Marcos Flich e o Segredo dos Grimpaus escrita por Jubs


Capítulo 11
Teseu




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          -Flich! Flich... – ouvi a voz de Ricardo – Selena ele esta acordando.

          - Já estou indo – ela respondeu, eu percebi que passou um tempo e ela falou novamente – Flich acorda, acorda.

          Quando abri meus olhos e percebi que estava em minha tenda, Carol e Rivan estavam deitados lá também, Ricardo e Selena nos observavam atentamente. Como eu havia parado ali? Será que tudo aquilo foi um pesadelo? Mas como, não conseguia imaginar, a dor na minha cabeça era insuportável, não existia um musculo em meu corpo que não estava doendo.

          - O que aconteceu? – consegui falar – Carol esta bem? E Teseu?

          - Calma – Selena respondeu – Vamos responder tudo depois, mas você tem que descansar mais. Você esta se recuperando ainda, não tenha pressa, não iremos a lugar nenhum, e suas perguntas serão respondidas depois. Tá bem? Agora descanse.

          - Mas... – comecei a falar.

          - Shh!  - Selena falou – durma.

          - Teseu! – falei

          - Ele esta bem. Ricardo é um bom mé... – não consegui escutar acabei caindo no sono.

          Eu estava em um lugar escuro, não conseguia ver quase nada, o cheiro de sangue no lugar era horripilante, havia algum temor no ar, senti alguma coisa pingando em minha cabeça o que me fez olhar para cima mesmo estando no escuro completo, assim que levantei meu rosto uma luz se acendeu e vi que o que pingava em mim era sangue e Teseu estava morto, havia alguém lambuzado de sague atrás dele eu tentei corre para Teseu, não consegui e uma voz veio até meus ouvidos “veja seu futuro Marcos Flich, veja não tem como fugir dele”.

          Acordei com um susto, estava ensopado de suor, minha tenda estava vazia, só havia eu, o que me fez pensar de novo que tudo era só um sonho. Carol entrou em minha tenda.

          - Amor, você acordou – sua aparecia não era das melhores, ela estava como se não dormisse há dias só chorando, e chorando, aquela cena apertou meu coração, mesmo ela estando linda era diferente, ela estava sofrendo e eu não suportava ver.

          Ela veio andando em minha direção para sentar ao meu lado, eu a abracei o mais forte que eu pude repetindo constantemente “não me deixe, nunca me deixe, eu te amo”.

          - Eu te juro que nunca irei de deixar – ela respondeu, retribuindo meu abraço. – Você tem que comer alguma coisa.

         - Teseu – eu falei – cadê Teseu? Eu tenho que vê-lo.

         - Você vai vê-lo, mas depois de comer alguma coisa – ela falou.

         - Não eu tenho que vê-lo agora, não posso esperar – falei – tem que ser agora, – Juntei minhas forças para me levantar, Carol tentou me impedir, mas acho que ela entendeu que eu tinha que vê-lo e deixou que eu fosse atrás de Teseu. Fora da tenda o dia estava claro, devia ser umas três horas da tarde. Teseu estava deitado ao lado direito da minha tenda, quando ele viu que eu havia saído veio em minha direção com um ar de felicidade, o que me deixou mais feliz. Eu já não estava conseguindo me aguentar em pé e quando eu ia cair no chão Teseu sustentou meu peso e eu deixei que ele me levasse pra onde quer que ele estivesse indo. Percebi que estávamos passando por meio a uma mata fechada, depois de algumas horas estávamos no rio onde tínhamos tomado banho.

          Desci de cima do Teseu e vi que ele havia caçado dois búfalos para mim, tinha perto dos búfalos alguns galhos, normalmente quem cuidava era eu e não ele, aquilo foi meio esquisito, mas eu estava gostando.

          Montei a fogueira e Teseu jogou fogo para esquentar os búfalos, quando terminei de comer, o que deve ter sido um búfalo inteiro, estava me sentindo melhor, então resolvi tomar banho ali mesmo, Teseu não tirava os olhos de mim. Quando percebi já era noite e eu tinha algumas perguntas para fazer.

           Chegamos ao acampamento e Carol veio me ajudar a andar, porque eu insistia para Teseu que eu conseguia, não precisava me carregar. Sentei em volta da fogueira que eles haviam feito e perguntei:

            - Aquilo foi real? – todos olhavam para mim.

            - Foi – Selena respondeu.

            - E como eu vim para aqui?

            - Quando Rivan e eu chegamos ao acampamento e percebemos que vocês ainda não tinham chegado resolvemos esperar, até que ficou muito tarde, saímos para procurar vocês, quando os encontramos, vocês estavam desmaiados em um lugar esquisito, Rivan me falou que era aonde colocavam os mortos da guerra, instantes depois ele desmaio também, na hora eu não sabia porque eu não havia desmaiado, mas cheguei a conclusão de que como eu não estava na guerra aquele lugar não me abatia tanto quanto vocês o máximo que eu senti foi um mal estar, nada mais, tirei vocês de lá e depois voltei para buscar Teseu, Thifane e Max que estavam desmaiados também, tive a ajuda de Ketrin para tirá-los de lá – então esse era o nome do grimpau dela, foi ai que eu percebi que eu não havia escutado antes – Trouxemos vocês para cá, Teseu, Thifane e Max ficaram desmaiados por algumas horas, Carol por dois dias, você por quatro e Rivan continua desmaiado e com febre alta.

          - Então foi só eu que escutei a voz ou alguém mais?

          - Que voz? – perguntou Selena

          - Eu escutei – Carol falou baixinho – e só de lembrar, me da arrepio “eu vou voltar” – ela repetiu e começou a ficar pálida.

          - Carol – falei andando com dificuldade para Carol, Teseu veio me ajudar e Max logo chegou para dar sustento a ela. Carol desmaiou só de lembra.

           Max a carregou até sua tenda e eu ajudei a colocá-la deitada. Que voz era aquela? Porque ela veio para nós? O que nós poderíamos fazer? Eu não sabia essas respostas, só sabia que não iria sair do lado de Carol nem de Rivan, porque eles eram minha única família há pouco tempo e eu devo tudo a eles.

            Na manhã seguinte Carol acordou bem mais disposta, ela me ajudou a cuidar de Rivan e refez o curativo de Cristal. Teseu e eu passamos mais tempo juntos, pescamos, cassamos, brincamos, conversamos, contei a ele tudo sobre Carol, ele estava muito feliz, mas aquele sonho continuava a me perturbar não sei o porquê, era só um sonho, mas a sena de Teseu morto havia me chocado demais para eu superar assim.

           Nesta mesma noite Rivan acordou, estava um pouco cansado, mas pelo menos estava de pé, ajudamos Rivan a comer e contamos a ele tudo que havia acontecido, então resolvi contar meu sonho para todos, até mesmo para Teseu, eu não conseguia esconder nada dele, quando terminei de contar Teseu choramingo e eu prometi-lhe que não deixaria que ninguém fizesse nenhum mal a ele. Fomos dormi tarde, Carol me pediu que eu dormisse com ela, porque nesses últimos tempos não tem conseguido dormir direito.

            Foi quando veio meu segundo e horripilante sonho.

            Eu estava de volta ao cenário da guerra há duzentos anos, vi Carol se ferindo novamente, mas desta vez eu não conseguia ajudá-la a ir embora dali como da última vez, vi Rivan e Thifane queimarem em meio ao fogo, vi nossa derrota com os meus olhos, todos mortos, ninguém sobreviveu, eu me vi morto, Teseu já havia se transformado em poeira, estava morto e sozinho, quando uma voz veio até mim. “o final será diferente, desta vez quem vai ganhar será eu, todos vocês vão morrer em meio a angustia a o medo”.

            Acordei no meio da noite todo ensopado de suor, olhei para o lado e Carol estava dormindo. Aquilo tinha que para, tinha que acabar com aqueles pesadelos, e eu sabia como, era difícil, mas era o único jeito, matar de uma vez por todas Frederico Riner.


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