Ela segurou minhas mãos fortes e olhou para mim.

-Você deve fazer isso com todas. Sou só mais uma do teu lado na cama.

Suas palavras eram fortes, sua voz calma, mas sua expressão demoníaca. Como era possível um ser, ser tão demoníaco com a voz de um anjo?

-Não. Com você é sempre especial, Nanda.

Ela olhou para mim e deu uma risada que me fez sentir medo dela.

-MENTIRA!

Quando percebi já havia um punhal em meu pescoço.

-O que você está fazendo?!

Ela deu um sorriso angelical. Ela era o demônio em forma de anjo.

-Eu te amo.

O punhal ainda estava em meu pescoço. E a voz doce dela era como a de uma menininha.

-Eu também te amo.

Ela olhou para mim e deu um sorriso. Naquele momento parecia que a garota que eu havia conhecido antes de transar com ela estava de volta.

-Será que você me ama mesmo?

Ela tirou o punhal de meu pescoço e se sentou no chão, de costas para a cama.

Eu tive receio de me levantar, ela parecia ter duas garotas dentro de si.

-Eu te amo, acredite em mim.

Ela virou de frente para mim, e pegou o punhal ao lado de seu corpo.

-Eu não mereço o teu amor.

-Mas porque não merece?

Ela deu um sorriso de menininha de novo, mas logo sua expressão se fechou novamente.

-Somos duas e veremos quem vencerá. Sua expressão logo mudou e uma lágrima caiu de seus olhos. -Eu te amo Ronnie. Talvez o veja no inferno, meu amor.

Uma segunda lágrima logo caiu, e o punhal já estava cravado em seu peito.

Ela se matou na minha frente.

Levantei-me da cama, ela tinha um sorriso no rosto, seus olhos verdes vidrados, os lábios rosados, contrastando com a pele alva, agora toda a beleza estava morta em si.

-Vejo você no inferno, meu amor.

Fechei a janela de onde vinha o vento frio.