Era uma tarde linda de sábado de primavera. Hermione andava calmamente pelos corredores de Hogwarts, lendo seu livro, um terror bruxo.

A guerra já passara e ela como toda Hogwarts podia ficar em paz. Minerva McGonagall sendo a diretora, Slughorn sendo professor de poções, Filius Flitwick sendo professor de feitiços... Quase nada mudou só algumas perdas horríveis (Fred, Tonks, Lupin, Snape – depois Harry contou as lembranças para Minerva, que fez questão de deixar claro para todos que Snape nunca fora mal – Olho-Tonto...) e outras maravilhosas (Bellatrix, Voldemort, Crabbe – pelo menos muitos pensavam assim, Draco, Goyle, Zabini e Pansy pensavam o contrario). Minerva arranjou um novo professor de DCAT, John Dawlish, auror e agora, professor.

Hermione estava indo para o salão Principal, tomar café da manha, quando, sem querer, esbarrou em alguém e deixou seu livro cair. Era Córmaco McLaggen, que no 6º ano ficou afim dela.

- Desculpe Hermione, não te vi – Falou lhe ajudando a pegar as coisas

- Não foi nada Córmaco, tudo bem – “Eu percebi que você não me viu idiota” Pensou

- Eu soube que você e o Malfoy estão namorando, e aí, como estão? – Perguntou gentilmente, pondo uma mecha de seu cabelo encaracolado atrás da orelha

- Estamos ótimos – ela olhou para Draco, que estava a fitando da mesa do salão principal com um olhar apreensivo. Ele se levantou e foi até ela – Estamos maravilhosamente bem. Obrigado. Agora eu preciso ir, Córmaco, até mais – Ela saiu rapidamente e foi até Draco.

- Bom dia meu amor – Ela falou o beijando e sentindo seu cheiro impregnante penetrar-lhe as narinas fazendo-a delirar

- Bom dia – falou seco – O que vocês estavam falando?

-Ai Draco, não era nada, ele esbarrou em mim e perguntou se estávamos bem. Eu obviamente falei que sim – Respondeu hesitante. Ao ver Draco relaxar completou – Ele não quer nada! – E o beijou. Um beijo demorado, tipo de novela.

- Ok, eu acredito em você, mas acho que tem algo estranho nele – falou Draco, apreensivo

- Ai Malfoy! Deixa de ser paranóico... lunático! Anda, vamos tomar café e esquece ele! – Hermione pegou seu braço e o arrastou até o salão principal, sentando-o na mesa da Sonserina, enquanto ela ia para a mesa da Grifinoria.

Enquanto tomavam café, Draco não tirava olhos de Córmaco. Hermione se levantou rapidamente e foi, bufando, até ele. Sentou-se ao seu lado e lhe deu um beliscão.

- AI Granger! – falou bravo

- Olha aqui Malfoy, eu já disse que não está rolando NADA, ouviu bem? ABSOLUTAMENTE NADA entre Córmaco e eu! Se não eu já teria te traído há muito tempo com ele! – Falou brava. Quando eles começavam a se chamar pelo sobrenome, briga está por vir.

- Ok, Hermione, eu acredito – falou calmamente – Sério! Olha, já estou relaxado! – Falou quando viu o olhar desconfiado de Hermione. – SERIO! – E a beijou

- Acreditei agora! – Hermione falou rindo – Lunático! Como eu te agüento, hein? – riu o beijando para mais um beijo

- Eu não sei, - Draco passou seu braço pelo ombro de Mione – acho que meu charme irresistível não te deixa pensar em mais ninguém – Draco riu

- Há Há Há, acho que não Draco! Por que eu ando pensando muito no Córmaco – Hermione provocou

- Eu sei que não é verdade – Draco falou se controlando. O sinal tocou – Preciso ir, tenho aula agora de DCAT com o professor novo. Aquele po... – Draco parou quando viu o olhar de Hermione – Podre de rico, aquele auror – Draco disfarçou, fazendo Hermione rir. Ele a beijou e sussurrou um “Eu te amo” em seu ouvido e saiu correndo.

Hermione foi tomar seu café da manha, em paz, mas com os pensamentos em Draco. Porque esse namorado foi ser tão ciumento?

O dia passou muito rápido para quem estava com a cabeça nas nuvens. Então Hermione foi passear.

Enquanto andava viu algo estranho. Uma porta entreaberta, com uma luz ofuscante, rosa. Aproximou-se para espiar.

Não parecia algo normal. Córmaco McLaggen estava fazendo algo, algo estranho, rosa, num banheiro.

- Ai! –Hermione gemeu

- Desculpe – sussurrou Draco em seu ouvido, causando-lhe o familiar arrepio

- O que você esta fazendo? – perguntou Hermione

- Te observando – Draco falou brincando – É brincadeira! – Draco completou quando viu o olhar de Hermione

- Ok Draco, agora comprovou que não estou fazendo nada de errado... Agora eu – Hermione tentou se levantar ainda mais, ainda sussurrando – só preciso... Hm... Ai!... – Finalmente conseguiu

Córmaco estava com um caldeirão, que chamuscava fumaça rosa. Draco riu.

- Que coisa mais gay! – Ele ria, mas baixo – McLaggen fazendo algo rosa!

- Draco! SILENCIO! – sibilou Hermione

- Quem está aí? Hermione é você? – Perguntou McLaggen

- Vamos! – Hermione puxou Draco, este quase tropeçou

- Há há há o que aquele garoto queria tanto com um troço rosa? – Draco zombava

- Você é tapado ou o que? – Hermione bateu no braço de Draco quando já estavam longe. – Você não viu é? – Draco negou – Aaah! Ele estava preparando uma poção do amor! Seu burro! – Hermione bufou

- Eu posso ser burro, mas você ainda me ama! – Disse Draco pegando em sua cintura e a beijando.

- Draco, estamos no corredor! Qual a é a probabilidade de Filch nos encontrar? – Ela bufou

- Meu deus Hermione, que houve com você hoje? Parece até que está irritada! – Draco riu

- Mas eu estou irritada! Aaaah! – Ela sibilou indo sentar num banquinho

- Mas o que é? – perguntou inocentemente Draco parando em sua frente

- Jura que você não sabe? – Draco negou. Hermione pegou suas bochechas e as puxou. Ele riu e reclamou. Ela o beijou com tanta intensidade que eles cambalearam.

- Nossa uma hora você me odeia, e na outra você me ama. – Ele riu - Pois é eu sei que sou lindo! – eles riram

Draco e Hermione subiram para a sala comunal dos monitores (deles, resumindo) e ficaram abraçados olhando a lareira.

- Draco? – chamou

- Hã?

- Já pensou no nosso passado? – Ela suspirou – lembra quando você me ofendia? E implicava comigo?

- Lembro Granger, e não me arrependo – Ele sorriu. Ela o fitou com duvida – Era a única maneira que podíamos ficar nos olhando, bom pelo menos eu. Que eu podia te olhar, falar com você, te fitar. Não importava se era com cara de ódio, mas pelo menos eu tinha você, lá nos meus olhos – Ele a beijou – Eu te amo Hermione, nada nem ninguém, principalmente o passado irá mudar isso! – Hermione derramava algumas lagrimas. Ele as limpou.

- Promete que nada nem ninguém, principalmente nosso passado irá mudar nossa relação? – Perguntou Hermione, abraçando mais ainda Draco.

- Prometo Hermione, prometo – Draco sorriu e a beijou

- Eu também te amo, Draco, e nada nem ninguém ira mudar isso. Nem nos impedir de ficar junto – falou sorrindo, claramente, transbordando de amor, para Draco.

(...)

- AH! – Hermione acordou com o susto. Uma coruja marrom, com pintas mostarda, pousou em cima de sua barriga e ficou olhando-a. Carregava uma carta e uma caixa de bombons.

- Ah, sua idiota! – a coruja a olhou com um olhar triste – Own! Não eu to mentindo, você é muito fofa. Eu espero que seja fêmea – a coruja piou.

Hermione pegou a carta, abriu e leu.

“Hermione Granger,

Essa caixa de bombons é para você.

Quero fazer as pazes, e pedir desculpas, pela confusão que causei entre você e o Malfoy.

Espero que goste.

Encontre-me às 10h na sua sala comunal. Até mais

Córmaco McLaggen”

- Hoje é que dia? –Perguntou à coruja – Ah! Esqueci que você não fala. Domingo né? Então eu encontrarei – a coruja a bicou – Ai! Meu deus o que eu fiz de errado? Ah, Draco é meu namorado, mas Córmaco quer ser meu amigo! – Hermione pegou um biscoitinho e deu para a coruja, que saiu voando.

- É ele causou muita confusão! Eu lembro que ele mandou uma carta para Draco dizendo que era para ele se encontrar com a Pansy, que fez parte do plano, na Torre de Astronomia, me fez ir lá, e Pansy o beijou. É, pois é esse cara deve estar querendo muito as minhas desculpas. – Hermione relembrava sozinha

Hermione foi experimentar os bombons. A caixa era rosa, cheia de babados.

Ela comeu o primeiro e sentiu-se estranha.

“Nossa, que bom!” Pensou “Vou terminar a caixa então, Draco com certeza não dará minha falta nem perceberá que eu ganharei uns quilinhos a mais”

Olhou no relógio e viu que eram 5 para as 10.

Trocou de roupa correndo e penteou o cabelo. Estava linda, mas normal.

Ela sentia-se estranha, mas nada que um beijo em Draco resolvesse.

- Hermione? – Chamou Draco – Eu vou treinar Quadribol, te vejo mais tarde. – Ele a beijou e nem deu tempo de ser respondido. Hermione sentiu-se estranha, mais forte. Um beijo em Draco costumava causar-lhe vibrações estranhas, agora era frio.

- Hermione? – Chamou Córmaco. Ele entrou voando pela janela.

- Oi Córmaco – ela sentiu-se mais estranha, como se estivesse gostando dele e daquela visão.

- Me desculpa? – Córmaco foi chegando perto, quase a beijando. Hermione delirou

- Claro! – Ela o puxou para um beijo. Um beijo quente e fogoso.

Córmaco estava feliz. Seu plano dera certo. Ele preparou a Amortentia, a poção do amor mais perigosa do mundo. Por isso que Hermione se sentiu estranha.

Quando percebeu, já estava sendo levada para o sofá, com a sua camisa aberta, as coxas de fora, e Córmaco em cima dela.

Sabia que não devia estar ali, mas a poção a deixava mais animada, desejando mais e mais Córmaco McLaggen.

- MAIS QUE M... – Draco entrou no quarto gritando com Zabini. Este, quando viu a situação sussurrou “Depois a gente se vê cara, boa sorte” e saiu correndo.

- MAIS QUE MERDA É ESSA? HERMIONE? MCLAGGEN?

Hermione e Córmaco se soltaram. Hermione agarrava a sua gravata gemendo “Volta Córmaco, ainda não terminamos”

- Malfoy? Achei que estivesse no Quadribol – Córmaco falou assustado, fazendo Hermione voltar a si.

- Eu estava! Mas voltei, não percebeu? Agora, saia daqui antes que eu enfie essa vassoura num lugar desagradável! – Draco falou bufando de raiva. Córmaco saiu correndo

- Agora Granger, pode me explicar? – Draco falou chegando perto, assustadoramente.

- Draco? Que houve? – Hermione perguntou assustada por ele estar bravo. A poção não era forte o bastante para que Hermione precisasse tomar um antídoto ou esquecesse o ocorrido, bastava um susto para voltar a si e lembrar-se.

- Não se faça de cínica, agora me explique! – Draco falava friamente

- Draco? Eu não fiz nada com o McLaggen! A única coisa que eu me lembro é que ele me mandou uma carta pedindo desculpas, e pedindo para que eu me encontrasse aqui com ele. Mais nada... – Hermione falou pensando – Ah, ele também me deu bombo... Pera! Tava cheio de Armotentia!

- Ah Granger, que lindo! Usando a poção do amor para se fazer de santa e por a culpa nele! – Draco riu sarcástica e arrogantemente

- Draco? Eu não estou te entendendo. Você viu o McLaggen aquele dia no banheiro... – lágrimas escorriam do rosto de Hermione

- Granger, deixa eu lhe explicar, aquilo não era NADA! –Draco ficou vermelho

 - Draco, por favor, vamos esquecer que isso aconteceu – pediu Hermione chegando perto de Draco

- Acho melhor você me esquecer e que um dia já ficamos juntos – Draco falou arrogantemente, friamente e levantou-se indo para seu quarto

- Draco? – Hermione chorou – Volta aqui!

Ele continuou a ignorando e andando. Entrou em seu quarto e bateu a porta. Trancou-a.

Draco estava furioso, desapontado, triste, arrependido. Como ele, Draco Malfoy, Sangue-puro, pode sujar as suas mãos com uma sangue-ruim, que acaba o traindo?

- DRACO! ME DEIXA ENTRAR! POR FAVOR! ME OUVE! 20 SEGUNDOS! SÓ ISSO QUE EU PRECISO! – Hermione batia com muita força em sua porta.

- Granger, só 20 segundos e mais nada! – Draco ordenou e abriu a porta – fala!

- Olha Draco, eu não sei se era Amortentia, espero que sim, mas eu só sei que eu não fiz querendo, eu nem gosto dele! E eu queria di... – Hermione parou de falar – PRA QUE ESSA MALA? VOCE PRETENDE FUGIR DE HOGWARTS? NÃO! EU NÃO VOU DEIXAR! POR MAIS QUE VOCE ME ODEIE VOCE NÃO VAI FUGIR! – Hermione chorava

- Olha Granger, pouco me importa se você vai me deixar fugir ou não, você me traiu. E porque eu iria confiar numa sangue-ruim nojenta? Por favor! Mas não, eu não vou fugir. Preciso ir para casa, pensar. Se perguntarem... Bom, não irão te perguntar.

- Draco! Mas o que você vai fazer? Quando? Quando você volta? – Hermione se desesperou

- Bom, eu já falei demais, para uma sangue-ruim nojenta Granger, agora, por favor, saia daqui e me deixe em paz. E o que eu farei não é da sua conta

- Não! Draco! Por favor! Quanto tempo você vai ficar lá? – perguntou Hermione, se chorando mais ainda, impedindo Draco de continuar a se arrumar, segurando seu braço

- OLHA GRANGER, EU JÁ TENTEI SER EDUCADO DEMAIS! AGORA NÃO DA MAIS! OU VOCÊ SAI DA MERDA DESSE QUARTO OU SAI POR MAL! Eu só ficarei uma semana! TA BOM? AGORA ME DEIXA EM PAZ! EU NÃO QUERO MAIS OLHAR PARA UMA SANGUE RUIM IMUNDA!- Draco gritou, enquanto prensava Hermione na parede

Hermione chorava, tremia. Ela saiu correndo. Draco não se arrependeu, mas pensou que poderia ter sido menos grosso. Mas não importa, não queria mais vê-la.

Logo suas malas estavam prontas, e estava se dirigindo para a Floresta Proibida, onde aparatou.

Hermione ficou desiludida. Como Draco, alguém que jurou a amar, poderia virar tão frio quanto antes com ela?

Foi tomar um banho, chorando e ainda sem acreditar. Relaxou e deixou a água quente escorrer. Logo saiu, deitou-se e ficou rolando pela cama. Não conseguia acreditar que seu amor tinha partido. Ela chorava de soluçar, seu coração quebrado. Não aguentava mais. Não conseguiria sobreviver sem ele.

Hermione foi ao banheiro e se olhou. Sua maquiagem estava borrada, seus cabelos despenteados... Pegou a varinha e murmurou “Sectusempra” para seus pulsos, mas parou no meio. Voltou para sua cama e berrou. Berrou de rachar os pulmões.

Ela não sentia fome, nem sono, nem alegria, nem cansaço, só tristeza.

Estava em depressão.

Ela abriu sua gaveta e pegou um caderno, um vidrinho de tinta e uma pena. E começou a escrever.

Queria relembrar os momentos que estava com Draco, quando era feliz.