ele eu saía de mim. Ele voltou a me olhar e se aproximar. Agora, não tive medo nem fiquei nervosa, me sentia segura com ele.

__Não se preocupe comigo...

Quando voltei a sentir sua respiração, já estava novamente envolvida no momento. Quando senti seus lábios se encontrando com os meus, foi como se voltássemos a ser criança. Ao dia que nos conhecemos. Ao momento em que, carinhosamente, me abraçou quando eu tive medo. Era um momento único em que nada mais importava apenas aquele momento era importante. Quando nos demos por nós, todos estavam olhando.

__O que foi?

__Vocês dois? Juntos?

__Que tem isso?

__Nada... Só que é difícil de acreditar... Depois de todos esses anos...

__Tudo na vida tem de ser esperado... À hora certa.

Ele, suavemente, me abraçou e segurou a minha mão. Não éramos apenas amigos... Éramos mais que isso... Só que a ficha não havia caído ainda. De repente, o celular de Math começou a tocar a mesma música que tocava no dia em que nos conhecemos.

__Alô? Eu to bem. Não. Depois... To sim... Claro... Tchau.

Ele guardou em seu bolso aquele celular todo preto com duas faixas azuis. Depois me olhou como se estivesse precisando desabafar.

__Desculpe. Minha mãe havia ligado. Ela ficou sabendo da queda...

__E...

__Ela também está sabendo da gente... Bem... Ela ficou tão chocada quanto todos aqui.

__Nossa!

__Acho melhor irmos, está ficando tarde.

__É melhor sim.

Levantamos, ajudei Math a guardar seu skate e fomos andando devagar pela calçada... De mãos dadas, parecia que estávamos ligados e isso nos deixava cada vez com mais vontade estar um com o outro o tempo todo. Chegamos a minha casa uma hora depois de sairmos da praça.

__Acho que sua mãe deve estar preocupada.

__Não acho... Eu estava com você.

__Amanhã vamos ao parque? Quero te mostrar uma coisa.

__Sim. Claro.

Não nos despedimos com um beijo, já que pelo vão da janela da casa de Math, seu pai nos vigiava. Ele era rígido e queria ver seu filho sendo um "homem" suficiente com que ele pudesse ter orgulho.

__Eu queria poder te beijar. Te sentir perto, mas sabe que meu pai...

__Um abraço seria muito ruim?

__Não, claro que não.


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